By The Sea escrita por Breatty, Ballus


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Gostaram dos últimos acontecimentos? Aos poucos as coisas estão esquentando haha Esperamos que gostem desse novo capítulo :)



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Vanessa

Sai do carro indo para meu apartamento, Roland esperou eu entrar, subi os degraus e acenei a ele.  Moro no 3 andar, subi as escadas com um sorriso no rosto. Tenho certeza que estou iluminada. Esse homem me deixou balançada, ele é tão inteligente, charmoso e muito simples. Abro a porta e me deparo com Patrick na sala lendo um livro.

— Patrick que susto! Como entrou aqui?

— Com a chave do esconderijo. — sorriu.

— Ah, pensei que estava em casa.

— Eu estava. Terminei de arrumar minhas malas e resolvi vir aqui. Pensei que não ia demorar muito com as suas amigas. Já terminou de organizar suas malas? Viajamos as 16 horas.

— Já arrumei tudo. — digo colocando minha bolsa e chaves na mesinha.

Ele se aproxima e me dá um selinho.

— Pensei em aproveitarmos resto da noite, só nós dois, essa temporada foi tão corrida e estressante. — me abraça forte, eu retribuo, mas meus pensamentos estão em outra pessoa no momento.

Tento tirar Roland da minha cabeça e olho para meu namorado, Patrick é tão atraente e bonito. Olho nos seus olhos, ele me dá um sorriso apaixonado, sorri de volta e beijo seus lábios.

— Também acho. — digo.

Ele segura minha mão e me leva para o quarto...

Adormeci nos seus braços, mas meus sonhos me levaram para outro lugar. Sonhei com olhos azuis, seus braços e mãos fortes sobre meu corpo, senti seus lábios tocarem os meus... Roland, chamei seu nome.

[...]

É a primeira vez que vou me apresentar na Europa, em Londres, sinto um frio na barriga. A cidade é encantadora, tentamos conhecer os pontos turísticos nos dias de folga. Minha melhor amiga Charlotte, que também é bailarina, está me achando distraída ultimamente, disse a ela que não é nada, mas ela sabe que tem alguma coisa que estou escondendo.

Saímos só nos duas, para nos aventurar nas lojas londrinas. Depois de passarmos a tarde conhecendo lugares lindos e muitas lojas, paramos para um lanche. Sentamos uma na frente da outra. O garçom veio nos atender, pedimos um prato típico de lá e conversamos um pouco. Nossos pedidos chegam e começamos a comer. Entre uma conversa ou outra ela entra no assunto de que fujo a dias.

— E então, vai me dizer porque está tão distraída. E não me venha com o seu “não é nada”, te conheço muito bem.

Sorri desconfiada para ela.

— Conheci uma pessoa.

— Quem Vanessa? — pergunta curiosa.

— Ele é escritor. Você não conhece.

— Onde você conheceu ele?

— Ele foi falar comigo naquele dia do coquetel. Saímos uma vez.

— Aquele homem que estava falando com você na festa? Lembrei agora que o Patrick me perguntou se eu sabia com quem você falava, olhei de longe e disse que não. Mas não prestei muita atenção nele.

— Ele é muito inteligente e galanteador. Fiquei balançada.

— Ah Vanessa, vários e vários homens bonitos dão em cima de você. Esse é só mais um.

— Você não entende, ele é diferente.  Conversamos como se nos conhecêssemos a anos.

— E o Patrick? Ele realmente gosta de você.

— Você sabe que nunca fui apaixonada por ele. Nunca quis que fosse sério. Eu só queria namorar um pouco e com a nossa vida de treinos e mais treinos não sobra muito tempo para diversão.

— Eu sei disso. Mas me conta, vocês foram para onde?

— Fomos para o Hard Rock Café. Nós temos tanto em comum, me senti muito à vontade com ele. Ele é um pouco mais velho, mas nem parece.

— Parece que já está apaixonada? — me olha sorrindo.

— Não seja boba Charlie. Eu só o achei muito interessante. Muito diferente dos homens que estou acostumada. — digo na defensiva.

— Tudo bem, mas vá com calma. — adverte.

— Eu sei, vou ser cuidadosa.

— E qual o nome desse escritor? — sorri irônica

— Roland.

 

Roland

15 dias depois

 Estava contando os dias para sua volta. Depois me dei conta que não trocamos número de telefone. Como vou conseguir falar com ela? Tentei não ficar ansioso e me concentrei no trabalho, depois daria um jeito de falar com ela.

Esses dias foram de muita correria. Me concentrei ao máximo para escrever e eu estava inspirado. Como a muito tempo não estive. As palavras surgiam sem parar, as ideias, minha imaginação corria solta.

Sai alguns dias com meu amigo de longa data, Ricardo. Ele sempre vem querendo me apresentar alguém, diz que sou muito solitário. Eu não sou solitário, só não troco de mulher como troco de roupa, igual ele. Eu gosto de namorar, gosto de estar num relacionamento. E ele não entende isso.

Hoje completa duas semanas de sua partida, não quero parecer desesperado e ir correndo atrás dela. Não podia bater em sua porta assim.  Resolvo esperar alguns dias. Imagino que ela terá folga antes de começar a ensaiar de novo.

[...]

Hoje é sexta feira, já fazem cinco dias que Vanessa retornou, descobri sua escala de ensaios e resolvo passar na academia de balé. Chego na recepção e pergunto se ela ainda está lá. Disseram que estavam num ensaio particular e que ia demorar mais ou menos 1 hora. E já está no início da noite. Sento no sofá e resolvo aguardar.

Uma hora depois os bailarinos começam a sair da sala, todos com cara de cansados. Espero mais um pouco e vejo o namorado de Vanessa, o tal de Patrick sair, ele me vê e faz uma cara de poucos amigos. Parece que todo mundo já saiu, menos ela. Me levanto e entro na sala. Ela simplesmente dançava em frente ao espelho, muito concentrada e nem reparou que entrei. Continuo a observar. Seu cabelo está no coque, ela usa um collant e uma meia calça preta. Ela dá uns saltos, umas piruetas, corre de um lado, vai para o outro. Ela erra alguma coisa. Para. Sua cabeça está baixa, olhos fechados.

— Merda. — é o que sai da sua boca.

Ela levanta a cabeça para o alto e parece que vai tentar de novo, ela está muito chateada. Sinto a necessidade de falar com ela.

— Calma, você vai conseguir.

Digo baixo e ela me olha com uma cara brava. Quando me reconhece, olha sem entender o que estou fazendo ali.

— Roland?! O que faz aqui?

— Eu sei que isso é estranho, mas você não me deu seu telefone. A única coisa que podia fazer era vir aqui. Não sou perseguidor, prometo.

Ela sorri meio constrangida.

— Só estou surpresa.

Ela vem em minha direção e aperta minha mão.

— Acho que não fiz bem em vir aqui, desculpa, eu não queria te incomodar.

Digo, não era a recepção que eu esperava. Mas a recepção que eu imaginava era um sonho meio louco, nem vou pensar de novo nisso.

— Você não está incomodando. Só estou cansada. Levei uma bronca hoje. Disseram que tenho que treinar mais. Estou chateada, não é nada com você. Realmente é bom te ver.

— Você deve estar exausta. Porque não dá uma pausa por hoje?

— Eu tenho que treinar. Planejei ficar aqui até mais tarde.

— Vamos fazer um trato então, ficamos até a hora que você quiser e depois você deixa eu te levar para jantar. O que acha?

Ela me olha desconfiada, depois olha para o chão, suas mãos estão na cintura. Ela pensa na proposta. Tudo isso leva segundos, mas me pareceu uma eternidade.

— Tudo bem. Vamos jantar. Você pode sentar ali, naquela cadeira. — ela aponta e eu vou me sentar. Sorri.

Ela escuta uma música clássica. Faz sua formação inicial e começa a dançar. Eu olho para todos seus movimentos, meus olhos seguem ela por todos os lados. Estou admirando sua dança, seu corpo e sua beleza. Vejo cair gotas de suor do seu rosto e suas costas.

Ela tem uma leveza nos seus movimentos dos pés e das mãos. Uma hora ela para de dançar e eu fico sem entender o porquê. Ela está me olhando pelo reflexo do espelho e sorri.

— Se você ficar me olhando desse jeito, eu não vou conseguir me concentrar.

Sorri para ela.

— Estou olhando normal. — respondo constrangido.

— Não está. Pare.  — ela sorriu de volta.

— OK, vou me comportar.

Tenho que me distrair com outra coisa enquanto estou à sua espera. Olho para ela de vez em quando e ela está concentrada de novo.

Saio, vou ao banheiro, depois vou beber água e ela nem notou minha ausência.

Ela continua a treinar seus passos. Depois de mais um tempo ela para cansada e ofegante.

— Acho que por hoje já está bom.

— Tudo bem, só estamos aqui 2 horas. — tento descontrair.

Ela sorri.

— Vou tomar um banho e me trocar. Me espera na recepção.

Fui esperar por ela na entrada. Folhei umas revistas. Por incrível que pareça eu não estava impaciente. Não demora muito e ela surge, num vestido listrado, cabelo num rabo de cavalo sapatilha e uma bolsa de braço. Sorri para ela e me levantei, ela chegou perto e me abraçou.

— Agora eu posso abraçar você. — ela diz. Depois beija meu rosto. Sinto o cheiro do seu perfume.

— Vamos?

E vamos em direção da rua a procuro do carro, que não está estacionado longe. Abro a porta para ela.

Entramos e pergunto o que ela quer comer. Ela só disse que eu poderia escolher, qualquer lugar estava bom. Decido ir para um lugar calmo e tranquilo, um restaurante que gosto de ir sempre.  E não estamos muito longe. Em poucos minutos chegamos.

Como hoje é sexta-feira o restaurante está lotado, conseguimos uma mesa depois de uns minutos de espera. Olho para Vanessa e vejo que ela não está muito animada.

Fizemos logo o pedido. Vanessa aceitou me acompanhar no vinho tinto.

— E como foi sua viagem? — começo a puxar conversa.

— Foi muito boa. Foi tudo um sucesso, teatro lotado todas as noites. Conheci vários lugares lindos. Adorei Londres, nunca tinha ido lá.

— Londres é uma cidade linda. Fico muito feliz em saber que tudo ocorreu bem. Pensei que já ia começar o novo espetáculo.

— Os ensaios atrasaram por lá, vamos ensaiar por um mês ainda. O diretor da peça veio brigar comigo hoje, dizendo que estou muito distraída. Fiquei muito chateada. Eu faço de tudo por eles, sempre faço de tudo para me destacar.

Ela estava obviamente muito chateada. Não conseguiu esconder.

— Eu não sei como funciona isso. Mas pelo o que vi você está indo muito bem.

— Para eles nunca está bom, eles sempre têm que procurar algo para criticar.

Ela desabafa tudo que está lhe deixando chateada, eu escuto e presto atenção.  Depois de um tempo ela olha para mim e diz:

— Vou parar de reclamar agora. — sorriu. — E você como está? E o livro?

— Sabe essas semanas foram muito produtivas. Estava muito inspirando e a escrita evoluiu muito. Estou muito contente.

— Isso é muito bom de ouvir. Estou ansiosa para ler seu livro. E posso saber o que lhe causou essa inspiração? — a pergunta sai e ela nem se deu conta. Depois ela percebe e tenta concertar. — Desculpa a pergunta, as vezes sou um pouco curiosa.

— Não se preocupe. Sabe, minha inspiração surge do nada as vezes, outras vezes somos inspirados por alguém. Pronto, só vou dizer isso. — sorri para ela.

Ela sorriu descontraída. Conversamos muito, comemos e bebemos. Parece que nos conhecemos a muito tempo.

— Roland a conversa está muito boa, mas tenho que ir embora. Amanhã acordo cedo.

— Tudo bem. Vamos.

Pago a conta e vamos embora. O vinho deixou os dois mais leves. Vamos conversando sem parar na volta. Chego em frente ao seu prédio.

— Pronto, está entregue.

— Obrigada pela noite e pela companhia. Foi tudo ótimo.

Ela se aproxima e beija meu rosto de leve. Ela me dá tchau e está abrindo a porta. Lembro que ainda não tenho seu número.

— Espera. Ainda não tenho seu número.

Ela volta e entra no carro.

— Verdade, mas não tenho papel e nem caneta.

— Eu sou escritor, tenho papel e caneta em todo lugar.

Abro a porta luva e entrego a ela. Ela sorri e anota o número. Me entrega o papel, confiro o número. Sorri e acena mais uma vez.

— Boa noite Vanessa.

— Boa noite Roland.

 

Vanessa

Acordo com o telefone tocando, me levanto e vou até a sala atender, é Charlotte. Ela convida a gente para ir ao clube. Patrick ainda dormia no quarto, não fiz barulho. Queria ficar sozinha mais um pouco.

Hoje fez dois dias que Roland e eu jantamos juntos. E de novo estou confusa. Depois de passar esses quinze dias fora, pensei muito nisso tudo e onde isso poderia chegar. Estou impressionada com ele e a ideia de não ver mais ele me assustava, mas depois eu me conformei que a gente poderia não se ver mais.

Então ele me surpreende daquela forma e aparece no meu ensaio. Eu fico feliz em ver ele e assim volto a pensar nele constantemente. Tivemos uma noite maravilhosa, eu não tinha tido um bom dia, estava para baixo e chateada, ele me animou e eu esqueci tudo. Mas agora ele me deixou frustrada, pediu meu número e não me ligou ainda...

Acordo Patrick e aviso que Charlotte nos convidou para ir ao clube e que Lucas e Caleb, nossos amigos, também iriam. Ele se animou na hora. Tomamos café e depois vamos nos arrumar.

Escolho meu maiô branco de costa nua, pego meus óculos escuros e meu chapéu preto. Arrumamos nossas coisas e ficamos esperando eles virem nos buscar.

Chegamos no clube e até que não tinha muita gente. Tiro a roupa e deito na cadeira de descanso. Charlotte senta a meu lado e os meninos já vão atrás dos drinks e pulam na piscina. Eu e Charlie ficamos de conversa fiada, conto a ela que Roland foi me ver na academia de balé e depois saímos para jantar, ela ficou jogando indiretas, queria que eu dissesse que transamos, mas isso não era verdade e ela ficou toda desconfiada. Patrick sai da piscina e vem em nossa direção, mudamos de assunto para ele não ouvir nada. Ele veio todo carinhoso e sentou próximos aos meus pés e ainda fez uma massagem muito boa mesmo.

Ficamos os três conversando durante um bom tempo... os rapazes já estão na piscina de novo e eu continuo sentada, pegando um sol. Charlie resolve dá um mergulho e quando volta vem molhando tudo. Reclamo com ela e ri da minha cara dizendo que sou chata. Pego uma toalha e vou me enxugar, fiquei bem chateada. Tiro os óculos um pouco e olho para os lados. Me encosto na cadeira ainda olhando ao meu redor. Vejo de longe ele. Não acredito, é ele. Roland. Ele conversa com um homem, eles sorriem muito. Coloco meus óculos de sol de novo e fico olhando para eles. Roland está sem camisa, apenas de bermuda, ele é muito atraente e bonito.

Observo tudo o que eles fazem. Eles estão bebendo alguma coisa. De repente o amigo chama duas mulheres, até que elas são bonitas, ele apresenta para Roland, vejo ele sorri e cumprimentar elas. Eles batem um papo, percebo que a mulher ficou interessada, mas o papo não dura muito. Me sinto incomodada, eu só consigo olhar em sua direção, como se não tivesse mais ninguém por perto. Me concentro nele, encaro ele de longe, como ele pode não me ver, não estamos muito longe.

— Vanessa estou falando com você... Escutou o que eu disso? — Charlie puxa meu braço. Olho para ela.

— Desculpa, não prestei atenção. Pode repetir? — falo tentando disfarçar meu incômodo.

— Patrick quer saber se vamos almoçar aqui? — finjo que olho para ela, mas meus olhos estão em outra direção.

— Sim, vamos almoçar aqui. — respondo sem dá importância.

— O que deu em você? Está estranha.

— Charlie, você não vai acreditar quem está aqui...

— Quem? Desembucha.

— Roland.

— Onde?

— Eu vou te mostrar, mas por favor olha discretamente. Ele está de chapéu branco, óculos escuros e bermuda preta, está em pé ali perto do bar, está com um amigo que está de óculos e bermuda também.

Ela olha em sua direção e depois me olha sorrindo.

— Vanessa ele é um gato. Não tinha me dito isso. — ela sorri eufórica.

— Quem é um gato? — Patrick surge do nada e pergunta.

Charlie fica branca.

— Deixa de ser metido, estou contando minhas coisas para Vanessa. — ela se recompõe e consegue responder. Eu ri dela.

— Tudo bem Charlie. — ele sorri e me dá um selinho.

— Meu bem, você pode ficar aqui olhando nossas coisas, eu preciso ir ao banheiro. Vamos Charlie. — olho para ela e a vejo se levantar.

Ela coloca sua mão no meu braço e seguimos andando em direção ao banheiro.

— O que vamos fazer mesmo?

— Vamos ao banheiro e depois vamos pegar uma água de coco. Ele vai me ver passando e vai vir falar comigo.

Entro no banheiro, dou uma analisada no rosto, cabelo, droga, esqueci o batom. Coloco o chapéu de novo. Não estou tão ruim. Charlie me aguarda na porta. Vamos em direção ao bar. Roland está olhando para o outro lado, mas que merda. Falamos com o garçom e pedimos duas águas de coco, ele diz que deixa lá onde estávamos. Insisto em esperar lá mesmo. Aguardamos. Olho em sua direção de vez em quando e nada. Quando avisto o garçom se aproximando, vejo que não consegui falar com ele. De repente sinto alguém tocando meu ombro, olho para o lado e lhe dou um sorriso.

— Olá Vanessa — ele sorri de volta.

— Roland! Mas que coincidência.

— Eu nem sou muito de clube, mas meu amigo insistiu que eu viesse com ele hoje. Fico feliz por ter aceitado agora. — ele começa com as indiretas.

— Deixa eu te apresentar minha amiga, Charlotte. — eles se cumprimentam e pela primeira vez vejo Charlie acanhada.

— Estão só vocês duas? Se quiserem podemos ficar todos juntos. Estamos bem ali. — ele aponta.

— Roland nós viemos com uns amigos também, mas podemos ficar todos juntos, sem problemas. — me olha meio desconfiado.

— Tem certeza?

— Vanessa eu vou ao banheiro. — Charlie cochicha no meu ouvido. Percebi que ela queria deixar nos dois a sós.

— Tudo bem, volta para cá depois viu. — digo para ela, ela faz que sim com a cabeça.

Olho para Roland e ele olhava para mim.

— Seu namoradinho não vai gostar — fala sorrindo.

— O que ele tem para não gostar? Não estamos fazendo nada. E você é meu amigo.

— Você quem sabe.

— Sim, vamos almoçar daqui a pouco aqui. Ficamos todos juntos. — ele ainda está relutante.

— Pois vamos falar com meu amigo, é bom que apresento vocês.

Vamos andando um do lado do outro. Vejo Charlie sair do banheiro e aceno para ela vir onde estou.

— Ricardo essa é Vanessa. Vanessa esse é Ricardo.

— Muito prazer em conhecer você Vanessa. — Ricardo beija minha mão, muito sedutor.

— Essa é Charlotte. — Roland continua. — Amiga de Vanessa.

— Ricardo, Vanessa nos convidou para ficarmos com elas e uns amigos. Almoçamos todos juntos. O que acha?

— Por mim tudo bem. Já cansei de suas chatices mesmo. — Ricardo fala brincando e todos caem na risada.

— E então Charlotte, você também dança? — Roland pergunta.

— Sim, eu e Vanessa estamos no mesmo grupo de dançarinos.

— Pera aí, vocês são dançarinas? Que tipo de dançarinas? — Ricardo nos olha animado.

— Somos bailarinas. Dança clássica. — digo antes que ele pense mais besteiras.

Sorrimos da cara de bobo dele.

— Ricardo se você quiser ser menos babaca eu agradeceria. — Roland brinca com o amigo.

Chegamos onde Patrick, Caleb e Lucas estão. Eles estavam conversando e avistaram a gente de longe.

— Rapazes esses são Roland e Ricardo, amigos nosso. Convidei eles para almoçar conosco. — digo sorrindo. Apresento todos eles e vejo que Patrick fez uma cara feia. Mas disfarçou bem.

— Você estava na festa de encerramento da nossa apresentação, certo? — Patrick pergunta para Roland.

— Sim, eu estava. Parabéns a todos pelo espetáculo. — Roland responde.

Claro que ele ia perguntar alguma coisa. Resolvo chamar logo todos para almoçar.

—Pois vamos pegar uma mesa logo. — digo.

Patrick me entrega a minha roupa e diz para eu vestir, implico com ele, mas pela cara que ele fez visto logo. Ele segura minha mão e não sai do meu lado, olho para trás e vejo Roland sorrindo, sorri de volta.

Achamos uma mesa e todos se sentaram, Patrick ao meu lado, Charlie do outro, Roland ao seu lado e Ricardo ao seu lado, os rapazes ficaram ao lado de Patrick.

— Vanessa, esse cara foi te ver na sexta lá no ensaio, não foi? — Patrick cochicha no meu ouvido.

— Não sei do que está falando Patrick. — respondo baixo no seu ouvido.

— Vanessa eu não sou burro. — ele continua.

— Patrick vamos deixar para conversar depois, vamos almoçar. Está todo mundo olhando para gente. — digo tentando acalmar ele. Roland analisa tudo.

O garçom chega e entrega o cardápio e fazemos os pedidos. Pedimos sucos, os rapazes vão na cerveja, hoje o dia está quente.

— Roland o que você faz? — Patrick pergunta. Olho para ele. Ele não para com isso, agora ele está de implicância.

— Eu sou escritor. Um romancista nato. — diz sorrindo.

— E você Ricardo? — Charlie pergunta. Hum será se ela se interessou pelo amigo de Roland, olho para ela sorrindo.

— Eu trabalho no banco Charlotte. Não é lá o emprego dos sonhos, mas eu me viro. — ele sempre é muito divertido.

— Dançar também não é nada fácil, precisa de muita disciplina e abdicação da sua vida social. Esses dias de folga são raros na nossa vida. — ela diz.

— Isso é verdade. Mas a gente faz o que ama. Vale a pena. — digo

O garçom começa a trazer os pratos e talheres, depois vai trazendo a comida. Vamos todo nos servindo e comendo. Tudo está uma delícia, Roland olha para mim de vez em quando e sorri. Ficamos nos olhando e eu sempre prestando atenção para ninguém perceber nada.

Conversamos mais um pouco, Ricardo conta piadas, ele é uma ótima companhia. Ainda bem que ele está aqui, porque senão o clima ia pesar. Charlie conversa com ele muito interessada. Sei não, estou achando que esses dois vão ter alguma coisa. Patrick não tira os olhos de Roland, ele fica querendo perceber alguma coisa. Isso me irritou bastante. Acho que Roland já está incomodado, eu também estou. Não demora muito e ele diz que vai indo embora.

— Gente a companhia e a comida estão maravilhosas, mas nós temos que ir, ainda temos compromisso hoje. — Roland começa.

— Fiquem mais um pouco, as piadas do Ricardo estão muito engraçadas. — digo.

— Nós temos que ir mesmo Vanessa. Obrigada pela companhia. — Ricardo continua.

— Tudo bem então.

Me levanto e vou cumprimentar eles. Beijo a bochecha de Roland de um lado e do outro, ele fala baixinho que me liga para gente combinar alguma coisa. Sorri para ele. Falo com Ricardo e Charlie também vem cumprimentar eles.

— Pega aqui nossa parte da conta. — ele me entrega o dinheiro.

— Não precisa Roland. — não aceito.

— Eu insisto. — ele coloca na minha mão.

— Tudo bem então. Tchau.

Roland vai na mesa e pega na mão dos rapazes e Ricardo também. Como são educados, nem parecem essas crianças que andamos.

Eles vão embora e voltamos para as cadeiras.

— Vocês podiam ser bem mais simpáticos. — digo com uma cara nada boa.

— O cara te secando o tempo todo, ainda tenho que ser amiguinho dele? — Patrick responde ríspido.

— Você vai começar com essa besteira? Eles são meus amigos e só.

— Eu sei muito bem o que vi e não gostei nada. — todos olham para nós. Como tenho raiva de cenas assim. Fico sem paciência.

— Patrick você está vendo coisa onde não tem, e pode parar com isso. — digo.

— Gente vamos parar, estávamos todos nos divertindo aqui. Patrick por favor, para com isso. — Charlie fala.

— Tudo bem, não falo mais nada.

Passamos mais um tempo no clube, mas o clima não está nada bom. Eu tenho que resolver essa situação com Patrick. Para mim não está mais dando certo. Hoje vou ter uma conversa muito séria com ele. Com certeza ele não vai gostar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. Beijos.