Warriors escrita por Malina Endou


Capítulo 7
Time for love.


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

Meus deuses! Finalmente consegui atualizar a fic! Parecia que nunca mais! ;-; Estar no último ano escolar é f*****! Disseram-me que era difícil mas pensei que estivessem a exagerar...

Enfim, finalmente consegui acabar o capítulo que me custou IMENSO porque estava sem ideias... ;-; Mas para o capítulo 8 já as tenho por isso penso que sairá mais rápido!

Boa leitura!



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Rin

6 de janeiro, 2050
05:47

Abri os olhos e vi o teto escuro por cima de mim. Ainda seria de noite? Que horas seriam? Estiquei o braço e olhei para o pequeno relógio de pulso, preto, vendo que ainda nem eram seis da manhã, daí o sol não ter raiado no céu. Sentia-me tão cansada. Doía-me a cabeça e sentia as pálpebras pesadas, não por causa do sono, mas sim por um motivo que me alegrava a ponto de me deixar novamente em lágrimas, tal como adormecera.

Virei a cabeça para o lado vendo o homem por quem passei noites a chorar, pensando que teria sido levado pelos robôs, que estaria preso ou pior... Morto. Mas não! Foi a primeira vez na minha vida que agradeci por estar completamente enganada! Agradeci por ele estar vivo e por ter voltado são e salvo para junto de mim. Retirei os braços de baixo dos cobertores, posando a cabeça numa das mãos enquanto a outra acariciava os cabelos azuis do meu namorado que dormia tranquilamente ao meu lado. Era a primeira vez que o via assim; quieto, calmo, sem se exaltar à espera de um ataque a qualquer momento. Sorri ao ver que descansava tranquilamente depois de tudo o que aconteceu.

Ao tentar retirar-lhe alguns cabelos da frente da cara, ele começou a mexer-se, acabando por entre-abri os olhos, até perceber que ainda não havia luz, abrindo-os um pouco mais, antes de me encarar e sorrir.

—Desculpa se te acordei.- Passei-lhe a mão pelo rosto, sentindo o seu calor e maciez, mesmo com os vários cortes e pequenas cicatrizes que foram deixadas.

—Não faz mal. Sabes que acordo à mínima coisa.- Pegou na minha mão e beijou-ma com delicadeza, fazendo-me sorrir.

Senti a minha face aquecer com o seu toque, principalmente quando a sua mão tocou no meu queixou, sendo delicadamente puxado até ele, colando os meus lábios aos dele num beijo perfeito. Apercebi-me da sua mão a deslizar pela minha cintura, enquanto a outra me puxava a perna, puxando-me rapidamente para cima dele sem me dar tempo de reagir. Obrigou-me a sentar no seu colo ao elevar-se sem nunca terminar o beijo. As suas mãos voltaram a percorrer o meu corpo, passando das costas ao peito, tocando-me como tantas vezes o tinha feito, enquanto eu percorria o seu peito como se o explorasse pela primeira vez.

A camisola de lã que me cobria foi logo tirada por ele, que me puxou ainda mais contra o seu corpo, colando-os, tal como os seus lábios pareciam não quer descolar do meu pescoço, arrepiando-me mais os pelos do que o pouco frio que se fazia sentir na antiga sala de aula. Talvez as nossas respirações e o calor dos nossos corpos o mantivessem quente. E não demorou muito para que, tal como eu, a sua roupa de cima fosse retirada revelando um tronco forte e tonificado, coberto de cicatrizes e feridas ainda por fechar.

Se me perguntassem, não saberia explicar como tudo aconteceu. Quando percebi já me tinha entregue, uma vez mais, ao homem que amava. Os sons que saiam da minha boca era tudo o que ouvia naquele quarto, para além da respiração ofegante do homem a quem me entregara. Só conseguia vislumbrar a sua face morena, agora avermelhada, e os seus olhos fechados, mostrando o prazer que lhe dava ao mexer-me daquela forma. Baixei-me ao encontro dos seus lábios, sendo logo recebida com carinhos e com dois fortes braços a rodearem-me.

—Amo-te, Tsukiko Rin.

As suas palavras deram origem às lágrimas que me começaram a escorrer pelo rosto. Há quanto tempo já não ouvia aquela palavra? Só eu sabia como era bom escuta-la.

Mika

06:01

Já não aguentava os sons obscenos vindos da sala ao lado. A Rin e o Kurama só podiam estar a brincar! Eu não era obrigada a ouvi-los a comerem-se. Por isso tive que me levantar antes da minha hora de vigia e vestir-me para ir para longe do ninho de amor e sexo.

Fechei o casaco de desporto sobre a minha camisola de lã azul, e ao abrir a porta, o meu corpo arrepiou-se com o ar gelado. Olhei de esguelha para a porta do lado, culpando mentalmente aqueles malditos amantes. Mas não os censurava. Há uns meses também eu era assim, apaixonada e a cair de amores pelo homem ao qual entreguei a minha virtude, que me roubou o coração... Mal sabia eu o que o destino me reservava, e muito menos o erro que estava a cometer.

As imagens daquela noite vieram-me de imediato à cabeça; a sua voz ofegante, o calor do seu corpo, as suas doces palavras e juras de amor que apenas o antigo quarto dele foi testemunha. Até que ele decidiu virar o maior idiota do mundo. E, como sempre, aqueles malditos pensamentos só me deixava em lágrimas. Verifiquei a porta do meu quarto ficara fechada e desatei a correr pelo corredor e depois escada a baixo. Sabia que a minha vigia seria mais tarde e podia ir continuar a dormir para o quarto da Stéfanni, que ela não se importava, mas os pensamentos acabaram com todo o sono que ainda existia em mim.

Recusei-me a continuar com eles na minha mente. Abanei a cabeça para os tentar afastar, e como parecia em vão, comecei a correr pelo corredor e depois pelas escadas a baixo. Tencionava ir até aos cacifos e retirar a minha arma e ir até ao telhado trocar com, talvez, a Stéfanni. Quando de repente ouvi o som de uma arma a carregar antes de ver apontada para a minha cabeça. Fiquei sem saber como reagir, ainda quando vi o portador dela, ao sair da sombra.

—Oh. És tu. Que susto.- O Toramaru baixo de imediato a arma e prendeu-a à cintura. Olhei por cima no ombro, elevando o meu olhar para as escadas.

—Vêm ai alguém?- creio que ele não percebeu.

—Eu acho que não. Porquê?

—Apontaste-me uma arma à cabeça, mas acabaste por baixá-la. Pensei que o tivesses feito para ninguém perceber o quanto desejas a minha morte.- Ele pareceu não ter achado muita piada ao meu comentário.

—Como se eu fosse capaz de fazer isso.

—Já foste capaz de outras coisas, porque não isto também?

—Não compares!

—Não comparo?! Depois do que me fizeste mais valias teres-me enfiado uma bala na cabeça.

—Que exagerada! Era incapazes de te fazer isso, de te magoar dessa maneira.

—Realmente tens razão nisso, Toramaru, mas acabaste por me magoar da pior forma possível. Disseste que me amavas e no dia a seguir já estavas a partir. E quando te reencontrei já estavas com outra. Achas que me magoaste pouco?

—Mika, desculpa...

—Já sei que pedes desculpa!- ao perceber o meu tom de voz, tratei de me acalmar e baixa-lo- Mas desculpas não bastam.- Passei por ele, continuando o meu trajeto até aos cacifos- Desculpas não apagam o que fizeste.

Ouvi passos atrás de mim, mas tentei ignorar, antes de baixar para abrir o meu cacifo, quando vi, logo após, o azulado de cocaras ao meu lado.

—Ao menos deixa-me explicar o porquê. Nunca me deste oportunidade para isso, e agora estamos só os dois, deixa-me contar-te porque o fiz. Mika...- retirei uma das pistolas do cacifo e apontei-lha ao peito.

—Não quero ouvir nada que venha de ti. Fizeste a tua escolha.

Não disse absolutamente... Não abriu a boca... Limitava-se a fitar-me com o seu olhar azul a querer chamar a minha atenção, a clamar pela meu perdão, para que o escutasse nem que fosse uma vez.

—Dispara.- Espantei-me com o seu pedido- Dispara se é o que tanto desejas. Se isso aliviar a tua dor, dispara.

Fiquei sem reação. Não tinha ideia de como agir perante as suas palavras. Só o meu braço se mexeu, baixando a arma até ao chão, onde cai ao perder a força nas pernas. Odiava o efeito que ele ainda tinha em mim, o quanto ele ainda era importante para mim.

—Mika...

Voltei-me para trás e levantei-me rapidamente, correndo para fora da escola para a neve que se intensificava com os flocos brancos que nos caiam em cima. Continuei a correr sem pensar para onde ia ou qual seria o meu destino final. Começava a irritar-me seriamente o que estava prestes a fazer, mas não o conseguia controlar, era mais forte do que eu.

Ao avistar o antigo ginásio aberto, corri para dentro e fechei a porta com toda a força, ainda que tivesse noção que o barulho do metal enferrujado faria imenso barulho. Encostei-me à porta de deixei-me deslizar.

Porra Mika!

Depois de tudo o que passei, era impensável chorar por aquele homem. Ainda assim, os soluços não paravam se sair dos meus lábios.

Fidio

06:33

Caminhei devagar pelo corredor para não acordar ninguém. Queria tentar fazer o menor barulho possível assim que chegasse ao quarto da Malina. Só queria ver se estava bem, não despertá-la e muito menos assusta-la. Senti tanto a falta dela depois de ter partido outra vez de Itália, e quando vim para o seu país atrás dela, todo o desastre com os robôs aconteceu e temi que o pior também lhe tivesse acontecido depois de a procurar por tantos refúgios e esconderijos. Quando a vi sã e salva, só quis tê-la nos braços e nunca mais larga-la, tê-la junto a mim, protege-la, ter a certeza que nada mais lhe aconteceria e muito menos deixa-la ir, mais uma vez, para longe da minha vista.

Cheguei à porta da antiga sala de aula japonesa, abrindo-a com todo o cuidado para não despertar quem dormia no seu interior. Apesar da pouca luz que existia, uma vez que ainda estava a amanhecer, consegui ver os seus cabelos escarlate, espalhados pelo colchão azul, serem iluminados pelos fracos raios solares que passavam pelos sacos de plástico negro, já furados, rasgados ou um pouco caídos nas pontas. A sua pele levemente morena, devido às suas raízes europeias, permanecia imaculada, e estava tão bela como sempre fora, como no dia em que a vi pela primeira vez. Permanecia quieta e tranquila, voltada para cima com as mãos ao lado da cabeça e por cima do cabelo, de face voltada para a porta como se fosse abrir os olhos a qualquer momento ao mínimo movimento ameaçador.

Deslizei a porta calmamente, deixando-a um pouco aberta para evitar mais barulho a ponto de a acordar. Ela tinha que descansar e não a queria a fazer movimentos bruscos porque, conhecendo-a bem, assim que me visse entrar, iria quer sentar-se à pressa para falar comigo. Caminhei até ela e ajoelhei-me ao lado. Afastei-lhe algumas mechas de cabelo que tinha no seu macio rosto, que tapavam a sua doce expressão.

Ela não tinha noção do quanto a queria, do quanto necessitava do seu toque, do seu sorriso. Não imaginava o quanto era apaixonado e há quanto tempo tinha um sentimento assim dentro do meu peito. Queria poder dizer-lhe, mas tenho medo de a assustar, de perder a sua amizade e o seu carinho.
Sabia que aquilo que me passava era algo arriscado e até mesmo louco, mas talvez fosse a única oportunidade que tinha. Não lhe queria fazer mal, jamais me perdoaria, mas um beijo não era algo assim tão mau, certo?

Calmamente, sentei-me na ponta do colchão e acariciei-lhe os cabelos macios. Como ela era bela. Baixei-me ligeiramente, pensando novamente se o que estaria a fazer era certo, mas quando dei por mim já sentia a sua respiração

—O que pensas que estás a fazer?

Parei, sobressaltado. Não estava à espera que alguém aparecesse, nem dei pelos passos no do corredor. Ergui-me lentamente do colchão sem poder evitar que ela virasse as costas para a porta, onde, ao pôr-me de pé, vi que estava o Goenji com uma expressão pouco ou nada amigável. Muito pelo contrário, parecia furioso, e aposto que se vontade não lhe faltava de pegar na sua caçadeira e enfiar-me uma ou duas balas na cabeça. Tentava ignorar qual poderia ser a razão para tal, mas era difícil, e da minha parte só conseguiu receber um olhar tão pesado quanto aquele que me lançava. Caminhei até à porta num completo silêncio, fechando a porta com o menor dos barulhos.

—O que estás aqui a fazer? Não devias estar de vigia.

—Fiz-te uma pergunta. O que pensavas que estás a fazer, Fidio?

—Não tens nada a ver com isso. Volta para a tua vigia.

—Tentaste beija-la enquanto dormia.

—Mete-te na tua vida, Shuya.

Honestamente, eu e o Goenji nunca nos demos muito bem. Talvez as nossas personalidades não coincidiam, mas desde o dia em que o Endou nos apresentou que tivemos uma grande aversão em relação um ao outro. E depois disto, eu tinha razões para tal.

Antes de seguir caminho, voltei-me para ele, lembrado-me de algo que me deixou intrigado.

—Já agora... O que vieste fazer aqui? Esta é a zona sul, hoje estás no norte.- a expressão séria dele só se agravou com a minha pergunta. Eu limitei-me a rir- A tua namorada não irá gostar se souber que andas a ir ao quarto das outras.- Vi-o cerrar os dentes e avançar até mim, pegando-me pelo colarinho do casaco.

—Seu grande merda! Enquanto eu estiver aqui, tu não vais voltar a encostar-lhe um dedo assim.

—Escuta bem o que te vou dizer. Esperei demasiado tempo para a encontrar de novo e tentar conquista-la e não vou deixar que tu nem ninguém se meta no meu caminho.- O punho que levantou em ameaça, foi lentamente aberto com as minhas palavras- Eu amo a Malina e vou fazer de tudo para que ela fique comigo.- Agarrei no seu pulso e empurrei-lhe bruscamente o braço para baixo- Estamos entendidos? Não te metas no meu caminho. Tens a tua namorada, não tens? Então põem-te no teu lugar como um bom namorado, Shuya.

Passei por ele sem lhe dar tempo para falar. O recado estava dado e eu sabia bem que ele não traia aqueles que amava e duvidava que a Natsumi fosse exceção. Ele sempre foi alguém leal e sabia que não o ser fugiria aos seus princípios. Já eu continuaria ao lado da Malina até ao dia em que tenha a certeza que gosta de mim o suficiente para lhe revelar os meus sentimentos porque sei bem que jamais o fará por ela própria. Até lá, não deixarei que outro homem tenha o seu coração.

Amber

10:29

O dedos das mãos não chegavam para contar as vezes que já bocejara. Estava tão cansada de fazer vigia a noite toda. Felizmente não era a minha vez de fazer o pequeno-almoço, mas sim do Ayato e da Starfox que não se importaram de trocar com a Serena e a Rin. Acho que ambos compreenderam o facto delas quererem ficar ao lado do marido e namorado depois de tudo o que se passou.

Percorri o corredor parcialmente destruído, passando por um Tsunami com o pé engessado e um Hiroto de braço ao peito, que me acenaram com um sorriso, sendo logo retribuídos. Era bom ter pessoas positivas e com bom humor para variar. A Raimon já se tinha tornado num lugar medonho, triste e cinzento, testemunho de inúmeras mortes, gritos e lágrimas... Só de imaginar o que as paredes poderiam contar se falassem, arrepiava-me.

Aproximei-me da pequena enfermaria e abri completamente a porta, vendo a minha irmã aos beijos com o namorado, rindo-se como se fossem dois perdidos. Agora percebia por que razão aqueles dois aleijados se estavam a ir embora. Tal como eu dispensão ver aquele cenário. Só me restou tossir para chamar atenção da minha desnaturada irmã mais nova e do meu tonto do meu cunhado, que se separaram de imediato, e com a vergonha, o sangue subiu-lhes aos rostos.

—Vinha ver se estava tudo bem, mas já vi que alguns pacientes têm direito a tratamento especial.- Com muita dificuldade, o Taiyou virou-se para o outro lado, provavelmente para tentar esconder o embaraço.

—Vá mana, não comeces. Como se não houvesse alguém que usufrui do teu "tratamento especial".- Deitei-lhe a língua de fora, e ela fez o mesmo antes de nos rirmos.

—Vejam mas é se têm juízo. O pessoal está todo a acordar, e a esta hora, refiro-me aos aleijados, que devem vir direitinhos para aqui. Por isso comportem-se.

—Bom dia.- Olhei para trás vendo a Serena aproximar-se. Afastei-me para lhe dar espaço para passar, que agradeceu.

—Bom dia, Sky.- O casal fez o mesmo cumprimento.

—Como está o Endou?- finalmente o Taiyou teve coragem de se voltar.

—Está no quarto a descansar, depois de quase o prender ao colchão. Levantou-se no meio da noite, deixou-me a dormir, andou a vagar pelos corredores, e quando voltou para o quarto quase se arrastava com as dores.- Suspirou- Aquele homem não toma juízo.- Murmurou, fazendo-nos rir. Voltei-me de seguida para a Cristen.

—Agora que já chegou a Serena, tenham maneiras os dois.- A albina pareceu não perceber o meu recado, já a minha irmã queria matar-me com o olhar.

Encostei-a a porta de enfermaria, tal como a tinha visto quando cheguei e caminhei até ao meu quarto. Precisava mesmo de descansar. Nem fome tinha, mas sim sono. O pão sem nada que comi não era grande coisa, mas teria que satisfazer o meu estômago até à hora de almoço, ou até eu decidir acordar, ainda ia pensar nisso.

Quando estava prestes à chegar ao quarto, vi uma figura familiar sair de lá de dentro. Podia até chatear-me com o facto de estar alguém no meu local privado, fosse essa pessoa dona do mesmo. Mal me viu, sorriu-me e eu não consegui resistir a fazer o mesmo, começando de seguida a correr para os braços do Yukimura, o homem que amava. Felizmente ele pode receber-me nos seus braços daquela forma, as suas mazelas não passavam de arranhões, alguns mais profundos que outros, e umas quantas nódoa negras pelo corpo. Não resisti a beijá-lo de imediato. Já não me lembrava da última vez que o tinha feito. Andamos tão ocupados, sempre a correr de um lado para o outro, que mal tivemos tempo só para nós.

—Vou dormir um bocado, vens comigo?- riu-se.

—Dormir?- não resistir a rir-me também antes de um novo bocejo tomar conta de mim.

—Sim, Yukimura, dormir mesmo. Estou muito cansada.- Ele limitou-se a sorrir, dando-me depois um beijo na testa.

—Está quase na minha hora de vigia, mas posso ficar contigo até adormeceres.- Beijei-o em agradecimento, agarrando-lhe a mão e puxando-o para dentro do nosso quarto.

Sabia que o tempo que ele estaria não seria muito, pois, assim que me deitasse, deixar-me-ia render ao sono de tão cansada que estava, mas o pouco tempo que ele passaria a meu lado, a dar-me a sua forte mão, seria o suficiente para, por um instante, ser feliz.

Malina

06:37

Mal ouvi a porta a fechar abri logo os olhos e parecia que me tinha volta a lembrar-me de como se respirava. Ainda assim, tentei fazer o menor barulho possível ao perceber a discussão que havia do outro lado das portas. Estava estupefacta com o que acabara de se passar e ainda mais com o que acabara de ouvir. Jamais imaginei que o Fidio tivesse aquele tipo de sentimentos por mim, e eu, burra, nunca percebi isso. Sempre o tratei como uma grande amigo, um irmão mais velho, mas para ele os beijos e as que caricias que compartilhamos sempre tiveram um significado diferente, e sem perceber, fui alimentando o seu sentimento. E nunca esperei que me tentasse beijar. E a reação do Goenji... Esperava tudo menos aquelas palavras. Deixei de saber o que pensar em relação a ele.

Levantei-me, lentamente, com todo o corpo a doer-me como tivesse sido atropelado e depois esmurrada, e para piorar, sentia como se a minha cabeça fosse rebentar com a informação que se ia acumulando e que eu ainda tinha que processar. Olhei para os sacos negros presas nas janelas e vi que a pouca luz do sol existente tentava entrar para o meu quarto.

Que horas seriam? Sentia-me tão perdida no tempo, tão perdida no porquê de estar onde estava, tão perdida quanto ao que os outros realmente achavam de mim. Limitei-me a caminha até à porta, sentindo o chão gelado por baixo do meu único pé que assentava no chão sem sentir umas dores horríveis. Parei junto à porta e fiz silencio, quis ter a certeza de que não havia ninguém naquele corredor. E ao confirma-lo abri a porta com alguma dificuldade, para além de um pé disponível, também tinha um dos braços imóveis. Saí com o barulho da moleta a bater no chão e a fazer eco sobre o corredor vazio daquilo que já fora a Raimon, da escola que já me trouxera tantas alegrias, e agora mal podia ser reconhecido por aqueles vindos de fora.

—Malina?- olhei para a zona das escadas e vi o Mamoru acabar de as subir- O que estás a fazer de pé?

—Isso pergunto-te eu.- Tentava rir-me para tranquilizar o meu primo. Queria tudo menos perturba-lo- Devias estar a descansar depois de tudo o que passaste.- Bufou.

—Pareces a Serena! Eu já disse que estou bem!- sorri.

Ele sempre fora assim. Por muito magoado e cheio de poeira que estivesse, o Mamoru nunca desistia das suas lutas e ainda menos quando se tratava de futebol, e quando se ia abaixo, rapidamente se erguia e enchia os dias daqueles que lhe queriam bem com o seu grande e contagiante sorriso. Mas naquele momento, nem o meu melhor amigo me podia ajudar.

—O que se passa?- ainda que com a face desviada para a janela, ele conseguiu perceber que algo de errado se passava comigo?- Malina?

Pouco a pouco, aproximou-se de mim antes de me colocar a mão sobre o ombro, e esse gesto bastou para sentir tudo desabar sobre mim, e para perder o controlo sobre as minhas emoções, deixando as lágrimas escorrerem pela minha face. Ouvi o meu primo murmurar o meu nome, e logo depois abraçou-me com carinho.

—Por que temos de viver tudo isto?

Ele era o meu único porto de abrigo, a minha única família, a única pessoa em podia confiar a minha própria vida desde que éramos crianças. Limitei-me a abraço-lo também e a esconder a face no seu peito. Talvez este fosse o único momento que eu teria de paz.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?! Gostaram?! Odiaram?! Quero a vossa opinião!!

Este foi um capítulo mais virado para o romance e a tragédia, e algum mistério, o próximo já será bem mais mexido, e com mais ação! Pelo menos é esse o plano... Se eu não me lembrar de mudar tudo a meio como faço sempre. -.-

Espero que a autora da Mika não me mate mas tenho algo em grande preparado para ela! :3

Bom, uma outra novidade, preciso de um novo personagem que irá aparecer entre os capítulos 8 e 9! Alguém quer participar?! Ficha no capítulo 1!

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Reviews?!
Kissus!



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