Depois de três anos lutando incessantemente para chegar nesse momento, nunca pensei que estaria tão triste.

Calma, Victoria, pensei, logo você se acostumará com tudo. Afinal, chegou a hora de crescer e encarar o mundo real.

Suspirei, durante a correria da mudança não tive tempo para pensar em nada. Agora, encarando o apartamento arrumado, encontro apenas o vazio. Fui embora e nem ao menos me despedi: Mabi, Ana, Jordy, Gin, Vania, Fla, Teph, Mari e claro, Vini. Me enrolo na cama e deixo lentamente a tristeza tomar conta de mim, estou completamente sozinha e não há ninguém que consiga mudar esse fato. Ainda tenho um mês antes de começarem as minhas aulas, expiro fortemente, será um longo mês.

No dia seguinte, acordei e não deixei a tristeza me dominar. Afinal, foi assim a minha vida inteira, eu sou minha única inimiga e quero fazer as coisas diferentes, ao menos de agora em diante.  Pulei da cama, tomei um banho gelado e saí de casa. Me impressiono com a beleza e o ar alegre de Balneário Camboriú, apesar do clima nublado, vou na praia central e sento num canto e observo a multidão alegre e, de súbito, sinto tal alegria como se pertencesse aquele lugar.

Talvez não seja tão ruim, afinal. Meu subconsciente formulou a frase com uma pontinha de esperança.