Be my valentine - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Be my valentine


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MORES ♥

Primeiramente vou avisando que cheguei de viagem e vou atualizar tudo (principalmente os próximos três dias que eu to agoniada de não ter atualizado).

Mas Fer, por que escreveu uma one se poderia ter att a outra? Olha, veio a ideia e eu não gosto de desperdiçar ideias, né. Então vai oneshot de Vaneltine's Day (porque aqui ainda não deu meia noite) xD

Enfim, São Paulo é maravilhoso, final do ano estarei lá de novo e é isso!

Boa leitura! ;)



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Um ano se passara desde que os vi pela última vez. Eu havia prometido a mim mesma me afastar de tudo que estava me fazendo mal, tudo que, involuntariamente, me fazia chorar no meio da noite, mas quanto mais eu fugia, mais difícil parecia continuar distante. 

E aqui estamos nós novamente. A sala de espera está mal iluminada pela hora, visto que, de madrugada, só permanece aqui quem acompanha o paciente. Katniss está lá dentro fazendo companhia a Peeta, que está se recuperando das consequências da sua última crise, quando ele acabou batendo com a cabeça num vaso de vidro e isso lhe arrancou bastante sangue. 

O médico já havia nos avisado que seria melhor voltarmos na manhã seguinte, mas tanto eu quanto Haymitch respondemos um sonoro não, afirmando que ficaríamos aqui, no aguardo de mais notícias.  

Não havíamos trocado uma palavra um com o outro. Sua cara estava totalmente fechada e depois de um tempo percebi que não era apenas preocupação. Ele estava desconfortável e não queria puxar assunto. 

Levanto-me para pegar um café, logo que percebo minhas pálpebras começarem a pesar. Não preciso dar de ombros para saber que ele me segue com o olhar até eu pegar um copo descartável disponível na bandeja em cima da pequena mesa ao lado da máquina.  

— Você quer café? - pergunto ainda de costas para ele. E, para o meu alívio, a resposta não demora a vir. 

— Acho que vou querer. 

Sirvo dois copos de café com leite e coloco açúcar apenas no meu, entregando-lhe o outro. Não volto a me sentar devido a minha inquietação, então trato de andar lentamente pelo corredor, assoprando algumas vezes na direção do copo, com o intuito de esfriar um pouco mais o líquido.  

Haymitch se levanta e joga seu copo no lixo, vindo na minha direção logo em seguida. Ainda estou terminando de tomar o café quando ele se aproxima. 

— Me desculpe – ele murmura com a cabeça baixa.  

— Por que motivo, exatamente? - indago após terminar de tomar o café. - Por ter mentido? 

Haymitch suspira e levanta a cabeça para me encarar. 

— Por tudo – ele diz. 

Balanço a cabeça em reprovação e reviro os olhos.  

— É sério que você ainda está chateada porque eu inventei aquelas coisas? 

— Está falando de quando você resolveu contar para todo mundo que nós transávamos todos os dias durante os jogos? - indago.  

Haymitch passa a íngua nos lábios e desvia o olhar.  

— Haymitch, aquilo foi ridículo - reclamo com os braços cruzados. Abaixo o tom da minha voz quando percebo-a ecoando no corredor. 

— Eu sei, eu sei – ele diz. - Me desculpe.  

Olho em seus olhos e, de alguma forma, sei que não está mentindo, que realmente se arrepende de ter dito tudo o que disse sobre esses anos que vínhamos trabalhando juntos.  

Há um sofá maior no canto da sala de espera e me encaminho até ele. Haymitch vem logo em seguida e se senta ao meu lado. Há um relógio digital próximo ao teto marcando exatamente 00:47hs do dia 14 de fevereiro. 

Ouço passos vindos do corredor e dou de ombros. Katniss aparece no meu campo de visão, visivelmente cansada. 

— Achei que estivessem aqui mesmo – ela diz após bocejar. - Peeta está se recuperando. Terá alta amanhã pela manhã. 

— Isso é ótimo, Katniss! - digo, tentando esbanjar empolgação, mas meu sono me impede.  

— Bom, era só para avisar mesmo, para vocês não se preocuparem – ela prossegue. - Se quiser ir para casa e descansar... Podemos passar lá logo quando sairmos, se quiser, Effie. 

Sorrio em consentimento e logo ela some novamente. Passo uma mão pelos meus cabelos e me recosto no sofá, tentando me sentir confortável. 

— E então - Haymitch diz. - Você vai ficar? 

— Já estou aqui, não estou? 

Haymitch sorri e, lentamente, segura a minha mão, entrelaçando os nossos dedos. E, ao perceber que correspondi, ele me puxa para mais perto de si. Ele aproxima seu rosto do meu até nossos lábios se encostarem levemente. Eu não sabia o que ele realmente queria com isso. Esse tempo e afastamento que tivemos serviu justamente para que eu me conformasse com a distância e não criasse mais esperanças com algo que nunca aconteceria. E agora isso. 

De qualquer forma, não consigo me desprender dele. É algo automático, é instinto. Sua mão livre toca o meu rosto com delicadeza enquanto nos beijamos. Até tomarmos distância e ele deixar que eu em apoie nele para dormir. 

Não consigo ter um sonho propriamente dito. Minha noite se resume a cenas soltas e sem sentido até eu me ver caindo e acordar num sobressalto. Quando abro os olhos, Haymitch está me afagando com uma mão enquanto me abraça com o outro braço. 

— Bom dia, princesa – Haymitch diz no meu ouvido enquanto ainda me desperto.  

Murmuro um "hm" me espreguiçando, sentindo uma dor gritante no pescoço, devido a minha posição quando caí no sono.  

— Você quer comer alguma coisa? - indaga. - Posso ir na lanchonete comprar. 

Balanço a cabeça num sim e ele deposita um beijo na minha cabeça antes de levantar. 

— Eu volto logo – diz antes de sair. Me encosto no sofá novamente e encontro uma posição nada dolorosa que me faz fechar os olhos mais uma vez, tirando um cochilo rápido. Quando volto a abrir os olhos, Haymitch ainda não voltou, então trato de me servir com um copo de café puro para despertar. 

Encho meu copo rapidamente e assopro um pouco antes de dar um gole e voltar para o sofá e colocar o copo no centro. 

— Achei que ia me esperar para comer – a voz de Haymitch soa e dou de ombros para vê-lo. Ele para próximo a parede com metade do corpo aparecendo, como se estivesse guardando ou pegando algo. Então volta a se aproximar com uma sacola na mão. Ele se senta ao meu lado e tira um pacote com um sanduíche dentro, pegando o outro para si. Pergunto se ele quer café e ele diz que não, pegando o meu copo logo em seguida, o que me faz estreitar os olhos na sua direção. Mas ele sorri e aponta para duas latas de suco mais a frente no centro que eu não havia notado antes, o que me faz balançar a cabeça e pegar uma para mim. 

Comemos em silêncio até terminarmos, então Haymitch se levanta e pega alguns guardanapos que ficam disponíveis próximos aos copos descartáveis, entregando-me também.  

— Haymitch, eu acho que vou para casa – digo. - Eu preciso pelo menos de um banho... Ah... Você sabe se o Peeta vai demorar para receber alta? 

— Acho que não vai demorar. Você tem que ir agora mesmo? 

— Eu não tenho que ir. Eu só... preciso de um banho. 

Ele faz bico e balança a cabeça, pensativo. 

— Tudo bem... Olha, eu não esperava que fosse aqui, mas... - ele diz enquanto volta para a entrada da sala de espera, esticando-se logo após a parede, onde havia parado mais cedo. Quando volta, há um pequeno buquê de flores na sua mão, com rosas vermelhas. Fico boquiaberta ao ver e meu estômago parece revirar. - Bom, isso aqui é pra você. 

Ele me entrega as rosas e trato de inspirar aquele aroma doce delas.  

— Eu sei que essas são bem clichês, mas eu estava com pressa e não sabia quais comprar – ele se explica e um fio de risada escapa dos meus lábios. 

— São lindas, Haymitch – digo, sentindo minha voz embargada. - Eu nunca recebi flores antes. 

— Nunca? - ele repete e eu balanço a cabeça em confirmação, o que o faz rir um pouco. - Olha Effie – ele prossegue, se aproximando mais um pouco de mim. Ele segura minha mão e me induz a sentar no sofá. - Eu sei que a gente se afastou muito nesses últimos tempos e até entendo a razão disso. Acredito que você, assim como eu, também achava que a distância ajudaria a um esquecer o outro. Eu vou entender seja lá qual for a sua resposta a isso, mas eu me arrependeria muito se ao menos não tentasse – ele passa a língua nos lábios e, segurando minhas duas mãos, ele se põe de joelhos no chão. - Effie, eu continuo apaixonado por você e não vou ficar quieto até saber se você sente o mesmo. Enfim, eu vou direto ao ponto. Effie Trinket... talvez eu esteja velho para fazer esse tipo de pedido, mas... você aceitaria namorar comigo? 

Eu não havia percebido que estava prendendo a respiração.  

— Você nunca disse tanta coisa bonita num único dia – digo e isso nos arranca uma boa risada. Mordo o lábio, tentando me controlar e prossigo. - Você sabe que eu ainda gosto de você. Mesmo depois de todas as besteiras que você já fez - reforço essa parte e ele faz uma careta. - Mas... eu aceito. É óbvio que eu aceito, Haymitch – respondo e ele trata de beijar minhas mãos antes de vir aos meus lábios. - Haymitch! - reclamo entre um beijo e outro. - Haymitch, as flores! Vai amassar! 

Após empurrá-lo um pouco, ele se senta ao meu lado e eu coloco o buquê no centro enquanto sinto-o beijar-me o pescoço.  

— Eu senti tanta falta disso – sussurro. 

— Eu também - ele sussurra de volta e me abraça. Ficamos assim por alguns instantes, abraçados no sofá. 

Ele havia dito que aumentaria a frequência em vir a Capital se eu fizesse o mesmo em ir ao Doze, o que já era previsto, então não houve problema nisso. O mais estranho de tudo é que nada mudou além do "título" de casal que nos demos, pois tudo continuou o mesmo que quando ainda estávamos nos jogos. Nós éramos um casal desde sempre, só não havíamos percebido isso a tempo.


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Notas finais do capítulo

Happy Valentine's Day!

Comentem e deixem a Lovett feliz ♥



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