Broken Inside escrita por Daydreamer


Capítulo 1
Capítulo 1




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15 de dezembro de 2014, Nova York.

Todos estavam em casa com suas famílias.

Menos um homem, que caminhava pela ponte cheia de luzes refletindo no rio. Ao contrário das outras pessoas, o homem solitário de 30 anos apresentava uma face derrotada, triste e sem vida.

Seus cabelos loiro-platinados, sempre arrumados, estavam bagunçados. Seus olhos azuis tempestade, sem brilho algum. Pensamentos rodeavam sua cabeça e ele não sabia o que fazer.

Do outro lado da ponte, uma mulher da mesma idade, de cabelos volumosos vívidos como os olhos, a pele corada apresentava algumas sardas.

Ela ficou parada, observando atenta os movimentos do loiro, quando o viu -o aproximar-se da borda da ponte ela decidiu agir, tinha que fazer algo, não podia assustá-lo, apenas correu. As boras de cano longo não faziam barulho na neve fofa, usava uma calça jeans clara, blusa de manga e gola alta e um longo sobretudo bege.

Não conseguiu pensar em nada para pará-lo, então, tacou-lhe um beijo, afastando-o da borda da ponte.

A intenção era não deixa-lo assustado, mas fez o que tinha que fazer.

Ele a olhou atordoado. Estava recuperando o fôlego quando ela disse.

—Por favor não faça isso!

—Você não sabe nada de mim – responde frio.

—Talvez não. Mas já passei por isso, qualquer que seja o motivo não faça isso senhor!

—Minha mulher morreu no parto do meu filho quando ele nasceu, ele teve complicações e morreu 48h depois. Não pense que não tenho motivos.

—Minha gravidez era de risco- ela disse rebatendo na mesma tonalidade- eu ia descobrir o sexo do bebê com meu marido, quando um carro bateu no nosso. Quando acordei, o médico me deu a notícia, eles tiveram de retirar o bebê já morto. Acha que eu também não sofri? Eu estava aqui, há cinco anos atrás, quando uma mulher me deu um abraço e me fez acreditar que por meu marido e por minha criança perdida, eu poderia seguir minha vida.  Eu só lhe peço que não acredite que está tudo perdido, pois não está! A vida deve ser vivida da melhor maneira possível, não adiante sua hora, por favor!

Ele ficou olhando-a quando caiu de joelhos na neve macia com as mãos no rosto.

Ela se ajoelhou ficando próxima dele.

—Venha, é Natal, volte para a sua família.

—Estão em Londres- responde contragosto.

—Oh, a minha também- vem, tem um peru no forno- diz puxando-o.

—Porque estás convidando um estranho para sua casa?

—Porque é Natal- explica- e não é tão estranho pra mim, conheço sua maior fraqueza, assim como você conhece a minha.

—E quais são nossas fraquezas? -pergunta erguendo uma sobrancelha.

—O nosso passado- responde prontamente.

—Mal sei seu nome, como vou saber que não via me matar? Como posso confiar em você.

—Não vai saber, a única pessoa em quem você tem que confiar é você mesmo. E meu nome é Hermione Granger.

—Então basicamente, estás dizendo que somos desconhecidos conhecidos?

—Basicamente- dá ombros- ainda  não sei seu nome.

—Draco Malfoy.

—Viu, sabemos o nome um do outro, já nos conhecemos um pouco- sorri pra ele- então, vai vir cear comigo ou vai ficar parado na ponte pensando no passado?

—Espero que seja uma boa cozinheira, Granger- ele diz.

—Pode confiar nisso, Malfoy- ela da um sorriso brincalhão e ele retribui, seguindo-a para  seu apartamento em frente ao Central Park. Subiram de elevador e entraram lá.

O lugar era todo decorado com tons claros, era chique e um pouco rústico. Ela devia ser muito rica para ter uma moradia daquela.

Ela foi para a cozinha que era toda decorada com madeira e era bem equipada. Ela colocou o peru em cima da mesa de vidro redonda, ela realmente não parecia ser má cozinheira, ele a ajudou a servir o arroz, o purê e os outros aperitivos.

—Por que não tirastes o casaco ainda Malfoy? -pergunta indicando o lugar onde ele poderia pendurar o casaco.

Sentados a mesa, eles conversavam sobre eles.

—O que faz, Granger? -pergunta ele bebendo um pouco de vinho.

—Eu sou escritora, escrevo romances- ela diz- Mas uso o pseudônimo de H.L. Rose.

—Eu li seus livros!- diz sorrindo com um pouco de empolgação. Mas porque H.R. Rose?

—H é de Hugo, é o nome que eu e Rony escolhemos se fosse menino. R é de Ronald, ou Rony, meu ex-marido e Rose era o nome que eu e Rony escolhemos caso fosse menina.

—Sinto muito. Minha mulher se chamava Austória, meu filho se chamaria Scorpius.

—Belos nomes- ela diz sorrindo- o que você faz, Traynor?

—Sou dono da M Company. É uma empresa de arquitetura, a proposito eu que desenhei e fui responsável por esse prédio.

—Gostei dele assim que o vi- comenta ela- achei imponente, mas ao mesmo tempo, agradável.

Após cearem Hermione Granger e Draco Malfoy ligaram o som colocando o blues “I Can’t Give You Anything But Love” ele pôs a mão delicadamente na cintura dela antes da música começar,

Ela encostou-se mais um pouco nele, pondo a mão no seu ombro e deram-se as mãos olhando, ela recostou-se no ombro dele (que era mais alto que ela) e juntos dançaram ao som da delicada música

E naquela noite, dois desconhecidos conhecidos se conheciam melhor, uma ceia de Natal, uma noite feliz e sem remoer o passado.

2 anos depois, na manhã de 25 de Dezembro, Hermione Granger e Draco Malfoy estavam se casando. O local? O barco que passeava pelo rio,  e eles pronunciaram seus votos, disseram sim um ao outro, exatamente quando passaram pela ponte em que se encontraram Há exatos dois anos.


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