Just Look Out escrita por JP


Capítulo 12
FlashBack: Fugitivos


Notas iniciais do capítulo

Oii!
Então, no capítulo anterior Sam e Freddie estavam sozinhos na quadra discutindo sobre o beijo que tiveram quando uma garota interrompeu tudo...
Vejam agora quem é essa garota:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678480/chapter/12

 

PDV - Freddie

Sam permaneceu tampando a minha boca por um bom tempo, inclusive quando notamos uma voz feminina familiar e alguns passos vindo para o nosso esconderijo:

— Quem está aí? - tornou a questionar.

Rezei para quem quer que fosse, desistisse de nós, porém, minhas preces não foram ouvidas e finalmente fomos encontrados. 

— AI MEU DEUS! - berrou a pessoa depois de nos achar por trás da arquibancada.

Assim que Sam tirou a mão suja da minha boca, pude dizer sem medo:

— Wendy!? - fiquei espantado ao saber que era ela que estava atrás de nós como um cão-de-caça.

Sam me empurrou para fora do esconderijo e puxou a Wendy para a outra extremidade da quadra. Reparei que a garota poderia ter um troço a qualquer momento, pois estava quase ficando sem ar. E, óbvio, eu as segui para saber da conversa:

— O que vocês dois estavam fazendo ali? - questionou Wendy, agitada, apontando para o local. 

— Nada! - murmurou a loira. 

— Nada? Como assim!? Era algo, sim! Vocês estavam fazendo algo, algo "proibido", não? - falou Wendy sem interrupções. Ela era assim, falava quase que sem parar. - Vocês estavam se escondendo de mim!

P.S.: Notei que havia um grandioso e brilhante distintivo de monitor preso em sua blusa. 

— Eu ainda escutei você, Freddie! - Ela apontou para mim, o que fez a Sam bufar de raiva. Tanto a Sam quanto eu sabíamos da fama da Wendy em relação as fofocas e nós sabíamos que esse "flagra" não poderia render bons privilégios para a gente. - Você gritou algo... Sobre traição! - Wendy arregalou os olhos para mim. - O Brad, não foi!? Vocês dois...

PLAFT!

Wendy estava prestes a concluir sua frase, contudo, foi impedida por um golpe da Sam, que fez com que a garota caísse no chão, desacordada. 

— Sam! - Repreendi a atitude da loira.

A loira suspirou e falou:

— Ah, ela não parava de falar! - Sam cruzou os braços, olhando para a Wendy no chão. - Vem, vamos sair daqui! 

Ela correu na frente e talvez esperasse que eu fosse atrás dela, mas não fui. Então, inconformada, Sam deu meia volta e veio ao meu encontro. 

— Não posso ir embora agora! - Contei-lhe.

— Deixa de ser idiota, nerd! Ela vai ficar bem! - prometeu Sam sobre o estado da Wendy. - Agora, temos que fugir! Logo mais ela irá acordar e contar para o diretor Franklin ou pior... Podem nos ver e ligar todos fatos!

Estreitei os olhos para ela.

— Mas foi você que bateu nela! - eu me justifiquei. 

— Se esqueceu que você também estava presente no "crime", gênio!? Anda. Não podemos ficar aqui parados! Se souberem que eu e você estávamos fora de sala...

Mordi os lábios. 

"Droga! Eu teria mesmo que fugir com a Sam ou, ao menos, me esconder em algum lugar seguro até a poeira baixar... Bem, vou descartar essa segunda alternativa. Chega de esconderijos por hoje!"

— Ok! - Concordei em "fugir" com a Sam.

 

(***)

Sam e eu passamos por vários corredores. Todos aparentavam vazios e silenciosos, o que facilitou bastante na nossa fuga.

— Nenhum sinal de professor, monitor ou de diretor! - sussurrou Sam, aliviada, olhando para trás. 

Passamos tranquilamente pelo corredor principal, consequentemente, o último corredor do Ridgeway, que dava acesso à saída. Para a nossa sorte os portões estavam destrancados.

Depois que descemos as escadarias, Sam apontou e correu para uma direção em que remetia ao gramado do colégio, local onde ela deixou a sua bicicleta da última vez.

— Você não tem medo que roubem sua bicicleta? - perguntei a Sam, enquanto ela colocava o veículo de pé e o montava.

Sam deu um sorriso intimidador e até revirou os olhos para a minha questão, quando já estava montada. 

— Acredite em mim, nenhum idiota teria coragem de roubar algo de um Puckett.

Arregalei os olhos.

 Não sei como ainda me surpreendo com tanta "coragem e certeza" em uma única pessoa. 

— Você vem comigo ou não? - Sam me perguntou, olhando para mim com uma expressão de agitação.

— Eh... Hmmmm... - As palavras não viam. Afinal, de que maneira eu iria com a Sam? Certo que havia um espaço atrás, mas seria meio desconfortável. - Nessa bicicleta? 

Sam suspirou.

— Como você pode ser tão inteligente e tão tapado ao mesmo tempo? - zombou Sam, com ironia. - É claro que vamos nessa bicicleta! É a única que tenho! Agora se você preferir ficar...

— Está bem! - Ergui os dois braços para o alto. 

Sam se preparou para pedalar quando me sentei no minúsculo espaço para passageiro. E, já que não havia local para se segurar, decidi envolver os meus braços em volta da cintura da loira, que olhou para mim por cima do ombro.

— Desculpa... Eu não devia... - murmurei, nervoso, tirando as mãos de cima da Sam, para me prender em outra parte do veículo. 

— Só cala a boca. - expressou a garota autoritária.

Ela pegou equilíbrio na bicicleta e começou a pedalar normalmente. Não me dei ao luxo de perguntá-la para onde iríamos, seu único foco era na pista molhada e no fato de estar me carregando.

Depois de percorrer vários quilômetros de distância, Sam parou em frente a uma praça pública para, quem sabe, descansar um pouco. A bicicleta fora largada próximo a uma gigantesca árvore.

— Trouxe algum lanchinho, Benson? - questionou-me quando ela se escorou na mesma árvore, entediada e cansada.

— Não! - respondi, zangado, também me escorando na árvore - A minha mochila ficou na sala!

Sam desescorou-se da árvore para olhar a minha expressão e eu pude notar que ela me encarou, por alguns segundos, com uma cara indiferente. 

— Era aula de quem? 

— Sr. Drew - murmurei. Ele era o "nosso" professor de geografia. - Sabe, a aula dele até que estava legal, mas precisei sair para ir ao banheiro. 

— Ah, que interessante! - Sam fingiu que o meu assunto era altamente interessante. 

— O pior disso tudo - continuei, chamando a atenção dela. - É que eu nem cheguei a ir no banheiro... Foi bem naquele momento em que encontrei você na quadra.

Sam sorriu.

— Você não parecia apertado! - zombou ela.

— Mas estava! - reclamei. - E, droga, ainda estou! ARGH! Justo agora que eu decidi tocar nesse assunto...

Sam deu uma gargalhada maléfica para mim, além de me provocar para que fizesse xixi nas calças, o que não funcionou muito, graças ao meu esforço. 

— Se quiser - sussurrou ela. - Tem uma moita ali - Ainda apontou o local não muito distante.

— Eu não vou fazer aqui e com você ao meu lado - cruzei os braços. - É ilegal, sabia!?

— Deixa de ser frouxo, idiota! Basicamente só tem nós dois nessa praça! - E eu continuei a resistir, porém Sam voltou a me provocar com palavras: - Riachos, chuvas, torneiras...

Até chegar o momento em que não consegui mais resistir e tive que correr para o local exato apontando pela Puckett, a moita. 

Posicionei-me para "liberar", ignorando o fato da Sam estar a poucos metros de mim. E enfim, estava tudo indo bem quando ouço uma viatura da polícia passar em frente a praça, o que tirou o meu foco.

Só deu tempo mesmo para eu interromper o meu momento de liberação e de fechar o zíper da calça. Sam logo correu, montada na bicicleta, e me deu assistência a subir no veículo.

— VEM! - Ela gritou para mim. 

A viatura ainda nos perseguiu por uns dois quarteirões, mas sumiram após uma jogada inteligente da Sam.

A Puckett ainda foi gentil o bastante em me deixar na porta do Bushwell - quando notou que já era seguro voltar para casa.

— Até que foi engraçado! - Ela sorriu depois que eu desci da bicicleta. 

Eu, sério, entortei a boca para o lado, enquanto olhava para todos os dentes na boca da loira; e, por incrível que pareça, notei, finalmente, um sorriso verdadeiro e cativante da Sam, que me deixou com uma imensa vontade de sorrir também. Não era nada comparado àquelas expressões cotidianas de tédio.

— A gente se vê por aí, Benson! - Ela rapidamente fez um sinal simples com os dedos para mim, ao mesmo tempo em que pilotava a bicicleta, e sumia da minha vista. 

Decidi então entrar no Bushwell, mas com um sorriso idiota no rosto, o que deixou o Lewbert extremamente irritado, embora eu não tenha ligado. 

 O que realmente me deixava intrigado era: Será que Sam e eu iríamos mesmo nos ver novamente!? Simplesmente, pretendo achar uma maneira de esquecer daquele nosso beijo e, além disso, torcer para a Wendy ficar calada - totalmente difícil. 

De verdade, no momento, não estou ligando muito para este último fato. 

 

(***)

Entrei em meu apartamento e reparei em um recado que a minha mãe deixou na mesinha da sala de estar:

"Dei uma saída..."

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tô com preguiça para escrever as notas finais...
Até mais!! :D