Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 3
Atendimento #003: Incompetente


Notas iniciais do capítulo

Sabe quando você não têm o que fazer e ainda é tratado como incompetente?
pois é, Ezequiel sabe o que é isso...
Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #003: Incompetente

Ezequiel é um atendente de múltiplos setores, ou seja, o pobre coitado é uma espécie de faz tudo do telefone; prestar suporte, escuta reclamações, vender, resolver problemas de procedimentos internos, tudo era por conta dele. Logo que concluiu uma chamada, sua lista de afazeres se atualizou. Era hora de ligar para um cliente e acertar o que ele chamava de “B.O”

— Boa tarde senhor Caius estou ligando referente ao reparo de seu produto.— O atendente não esperou resposta e logo continuou. — Informo que o reparo de seu produto não pôde ser feito.

— Como assim? Meu produto estava dentro da garantia como pode isso?— O cliente possuía um forte sotaque do sul do país. — Mandei tudo certinho, tinha nada errado.

— Eu entendo que o senhor fez tudo correto, mas a autorizada identificou que o problema do produto não veio da fábrica. — Ezequiel tentava ser calmo e paciente ao máximo.

— Que o problema não veio da fábrica eu sei. Olha vou contar o que houve...

O atendente colocou o telefone no mudo. Já sabia o que iria acontecer, estava acostumado a situações como aquela. Sempre que escutava algo como “vou contar o que houve” já se preparava para ouvir metade da biografia do cliente do outro lado da linha. Aquele caso não foi diferente do que imaginou, a ligação de cinco perdurou até os quinze minutos e ainda parecia estar na metade.

— Foi quando o tiro acertou a tela do meu...

— Certo, — O atendente interferiu tirando do mudo. — eu entendi senhor. — O Tédio na voz era nítido. — Porém mesmo assim eu não posso mudar o que foi dito pela autorizada.

— Como não pode? Eu te expliquei tudo o que aconteceu. — Respondeu revoltado.

— Só um momento. — Silenciou a chamada. Verificou que estava realmente no mudo. — Esse povo acha que porquê contaram metade da vida eu tenho como mudar alguma coisa, essa é boa. — Tirou do mudo. — Senhor Caius infelizmente não posso fazer nada.

— Você não entendeu alguma parte é isso? Certo, eu repito o que aconteceu.

— Não, não, não. Eu entendi. — Seu tom de voz se levantou, os atendentes ao redor passaram a prestar atenção em Ezequiel. — Eu entendi que o senhor comprou o produto no Canadá, que sua mulher trai o senhor, que seus filhos são maconheiros e que o senhor é broxa.— Ao fundo na chamada soou as risadas dos demais atendentes.— Entendi tudo isso.

O cliente nada respondeu, o atendente continuou.

— Agora entenda senhor Caius se seu sobrinho pegou sua arma de airsoft e deu um tiro na tela de seu produto isso não é problema de fábrica! Portanto não posso mudar o que foi decidido pela autorizada.

— É isso o que você têm pra dizer?

— Sim senhor, eu liguei para informá-lo sobre o custo do reparo.

— Você é um incompetente, não vou pagar nada não, você não cumpre seu trabalho!

O atendente perdeu a cabeça.

— O senhor é broxa e eu não cumpro meu trabalho? — Os colegas ao lado riam. — Pois bem, o preço do reparo é…

Antes de dizer o valor o cliente encerrou a chamada enfurecido.


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Notas finais do capítulo

Vai, você sabe que se identificou...
Quem nunca esteve em uma situação tão comum assim?
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D