Adoro Odiar Você escrita por Angie


Capítulo 3
3. Achyle


Notas iniciais do capítulo

Atrasada, só que sim, né? Sorry, sorry, sorry!
Não queiram me matar! Em breve tem novidade por aqui.
Bjos!



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Como se o inferno estivessem conspirando contra mim, dizendo sarcasticamente algo como “tenha um bom dia”, assim que as portas do elevador se abriram, dei de cara com dois cachorros. Ops, desculpe, raça canina. Eram um cachorro e um animal não identificado próximo da extinção. Um animal com cabelos loiros e um sorriso do tipo que pede um soco na cara. Principalmente se for eu a pessoa a dar esse soco.

Durante um segundo cogitei a ideia de ir pelas escadas, mas não ia lhe dar esse gostinho, por isso entrei no elevador, fazendo o máximo para manter distância dele, o que era um pouco difícil.

— Bom dia, flor do dia. Dormiu bem? – claro que ele não podia ficar de boca fechada.

Quais seriam as chances de eu conseguir atirá-lo do elevador pela abertura de cima? É, provavelmente não muitas. Me contentei em ficar calada.

— Sabe, fiquei sabendo que as filmagens dessa temporada da série já estão acabando. Faça bonitinho no desfecho, querida.

Sem pensar duas vezes, empurrei-o contra uma das paredes do elevador, com as unhas em seu pescoço. Não de um modo que sufocasse, mas estava disposta a aumentar o aperto caso o idiota se movesse.

— Ei, gatinha, vai acabar deixando suas marcas em mim – abriu um sorrisinho ainda mais debochado. – Não que eu me importe, mas tente ser um pouquinho delicada, sim?

Pensando bem, talvez ele não precise se mover para ficar sem o pescoço… apertei um pouco mais. O elevador se abriu no térreo, então o puxei para fora e repeti o mesmo movimento, jogando-o na parede do corredor. O cachorro saiu também e sentou nos olhando. Ergui as sobrancelhas para ele, que não esboçou reação nenhuma.

— Ei, você curte sadomasoquismo, não é? É a única explicação para…

— Cala a droga dessa boca! – mandei, voltando a olhá-lo, com os olhos estreitos. – Do que a série te interessa?

— Ah, esse é o motivo para tanta violência? – indagou com simplicidade. Sequer parecia que eu estava apertando seu pescoço, pois até a voz dele parecia normal. Francamente, estou precisando passar mais frequentemente na academia do complexo, minha força física não anda lá essas coisas. – Não precisa se preocupar, não é nada demais.

— Nada demais uma ova. Escute, meu trabalho é uma das únicas coisas com que mais me importo, então que fique claro que você não tem o direito de falar sobre, dar palpites ou tentar me aconselhar, fui clara, seu principezinho do inferno?

— Deus, se já está me chamando assim, nem posso imaginar quais serão os próximos apelidos carinhosos, amor. Mas tudo bem, você foi clara – tentei ignorar seu sarcasmo, sabendo que a política do complexo proíbe violência, e que eu já passei dos limites, mas não há momento em que a existência de Gavin Phelipe Sharpe Salvatore não faça meu sangue ferver de raiva, portanto, mal tive tempo de pensar no contrário antes de meu joelho acertar com força o ponto fraco de qualquer homem. Isso mesmo, é onde você está pensando.

Me afastei no mesmo momento em que o imbecil Salvatore se dobrou sobre si mesmo, xingando e amaldiçoando em velocidade recorde.

— Meu Deus, o que aconteceu aqui? – ouvi a voz assustada de uma mulher dizer, enquanto ela se aproximava, o som de seus saltos me irritando completamente. Era uma morena de olhos verdes que devia ter mais ou menos a idade da minha mãe e se vestia de um jeito tão certinho e sofisticado que me fazia pensar se ela tinha sido uma patricinha na época do colégio. Credo.

— Brenda, querida – Gavin disse entredentes, com um tom de voz estrangulado. Ele ainda não conseguia ficar ereto –, acho que essa maluca acabou de tirar minhas chances de ser pai um dia.

Brenda me olhou bem e eu posso jurar que sou testa se franziu um pouquinho por um segundo. Me estendeu a mão.

— Achyle Benson, é um prazer conhecê-la. Sou Brenda Smith.

Apertei sua mão e lhe dei um aceno com a cabeça. Ela continuou:

— Me perdoe pelas ações desse imbecil, é impossível controlá-lo – soltando minha mão ela tornou a mudar sua atenção para o loiro oxigenado. – Honestamente, Gavin, você nunca houve meus conselhos? – Conselhos? Que inferno de conselhos são eles? O que isso tem a ver com a possibilidade de eu tê-lo deixado estéril?— Já que me deixou plantada na recepção te esperando, vim ver porque estava demorando tanto, mas não achei que fosse te encontrar em situação tão deplorável.

— Sinto muito, Brenda – ele disse, ainda com os dentes cerrados, mas já tendo recuperado um pouco de sua dignidade.

— Sinto muito? – ela arqueou uma sobrancelha. – Juro que da próxima vez que me implorar para que eu aceite trabalhar pra você, vou pensar mais que duas vezes antes de concordar.

— Quando foi que eu te implorei? – falou parecendo confuso.

— Vou fingir que não ouvi isso – ela resmungou, se aproximando dele. Pegou-o pela orelha e começou a puxá-lo. – Vamos comprar um smoking novo pra você.

— Brenda, será que não dá pra…

— Cala a boca – ela disse, como uma mãe repreendendo seu filho. – Steve, venha.

Fiquei confusa sem saber a quem ela estava se dirigindo até notar que o cachorro tinha se erguido de sua posição imóvel e estava se lançando numa corrida feliz até a morena. Steve? Fala sério.

— Até a próxima, Achyle Benson – olhou por sobre o ombro, sorrindo diplomaticamente.

— Até – respondi, ainda sem conseguir decifrar o que raios tinha acabado de acontecer ali. E por mais que saber que havia alguém que podia domar o príncipe encantado do inferno me deixasse satisfeita, cada uma das dúvidas que tinha me traziam um mau humor dos infernos.

Ótimo modo de começar o dia.


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