Stiles Stilinski

Eu conseguia me sentir no lugar de Lydia, e isso era torturante, sentia que ela queria fazer algo para ajudar mas não sabia por onde começar, e nem eu. Scott corria perigo e estava desaparecido, teríamos que começar do inicio para encontra-lo, mas não tínhamos tempo, precisávamos acha-lo.

Não queria que essa noite acabasse como tantas outras que vivenciamos nos últimos dias.

Não queria que Scott acabasse como Allison.

Não queria ter que acabar como Lydia.

— Você precisa vir comigo. – senti uma mão no meu ombro, após as palavras saírem dos grossos lábios da garota ruiva ao meu lado.

Estava tão perdido nos meus pensamentos que nem me dei conta de quando ela voltou a sala.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei, com a voz embargada. – Você sabe de alguma coisa?

— Sei que não temos tempo, Stiles – disse, segurando meu rosto entre as mãos, forçando-me a olhar em seus olhos. – Precisamos ir até a casa de Scott, preciso de algo dele.

Sem hesitar levantei-me do chão rapidamente, ajudando Lydia a fazer o mesmo, e em questão de segundos estávamos descendo as escadas daquele chalé que parecia ser assombrado, ainda não havia entendido por que a família Martin não havia vendido, mesmo depois de tudo que acontecerá ali, era mas que natural que isso acontecesse. Agradeci mentalmente por não ser atrapalhado ao ponto de cair da escada, mesmo tropeçando nos próprios pés consegui me segurar no corrimão.

A Banshee seguiu até meu velho jipe e eu estranhei sua atitude, mas não contestei. Não tínhamos tempo. Era torturante, como se um ponteiro de relógio estivesse dentro de mim, e a cada misero segundo ele fazia aquele barulhinho irritante.

Entrei no carro, sentando ao banco do motorista, e antes mesmo de engatar a chave olhei para Lydia ao meu lado. Em suas mãos tinha um casaco preto, que eu reconheci ser de Scott, seus olhos estavam arregalados e completamente fora de foco. Não era a primeira vez que à via naquele instado, e também não seria a ultima, mas eu não sabia o que fazer nem como agir.

— Lydia? – chamei, sem saber se deveria encosta-la.

Ela direcionou a cabeça na minha direção, espremendo os lábios um contra o outro, mas seus olhos ainda estavam fora de foco.

— É um lugar escuro – falou. – E húmido.

— Você sabe onde é? – perguntei rapidamente. – Sabe onde fica esse lugar?

Ela ia responder que não, mas deixou que a frase morresse em um suspiro. Vestiu o casaco de Scott sem nenhum aviso prévio e desceu do carro, com meu olhar a seguindo.

— Me deixa dirigir. – disse.

Ia negar descaradamente, ninguém dirigia meu jipe. Mas não era qualquer pessoa, era a Lydia Martin, garota pela qual eu era apaixonado desde a terceira serie, e não era qualquer situação, Scott estava correndo perigo, e eu precisava colaborar. Sai do carro meio contrariado seguindo até o banco do passageiro, dando total espaço para Lydia.

Ela ligou o jipe e seus olhos rapidamente perderam o foco.

Lydia dirigia rapidamente, fazendo com que o automóvel deslizasse muitas vezes na pista molhada, estávamos indo em direção a casa de Scott, ou a minha, ou até mesmo a dela... pelo menos era o que eu achava antes da mesma frear bruscamente e descer do Jipe ainda ligado, correndo em direção a floresta.

Não tive tempo de raciocinar, apenas desci do carro e comecei a correr atrás dela. A floresta fria e escura me dava calafrios, mas eu não podia me importar com isso agora, tinha que parar Lydia, antes que algo acontecesse. Gritava o seu nome por diversas vezes para que ela parasse, mas nada acontecia, então apenas continuava a segui-la gritando.

Outro grito se formou, e não era o meu, era um grito de dor.

Era o grito de Lydia.