Isso é um adeus escrita por Walker


Capítulo 1
Primeiro ato


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem vindos a mais uma de minhas histórias. Eu, não sei por que motivo ou razão gostei muito do primeiro capítulo. Espero que goste tanto quanto eu, boa leitura!



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Ele me agarrou pela cintura e me jogou na cama, olhei seu corpo enquanto meu amigo, se é que posso chama-lo assim tirava sua camiseta. Ele subiu na cama enquanto sua mão me puxava pela nuca para mais perto dele. Conseguia sentir seu hálito, o suco de limão que havíamos tomado antes de tudo isso acontecer. Ele entrelaça nossos lábios com um beijo longo enquanto o correspondo mexendo no seu cabelo. Ele solta seus lábios dos meus.

 ─ Eu vou continuar sendo só seu amigo, certo?

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As imagens da noite passada não saiam da minha cabeça, seu cheiro, seu toque, seu beijo. Ah! Tenho que parar com isso. Ele é apenas meu amigo, afinal! Como chamam hoje em dia? Amizade colorida? Bufo e puxo os cobertores acima de minha cabeça.

─ Está na hora de levantar, Pedro. – Digo para mim mesmo sem animo nenhum.

Normalmente durante a manhã eu levanto e tomo um banho, mas precisava olhar meu celular, precisava ver se ele havia me mandado alguma mensagem. 

Nada.

Ok, aquilo foi como levar uma flechada direto no coração. Mas tudo bem, não é? Não era nada, afinal. Respiro fundo e a passos leves me dirijo ao banheiro. Ligo o chuveiro enquanto tiro o pijama. Esperando esquentar a água me olho no espelho. Percebo algumas marcas e coro na hora. Como não lembrava daquilo? Não tínhamos bebido nada alcoólico para que esquecesse. Mas, chutei, a emoção deve ter tomado conta do meu corpo. Concordo que não parecia eu mesmo na noite passada, a energia, o desejo, aquela vontade louca. Não, definitivamente não parecia eu. Olho para o lado e consigo ver o vapor saindo do box. A água deveria estar muito quente, o que era ótimo. Entro no chuveiro tentando fazer com que aquela água quente que saía pelo ralo para fora do banheiro levasse junto aqueles sentimentos que eu havia sentido. Que levasse aquele amor que só crescia.

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O sinal que a primeira aula havia acabado tocou e eu levanto rápido a cabeça olhando o relógio. Levanto rápido deixando cair meus cadernos. Suspiro. Ótimo, o dia já começou bem. Me abaixo e começo a juntar todos os livros guardando-os na minha mochila verde.

─Se ajoelhe ao rei! – Ouvi uma voz acima de mim exclamar.

Levanto minha cabeça e me deparo com o garoto de cabelos castanhos lançando um sorriso enorme em minha direção. Meu coração começa a bater mais rápido e aquele sorriso lindo deixa tudo mais desconfortável. Fico de pé em sua frente, muito mais nervoso que o normal. Minha respiração está instável e me apoio na mesa com medo de minhas pernas falharem.

─ Oi Yan. – É tudo que consigo dizer, minha voz parece não sair.

─ Só isso? – Ele continua sorrindo. – Eu vim até aqui para te ver e recebo só um Oi? – Ele ri.

─ Esperava que eu beijasse seus pés? – Minha voz finalmente saiu e consegui trata-lo como alguém normal.

Ele ri.

─ Isso era o que eu queria ouvir, seu belo sarcasmo. Vamos? – Ele aponta a porta.

─V-vamos aonde? – Eu gaguejo.

Merda, merda! Gaguejar? É sério? Eu sou um idiota mesmo. Lembrar de me dar um tapa depois.

─ Para a aula, idiota. E você gaguejou? – Ele ri novamente e se vira indo até a porta da sala.

Eu corei de leve. Se ele tivesse visto isso com certeza estaria rindo agora. Minhas mãos tremiam e eu as passava na calça com o propósito de limpar o suor que se acumulava.

Ele passa pela porta piscando para mim. Ainda nervoso dou passos largos até a porta para segui-lo. Yan agia como se ontem nunca tivesse existido. Digo, por mim é claro que poderia não ter existido, né? Digo...é..não sou eu a pessoa que vai tocar no assunto.

Ele é bonito, muito bonito. Fico olhando para ele, o jeito que caminha no corredor, aquele sorriso radiante ora mexendo no cabelo ora acendo para os outros. Eu me sentia quase invisível do seu lado. Sua beleza, seu carisma atraia muita atenção para si mesmo e as pessoas notavam isso e notavam muito. Notavam até demais.

Finalmente chegamos a sala de aula do segundo período. Não se passaram nem seis minutos, mas aquilo pareceu uma eternidade! Paramos em frente a porta, ele analisa a sala inteira antes de entrar. Não que aquilo me incomodasse, mas eu tinha que parar de analisar tudo o que fazia. Eu sou o que? Uma espécie de perseguidor que percebe todos os atos do perseguido?

Ele olha para mim de canto de olho e entra na sala, cumprimentando algumas pessoas antes de se sentar. Eu fico meio atrapalhado com toda aquela situação e esbarro em uma garota antes de conseguir chegar em meu lugar. Em meio a desculpas consigo vê-lo olhando para mim e segurando o riso. Me sento bufando e jogando minhas coisas em qualquer canto da carteira.

─ Meio atrapalhado hoje, ruivinho? – Ele pergunta, se inclinando em minha direção.

Eu sentava na mesa a sua frente, o que deixava a situação pior. Eu iria passar a aula inteira sabendo que Yan olharia para mim de costas. Ou seja, se eu ficasse nervoso, suasse ou tivesse qualquer reação do gênero, ele saberia.

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A aula passou mais rápido do que eu esperava. Quando ouço o sinal tocar agradeço a sei lá o que por não ter que ficar mais nem um minuto naquela sala. Levanto rápido e caminho até a porta, atravesso e me encosto na parede respirando fundo e me permitindo fechar os olhos nem que fosse por um segundo.

─Não estou com vontade de assistir a próxima aula. – Ele se encosta ao meu lado cruzando os braços.

Levo um susto, abrindo rápido meus olhos e desencostando da parede. Ele solta uma risada enquanto me olha como se perguntasse o porquê de eu estar daquele jeito.

Fico em silêncio por um tempo até que resolvo responder a pergunta:

─ O que você quer dizer? – Pergunto um pouco receoso.

Ele revira os olhos e segura minha mão. Nesse momento meu coração quase para e começa a bater com muita intensidade, quase consegui senti-lo querendo sair para fora. Fico vermelho como um pimentão, mas ele não vê pois está ocupado demais me arrastando para longe das salas.

Ele caminha em passos rápidos enquanto eu, puxado apenas pela mão tento correr atrás dele. Percebo que se irrita com a demora de seus próprios passos então começa a correr. Calma! Corro atrás dele sem pensar duas vezes ainda segurando sua mão. Algo no fundo de mim queria que ficássemos a sós, queria que ele fizesse aquilo que estava pensando que faria.

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─ Ginásio? Esse é seu conceito de “matar aula”? – Eu pergunto enquanto me afasto para recuperar o fôlego.

─ Claro, é uma ótima ideia. – Ele diz sorrindo.

Faço um sinal de “certo, tanto faz”. Sei que se tentasse falar qualquer coisa eu demonstraria o quanto minha respiração estava desregulada.

Ele senta em uma das arquibancadas, fazendo sinal para que eu sente ao seu lado. Caminho até lá, agora já com fôlego o suficiente. Sento ao seu lado e sorrio. Ele cruza as pernas e se vira para mim, me olhando como se esperasse algo.

Certo, pensava comigo mesmo, você nunca foi corajoso sua vida inteira, você tem que fazer isso. Sabe que tem, pode ser sua única chance. FAÇA, FAÇA, FAÇA!

E eu o beijo.


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Notas finais do capítulo

Olá de novo. Terminou de ler? Que bom! Espero que tenha gostado e até nosso próximo encontro! ♥



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