Sera que um dia serei feliz-MarLili-Brutinha escrita por Sabrina


Capítulo 5
Sofrendo e Sofrendo


Notas iniciais do capítulo

Vamos a mais um cap e queria agradecer a Isabellla que está comentando na fic mais vamos ao cap espero que gostem



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Marlon estava bem melhor fisicamente alguns dias depois, mas psicologicamente estava um caco, mal conseguia dormir, se alimentava só porque Martha praticamente lhe enfiava a comida garganta abaixo. Bruno  tentava ser um cara legal com ele, mas o via sempre muito incomodado com a presença do irmão, ele quase não parava em casa, sempre trabalhando, ou na casa da noiva. Ele pensava como estava sendo um encosto na vida de todos, precisava sair logo de lá e planejava ir de madrugada. Já até tinha ligado para Sandra a mulher que o adotará dizendo que planejava esperar amanhecer em outro lugar, ir até a rodoviária e ir direto pra casa dela.

Ele sentia uma coisa por dentro, um peso no meio do peito que ele nunca sentira na vida, sempre foi uma pessoa muito alegre, de bem com a vida, mesmo quando tinha se separado de Lili  quando namoravam, ele não tinha ficado tão mal. Era um sentimento muito esquisito, e ele não gostava de conversar mais, não queria compartilhar essa dor com ninguém. Já bastava ter que compartilhar o espaço, a atenção de todos.

Martha veio lhe oferecer um chá para dormir, ele agradeceu, mas recusou o chá.

— Boa noite, Marlon. – a mulher  o olhou, tinha um pressentimento estranho. – Você tá bem mesmo?

— Tô sim. – ele lhe ofereceu um daqueles sorrisos que sempre dava nos últimos dias, o mais convincente possível. – Obrigado, Martha  – ele sentiu um nó na garganta, porque aquele agradecimento era por tudo. Não só pelo chá ou pela preocupação.

— Boa noite, e não foi nada, querido. Amanhã eu saio cedo, mas volto logo, está bem?

— Tá bom.

Ela foi para o quarto e ele observou até a porta ser fechada, iria sentir falta dela, era uma boa pessoa, queria perdoar ela mais era difícil . Bruno tinha lhe arrumado um carregador para o celular, e um notebook pra se distrair. Iria esperar a madrugada chegar. Falando no irmão, ele invadiu a sala logo em seguida que Marlon tinha colocado o computador no colo.

— E ae,.
— Oi. – ele acenou para Bruno com a cabeça, ainda era estranha a aproximação deles.
— Cê tá bem?
— Sim, sim, e você?
— Sim... E minha mãe?
— Sua mãe já foi deitar.
— Ah, eu vou pro quarto, tomar um banho e já dormir, já jantei.
— Beleza.

Bruno tirou a jaqueta e já estava indo pro quarto, quando Marlon o interrompeu.

— Bruno , eu... Desculpa por ter... voltado sem ter te falado nada, de surpresa assim, eu não devia ter feito isso.
— Ih, que papo é esse?
— Eu sei que eu atrapalho, que eu sou um estranho para você. Mas, valeu por tudo, mesmo.
— Imagina a casa e sua também venha sempre que precisso . – Bruno falou , e sentou do lado do irmão.

Realmente, era muito esquisito olhar pra ele, como se fosse um espelho. Mas tinha reparado em quanto Marlon  tinha emagrecido nos últimos dias, e como estava mais estranho do que era. Não queria aceitar a presença dele na sua casa, mal conseguia ficar no mesmo lugar que ele, não aguentava mais responder perguntas de todos sobre esse assunto, mas agora, olhando pra ele, se arrependia por não ter sido mais legal. Ele estava visivelmente mal.

— Eu...

— Fica tranquilo, Bruno . Sem sentimentalismo, sei que você não é homem disso.
— Eu sinto muito pelo que a Lili fez com você, quando eu brigo com a Fatinha  e fico uns dias sem falar com ela, eu fico maluco, imagino o que você sente.
— Não precisa...
— Não, olha... Eu realmente não gosto de mostrar sentimentos, sempre fui assim, um ignorante, e sempre serei. Mas, sinto muito se estou sendo um cavalo com você.
— Você tem seus motivos. Não está sendo fácil pra você também.
— Vai ficar tudo bem,. Fica de boa, que vai ficar tudo bem. Você vai encontrar alguém que te merece.

Bruno  deu um tapa de leve no ombro do irmão, lhe deu boa noite e rumou para o quarto. Marlon  ficou fuçando na internet, até que ouviu nenhum barulho dos quartos de seus anfitriões. Ficou ali pensando na conversa que teve com Bruno, a mais longa desses dias que esteve ali, poderia ser que um dia eles pudessem ter sido como irmãos de verdade, mas agora isso não ia acontecer mais.

Marlon buscou um fone de ouvido para não acordar ninguém, e entrou no youtube, digitou o nome dele é  da ex mulher, ele não conseguiu evitar um sorriso quando as entrevistas  de quando eles estavao casados e felizes aparecerão  e de quando eles anunciarão que iriao casar . Mas ele só conseguia prestar atenção em uma pessoa,  os sorrisos dela, a voz. Mal percebeu quando começou a chorar, mas voltou para a página de busca e digitou o nome dela. E apareceu uma notícia recente: “Será que acabou? Alice Barcelos (Lili) pode estar solteira.” Ele clicou na noticia, e apareceu uma imagem recente da ex mulher em um evento.

Com um vestido azul brilhoso, Lili não sorria para a foto, mas estava encantadora como sempre, maquiada de forma marcante nos olhos. Marlon  foi ler a notícia.

“Alice Barcelos (Lili) aparece sem aliança em evento.” – dizia o subtítulo. Ele continuou: “Alice, nossa querida destruidora da comunidade do mal, compareceu em um evento de moda em Copacabana desacompanhada do marido, Marlon Sampaio . Ela chegou com um segurança, e se limitou a responder perguntas da imprensa. Quando questionada sobre uma provável crise em seu casamento, respondeu: “Esta noite, não respondo sobre minha vida pessoal, apenas profissional.” Mas mesmo assim, a autora de livros juvenis, desfilou pelo evento sem a aliança na mão esquerda.

Já faz algum tempo que não a vimos por aí com o seu querido príncipe encantado, onde será que o marido ou ex-marido  está? Será que o conto de fadas acabou? Esperamos que não, pois este casal é uma fofura.

Sobre as novidades da carreira, Alice disse que está planejando lançar um livro no próximo semestre,. Estamos no aguardo!”.

Marlon se deixou afundar mais um pouco no sofá, se sentia péssimo, pior do que antes, se isso fosse possível. Pegou o travesseiro e tampou o rosto. Chorou o que conseguiu, e tentou abafar o barulho, ele sentia muita falta dela, não ia conseguir ficar longe dela, por mais orgulhoso que fosse. Se permitiu chorar o quanto pode, ainda com o rosto molhado, mas mais calmo, desligou o notebook, juntou todas as coisas, colocou uma das camisas sociais que tinha levado, todo amassado mesmo, e juntou todas as roupas que pegou emprestado de Bruno , e até as que tinha comprado aquele dia dos pães com Fatinha . Fatinha , ele se lembrou daquele dia.

Em cada lugar que passava, todos pensavam que ele era Bruno , mas não abria a boca para ninguém perceber que ele não era. Chegava a ser uma situação engraçada, Fatinha  ria e ele também, porque se ele fosse explicar para todos a situação, ninguém entenderia mesmo. Quando chegaram na loja, Fatinha o deixou a vontade para escolher as roupas que queria, mas até os vendedores a conheciam.

— Bruno , como tá? – um vendedor lhe perguntou.
— Bem, e você?
— Bem, tá precisando do que?
— Na verdade, de um pouco de tudo, – ele riu, mais da imitação ridícula que estava fazendo, do que da resposta.

— Fernando, cê pode deixar que eu vou ajudar ele a escolher umas coisas e já fechamos com você. – Fatinha  veio lhe salvar.
— Claro, claro, tá bom. – o vendedor saiu. E Fatinha  lhe deu um tapa nas costas.
— Você tá maluco?

Depois de dias, Marlon  riu verdadeiramente.

— Na boa, é muito fácil falar desse jeito,. Cê não acha? Tá parecido?

Fatinha  ficou olhando incrédula pra ele, mas logo não aguentou e riu também.

— Tá ridículo! Vai, escolhe umas coisas aí e para de enrolar.
— Claro, madame. – ele se curvou pra ela como um cavalheiro, a fazendo rir de novo.

Marlon escolheu algumas roupas, todas com o estilo totalmente diferente de Bruno, e experimentou, enquanto Fatinha aguardava do lado de fora dos provadores. Ele saiu de jeans e uma polo azul marinho, porque ela tinha detestado a branca.

— E essa tá boa?
— Nossa, finalmente uma coisa que ficou boa em você.
— Valeu, hein. – ele fez um joinha pra ela.
— Larga de drama, e vamos logo. Bruno  já me ligou três vezes para voltarmos pra casa.
— Vamos.

Ele pegou todas as sacolas, e foi voltando pra casa com ela.

— Marlon, eu... sinto muito pelo que aconteceu e tudo.
— Tá tudo bem. – ele disse, com um sorriso torto.

E a dor de cabeça?
— Ainda tá um pouco, mas melhorou.

Fatinha  antes de entrar na casa de Bruno, parou Marlon na porta.

— Tenha paciência com o Bruno , ele nunca teve um irmão. E sei que é tudo muito recente e estranho, mas acho que vocês merecem uma chance.
— Tá.
— E espero que você fique bem mesmo.

Após dizer isso, ela entrou na casa de encontro com o noivo.

Marlon já tinha terminado de arrumar as coisas, deixou tudo, até as roupas que comprou com ela, menos a azul marinho, a dobrou e colocou na mala quase vazia. Deixou um bilhete para Bruno encima do notebook e um para Martha na cozinha. Abriu a porta silenciosamente e deu uma última olhada para tudo.

Mandou uma sms para mãe adotiva : “Estou voltando.” Carregou a mala até a calçada e observou a rua deserta, serenava aquela hora da madrugada, não sabia se despedia dela ou não. Foi até a casa de Fatinha , forçou o portão que abriu sem ruído, foi até a porta, e imitou a batida dela e Bruno, sabia que ela iria vir correndo abrir. Mas demorou, ele bateu de novo, e uma Fatinha  de pijama curto de desenho abriu a porta, o cabelo desgrenhado, o rosto inchado de sono, demorou alguns segundos para perceber que ele não era o Bruno.

— Marlon! Que foi? Aconteceu alguma coisa? – ela olhou pra ele de cima abaixo, e olhou pra mala que ele segurava.

— Eu vou embora. Só vim me despedir, distinta madame. – ele deu um sorriso torto.

Fatinha  percebeu o quanto ele estava esquisito, mas não queria se meter, ficou na dela, percebeu o quanto ele estava mal, mas pensou que ia passar, sei lá. Observou o quanto estava magro e seus olhos fundos, meio apagados.

— Você vai pra onde?

— Pra casa, não posso mais fugir da realidade.

—Mas você... Você não tá bem, não.

Ele sentiu aquele peso no meio do peito de novo, começou a lembrar de Lili de novo, olhou pra Fatinha  e os olhos dela o lembravam daqueles doces olhos. Ele balançou a cabeça negativamente, confirmando o que ela dizia, aquela dor no peito parecia aquela que sentiu quando acordou do acidente, como se estivesse sem ar. Mas agora, tinha ar.

— Ah, Marlon, não chora. – ele não tinha notado que tinha começado a chorar, quando sentiu o peso ir aliviando bem devagarzinho, mas não era quase nada.

Fatinha  se aproximou do rapaz, e o abraçou o mais forte que pode.  Ele soltou o choro no peito, apoiando a cabeça no ombro dela.

Ela nunca queria sentir o que ele sentia, desejava nunca perder Bruno, porque sabia que a dor que Marlon sentia era real e forte. Por mais forte que fosse, não ia aguentar ficar um segundo sem o seu moreno , seu amor, nunca tinha tido esse sentimento por ninguém, e agora que sentia, entendia porque ele estava tão mal. O amor podia ser desolador.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenhao gostado do cap assim que der eu volto



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