Capítulo 2 – Carma é um saco.

OK, então, às vezes, até mesmo o melhor de nós toma decisões precipitadas. Más decisões. Decisões que bem sabemos que vamos nos arrepender no momento, num minuto e especialmente na manhã seguinte. Digo talvez não se arrepender, arrepender porque, pelo menos (você sabe) a gente deu a cara à tapa. Mas… ainda assim… Alguma coisa dentro da gente decide fazer uma coisa louca. Uma coisa que a gente sabe que provavelmente vai se voltar contra nós e nos pegar desprevenidos. E a gente faz mesmo assim. O que eu tô falando é… nós colhemos o que plantamos. Aqui se faz aqui se paga. É carma e, mesmo se você tentar amenizar… carma é um saco!

Bellamy Blake faz isso o tempo todo ele também é o rei das decisões precipitadas quando se trata da sua vida pessoal. Sabe que na sua carreira depois da faculdade não vai poder fazer isso é ele sabe muito bem diferenciar os dois Bellamy’s. O que ele é, de verdade, e o que seu pai quer que ele seja.

Nesse momento ele estava sendo o irritável Bellamy Blake que Octavia odiava.

— Bellamy porque tem uma garota usando minha caneca, sentada no meu lugar e vestindo o meu robe?... – A morena abre a porta do quarto de hóspedes onde o irmão dormia sem nenhuma cerimônia ela estava realmente brava, o Blake mais velho apenas se revirou e colocou o travesseiro no rosto. – Bellamy... – Octavia caminha até a cama arrancando o travesseiro do rosto do irmão – Eu estou falando com você...

 – E eu quero dormir – Ele resmungou

 – Você não vai dormir, até ensinar o lugar daquela vadiazinha que acha que é a dona da casa... Qual foi as nossas regras Bellamy? – Ela suspira alto – Você traz suas vadias para cá, mas elas ficam longe do meu caminho...

Bellamy resmunga alguma coisa enquanto se senta na cama, ainda dormindo, os olhos abrem com dificuldade para encontrar a figura da garota com as mãos na cintura e uma olhar fulminante.

— Não se preocupe nunca mais você a verá na vida – Ele deu um leve sorriso

 – Você não tem jeito – A morena suspira e toma o caminho da porta novamente, mas para antes de sair – Escuta... E aquela história da garota que te deu um toco... Você não disse que não iria desistir?

— E não vou, mas não significa que não possa me divertir enquanto eu não a consiga.

 – Você é um babaca, nenhuma mulher deveria dormir com você – Octavia sai desfilando para fora do cômodo, resmungando.

— E eu te amo, irmã. – Ele ainda grita, caindo na cama novamente.

Octavia passa pela garota que ainda está na cozinha tomando café sem ao menos olha-la colocaria fogo no robe e na caneca assim que voltasse da Faculdade, voltou até seu quarto se arrumou o mais rápido que pôde e saiu.

A faculdade não ficava tão longe de casa por isso Octavia não usava seu carro sempre, aproveitava para esticar as pernas, os dias estavam bonito em Arkadia ultimamente. A playlist foi colocada junto com os fones de ouvido tocava Maroon Five enquanto a morena virava a esquina e seu corpo é lançado alguns centímetros dali em um impacto leve mais bem doloroso.

O pé doía muito, a cabeça estava zonza, seu corpo estava de encontro ao chão sujo da rua, sua mão foi de encontro à cabeça depois do impacto, suas narinas identificaram o cheiro forte de sangue assim que sua mão molhada de algo pegajoso voltou a sua visão, sua testa estava cortada. A morena tentou levantar, mas não conseguiu. Ótimo era tudo o que faltava para o dia ser maravilhoso!

— Você esta bem? – A voz grossa soou segundos depois, e logo ele ganhou forma, o campo de visão de Octavia foi preenchido por um moreno, de cabeça raspada, ele era forte e estava com o rosto machucado, mas não parecia ter sido do acidente de agora, talvez ele não fosse um bom motoqueiro. – Consegue levantar? – Ela balançou a cabeça negativamente e ele a ajuda a colocando sentada.

— Ela está bem? – Uma morena que assistiu o acidente, corre até os dois.

 – Eu tô bem – Octavia responde ainda olhando a mão com um pouco de sangue.

 – Eu vou te levar para o hospital... – O Cara estava nervoso

 – Não precisa eu estou bem – Octavia tentar se levantar mais antes mesmo de se movimentar o urro de dor veio – Meu pé, meu pé...

— Eu estou com o carro da minha amiga, eu levo vocês – O homem a olha por um segundo – Você está de moto, não vai conseguir leva-la, é melhor aceitar minha ajuda... Ah! Eu sou Raven – Ela deu um leve sorriso desdenhoso para o cara.

Ele não fala nada apenas pega Octavia no colo para que ela não se esforçasse e segui Raven.

— Você precisa urgentemente aprender a andar de moto – Octavia murmura passando o dedo pelo corte no rosto do homem que a leva – Você pode matar alguém... – Ela brinca, mas ele não fala nada apenas a coloca no banco de trás do carro.

Lincoln e Raven ocupam os bancos da frente; Ele o do carona e ela dirigindo.

 – Eu sou Raven – O carro já estava em movimento quando a morena se apresenta.

 – Eu sou Octavia – A Blake se apresenta também tentando controlar a dor que sentia, mas suas caretas denunciava que aquilo não estava nada bom.

— Uma Blake... Que honra – A motorista brinca e Lincoln se retorce no banco um pouco incomodado.

— E você barbeiro não vai se apresentar? É o mínimo que me deve afinal você me atropelou

 – Eu estou te levando para o hospital, não estou? – Ele estava bravo agora. Talvez estar em uma carro com duas tagarelas indo para o hospital não estivesse mesmo nos planos dele.

— Eu – Raven maneja o carro com habilidade passando pelos carros como uma velocista – te conheço, Lincoln “terra firme” eu fui à sua luta, pra falar a verdade estava torcendo por você, até apostei.

— Espera foi você que lutou com o meu irmão? – A Blake gargalha – Isso foi algum tipo de vingança, ou coisa do tipo?

— Eu nunca machucaria alguém, porque perdi uma luta – Ele continua sério e com um ar bravo.

— Eu estou brincando, nervosinho... Você é sempre assim?

— Assim como?

— Parecendo o meu avô que participou do massacre do arco do anel... – Raven solta fazendo Lincoln se fechar mais ainda.

Os três chegam ao hospital alguns minutos depois, Octavia e Raven não param a boca um segundo, as duas se deram muito bem, já Lincoln apenas as escuta, ou ignora. As duas tinham suas dúvidas.

Octavia foi levada para uma ala de emergência e estava sendo atendida, enquanto Lincoln e Raven esperavam em uma sala de espera.

— Então e a sua moto? – Raven pergunta arriscando ser ignorada pelo homem, já que sabia que ele era de poucas palavras.

 – Eu mandei um amigo pega-la – Ele responde imediatamente indo contra todas as expectativas da garota.

— Você acha que devemos avisar o irmão dela? Afinal você ouviu o médico, ela vai ficar de observação pela pancada na cabeça... – Raven continua a tentar uma conversa com Lincoln.

— Eu não o conheço...

— Nem eu, mas conheço alguém que pode fazer isso para a gente – O sorriso da morena enlanguesce. Ela se levanta e saca o telefone – Só preciso dar um telefonema.

                                                    ***

Sabe quando a gente tenta fugir de alguma coisa, mas quanto mais tentamos, mas elas se aproximam da gente? Clarke nesse momento pensava assim e a “coisa” dela tinha nome e sobrenome Bellamy Blake. – Sabia que aquele cara era problema na certa, e essa fase da sua vida a primeira regra era ficar longe de problemas, então por assim dizer primeira regra da sua vida drasticamente era ficar longe de caras tipo Bellamy.

Só que infelizmente talvez a primeira regra da vida de Bellamy nesse momento fosse atrair garotas tipo Clarke para problemas o que dificultava realmente as coisas e o que parece o destino estava dando uma mãozinha para ele.

— O quê? – A loira estava a caminho do refeitório quando seu telefone tocou mostrando o rosto sorridente de Raven na tela – Como assim acidente? Você esta bem? Onde você está? – Clarke atacou a amiga com perguntas, mas Raven a conhecia bastante tempo para saber que seria assim.

 – Clarke... Clarke... Eu sei que é os instintos de medica falando mais alto, mas você tem que se acalmar... Eu tô bem, ok? Octavia se machucou e eles a deixaram de observação, e não temos como avisar o irmão dela, eu preciso que você faça isso, ele estuda ai na faculdade...

— Claro, claro... Quem ele é?

— Bellamy – O nome saiu com um esforço, Clarke tinha certeza que Raven estava fazendo careta enquanto esperava sua resposta – Bellamy Blake...

— Não – A palavra saiu antes mesmo de a loira pensar na possibilidade, talvez fosse automático sua mente fugir de problemas.

 – Clarke, ela não pode falar com ele, está em observação, o hospital mandou a gente contatar algum familiar... Eu preciso de você – Ela apela.

 – Droga! Porque você não consegue ficar longe de problemas? E porque me arrasta pra eles junto?

— Porque eu te amo? – A morena tenta

Um suspiro pesado toma conta da linha e depois silêncio... Silêncio... Silêncio – Tudo bem, Você esta me devendo mais uma.

— Te amo – Ela esta com um sorriso de vitoriosa – Obrigada, Obrigada, Obrigada.

 – Eu vou cobrar, lembre-se disso – O telefone foi desligado, agora só tinha uma Clarke sem saber o que fazer.

 A estudante de Medicina caminha de um lado para o outro, desconfia se fizer esse movimento mais uma vez abrirá um buraco no chão à frente da porta do refeitório da faculdade, ela olha pela grande porta de vidro vasculha cada centímetro do refeitório até o encontrar, ele esta lá na maior mesa do refeitório arrodeado de amigos e garotas, inclusive nesse momento duas delas estam sentadas em cada perna sua, Clarke revira os olhos a cena então respira fundo e entra no lugar, não poderia mais adiar.

A loira caminha firmemente em passos largos e cabeça erguida até a mesa. Quando se aproxima suficiente para todos que estam a veja para bem na ponta da mesa ao lado do garoto magricela do dia da luta e os encara.

 Bellamy lança um sorriso convencido quando seus olhos encontram os da moça, ele esta realmente satisfeito de vê-la vindo até ele.

— Brave Princess...

— Eu já te pedir para não me chamar assim – Ela retruca no momento seguinte, não sabia explicar a raiva que sentia de Raven naquele momento, por ter a obrigado esta ali vendo aquele sorriso convencido de Bellamy.

 – Quem é a vadia? – Uma das garotas que esta sentada no colo dele pergunta, Ela era morena, com um corpo invejável, cabelo falso, e decote exagerado demais para uma faculdade.

— Eu vou preferir ignorar você porque realmente eu acho que você não sabe o que diz...

— Nunca mais fale assim como ela – Bellamy parecia bravo – Já deu, saiam que perdi a paciência com vocês – Ele enxota as duas já se levantando indo em direção a Clarke.

— Mas Bell... – A morena ainda tenta. Era um horror ver elas se arrastando para ele sem um mínimo de vergonha na cara, foi tudo o que Clarke pensou vendo aquela cena.

— Nunca mais me chame assim... – Ele salta quando ouvi o apelido – Eu já disse só a Octavia me chama assim, não quero ouvir da boca de mais ninguém – Seu rosto suaviza quando volta a olhar Clarke – Vem vamos conversar em outro lugar... – Ele sai antes mesmo da garota protestar.

Bellamy caminha em passos largos até fora do refeitório e só para quando já esta no corredor, Clarke o segue não tem muito que fazer, precisava contar sobre Octavia tinha prometido a Raven.

 – Bellamy... – A Universitária o chama assim que se aproxima.

— Brave Princess – Ele sorri satisfeito – Eu sabia que você mudaria de ideia...

— Eu não mudei – Clarke corta imediatamente vendo o sorriso se desmanchar do homem – Eu só preciso te contar uma coisa não muito boa sobre Octavia – Os traços confusos do rosto de Bellamy mudam rapidamente para algo mais carrancudo e preocupado, sua respiração até acelerou quando ouviu o nome Octavia se existia alguém no mundo com quem o lutador se preocupava era a irmã e agora Clarke sabia disso.

 – O que aconteceu com ela? Onde ela está?

— Pois é, no hospital...

 – Quê? Que hospital? Me diz o endereço ou vou pra lá agora – Ele sai caminhando em passos largos ignorando totalmente a presença de Clarke, mas ela volta a segui-lo

 – Bellamy espera... Tá tudo bem com ela – A loira apressa mais o passo e passa a frente do lutador o impedindo de passar, como no dia anterior ele fez com ela – Está tudo bem, se acalma.

— Você não sabe... – A respiração dele estava entre cortada

— Eu sei, eu estou te afirmando esta tudo bem com ela... – Clarke se olhou no momento, ela estava com as mãos em cada braço de Bellamy o segurando e olhando fixamente para seu rosto, isso não era bom, mas também não podia se afastar ele estava realmente nervoso – Confia em mim? – Ele não fala nada, apenas depois de alguns segundos com os olhos grudados nos dela, balança a cabeça afirmando. – Vem, eu vou com você para o hospital, você não está com condições para dirigir.

                                                 ***

Clarke ama enigmas. Desde que era criança. O recorde das palavras cruzadas do New York Times dela é de 11 minutos. E ela tinha 13 anos. Ainda esta tentando melhorá-lo. Tudo bem, isso soa prepotente. A questão é que, quando a loira pega um enigma, não pode abandoná-lo, até resolvê-lo.

Enigmas são a razão de ela ter entrado na medicina e claro a paixão que passou de mãe para filha nunca podemos relevar isso. Mas é sobre o que a medicina é. Recolher toda a informação disponível. Acessar o problema. Você foca sua atenção. E você resolve o enigma. As pessoas são um enigma mais difícil. Nunca tem uma resposta certa. E você nunca tem toda a informação.

Bellamy Blake era um enigma e um grande e complicado enigma, era tudo o que Clarke conseguia pensar enquanto dirigia o esportivo chiquérrimo dele. O lutador estava ao seu lado calado, sem nenhuma provocação, sem nenhuma cantada, sem nenhuma gracinha, apenas lá se retorcendo de hora e hora e tentando controlar a respiração...

— Como você soube? – Silêncio foi cortado.

— Raven minha amiga estava perto e viu o acidente, ela que levou ela e o cara que a atropelou para o hospital.

— Esse filho da p...

— Hey... Ele prestou socorro e está com ela até agora, então ele não é tão filho da mãe assim.

 – Eu só estou bravo preciso descontar em alguém... – Ele suspira pesadamente.

 – Você se preocupa muito com ela, não é?

— Ela é minha bonequinha, eu não posso evitar – Clarke sorri com a resposta – O quê?

 – Nada... – A loira faz uma pausa – É só que... É bom saber que você não é babaca o tempo todo...

— Você esta dando mole para mim? – Clarke o olha de relance e faz uma careta e ele sorrir – Só pra saber?

— Eu retiro tudo o que disse... Você é babaca o tempo todo.

Os dois sorriem mesmo que o de Clarke é disfarçado.

O hospital não fica tão longe da faculdade e como ele também não esta tão cheio não foi muito difícil encontrar Raven e Lincoln os dois estam sentados na sala de espera quando Bellamy é Clarke entram no local, os olhos do lutador foram logo no conhecido de luta que se levanta rapidamente assim que o vê.

 – O que você está faze... Espera foi você? – Bellamy se aproxima do homem que não se move – Foi você quem atropelou a Octavia?

— Eu peço desculpas – Ele esta calmo diferente de Bellamy. – Eu só não...

— Cala a boca – Ele parte para cima de Lincoln, o acertando com um soco certeiro no nariz – Foi vingança, é isso?

 – Bellamy – Clarke e Raven o segura – Aqui não é lugar, ok? – A loira o puxa para longe enquanto Raven ajuda Lincoln. – O que deu em você?- Clarke questiona o lutador assim que estão bem longe de Raven e Lincoln

— Ele a atropelou só porque perdeu a luta – Ele soca a parede

— Você não sabe disso... Acidentes acontecem...

— Coincidência demais, não acha? O cara apanhou de mim em um dia no outro ele atropela minha irmã... – Os olhos do Blake estam encarando Clarke novamente como se ela tivesse a resposta pra tudo.

— Pode até ser... Mas você não sabe, você tem que falar com sua irmã primeiro, não sair batendo no cara dentro do hospital – Ele suspira cansado.

— Você bateu no cara? – A voz de Octavia faz os dois se virarem imediatamente para encontrar a moça com o pé engessado se apoiando em duas muletas, mas com uma cara brava.

— O – Bellamy corre até irmã a abraçando desengonçadamente – Você esta bem? – Ele a olha de cima abaixo – Porque você está aqui? O que o médico disse?

— Eu estou aqui porque o cara que me socorreu... Depois de ter me atropelado, mas isso não vem ao caso – Ela faz uma pausa e respira fundo encarando o irmão – Você bateu nele, ele está na enfermaria com o nariz quebrado... Bell.

— Ele te atropelou, O.

— A culpa foi minha eu que atravessei a rua sem ver, distraída com os fones no ouvido, você sabe como eu sou... – Ela mente, sabia que se não for isso, ele mataria o cara é seria preso e o pai deles o mataria por acabar com o nome da família, aí o pai dela seria preso, a mãe certamente entraria em depressão e a família Blake iria para a ruína. E Octavia Blake não queria estar em uma família em ruína.

— Tem certeza?

— Tenho, não foi culpada dele. – Ela afirma.

 – Viu? Acho que você precisa pedir desculpa a alguém – Clarke arrisca e ganha sua atenção com uma pequena carranca que Clarke dá de ombros.

— Quem é ela? – O sorriso de Octavia denuncia que ela já sabe quem a loira é. Bellamy a olha sem falar nada – É ela não é? – O lutador volta para a moça que assiste sem entender nada – A garota que te deu um passa fora – Octavia sorri e pula até Clarke com as muletas – Eu já te adoro você única garota no mundo que não é cega ou tem problemas mentais para dar bola para esse babaca.

— Não é? – Clarke concorda sorrindo. – Eu sou Clarke.

— Vem, você não está me ajudando, vou te levar de volta para a emergência – Bellamy pega as muletas e entrega a Clarke pegando a irmã no colo a levando de volta para a emergência.

                                            ***

 – Como o cara está? – Clarke pergunta enquanto sai do hospital com Raven. Octavia esta esperando sua alta e Lincoln já tinha ido embora.

— Bem, incrivelmente o nariz dele ficará bom.

— Eu te odeio, sabia? Só você para me meter nesse tipo de coisa – Raven esta rindo.  

— É impressão minha, ou você e o Bellamy...

— Eu e o Bellamy nada ok? Só tô aqui porque você me obrigou novamente...

— Eu? Eu...

 – Princesa – As duas voltam à atenção para Bellamy que atravessa as portas de vidro correndo para alcançá-la – Eu posso falar com você?

— Eu tô indo pro carro... – Raven sai antes mesmo de ouvir protestos de Clarke.

— Tudo bem com Octavia?

— Tudo, tudo ótimo. Ela está recebendo alta agora mesmo – Ele solta um suspiro – Eu queria agradecer a você, e a sua amiga também. Às vezes eu consigo ser incontrolável ainda mais quando se trata da minha irmã.

— Você estava nervoso... E mesmo quebrando o nariz de alguém que não merecia, eu entendo é a sua irmã. – O lutador dá um sorriso de leve fitando a garota.

— E você ainda me culpa, por querer sair com você.

— Não começa Blake...

Bellamy levanta as mãos em sinal de rendição – Tudo bem princesa, eu juro que não vou mais insistir nisso, mas só se você me prometer algo – A loira revira os olhos já imaginando que viria alguma besteira – A gente vai ser amigos...

— Amigos? – A voz incrédula dela o fez soltar uma breve carranca. – Você tem amigas desde quando?

 – Se você pensar desse jeito as coisas não vão funcionar... O lance é – Ele cruza os braços – Eu gosto de você, do seu jeito, sei lá... E eu quero dormir com você, também não vou negar, se você for minha amiga eu não vou poder dormir com você, se você não for eu vou ficar perto de você do mesmo jeito e aí não vou garantir que não vou dar em cima de você – Ele explica seriamente tudo como se algo do que ele disse fizesse algum sentido.

— Você esta me coagindo a ser sua amiga? – A loira não segura o sorriso.

  – Você que está vendo por esse lado, Brave Princess.

Clarke fica em silêncio por um longo tempo, ela realmente esta pensando em tudo o que ele disse.

Esta mordendo o lábio quando começa a falar – Você não vai parar de me chamar assim não é? – Ele faz não com a cabeça – Nem vai parar de me perseguir – Ele faz não o gesto com a cabeça novamente – Essa é minha única opção? – Ele agora muda o gesto afirmando com a cabeça. – Amigos? Só isso? Você não vai tentar nada?

— Eu prometo

 – Sem gracinhas, sem cantadas...

— Eu prometo – Ele sustenta a palavra, pega em cada braço de Clarke como ela fez com ele mais cedo e fixa seus olhos no dela – Vamos lá princesa, eu nunca falei isso para outra garota... Amigos?

— Tudo bem... Amigos – O lutador sorri satisfeito – Mas na primeira gracinha eu fico longe de você...

— Tudo bem, eu não vou pagar pra ver.

— Ok, a gente se vê – A loira se solta das mãos de Bellamy.

— Até amanhã Clarke... – Ela arqueia as sobrancelhas quando ouvi seu nome – Mesmo sendo um belo nome eu ainda gosto mais de Brave Princess e vou continuar te chamar assim. – A futura medica dá um leve sorriso

 – Até Bellamy – Clarke tem certeza que se arrependerá disso para sempre, mas realmente tinha momentos na vida que não tinha para onde correr e temos que tomar decisões que sabemos que vamos nos arrepender em algum momento da vida.