Por Eduarda:

Acordei com os braços de Lucas envolta da minha cintura. Virei meu corpo devagar para ficar de frente dele. Comecei acariciar sua barba por fazer e observei cada traço de seu rosto com a intenção de gravar cada parte. Aquele cabelo desarrumado e sua carinha de sono me trazia uma enorme vontade de beija-lo, porém não podia. Não podia correr o rico de afastá-lo de mim. E se ele não sentisse o mesmo que eu? E se o que eu sinto é apenas uma confusão em minha mente? Afinal, é só um mês ao lado dele, não tenho certeza de nada.
Tirei seu braço de cima de mim e me levantei para ir para meu quarto, mas antes de fechar a porta dei mais uma olhada nele.
“Queria tanto você.”
Fechei a porta e fui para o meu quarto que era enfrente ao dele. Tomei meu banho e resolvi descer, assim que chego na ponta da escada ouço uma voz familiar.
—O que a senhora está fazendo aqui?- falei enquanto descia a escada.
—Estou com saudades da minha filha, não posso vim visitá-la? Por favor você pode nos dar licença, tenho que conversa com minha filha.- ela falou se referindo a minha ajudante, que saiu assim que ela pediu.
—O que a senhora quer falar comigo?
—Me explica, Eduarda o que você tem na cabeça?
—Como assim?
—Como assim? EDUARDA...
—Fala baixo que o Lucas tá dormindo.
—E como você sabe? Afinal vocês dormem em quartos separados né?- olho para ela espantada.- você quer realmente acabar com esse casamento. Você está deixando seu marido sem o que ele mais precis...
—MÃE, presta atenção numa coisa, o casamento é meu e outra o Lucas me respeita, ele respeita as minhas decisões e limitações. Eu sou louca por ele por isso, por ele ser diferente, por estar ao meu lado mesmo eu não dando o que a senhora acha de mais importante num casamento e posso te garantir que não é. Um casamento é construído por amor, carinho, compreensão, conversas, brincadeiras, não só de sexo. E eu te garanto que no nosso casamento isso não falta, o amor entre um homem e uma mulher pode até faltar, mas o entre amigos não. O Lucas.. O Lucas é um homem incrível...- olho para trás e vejo Lucas saindo da cozinha.
“Será que ele ouviu?”
—Senhora Amélia, você poderia por favor ir embora?- ele falou se aproximando e colocou seus braços envolta da minha cintura, apoiando seu queixo em meu ombro.- eu e minha mulher queremos tomar nosso café sozinhos.- minha mãe mas nada disse, apenas pegou sua bolsa e saiu.- Lucas me virou de frente para ele e colocou uma de suas mãos no meio do meu cabelo, aproximando meu rosto no dele.- Eu também sou louco por você.- ele falou e colou nossos lábios. Nunca tinha sentido uma sensação tão boa, nossa línguas em guerra, as pequenas mordidas em meus lábios e alguns puxões de leve em meu cabelo, estavam me deixando louca.
Pulei em seu colo e ele por sua vez apertou minha bunda, nosso lábios se separam, colamos nossas testas, ficamos um olhando para o outro com um sorriso bobo.
Lucas sentou no sofá e eu em seu colo. Começamos a nos beijar, mordi sua língua fortemente e ele me olhou com um olhar safado. Apertou mais minha cintura e começou a dá algumas leves mordidas em meu pescoço.
—Namora comigo?- perguntou sussurrando em meu ouvido, depois deu uma leve mordida na ponta da minha orelha. Não tinha um lugar no meu corpo que não estava arrepiado.
—Já somos casados.- falei sorrindo e desviando meu pescoço.
—A gente finge que não é. Namora comigo? Quero começar do zero, já somos amigos, agora namorados, o que acha?
—E se não der certo?
—Nós tentamos de novo. O que acha?- perguntou olhando em meus olhos e acariciando meu rosto.
—Vou pensar.- falei sorrindo.
—Vai pensar?-segurou meu cabelo e beijou calmamente o meu pescoço, fazendo meu corpo de arrepiar mais uma vez.
—Não...- ele aperta minha cintura e dava alguns beijos molhados em meu colo, o que dificultava minha fala.- já sei minha resposta.- ele parou o que estava fazendo e me encarou. Segurei seu rosto, enquanto acariciava sua nuca.- sim.- ele apenas sorriu e eu o beijei.- tu é muito safado.- falei gargalhando.
—Eu não, você que me deixa assim.
—Por que não falou pra mim o que sentia?
—Além de não ter certeza do que sentia, não queria te perde.
—Vou ter que agradecer minha mãe, acho que se não fosse isso nunca teria coragem de falar o que sinto pra você também.
—Somos dois medrosos.- ele falou rindo.- promete que nunca vai esconder nada de mim, que sempre vai me contar seus medos, desejos, angústias, alegrias, tudo, não vai deixar nada entre nós?
—Prometo, você também promete?
—Prometo, também prometo fazer tudo para dar certo, te prometo que a cada dia mais vou aprender te amar e ao passar do tempo de fazer a mulher mais amada desse mundo.
—Meu Deus, que homem fofo.- fale rindo.
—Só sou com você.
—Acho bom.
—Ciúmes?
—Acho um pouco cedo pra isso.
—Palhaça.- falou sorrindo e me beijou.
—Hum..- interrompe o beijo.- quero deixar bem claro que você quis me namorar primeiro, então sinto lhe dizer que nós iremos dormi no mesmo quarto.
—Acho que vou te pedir em casamento de uma vez.
—Palhaço.- falei batendo em seu ombro.
—Ai, isso dói.
—Larga de ser fresco.- falei rindo.
—Você vai ter que me beijar até parar de doer.
—Sinto lhe dizer que vai continuar doendo, pois estou morrendo de fome.- falei tentando sair do seu colo.
—Você não vai sair daqui.- disse me segurando firme.
—Onde está doendo.
—Onde você me bateu ué.- falou rindo e mostrando o lugar.
—Ok.- aproximei minha boca de seu ombro e dei uma forte mordida.
—Ai, Eduarda.- falou me soltando.- isso vai ter troco, tu vai ver.
—Irei esperar por isso.- falei andando em direção a cozinha, realmente estava com fome.
Eu não poderia descrever o que estava sentido naquele momento, minha felicidade era tão grande, mas também tinha uma mistura de medo, medo de nada disso dá certo. Medo de virarmos dois estranhos dentro de uma casa, mas quando ele me beija ou me abraça sinto esses medos todos indo embora e só fica a felicidade de te-lo aqui ao meu lado, de saber que agora realmente ele é meu e eu sou dele.