Liga 99 -Interativa escrita por Ann Malfoy


Capítulo 1
Camisola verde é completamente "Out"


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste! As fichas estão nas notas finais, podem ser enviadas por Review ou MP. Eu apenas peço que, caso as enviem por review, não esqueçam de primeiro escrever sobre as opiniões acerca do capítulo ao invés de apenas mandar a ficha



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—Srta. Carrywood, a comida não vai sair daí até que você a coma.

Após uns cinco minutos do tipo mais tenso e odiado de silêncio, o Dr. Fernandez pareceu se cansar do jogo que Teresa mantinha com o garfo e um pedaço de frango na bandeja verde.

—Quando você tira a pele e não usa nenhum tipo de óleo pra fritar a carne, isso meio que não pode ser chamado de “frango”. –Ela retrucou, sem nem ao menos erguer os olhos do seu prato.

Mesmo sem comer há dois dias, Teresa ainda não tinha o ar anêmico que pairava pelos corredores da clínica. Seu rosto em formato de coração estava um pouco brilhante devido ao sedentarismo de toda a rotina hospitalar, mas continuava macio e moreno, as bochechas gigantes lhe conferindo o aspecto “bebê crescido” de sempre.

—Você não come nada desde a lavagem estomacal. –O doutor balbuciou, anotando algo em sua prancheta.

—Obrigada por avisar. Alguém deveria tomar providências sobre a audácia dessa juventude de hoje, não é? –Ela deu aquele sorriso torto que nem mesmo o cansaço conseguia reter. O sarcasmo era mais forte.

O doutor suspirou, resignado.

—Coma quando quiser, talvez seja bom você passar um pouco de fome. –“E parar de ser tão babaca”. Ok, ele não disse isso, mas era implícito.

O doutor deixou a sala verde, apertando fortemente a prancheta contra o corpo. Assim que a porta bateu às costas do homem, Teresa relaxou na sua maca, encarando o teto azul sobre os seus olhos. Aquilo a lembrou do seu antigo quarto na Madison County, quando o pai ainda morava com ela, os irmãos e a mãe. Quando era criança, odiava o cheiro de pessoas bêbadas e costumava jogar caixas de Marlboro da mãe em privadas. Como ela tinha ido parar ali?

Gemeu alto, mudando de posição na maca.

—Fica de boa. –A voz grave foi repentina, tão inesperada que parecia algo que a sua própria mente projetaria.

Teresa pulou automaticamente, o cotovelo esbarrando na bandeja de comida e a atirando violentamente contra a cabeceira da maca.

—Merda. –Murmurou, limpando o molho vermelho que caiu no seu colo. –Esqueci que só temos quartos compartilhados por aqui. –Ela forçou um sorriso sem humor, olhando para a cortina verde ao seu lado.

—É sempre um prazer ter companhia. –A voz masculina ressurgiu.

—Que seja. –Ela parou por alguns segundos, desconfortável. –Sou a Teresa.

—Nico Kane. Qual a droga que te trouxe aqui?

Ótima forma de integração social.

—Hum... eu não lembro o nome apropriado, mas nós chamamos de “Não é da sua conta”.

A risada rouca de Nico preencheu o quarto. Ela sorriu, ainda encarando a lona verde que os separava.

—Você é engraçada. Quer dar uns amassos? –Ele finalmente puxou parte da cortina, revelando o rosto.

Nico tinha uma cara comprida e bem magra, a linha do maxilar sendo o único ponto “uau” do rosto. O nariz era muito empinado e os olhos enormes e castanhos.

Teresa revirou os olhos.

—Minha mãe sempre esperou pelo dia em que eu trouxesse um viciado pra casa, como adivinhou? –Ela colocou as mãos sobre o coração, teatralmente.

—Para alguém que também tá internada aqui, você parece ter um pouco de preconceito com a nossa gente. –Ele franziu o nariz com um sorrisinho maroto.

—Você não sabe de nada, Kane. –Teresa afundou na cama, jogando o braço sobre o rosto. A rainha do drama em carne, osso e Loubotins.

—Sei que você tá aqui, o que já revela bastante sobre uma pessoa. É meio que o suficiente pra gente se entender um pouco, não é? Se conhecer melhor e...

Teresa estava tentando morder as bochechas por dentro para reter o riso, mas ele irrompeu mais ou menos como um vômito, a barriga vazia reclamando do movimento abdominal súbito. Aquilo acarretou uma tosse/barulho de foca/anúncio de morte. Nico aproveitou esse tempo pra pegar uma revista do Homem-Aranha em cima da sua cabeceira, olhando ocasionalmente para cima a fim de se certificar de que Teresa ainda não estava roxa ou espumando.

—Já levei foras menos dolorosos. –Ele murmurou.

Ela diminuiu a tosse, unindo um pouco de seriedade.

—Ah, sério que depois dessa cantada você imaginou que eu pularia o mais rápido possível para me deitar aí do seu lado e que nós dois passaríamos todos os programas antidrogas de mãos dadas? Vai ter que fazer um pouco melhor, Kane.

—Ficaria surpresa com o resultado das minhas cantadas. –Tinha algo perturbadoramente sedutor no sorriso dele, embora o resto do rosto não colaborasse muito.

Teresa deu de ombros, estendendo a mão para uma bandeja aos pés da cama de Nico. Ele a devia aquilo.

—Eu não tô interessada nas suas conquistas amorosas, Don Juan. –Ela escolheu um pedaço mais “comestível” do frango para dar uma mordida.

—Isso era meu, mas vou considerar que você vai ficar me devendo essa. –Ele piscou para ela antes de se levantar, os jeans azuis balançando na cintura raquítica. Teresa não pôde evitar perceber o quanto ainda estava fraco, talvez tivesse chegado há pouco tempo.

E, crianças, é isso que a droga faz com vocês.

—Onde você vai? –Ela tentou parecer descolada e não uma criancinha assustada no meio de uma clínica para viciados. Não deu muito certo.

—Pensei que era você quem não estava interessada na minha vida. –Ele passou direto pelo corredor, estacando próximo à porta. –Parece que alguém tem visitas.

Teresa se aprumou na maca, automaticamente tentando tapar a mancha que ainda estava no seu colo. Parando para pensar nisso, ter uma mancha vermelha nessa região era pior do que deveria ser para alguém que acabava de chegar.

—Hum, você sabe que tem cobertor nas macas, não sabe? –Nico deu seu melhor sorriso de “coitada, ela é demente” antes de sair.

Teresa demorou alguns segundos para entender que deveria se cobrir. É óbvio.

—Olá, olá! –A voz aguda irrompeu no corredor.

Uma garota alta e magra passou pela estreita porta do hospital, os brilhantes cabelos loiros se agitando de um lado para o outro, roçando em sua cintura. Assim que viu Teresa, ela lhe lançou um beijinho no ar, animada e deixando que meia dúzia de sacolas caíssem com um baque no chão de verniz.

—Kara. –A morena murmurou, a voz um pouco desesperada. –O que aconteceu ontem? –Ela repentinamente parecia a ponto de chorar. –O que são todas essas sacolas?

—Vamos aos poucos, Tess. –Kara se sentou na maca, um pequeno pacote dourado brilhando entre suas mãos. –O Chase mandou isso. Ele é um amor por estar tão preocupado com você, se quer minha opinião. Sua mãe contou pra todo mundo que você teve uma reação alérgica terrível quando voltou para casa e que está internada agora. Muita gente mandou presentes e cartões. –Ela revirou os olhos, chutando uma sacola de leve.

—Não é disso que eu me lembro. –Teresa riu, abaixando os olhos para o pacote que segurava. –Mas não é como se eu lembrasse de muita coisa, na verdade. –Sua animação pareceu murchar, um lampejo de curiosidade passando pelos olhos escuros.

Kara pareceu desconfortável de repente, coçando a parte de trás do pescoço. Teresa sentiu um frio na espinha, se aproximando da loira para murmurar:

—Kara, por que eu estou aqui?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado

Ficha:
Nome:
Idade:
Personalidade (sejam bem criativos, quero personagens bem-feitos, com alto potencial e qualidades diversas. Se esforcem, por favor! Serei bem criteriosa nesse aspecto):
Aparência:
História:
Família e suas características:
Pontos fortes:
Pontos fracos:
Hábitos:
Escolha entre: Maior capacidade estratégica ( ) Maior capacidade física ( )
PS: Não significa que um anula o outro, o personagem apenas não poderá ser bom em tudo.
Abriria mão de seus valores por uma vingança ou causa extrema?
Confiança em outros personagens em uma escala de 0 a 10:
Algo mais?



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