Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 69
Atendimento #069: Fetiche


Notas iniciais do capítulo

Curiosidade sobre esse atendimento: Ele foi uma das razões para eu ter começado a escrever esse compilado de atendimentos.
Desde o atendimento #001 este já estava planejado, mas esperei 69 dias só pra fazer sentido com o número ahahhahahahahaha

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:05(mas esse é especial, então saiu mais cedo ♥)



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Atendimento #069: Fetiche

Entre quatro paredes tudo pode ser feito, principalmente se os envolvidos forem reservados e quietinhos a ponto de não fazer a cama ranger. Já teve aqueles vizinhos escandalosos? Do tipo que você não sabe se a mulher está gostando da brincadeira ou se está apanhando? Então… Nosso par romântico se dá super bem em casa, são quietinhos, reservados, menos quando bebem é claro. Mas o que realmente é relevante é que no trabalho eles se controlam bem, se tratam primeiramente como colegas e depois como marido e mulher.

— Ezequiel bom dia com quem eu...  — Uma respiração pesada com um gemido de prazer chegou ao atendente. — falo? — Completou nosso herói arregalando os olhos.

— Oi, só um instante. —  A voz oscilante tinha a característica fina e feminina.

Ao lado de Ezequiel sua esposa recebera uma chamada naquele mesmo instante. Colocou o chiclete no monitor, tirou do mute.

— Amanda bom dia com quem eu falo? — A mulher escutara um ruido diferente vindo do outro lado da linha, algo como um encontro de peles. — Alo?

— Ezequiel.— Anunciou um homem com uma voz de locutor.   — Você fala com Ezequiel. — repetiu ele deixando o ar escapar dos pulmões em um som instigante. Amanda sentira um arrepio na espinha que ouriçou todos os pelos do corpo. — Você pode me ajudar?

Ela olhara para nosso herói na mesa ao lado, este aguardava o retorno da cliente com impaciência. Queria atendê-la a todo custo, principalmente se esta continuasse a fazer os ruídos que alimentavam sua mente poluída.

— Alo? — A cliente soou sedutora como uma espiã de filmes noir. — Alo? você fala com Amanda, tudo bem? Ai...  — Gemeu a cliente baixinho.

— Eu...é, tô legal. — Respondeu o casal atendente ao mesmo tempo.

Ao ouvir o nome da esposa Ezequiel virou para ela, foi quando seus olhos se cruzaram e com um sorriso pequeno no canto da boca se comunicaram. Ambos apontaram para os telefones quase que de maneira orquestrada indicando a ligação não convencional.

—  E qual é o problema senhora Amanda?  —  Questionou Ezequiel se concentrando nos sons que a voz da cliente fazia. Notou que um movimento bem característico de bater de coxas era realizado do outro lado da linha. Colocou a chamada no mudo. — Eu duvido que tenha algum problema nessa situação.

A cliente ficara um pouco em silêncio, seu parceiro parecia conversar com alguém no telefone. Ezequiel sem crer se aproximou da esposa para ver o nome do cliente que ela atendera. Constatada a coincidência ambos ficaram extremamente chocados.

— Eu não tô acreditando que estamos passando por isso. — Nosso heroi tinha as mãos na testa. — Por que essas coisas só acontecem com a gente?

Foi só quando terminou de falar que notou a cor do rosto de sua esposa, as bochechas rosadas e as pernas cruzadas eram um sinal extremamente claro que ele já conhecia.  Surpreso, sentiu algo que não deveria sentir enquanto estivesse no horário de trabalho. Amanda o olhou de cima a baixo parando momentaneamente  o foco sobre a sua cintura.

— Oi, desculpa — A mulher chamara Ezequiel ao telefone Este se virou para a mesa,.  — É que eu to tentando acessar a internet no meu notebook e… — A cliente ofegou, ficou em silêncio uns cinco segundo e continuou. — e eu não estou conseguindo.

— Bom, — O atendente tentava se concentrar, mas a figura corada de Amanda o impedia de olhar para a tela a sua frente. — a senhora verificou se o sinal está forte?

— Forte? Ai.. — Indagou a cliente com a voz tremula.

— Ele disse forte é?  — O parceiro da cliente atendida falara ao fundo fazendo os atendentes terem certeza que aquilo fora proposital. Os dois realmente estavam juntos ligando para a central! —  O sinal tem de ser forte moça? — indagou o cliente na chamada com a esposa de Ezequiel.

— Tem… — Respondeu a garota de cabelos raspados na lateral. Não conseguia mais exercer sua função, travara completamente na situação. Virou-se para Ezequiel. — Tem de estar forte o sinal pra funcionar não é? — Indagou de uma maneira travessa.

Surpreso o atendente solicitou um momento para a cliente e foi até a esposa a arrastando para longe das mesas. Ela queria agarrá-lo e jogar muito chocolate em calda derretido no corpo dele, mas o ambiente não era propicio.

— Se controla mulher!  —Tentou trazer a lucidez de volta a esposa com um cascudo.

— Fácil falar! — Respondeu ela no mesmo tom beliscando-lhe o braço. Ao dizer isso ela notara um volume maior em um lugar especifico do corpo de nosso herói, se este tentasse adentrar um banco seria preso, pois estava realmente armado.  — É... eu acho que não sou a única descontrolada aqui.

— Tenta se controlar e encerrar a chamada o mais rápido possível, está bem? — Envergonhado Ezequiel tentou controlar o estado em estava. Amanda acenou com a cabeça positivamente. Ele a abraçou, porém na condição que ambos estavam, partes de seus corpos que não deveriam se encontrar acabaram se tocando. — Precisamos acabar esse expediente logo. — afastou-se bruscamente dela.

Ao retornar a chamada nosso casal se deparou com ruídos muito mais altos e nítidos dos cliente em linha. O vai e vem era tão audível que, se deixassem a chamada fora dos heads por um segundo, rapidamente alguém viria conferir suas telas.

— Senhora? — Ezequiel queria acabar com aquela pouca vergonha rapidamente. — Senhora está me ouvindo?

— Funcionou! Uhu! — Comemorou a cliente em êxtase. —  Deixa eu fazer um teste.  — Ela ainda ofegava bastante, os movimentos se intensificaram. Amanda continuava gelada sem reação.

— Isso, vai lá conta pra ele o que você está pesquisando no google. — Naquela altura os dois telefones já estavam nas mãos do homem que se passava por Ezequiel, ele continuava a falar com a voz grave e cansada. — Vamos, conta pra os nossos ouvintes o que você gosta vai! Diz pra eles qual é o seu fetiche.

— Senhora? — Ezequiel chamou novamente a cliente, caso ela não lhe respondesse seria um pretexto para encerrar a chamada.

— Varas! Eu quero uma vara na minha mão !— A cliente perdera o controle do corpo. — Eu adoro varas de pesca!  — Reiterou ela perdendo o fôlego.

Amanda, a verdadeira, não conseguiu mais se segurar e encerrou a chamada antes que fizesse algo pior do que insultar os clientes tarados. Seu marido, no entanto, ficara curioso com o gosto da cliente e começara a rir. Após alguns segundos o casal safado encerrou o contato deixando Ezequiel gargalhando sozinho, ele, sem conseguir compreender como alguém tinha fetiche com aquilo chamou Amanda.

— Você viu isso? — Questionou ele ainda em tom engraçado.

Ao se deparar com a tela de Amanda ele lera o título da pesquisa. “Preço varas de pesca”








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Notas finais do capítulo

Parece que um fetiche leva a outro não?
Ps: Pensem em varas!!! Varas de pesca!
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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