Do outro lado da linha escrita por LcsMestre


Capítulo 165
Atendimento #165: Enjoo


Notas iniciais do capítulo

Passar mal é algo tão normal quando se está no trabalho que as empresas até tem seus médicos de prontidão...
Mas tente evitar cantar, assim você evita algumas vomitadas.

Aproveite e ria um pouco deste atendimento.
PS: Atendimentos adicionados todos os dias as 14:00(ou no caso 14:05 sei lá..)



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Atendimento #165: Enjoo

 

Quem nunca teve um enjoo na vida não sabe como é se sentir mal. Além do fato de você poder lavar todo mundo com aquela mistura ácida e fedida, você ainda pode ser preso a uma cama e exorcizado por um padre que achar que você tá possuído.

Nas operações volta e meia têm alguém passando mal, sim você acha que falar com cliente não é desgastante? Vomitar é apenas um dos problemas que os atendentes têm de enfrentar; surdez, dor de cabeça, ver o monitor de qualidade fanho andando pra lá e pra cá com um colant amarelo, enfim...só tristeza.

—  Senhora...— Amanda engolia em seco, a chamada era chata, a cliente mais ainda e para tudo melhorar as crianças em seu ventre pareciam que tinha descoberto o break dance, isso por que não paravam de chutar e a se mexer que nem doidos.— Se acalma que seu problema não pode ser tão grande a ponto de tanto escândalo.

— Claro, por que você não sabe o que é ser fanática por alguma coisa então fica fazendo pouco caso do meu desespero! —  A mulher berrava ao telefone público. Sim você pode não acreditar mas aquele negócio que está abandonado nas ruas também funciona, sabia?   — Eu quero jogar!  — Próximo a cliente tinha um grande bar onde os clientes, que estavam sóbrio é claro, a julgavam como louca.

— Você só pode estar de brincadeira comigo né? Um jogo?

— Ué você nunca quis jogar e ficou frustrada por não poder?

— Olha na verdade eu tô em uma seca inacreditável para jogar “damas da alegria” — Amanda se referia ao jogo que ela jogara no atendimento #103: Damas— Mas não é por isso que eu tô ligando desesperada para uma...— o enjoo bateu forte e ela teve de parar.

Sinalizando com a mão a garota chamou pelo encarregado que logo veio.

— Preciso ir no banheiro rapidinho.

— Termina essa chamada e vai.

Ela não poderia continuar atendendo por muito mais tempo sem vomitar. Quem conhece pessoas grávidas sabem que elas deixam de ter controle de seus corpos e passam a ser mais uma encubadora de gente que qualquer outra coisa.

— Eu não consigo segurar por mais tempo seu idiota! — Os olhos da garota se avermelharam em ódio.

— Ou você vai resolver meu problema ou não garota? — A cliente chamava a atendente que nem sequer tinha avisado que iria se ausentar.

— Cala a boca você também! — Falou ela tirando do mudo e voltando rapidamente.

— Você me mandou calar a boca sua infeliz? Agora eu só saio daqui quando você me atender. — A mulher do outro lado da linha começou a cantarolar uma musica, entretanto era tão desafinada que até um surdo teria vontade de se matar ao escutá-la.

Amanda pressionou o drop sem nenhum esitação. Ao ver isso o encarregado abriu um sorriso maligno.

— Isso vai te custar caro sabia menina? Derrubar ligação é uma fal—

Kauã parou de falar assim que sentiu as calças sociais caindo. Seu cinto tinha sido cordado e ele nem se quer tinha notado.

— Senhora para de cantar pelo amor de Deus! — Ezequiel levava as mãos a cabeças enquanto ouvia a cliente do outro lado da linha.

— Eu só paro quando aquela garota idiota conseguir me fazer jogar meu jogo de celular.

— Senhora a sua voz parece a de um camelo prestes a morrer! Pelo a amor de Deus para de encher o saco! O negócio não é responsabilidade nossa.

Kauã tentou segurar as calças enquanto Amanda saía correndo em direção ao banheiro.

A cliente não queria saber, para ela era obrigação da atendente anterior resolver o problema e fazê-la jogar seu jogo de capturar monstros e fazê-los brigar como rinha de galo.

— Você não vai me ajudar então é isso? — A mulher nem se quer esperou a resposta e já foi logo cantando.— Para nossaaaaaaaaaaaaaaaaa

A voz de taquara-rachada da mulher causou náuseas e nosso herói que sem ter tempo para nada vomitou no primeiro infeliz que surgiu a sua frente.  A mistura de feijoada, suco de laranja e uma voz horrível foi suficiente para acionar o serviço de limpeza do andar.

— Isso só pode ser combinado cara! — Falou Kauã percebendo que estava completamente vomitado da cabeça aos pés.


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Notas finais do capítulo

Sério mesmo... não force a barra, principalmente se você tiver uma voz que mate qualquer um.

Vou sempre repetir isso:
SOU MOVIDO A COMENTÁRIOS SIM! GOSTO DE SABER SE ESTÃO GOSTANDO OU NÃO U.U
Se você riu com esse amontoado de palavras eu fico feliz, esse era meu objetivo bjs e até amanhã :D



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