Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 238
Atendimento #238: Empréstimo


Notas iniciais do capítulo

As vezes precisamos ajudar a empresa quando somos solicitados, bom, isso as vezes pode significar trocar de setor momentâneamente.

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Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #238: Empréstimo

Dentro das empresas de atendimentos é muito comum ocorrer empréstimos de funcionários entre setores. Atendentes que param de atender e vão responder E-mails de cliente chatos acontecem sempre, principalmente se estes fizerem parte da mesma empresa terceirizada.

— Vou te pedir um favor, na verdade não é para mim mas sim para outro supervisor da operação que não teve culão de falar com você, têm como você substituir ele lá no setor de acordos por um dia?

— Mas eu tô no meio de um problema de vazamento de dados… a qualquer momento eu posso descobri as consequências… Como eu vou sair do meu setor e deixar minhas crianças assim?

— Eles são crescidos o suficiente para você deixá-los nas mãos de outra pessoa, fora que você ja colocou o setor no eixo logo no primeiro dia. Tudo o que o supervisor pediu foi que você colocasse o setor na linha por hoje para que ele pudesse ir ao médico.

Dentro das operações existem painéis onde os supervisores podem observar as faltas previstas para as próximas semana, dias, meses, anos...décadas...enfim, têm  marcado tudo. A empresa precisa saber quando um funcionário vai faltar para justamente colocar outro infeliz no seu lugar, vai que, por exemplo, o anão falta e não têm mais ninguém para consertar as divisórias das mesas no exato dia que um gestor aparece?

— Galera eu vou ter de me ausentar do setor por hoje está bem?

A mensagem soou como um alarme de intervalo em escola de ensino fundamental.

— Putaria! — Alguém aleatório do setor gritou quando nosso herói saiu do setor dando início a uma espécie de balada louco que parava assim que um cliente aparecia.

Em outro prédio, um que ficava ao lado daquele, nosso herói chegava a um setor com mais de duzentas pessoas. Aparentemente o andar inteiro era um setor, o que por sí só foi assustador.

— Como é que esse comanda isso aqui? — Deixou escapar as palavras ao ver um sinalizador voando de um canto a outro do andar.— Aê!— Seu grito não surtiu efeito algum nos funcionários, o supervisor apenas foi até a mesa onde ele deveria ficar e enquanto organizava seus pertences encontrou um objeto na gaveta. — “Em caso de descontrole dispare.” — A mensagem lida era um bilhete grudado com fita adesiva em uma pistola cromada.— Então tá né… — ele apanhou o objeto e pressionou o gatilho para cima.

O som do disparo reverberou por todo o andar fazendo-o silenciar-se. Com os olhos arregalados, e um peso sólido a mais nas calças, nosso herói percebeu que a arma era real.

— Que sorte que esse é o último andar...— A figura de Ezequiel passou a ser vista por todos, seus jaleco branco, os cabelos loiros e a arma na mão davam-lhe um ar de cientista louco em serviço. — Bom vocês são o setor de acordos não é? Vou dizer algo talvez vocês não saibam. O setor de vocês é um dos mais odiados. Eu venho do setor “palha de aço” — Sim este é o nome do setor de nosso herói, porquê? Por que eles têm mil e uma funções.— Lá vocês são odiados a um nível estratosférico.

— E daí? Não estamos nem aí, ganhamos mais que todos os outros mesmo.

— Ganhar quatrocentos a mais não significa ter mais poder sabia?:

— Claro que significa! — A mesma pessoa sorriu convencida. — Quem concorda comigo? — Ao fazer a pergunta uma reação em cadeia se estabeleceu fazendo com que todos os demais erguessem a mão. — Viu?

— Pois é o problema de vocês é ser convencidos e não trabalharem alinhados com o s demais setores. — Ezequiel conhecia bem o estigma que todos possuíam com o setor de acordos, eles não trabalham, quando trabalho ferram os demais setores e são prepotentes.

— Idaí o que têm isso?

Naquele momento, cansado de ficar escutando a discussão, um dos funcionários ligou para o cliente para que eles pudessem resolver um acordo.

— Claro senhora, eu entendo que o aparelho lhe causou danos, mas não estamos ligando para isso, aceite esse valor de uma vez e pare de se preocupar.

— O que você está fazendo? — Ezequiel se aproximou com a arma presa ao cinto. O funcionário reparou no objeto letal e logo respeitou o supervisor temporário, no entanto, não fosse isso ele teria mandado ele ir abrir uns cocos com as nádegas.

— Trabalhando e mandando a realidade para a cliente.

O supervisor conferiu o que o encarregado fazia na chamada. Seu trabalho era oferecer um valor menor a cliente para que a mesma não processasse a empresa.

— A sério cara? — Ezequiel ficou indgnado quando leu que o aparelho da cliente esquentou muito e queimou um porta retratos da mesma. — Você é insensível mesmo rapá? — Deu-lhe um pescotapa. — E se você tivesse perdido as fotos da sua mãe, dos seus filhos., dos seus parentes, enfim, caguei, por causa da porcaria de um celular defeituroso?

— Eu ficaria furioso.

— Pois é, por que vocês não se colocam no lugar dos clientes? A empresa paga seus salários e não suas almas! — Ezequiel tomou-lhe o headphone. — Senhora a senhora fala com o supervisor do setor de acordos EZequiel, pode me responder quanto custou celular?

— Quatro mil

— Certo, se fosse para quantificar as fotos perdidas quanto a senhora pediria?

— Olha moço, eu não sei o que o senhor espera que eu responda…. ali estavam as fotos do meu único filho. Então por mim eu não pediria nenhum valor, porque é inestimável.

O supervisor, que colocou o telefone no alto falante, devolveu o headphone.

— Pensem nisso, dinheiro compra seu tempo, mas sua alma não! — tirou a arma e a colocou na mesa.— Precisar de arma para controlar pessoas é algo muito errado e que só mostra o quão errado as coisas estão.

O silêncio se instalou no andar, as palavras duras foram como flechas certeiras nas almas de todos que ali estavam.

— Espero que não se esqueçam do dia de hoje. — Completou nosso herói antes de ouvir um barulho ao longe. Ele reconheceu algumas vozes, com a arma na mão ele correu par a janela. Ele encarou o prédio ao lado e reparou que seu setor estava descontrolado em uma festa louca.—  Aê! — Disparou na janela do edifício a estilhaçando. — EU Tô DE OLHO EM VOCÊS! SEUS BANDO DE PÃO COM OVO!  — Gritou ele para os subordinados que assustados retomaram suas atividades.

 


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Notas finais do capítulo

E esse foi o dia que Ezequiel descobriu as vantagens de se trabalhar armado.
Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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