Undertale escrita por Allen Isolet


Capítulo 7
Florestas e cavernas com monstros horríveis


Notas iniciais do capítulo

Madrugada é hora de postar capítulos de fics sobre monstros assustadores! o/

Só que aqui não, a zoeira é quem impera. Hu3

*musiquinha de suspense*



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Depois de ter passado pelo portão que se fechou em sequencia. Frisk caminha por um longo corredor, bem maior que aquele onde sua independência tinha sido testada. No final desse caminho a terra a sua frente mexe como em seu primeiro dia no subterrâneo e Flowey sai dela.

Frisk cambaleia para trás com o rosto pálido até a flor começar a falar.

— Esperto, muuuito esperto. Você realmente acha que é muito esperto, não é? Nesse mundo é matar ou ser morto. Mas você jogou por suas próprias regras, não? Você poupou a vida de uma pessoa. — ele ri já contorcendo seu simples rosto para algo medonho.

A criança prefere não se atrever em falar, apenas aguarda para que Flowey termine o seu discurso e se possível, fosse embora junto.

— Aposto que você se sente muito bem. Não matou ninguém, mas o que você fará se encontrar um matador? Você vai morrer, morrer e morrer até cansar de tentar. — As palavras de Flowey começam a não fazer mais sentido para o garoto. — E o que fará então? Você vai matar de tanta frustração? Ou você vai desistir de vez desse mundo... e deixar EU herdar o poder para controla-lo? Eu sou o príncipe do futuro desse mundo. Mas não se preocupe pequeno monarca, meu plano não é regicídio. Isso é muito mais interessante.

O rosto da flor está como no primeiro encontro deles, assustador, e solta sua gargalhada antes de sumir para dentro da terra. Nada do que aquela flor dissera fazia sentido, nada mesmo. “cansar de tentar”? O que ele quis dizer com isso? Frisk dá de ombros e segue até passar pelo portão que o esperava para trancar-se com a sua passagem.

...

Uma floresta escura e fria de árvores muito, muito altas de troncos finos cheios de galhos pontudos e cobertos de neve. Neve ali? Mas como podia? Deixando isso de lado, ainda era final de manhã, mas está tão escuro que já parecia noite. Deve ser assim viver de baixo da terra. Tons de roxo preenchem o céu inteiro, o teto do subterrâneo é tudo que eles têm agora. Sem mais nuvem ou estrela, Sol ou Lua para observarem. Pensar nisso tudo angustiava Frisk, ele queria poder fazer alguma coisa a respeito, mas é só uma criança que quer voltar pra casa. Não tem o que possa fazer.

Do portão para frente só existe uma longa estrada cercada de árvores e neve dos dois lados. Antes de caminhar, Frisk olha curioso para um grande arbusto coberto de neve que tem ali do lado, achou ter ouvido um movimento vindo dele, mas não tem nada ali e começa seus passos. Se sente tranquilo apesar dos alertas de perigo da Toriel. Toriel... evita pensar nela por enquanto e continua andando.

— Um novo graveto! — Frisk tenta pegar um grande galho jogado no meio do caminho, mas logo viu que além de grande é pesado demais para ele carregar. Deixou o que usava nas ruínas e quer um novo, mas não valia a pena se esforçar tanto para carregar algo maior que ele. — Poxa...

Desiste rápido do galho que tinha gostado, seria mais útil que o anterior por esse ser maior. O deixa para trás e dá apenas alguns passos até ouvir um barulho de algo se partindo.  Olha devagar para trás e vê o galho que acabara de pegar, quebrado.

— Eu fiz isso? Mas me pareceu tão forte... — Fala enquanto volta para o galho que foi quebrado como se não fosse nada. Se agacha perto dele e começa a mexer, vê que tinha sido pisado, mas Frisk não pisou nele. Tinha passado por cima depois que o descartou. — Tem alguém aí? — Olha apreensivo ao redor.

Nada, nenhum barulhinho sequer. Volta por onde caminhava agora mais alerta e um pouco assustado. Passa por várias árvores até ter a impressão de estar sendo seguindo. Percebeu o vulto de alguém ao olhar rápido para trás mas que sumiu nesse mesmo instante.

Frisk ia perguntar novamente sobre ter alguém, mas desiste com medo da resposta. Apressa seus passos e ao longe já enxergava uma pequena ponte, sente alívio de finalmente deixar a floresta e sua paranoia de estar sendo seguido. Só podia ser coisa da sua cabeça por estar sozinho numa floresta escura. Estava quase correndo quando um novo som o para. Passos ouvidos de suas costas causam calafrios de imediato na criança que quase grita com o susto. Fica quieto e calado, não consegue mais se mover ou dizer qualquer coisa por mais que quisesse. Cada passo que se aproxima devagar aumenta ainda mais o medo de Frisk. Toriel tinha razão!

— Humano.

A voz séria estremesse Frisk por inteiro, e ele já segurava seu peito a espera de sua alma ficar visível.

— Você não sabe como cumprimentar um novo amigo? Vire-se e aperte minha mão. — O estranho que é só um pouco mais alto que a criança logo estende a sua mão.

Mesmo calma aquela voz ainda o assustava, mas Frisk se vira devagar e nota a mão do estranho esperando ser apertada. Mas a esquerda? Normalmente se cumprimenta com a direita. Mas isso é o de menos, está tão escuro que não se vê o rosto e nem nada do estranho que aguarda paciente até a criança se decidir. Ele não sairá dali até que tenha sua mão apertada, não é? Frisk faz o que foi pedido.

Um barulho de algo vazando sai desse cumprimento e o estranho ri.

— O antigo truque da almofada flatulenta na mão. É sempre engraçado. Mas de qualquer maneira... você é um humano, certo? Isso é hilário.

Um monstro tão humano quanto podia ser. Ele é só um pouco mais alto, mas não deve ser uma criança. Ele é, aparentemente, um esqueleto. Rosto muito pálido e sem nariz, tem um buraco retangular em seu lugar, e seus olhos são um par de cavidades escuras com um pequeno ponto luminoso em cada um. E mesmo que devesse ter, não tem exatamente uma mandíbula separando o queixo do resto do crânio, ele e a mandíbula são uma coisa só. Seus dentes expostos exibem um sorriso imutável, nem mexia a boca para falar. Como roupa usa um moletom azul claro de capuz, está aberta mostrando o seu suéter branco de gola alta. Bermuda preta com uma linha vertical branca em cada perna e chinelos nos pés. Ele parece ser bem sossegado.

— Eu sou Sans. Sans, o esqueleto.

— Frisk.

Frisk? Nome curioso... por acaso está cursando idiomas? — A criança não entende a pergunta. — Esquece. Bem, eu deveria estar vigiando humanos agora. Mas, cê sabe. Eu não me importo em capturar ninguém. Agora meu irmão, Papyrus... ele é um caçador de humanos fanático.

— Er... vocês caçam humanos?!

Sans não ouve o que Frisk pergunta e continua falando distraído.

— Ah, acho que é ele vindo ali. — Pausa por um momento. —  Tenho uma ideia. Atravesse esse portal. — Sans indica a portão de grades no meio da ponte. — Sim, pode passar. E sei, meu irmão fez as passagens entre as grades largas demais para parar qualquer pessoa.

Vendo que o garoto não queria andar, Sans vai empurrando o relutante Frisk e passam pela ponte. Mesmo ainda tendo muitas árvores ao redor, desse outro lado o caminho é mais aberto, dando espaço para o lado esquerdo deles onde tem uma casinha simples, um tipo de posto de pedágio ou nesse caso, vigia.

— Rápido, vá para trás daquele abajur de formato conveniente a sua silhueta. — Ele indica o objeto da mesma altura do garoto que está a um canto, próximo de seu possível posto de vigia.

— Mas eu... er... tudo bem. — Frisk obedece sem entender o que estava acontecendo.

Passos apressados são ouvidos e outro monstro esqueleto aparece, mas esse é bem mais alto e usa outro tipo de roupa. Um tipo de colete cinzento que o cobre só em suas costelas e ombros, deixando sua coluna vertebral e braços visíveis. Um cachecol grande e vermelho cobrindo seu pescoço e sendo deixado como capa na parte de trás. Luvas vermelhas e Botas de tamanho médio, vermelhas. Parando com o vermelho, sua pelve é coberta por um tipo de sunga ou shortinho metálico na cor azul marinho e em sua base uma linha amarela, deixando todo o resto do corpo visível. Braços, pernas e seu crânio que, diferente do irmão, se assemelhava mais com a de um humano normal, tendo a mandíbula e tudo mais e essa se move enquanto fala. Seus olhos são bem menores e sem os pontos luminosos. 

— E aí, mano? — Sans começa.

— Você sabe muito bem o “e aí”, irmão! — Papyrus responde nervoso. — Fazem exatamente oito dias e você não... Recalibrou. Seus. Puzzles! Você fica o tempo todo fora de seu posto! O que você está fazendo?!

— Observando aquele abajur, ele é muito legal. Você quer vê-lo?

— Não! Eu não tenho tempo para isso! — Bate com força o pé esquerdo no chão enquanto move seus braços no mesmo ritmo. — E se algum humano passar por aqui?! Eu quero estar preparado! Eu serei aquele! Eu tenho que ser aquele! Que vai capturar o humano!

Frisk que ouve quietinho, fica um pouco receoso em relação ao tal monstro chamado Sans. Obvio que não quer ser capturado, mal tinha começado sua jornada para terminar tão cedo. Ele se atenta mais a conversa.

— Então, eu, o grande Papyrus... conseguirei todas as coisas que eu mereço! — Ele muda sua postura para uma confiante e pomposa. — Respeito... reconhecimento... e finamente poderei me juntar a guarda real! Pessoas vão querer ser meus amigos. Vou me banhar em beijos toda manhã.

— Hmm... talvez esse abajur possa te ajudar.

— SANS! Você não está ajudando! Seu preguiçoso! Tudo que você faz é sentar e Boondoggle! A cada dia você fica mais preguiçoso! — Volta a bater o pé no chão.

— Hey, pegue leve. Eu fiz uma tonelada de trabalho hoje. Uma esqueletonelada. — Pisca uma das orbitas oculares.

— SANS!

— Vamos lá, você está sorrindo.

— Estou e odeio isso! — suspira — ... por que alguém grande como eu tem que fazer tanto para ganhar um pouco de reconhecimento?

— Wow, parece que você está se esforçando mesmo... até o osso. — Pisca novamente.

— Ugh! Eu vou cuidar dos meus puzzles! E quanto ao seu trabalho? Ponha um pouco mais de espinha nele! — Vai embora gargalhando, mas volta para deixar uma última palavra. — Heh!

Feito isso, Papyrus finalmente vai embora.

— Ok, você pode sair agora. — Frisk sai detrás do abajur conveniente e vai para perto de Sans. — Bem... melhor você ir andando porque ele pode voltar, e se voltar... você vai ter que aguentar mais das minhas piadas hilárias.

Frisk não sai do lugar, olha por onde Papyrus saiu e fica pensativo.

— O que houve? Olha, não tem nada para temer. É só uma caverna sombria cheia de esqueletos e monstros horríveis. — O esqueleto pisca para mostrar a criança que está só brincando.

— Se está dizendo... então adeus. — Frisk entendeu a brincadeira e dá um breve aceno e meia volta para o único caminho a seguir, mas Sans o chama novamente.

— Na verdade, hey... odeio incomodá-lo, mas você pode me fazer um favor? Estava pensando... meu irmão está bem abatido ultimamente. Ele nunca viu um humano antes, e ver você pode fazer o dia dele. — Frisk se apressa em contestar, mas o esqueleto o interrompe. — Não se preocupe, ele não é perigoso. Mesmo que ele tente ser.

— Como posso ter certeza que ele não é mesmo perigoso? — Frisk cruza os braços, sério.

— Vá por mim, ele não saberia te fazer mal mesmo que tivesse todas as instruções para isso bem na sua frente.

— Ah, então... tudo bem. Eu vou te ajudar com o seu irmão já que me ajudou... com o seu irmão. — Ele percebeu o quão idiota soava aquilo e encara Sans que apenas ri.

— Muito obrigado. Te vejo lá na frente.

Sans sai pelo caminho contrário, volta para o lado da floresta onde encontrou Frisk. A criança ia dizer algo sobre esse erro de direção dele, mas o esqueleto já tinha sumido de vista.

...

A conveniência daquele abajur te encheu de determinação.

 


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Notas finais do capítulo

Sei que ninguém entendeu essa parada, então aqui está o que significa:
"Boondoggle: trabalho ou atividade que é um desperdício ou inútil, mas dá a aparência de ter valor."

Agora... quem sentiu medinho? Sem medo de admitir, vamos ú.u
.
.
.
Liberado os pedidos de cenas/falas para o capítulo seguinte. Vocês sabem o que tem a seguir, né? Não? Poxa...

Esse capítulo foi maior que os outros, espero não sair muito do padrão da casa de 1k de palavras :p

Hm... acho que é só isso. Até o próximo capítulo o/



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