Hoje eu deveria levar medicamentos para Castiel… mas eu não posso, tenho compromissos. Sim, Castiel está doente, faz um tempo já, e eu estava cuidando dele, mas hoje não dava para mim ir lá e cuidar dele…

Eu estava com Rosa na sala de aula, nós estávamos conversando…

—Hey, hoje você vai ver Castiel também?- Ela pergunta.

—Eu iria hoje entregar os remédios para o Cas… mas não vou poder ir porque eu tenho um compromisso, não sei o que vou fazer… ele se recuperou, mas não totalmente…- Digo num suspiro, eu realmente não sabia o que fazer.

—Porque não pede para o Mello ir no seu lugar?- Ela pergunta, ficamos num silêncio, não me senti confortável com a pergunta.

—Rosa… eu me arrependo de ter feito os dois se darem bem…

—Como assim?- Ela pergunta surpresa.

—Eu acho que eles estão muito próximos ultimamente…- Digo desconfortável, não acho que quero Mello perto de Castiel.

—Você está com ciúmes de Mello?

—S-Sim…

—Entendo… mas sabe, o Mello não é uma má pessoa… ele não faria nada de mal pro seu namoro com o ruivo…

—…

—…

—…

—… hum…

—É verdade… como fui idiota!- Falo, mas, na verdade, ainda não confiava 100% nessa minha resposta.- Eu sou tão tonta… vou tentar pedir pra ele, agora acho melhor nós irmos.

—Sim!

Saímos da sala, fomos a caminho da sorveteria antes de irmos pra casa.

Depois da sorveteria fui pra minha casa, é… hora de pedir o favor pro Mello…

—Mello! Já chegou?- Pergunto fechando a porta atrás de mim.

—Ah, oi.- Ele fala meio seco.

—Está tudo bem?

—C-Claro…- Ele diz, não parecia muito certo da resposta.

—Ãhn… okay… Mello, você me faria um favor?- Pergunto, coragem pra pedir, Leny!

—Aham…

—Você poderia levar para o Castiel essa sacola de remédios? Ele ficou doente e não tem como vir buscar os remédios, por isso disse que levaria pra ele hoje, mas tenho um compromisso e não vou poder ir…- Digo, na moral, não sabia se devia pedir isso… sinto um mal pressentimento nisso.

—Tem certeza?- Não.

—Porque pergunta isso?- Quer desistir? É sua chance.

—Por nada…

—…

—…

—Ah é… certo, então você vai?- Pergunto, responda não… responda não…

—Pode ser…- …

—Certo, então já estou saindo…

—Certo.- Ele responde e sobe novamente.

Eu saio de casa, olho no celular, ele me ligou… retorno a ligação.

—Ligação on-

—Alô?

—Você me ligou?

—Ah, Celleny… liguei.

—O que houve?

—Nada, apenas queria saber se já estava vindo.

—Ah, já sim… acabei de sair de casa.

—Entendo… então te encontro lá?

—Sim.

—Beleza, até.

—Até.

—Ligação off-

Cheguei no shopping, sentei-me ao lado da fonte e fiquei esperando…

—Olha, eu jurava que você tinha chegado antes de mim.- Digo ao notar a presença dele ao meu lado.

—Haha, foi mal.- Ele ri, eu o olho.

—Olha, hoje era pra eu cuidar do meu boy, eu não devia estar aqui com você.- Digo-lhe.

—Mas você me deve um favor, esqueceu, Leny?- Ele pergunta.

—Não, eu não esqueço minhas dívidas, mas você poderia ter escolhido qualquer outro dia, não Viktor?

—É… fazer o que?- Ele ri.- Bem… você ainda está de uniforme?

—Pois é.

—Nem pra se trocar… vou falar, viu?- Rio de seu comentário.

—Hey, eu só vim pagar um favor, não me pediu uma roupa específica.

—Okay, de todo modo, eu já planejava dar um trato nessas roupas suas mesmo.- Ele diz se levantando, eu me levanto em seguida.

—Então vamos logo, não pretendo demorar muito.

—Claro, Lenynha.

—Não te dei intimidade comigo, olhe lá.- Rio.

—Okay, okay.

Então saímos do shopping e seguimos até uma cafeteria num canto meio longe do shopping.

Deixe-me explicar, Viktor é meu amigo, Mello não gosta de Viktor nem um pouco, segundo Mello, ele não vai com a cara de Viktor. Bem, eu devo a Viktor um favor, faz um tempo (creio que seis/sete meses atrás), ele me ajudou quando tive uma das minhas piores brigas com o Castiel e eu fiquei devendo um favor pra ele.

Bem, chegando no café, ele me levou até uma sala dos funcionários e me entregou um uniforme…

—Aqui, vista isso e acho que já sabe o que tens que fazer.- Ele diz.

—… porque eu pedi sua ajuda naquela vez?- Suspiro.

—Nem sei.- Ele riu.- Mas favores são favores, tem que fazer.

—Eu sei.- Pego o uniforme e vou para o vestiário.

Troco minha roupa e coloco aquele uniforme, logo volto para onde Viktor estava…

—Não acredito que deixei de cuidar do meu boy pra isso…- Supiro.

—“Não importa qual for o favor, eu vou fazer! Pode deixar comigo!”- Ele fala exatamente o que eu falei outra vez para ele.

—… eu te odeio.- Reviro os olhos.

—Eu sei.- Ele sorri.- Enfim, ãhn… você sabe o que tem que fazer, certo?

—Sim.

—Bem, eu vou me trocar também, tenho que trabalhar.

—Okay.

—Ah! Não esqueça de ser gentil com os clientes.

—… tá.

Então lá fui eu fazer meu trabalho.

Bem, deixe-me explicar aqui, Viktor é dono desse café, na verdade o pai dele é o dono, ele é o sub dono, e hoje ele estava com falta de empregados, e eu vim ajudar como retribuição do favor, é… pois é.

Eu estava trabalhando de boas quando sinto um pressentimento horrível…

—…- Quando menos percebo, acabo quebrando um copo sem querer.- A-Ah!

—Hey, cuidado, não quebre os copos.- Viktor diz me ajudando a recolher os cacos de vidro.

—D-Desculpe!- Digo me atrapalhando toda.

—Hey, está tudo bem? Você me parece perturbada.

—A-Ah estou… só tive um pressentimento ruim, nada de mais.

—…

X-x-x-X

Quando era 18:30, o meu trabalho havia acabado, eu estava cansada demais…

—Ah… que dia…- Digo me espreguiçando.

—Bom trabalho, Leny.- Viktor sorri.

—Obrigada…- Sorrio.- Finalmente retribui o favor.

—É, finalmente.- Ele riu.- Bem, obrigado pela ajuda.

—Nada.- Digo, olho no relógio.- Bem, já vou indo.

—Okay, quer que eu te leve?

—Não, valeu.- Sorrio.

—Então tá.

—Até mais.

—Até.

Vou para casa de ônibus, ao chegar em casa, eu vou para o meu quarto, tomo um banho e coloco meu pijama, vou até o quarto de Mello…

—Mello?- Entro no quarto, ele estava jogado na cama olhando pro teto.

—Que?- Ele pergunta seco.

—Nossa, tá de mal humor, é?- Pergunto.

—E se eu tiver? Algum problema?

—Desculpe-me! Nossa que grosso!- Digo brava, vou saindo do quarto dele.

—Espera!

—O que é?- Pergunto.

—Desculpe… só que… não tive, ãhn… um dia bom.- Ele diz se sentando na cama.

—Tendeu…- Digo, daí lembro daquilo que senti mais cedo.- Hey… posso te perguntar uma coisa?

—Pode, claro.

—Aconteceu alguma coisa na casa do Castiel hoje?- Pergunto, percebo que ele engole o seco.

—N-Não, porque?

—… mentiroso.- Murmuro.

—Eh?

—Nada.- Sorrio.- Bem, boa noite, vou dormir.

—Boa…