Hero Highschool escrita por Cahxx


Capítulo 2
Capítulo 2




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Raquel

 

Um garoto de cabelos ruivos até os ombros, boné pra trás e roupas num estilo skatista esperava ansioso em cima do palanque enquanto alguns alunos riam, comentavam piadinhas para o menino e o professor organizava suas notas.

— Bem – Gregory terminou de anotar algo em sua prancheta – Comece quando quiser!

O menino esticou os braços para frente, flexionou as pernas e deu um impulso como se fosse saltar. No mesmo instante, ao redor de suas pernas surgiu uma espécie de tornado que girou em alta velocidade e permitiu ao garoto disparar como um torpedo pelo ar. Ele deu várias voltas pelo teto alto da quadra e quase foi de encontro com a cesta de basquete; mas conseguiu desviar a tempo, perdeu a direção e caiu no chão arrancando vários pedaços de contra piso. Os alunos, obviamente, riram.

— Eita, eita! O que eu disse sobre não destruir a quadra?

— Foi mal fessor – o garoto gemeu tentando se levantar meio tonto e meio sujo de poeira.

— Pra cabine agora.

O menino entrou na câmara e várias luzes foram ativadas. Alguns segundos depois um valor surgiu num controle que o professor tinha em mãos:

— Hum, 19? Nada mal heim. Isso significa rapazinho, que se você não controlar isso direito poderá causar muitos estragos pela escola.

— Yeah! – o menino comemorou batendo de encontro com um amigo seu.

— Eles são retardados? – Stella perguntou incrédula.

— Ei, vamos fazer o seguinte – o professor pensou – Enquanto um tá dentro da cabine, o próximo na fila já sobe no palanque e se apresenta. Precisamos agilizar isso porque tem gente pra caramba e precisamos terminar isso hoje!

— Ah, a gente não pode deixar isso pra tipo, mês que vem? – a loirinha nerd tornou a perguntar de forma manhosa.

Houve mais demonstrações e mais destruições. Na vez de Will, ele e Theo pediram para ir juntos e o professor autorizou. Os dois se prepararam e ao sinal, Theo projetou uma espécie de concreto roxo transparente e arremessou em cima de Will, que com um soco no ar destruiu a pedra gigante, espalhando estilhaços em cima de todos. Várias garotas reclamaram em protesto, inclusive Keira, Raquel, Stella e Haley, sendo que esta última não teve problemas em soltar xingamentos mais obscenos.

— Já entendi – Gregory comentou – Você, super força, e você é capaz de projetar sólidos a partir de luz ultravioleta e dar-lhes consistência material. É uma habilidade complexa de ser estudada e bem rara de ser encontrada. Tomem cuidado vocês dois porque você – e apontou para Will – pode perder a noção de sua força e ferir pessoas sem querer e você – Theo – pode projetar esses sólidos sem pensar ou até mesmo enquanto dorme, e isso pode machucar a você mesmo e aos que estão ao seu redor.

Os dois pararam de sorrir com a descoberta assustadora e se dirigiram para a cabine bem menos animados. A fila continuava gigante e Keira, Raquel, Stella e Harley rezavam para não dar tempo de suas vezes.

Cerca de duas horas depois e sobrara a minoria dos estudantes. Matt e as meninas estavam deitados, sentados e esparramados pelo chão, entediados e famintos.

— Eu quero comeeer! – Stella gritou.

— E você poderá ir baixinha – anunciou o professor – O intervalo de vocês chegou. Vamos dar uma pausa e continuaremos depois do almoço.

— Mas depois do almoço teremos aula com a Morgana – Stella disse por todos.

— Vou pedir à professora que termine mais cedo. Vocês não vão escapar disso, meninas. São as regras. Té mais turma.

Preguiçosos e ativados em modo zumbie, os alunos foram saindo do ginásio. O dia estava claro e ensolarado, e muitos saíram reclamando sobre seus olhos terem morrido. Ainda sim o dia estava lindo e fresco. Matt, Will, Theo, Raquel, Keira, Stella e Harley seguiram até o salão principal, onde o almoço estava sendo servido. Entraram numa enorme fila e pegaram suas bandejas a espera de sua vez.

Stella continuava a olhar pelo salão de forma nervosa. As demais estavam com tanta fome que mal sentiam vontade de implicar com a amiga. Pegaram seu almoço e sentaram em uma mesa mais ao canto.

— Ah, essa salada tá tão gostosa! – Stella exclamou sonhadora – Não pensei que fosse comer coisas saudáveis aqui...

— É, mas o ambiente não tá nada saudável – Raquel comentou torcendo a boca. Todos ergueram as cabeças para entender do que a castanha falava e avistaram um trio de garotas “desfilando” pelo salão, arrancando olhares de todos, com ares de donas do mundo.

— Quem são elas? – Stella perguntou.

Alicia, Ashley e Blake – Raquel respondeu – As “donas” do colégio.

— Isso é o que “elas” acham! – Harley caçoou.

— Mas é claro! – a castanha continuou – Só que muita gente paga pau pra elas e aceitam tudo que elas decidem! Afe, elas são um inferno!

O trio de vadias... digo! meninas parou de andar quando um quarteto de garotas igualmente vestidas de uniformes de torcida impediram a passagem. Ambos os grupos ficaram se encarando e nesse momento o falatório no salão cessou imediatamente.

— Olha quem chegou! As galinhas do Leblon!

— Por quê? Estão se olhando no espelho?

— Não, vocês já quebraram todos trotando até aqui.

As provocações foram aumentando enquanto uma roda se formava ao redor:

— Vocês querem brigar?! Vem pra cima então!

— Eu vou mesmo! – Alícia ameaçou.

— Não Alícia – uma voz grave ecoou atrás dela. Stella que observava tudo na ponta dos pés prendeu a respiração ao avistar Brandon – Não briguem no primeiro dia. Vai ser ruim pra vocês e pro time.

A morena pareceu medir as opções e então concordou:

— Você está certo. Não vale a pena descer o nível com elas. Não agora. Meninas! – ela estalou os dedos e Ashley tomou a palavra.

— Sexta-feira na área da piscina. Disputa de performance.

— Topado.

E os dois grupos deram meia volta, cada um indo para a direção oposta.

— Parece que ele não é só seu salvador, Stella – ironizou Raquel. A loirinha voltou a abaixar-se e pareceu sinceramente desapontada com o comentário. A castanha começou então a preocupar-se com o fato da amiga começar a levar aquilo a sério sendo que havia visto o menino uma vez na vida.

— Hora de voltar pra chatice – Keira alertou levantando-se da mesa.

XxxxXxxxX

Morgana reapareceu no refeitório chamando pelos calouros:

— Hoje nós fomos até vocês porque é o primeiro dia de aula, mas a partir de amanhã todos deverão ter seus horários em mãos para se dirigir a sala no horário certo.

Os alunos, novamente em fileiras dispersas, seguiram a inspetora por uma grande escadaria que levava as salas de aula.

— Normalmente os alunos do 3º ano ficam no terceiro andar, e os do 1º, obviamente, com o primeiro andar. Mas dessa vez tivemos que fazer uma troca com vocês porque eles estão precisando de uma maior fiscalização. Vocês ficarão com o terceiro andar. O professor Gregory já deve tê-los dividido em três turmas, então cada um siga para a sala de seu respectivo grupo.

Sendo assim, Matt, Will, Theo, meninas e outros alunos entraram na sala a direita:

1º Alfa

Matt e seu grupo ocuparam as duas fileiras próximas às janelas. Outros professores entraram nas salas Beta e Gama, e Minerva ficou com a Alfa.

— Bem, novamente sejam bem-vindos. Nossas aulas serão basicamente sobre comportamento ético, boas maneiras, saber quando e como usar seus poderes, aprender a conviver bem em sociedade. Muitos devem considerar uma aula inútil, mas esta matéria tornou-se obrigatória nas escolas de educação extraordinária para que a população sinta-se segura habitando o mesmo planeta e morando no mesmo bairro que vocês. Pode parecer um tanto absurdo o que eu falo, mas todos vocês sabem que por muitos anos mutantes foram perseguidos e mortos por serem considerados aberrações. Saibam que se hoje vocês andam pelas ruas sem ninguém ameaçando lhes matar é uma conquista de anos de sofrimento.

Todos prestavam atenção com curiosidade:

— Mas bom! Vamos ao que interessa. Normalmente eu costumo dar aulas extras para as meninas sobre boas maneiras. Isso inclui aulas de dança, etiqueta, noção básica de comportamento, apesar de muitas ainda continuarem se rebaixando com intrigas, fofocas, brigas e disputas por garotos bobocas. Saibam meninas, que vocês jamais devem correr atrás de um garoto que não lhes dá atenção. Isso é trabalho deles!

E vários garotos vaiaram o comentário, enquanto algumas meninas riam e outras acrescentavam a fala da professora. Esta por sua vez também riu e virou-se para o quadro para iniciar a teoria.

— Aulas de etiqueta é uma caretice, mas aulas de dança deve ser legal – Harley comentou aos cochichos.

— E-eu n-nunca dancei... – Stella sentiu-se nervosa com a ideia.

— Relaxa, a gente te ensina!

— Então inicio a aula de hoje com uma pergunta – Morgana virou-se para a classe – Quando usar e quando não usar seus poderes?

Muitos começaram a falar ao mesmo tempo, animados para dar sua opinião, seja sincera, seja egoísta ou simplesmente soltar uma piada sem graça. A aula correu bem; até mesmo Harley, Keira e Raquel que esperavam por uma aula chata de cidadania se simpatizaram com a professora. No entanto, para a infelicidade de todas, um aluno do mesmo ano delas apareceu na porta da sala:

— Desculpa professora, mas o professor Greg tá chamando os alunos que não se apresentaram na aula de manhã.

— Ah, sim. Estou ciente disso. Então vamos terminar a aula de hoje um pouco mais cedo – e todos começaram a organizar suas mochilas e livros – Lembrando-lhes que o jantar é entre as sete e as oito, e as dez é obrigatório todos terem se recolhido a seus dormitórios.

Novamente os alunos do primeiro ano se dirigiram a longínqua quadra de esportes, onde o professor já esperava. Faltavam menos de 20 pessoas e dessa vez, o grupo de Matt teve que ser o primeiro.

Matt subiu o palanque meio nervoso, apesar de raramente sentir-se assim:

— Quais suas habilidades? – o professor perguntou anotando em sua prancheta.

— Controle de sombra e penumbra.

— Quando quiser.

Matt concentrou-se e com um gesto simbólico uma mão negra ganhou forma no ar. A mão provinha da projeção de sombra pelo chão da quadra, e o garoto a guiou até uma cesta cheia de bolas. A mão ergueu uma delas e a jogou em uma das cestas de basquete.

— Legal garoto – o professor comentou – Confesso que manipulação de sombra é um dos meus poderes favoritos. Ainda sim, eu não aconselho você a manipular penumbra porque ainda acho complicado demais pra você. Comece fazendo coisas menores. Cabine e próximo da fila.

Stella ao ouvir sua vez sentiu suas pernas falharem. Subiu o palanque meio curvada e ajeitou sua franja para que cobrisse o máximo de seu rosto.

— Poderes?

— É... Bem... Telecinese.

Gregory parou de anotar para erguer os olhos e prestar atenção melhor. Esse era um dos poderes que mais trazia trabalho aos professores. Stella suspirou profundamente e ergueu uma das mãos em direção à cesta de bolas. Três bolas de handball saíram flutuando e começaram a girar ao redor da menina. Depois disso, voltaram para a cesta e lá ficaram.

O professor de prática coçou a barba e tentou falar de forma amigável:

— Stella, certo?

— Sim... – a garota respondeu aflita.

— Menina, você possui um dos poderes mais complexos que existem! Você pode fazer o que quiser com eles. Percebi que você tem muito medo, mas deveria controlar isso, pois só vai lhe trazer limitações. Pra cabine. Matt! – ele chamou – Legal menino, você conseguiu um 22/23, mas sei que se você melhorar isso aí pode chegar até num 25/26.

Keira subiu o palanque meio emburrada. Não gostava de mostrar seus poderes; sentia medo de sentirem repulsa por ser algo tão anormal.

— Ah, me explica direito seu poder – Gregory pediu sem conseguir entender direito a ficha.

— Eh, minhas costas. Elas são diferentes.

— Diferentes como?

E com um leve esforço Keira abriu duas gigantes asas brancas, repletas de penas brancas como neve. As asas eram tão claras e brilhantes que sua luz refletiu em cima dos alunos que assistiam. Stella ficou fascinada com a beleza daquelas penas que flutuavam caindo no chão.

— Ela parece um anjo... – a loirinha comentou sonhadora.

— Garota – o professor começou – Não sei como elas foram parar aí, mas isso foi magnífico. Você não parece gostar muito delas, mas eu acredito que elas façam mais do que apenas ficarem paradas aí. Tente descobrir. Cabine.

Keira fez um novo esforço e as asas entraram atrás de suas costas de forma inexplicável. Ela nem ousou olhar para suas roupas, pois já estava acostumada com o fato delas se rasgarem toda vez que suas “companheiras” apareciam. Seguiu até a câmara depressiva por ter perdido uma de suas blusas favoritas.

Raquel foi à próxima e decidiu que iria terminar aquilo o mais rápido possível. Mal esperou o professor dar o sinal e mudou toda sua forma física assumindo a forma da Keira. Gregory olhou dela pra cabine, confuso:

— Vocês são gêmeas?

Raquel revirou os olhos:

— Não – e enquanto falava foi mudando sua forma e ficou igual a uma menina que havia ido antes – eu posso mudar minha forma física. Mas só para humanos do sexo feminino.

O professor de prática pareceu não gostar muito daquela notícia:

— Olha... Raquel. Sei que vai parecer que estou com implicância, mas poderes como os seus não são muito bem vistos por aí. Tente não deixar todos sabendo deles.

— Por quê?

— Bem, digamos que já tivemos problemas demais com pessoas capazes de anamorfose. Muitos irão sentir-se ameaçados por sua causa, com medo de que você possa se passar por eles pra encrenca-los e acredite, já fizeram isso.

— Mas eu nunca fiz isso!

— Eu sei minha querida, mas nem todo mundo pensa assim. Bem, então trabalhe pra mudar esse preconceito que todos têm. Vá à cabine. Keira? Eu disse que você não tem apenas asas: você alcançou o nível 26.

Harley foi a próxima. Sentia-se cansada e preguiçosa, só queria deitar-se logo. Subiu ao palanque como um zumbie e também, sem o professor ordenar, ela foi mudando a forma de seu corpo. Os alunos que estavam mais próximos deram todos um passo pra trás e vários exclamaram de surpresa. A morena também era capaz de mudar sua forma física, mas diferente de sua amiga, ela não se transformava em humanos e sim, em um lobo cinzento, gigante, faminto e acima de tudo preguiçoso. O animal, que na verdade era Harley, deu duas voltas em torno de si e deitou-se no chão, cruzando as patas e adormecendo.

Muitos riram quando finalmente entenderam as habilidades extrafísicas da colega. Gregory achou que havia sido meio desrespeitoso da parte dela, mas deixou a “brincadeira” passar. No entanto, a garota só acordou e voltou a ser humana na terceira chamada do professor, recebendo um 19 em troca.

— P-professor! – Stella chamou timidamente – O senhor esqueceu-se de mim.

— Ah, Stella, né? Bem, eu não esqueci. Eu quis demorar um pouco mais porque... bem, você alcançou 31.

A garota desistiu na mesma hora de ter perguntado. Muitos pararam de conversar para prestar atenção. Poucos acreditaram que haviam escutado direito.

— C-como? – a loirinha tornou a perguntar.

— Isso mesmo Stella. Eu disse que você tinha mais potencial do que imaginava.

— Mas eu... Eu...

— Só existem seis alunos atualmente na escola que tenham passado de 30. Você é a sétima.

— Mas – um aluno pronunciou-se – O senhor disse que o máximo que a máquina registrava era 30.

— Disse por que de fato é raro alguém passar e quando isso acontece, o aluno é obrigado a frequentar aulas extras.

— Aulas extras? – ela perguntou tristonha.

— Sinto muito, Stella. Vou falar com a Morgana, ela é a tutora dos alunos telepatas e irá lhe ajudar nisso. Por hoje é só pessoal! Podem seguir para os dormitórios tomar banho porque muitos estão precisando! O jantar inicia-se as sete! Nos vemos na próxima aula.

Todos começaram a recolher suas coisas. Alguns ainda comentavam o ocorrido sobre o nível de Stella e esta sentiu-se arrasada.

— Por que nunca contou pra gente que você é super forte?

— Porque eu... eu... eu não sabia...

— Tudo bem – Matt tentou confortá-la – Não deve ser tão ruim assim.

— Vem fofinha – Harley a abraçou – Vai ficar tudo bem.

— Que isso... – Will comentou assim que o grupo começou a se retirar da quadra – Se fosse comigo eu estaria fazendo um desfile de carnaval agora.

Theo riu e concordou. Assim que saíram para o jardim, viram que o dia começava a escurecer:

— Ah! Não vejo a hora de ver nossos quartos! – Keira comentou animada.

— Os nossos ficam do outro lado. A gente se você no jantar – Matt avisou. As meninas seguiram para a ala dos dormitórios onde estava cheio de garotas andando pra lá e pra cá e umas até reclamando de terem ficado em lugares desagradáveis.

— Chegamos, quarto 302 – e Harley foi a primeira a abrir. Todas se encantaram com o dormitório que estava impecavelmente organizado. Quatro camas estavam dispostas pelo cômodo, sendo que duas formavam uma beliche – Eu fico em cima! – Harley logo escolheu.

Havia ainda uma escada em espiral que dava para um mezanino onde ficavam dois banheiros. Apesar de estarem cansadas e famintas, as meninas não quiseram perder tempo: em uma hora já haviam decorado todo o quarto com fotografias, bichinhos de pelúcia e tudo que haviam trazido em suas malas.

Dividiram-se para tomar banho e se arrumaram para jantar. Apesar de serem muito amigas, as meninas tinham estilos bem diferentes:

Harley fazia o estilo rock, com roupas largas, a maioria na cor preta e branca. Gostava de acrescentar peças folks bem como blusões largos e boinas diferentes.

Keira usava um estilo totalmente glam, com peças com brilho, jaquetas despojadas, colares chamativos e principalmente amava salto alto.

Já Raquel chamava atenção por seu estilo sexy, mas nada vulgar. Peças coladas, saias curtas, salto alto e sempre um toque chamativo, como uma luva de renda, uma fita no pescoço ou um batom vermelho.

E por fim Stella, que se vestia totalmente condizente com sua personalidade tímida. Gostava de peças mais básicas e discretas, mas sempre fofas com algum lacinho ou estampas de bichinhos.

Vestiram-se com roupas confortáveis e simples já que iriam logo se deitar depois do jantar. O salão estava novamente cheio, mas dessa vez menos barulhento; todos deviam estar cansados pelo primeiro dia. Matt já guardara um lugar na fila para as meninas que pegaram suas bandejas para a deliciosa refeição.

Conseguiram sentar-se na mesma mesa do almoço: era um lugar legal, longe da multidão. De lá podiam ver o salão inteiro e não ficavam expostos.

— Vamos carimbar essa mesa como nossa – Harley decidiu-se – Aqui é muito maneiro.

Todos concordaram. Stella pouco conseguiu comer lembrando-se do ocorrido na última aula. Seu humor só piorou quando conseguiu avistar Brandon, sua recente queda, conversando sorridente com algumas garotas em uma mesa reservada aos jogadores. Ela sabia que deveria ignorá-lo, pois garotos populares e animados jamais iriam ligar para uma menina tímida e sem graça. Era difícil se apaixonar por alguém e sentir aquilo por um garoto que só sabia o nome e conhecera naquele mesmo dia era potencialmente... bobo.

— Coração idiota! – ela pensou alto.

— O que? – Raquel perguntou sem entender.

— E-eu disse... sono idiota!

— É, também tô morrendo de sono.

— Ah, mas eu queria dar uma volta pela escola – Matt comentou – Deve ser muito maneira a noite.

— A gente vai ter um ano inteiro pra ver, Matt. Eu preciso ir dormir agora mesmo.

— Eu também...

— Eu também...

— Eu também...

E ainda falando “eu também” o quarteto saiu zanzando em direção ao quarto 302. Só conseguiram trocar de roupa e por seus pijamas, e as quatro caíram em suas camas feito pedras. Se quer conseguiram abrir a boca para dizer boa noite.

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