P.O.V. Annie

Eu estava em minha sala. Ainda era dia e Jamie mexera novamente comigo, Teddy e Cat, fazendo o modo de andar livre se ativar só das 00.00 às 6.00.

Maaaas.

Eu roubei o celular do Arthur à noite.

Agora eu estava vigiando ele e Ford.

Sem pegação, sorry guys.

—Are you ready for Freddy?-perguntou Jamie, entrando com Jeanine na sala onde estavam os outros dois.

—Qual foi a razão disso?-Ford ergueu as sobrancelhas.

—Boa notícia ou má primeiro?-Jeanine questionou.

—Má!-Arthur decidiu-Assim a boa nos anima depois.

—Bem, virão buscar os robôs e desmontá-los amanhã à 6.00.

—O QUÊ?!-Ford exclamou.

—É, a Teddy's faliu. Desde que aquele estabelecimento novo da Fazbear abriu, a popularidade caiu bem rápido.

Arthur abaixou a cabeça e Ford colocou uma mão em seu ombro. Jamie sorriu.

—A boa notícia...

Ele entregou uma foto para o Ford. Dei zoom para ver a imagem melhor.

No fundo havia uma faixa escrito: Human! Freddy 'n' Friends's Pizzeria.

Lembrei-me de já ter lido sobre isso. Um estabelecimento Fazbear em que tentaram "humanizar" Bonnie, Freddy, Chica e Foxy. Tinha até mais quatro robôs humanos: Puppet, Balloon Boy, Golden Freddy e Spring Bonnie (mesmo esses dois últimos não tendo sido usados). No livro que li não falaram o que fizera essa pizzaria fechar.

Na foto havia duas fileiras de pessoas. Atrás, via-se um grupo de jovens por volta de uns vinte anos.

No meio estava o mais alto. Ele tinha cabelos castanhos e olhos pretos. Ele estava com um telefone na mão e usava uma blusa rosada, gravata borboleta vermelha, calças pretas e tênis de mesma cor.

À sua esquerda, um cara sorria de uma forma no mínimo insana. Ah e...o cara era roxo. Tipo...roxo MESMO. Completamente roxo. Meu sistema não conseguiu processar muito bem a ideia de um ser humano roxo. Que estranho.

Ao seu lado, estava um ruivo. Ele tinha olhos verdes e usava óculos de lentes redondas. Vestia algo que parecia ser o uniforme do lugar. Em seu boné estavam as palavras "NIGHT WATCH". Ele tinha sardas e sorria de um jeito fofinho.

À direita do mais alto havia um cara que parecia a inocência em pessoa. Tinha cabelos loiros, olhos azuis, usava óculos de lentes retangulares e vestia o uniforme do lugar. Em seu boné lia-se "SECURITY". Ele tinha um sorriso infantil no rosto e olhava para alguém ao seu lado.

Esse alguém tinha cabelos e olhos castanhos e usava o uniforme da pizzaria, mas, por algum motivo, seu uniforme tinha um tom de azul marinho, mais escuro que o uniforme dos outros dois. Em seu boné de mesma cor estava escrito "NIGHT WATCH". Parecia ser aquele tipo de pessoa que não sorri muito, mas olhava para o jovem ao seu lado com um sorrisinho no canto dos lábios.

A outra fileira estava na frente (dã) e era um grupo de crianças.

A primeira à esquerda claramente era Jeanine mais nova. Usava roupas iguais à de Chica. Ela olhava furiosamente para alguém ao seu lado.

Como é de se esperar, esse alguém era Jamie. Ele estava rindo quando tiraram a foto. Usava roupas de Foxy, tinha até orelhinhas e rabinho. Jamie criança estava usando a cabeça de Jeanine, que era bem mais baixa, como apoio de braço.

Ao lado de Jamie estava o Ford criança. Ele usava uma fantasia de Fredbear, Golden Freddy, Goldie, ou sei lá como o chamam. O chapéu, a gravatinha e as orelhinhas ficaram a coisa mais fofa nele. Ele tinha um sorrisinho cruel no rosto e estava na cara que na hora que tiraram a foto ele estava empurrando alguém.

Adivinhem quem? Arthur, é claro. Ele apareceu na foto de olhos arregalados e boca aberta, como se gritasse, e estava claramente caindo para trás. Ele usava uma fantasia de Bonnie. As orelhinhas ficaram engraçadas, mas realmente combinavam com ele.

Observando a foto, Ford caiu na gargalhada, enquanto Arthur o fuzilava com o olhar.

—Não acredito que eram vocês. Eu nem lembrava direito os nomes das crianças-Ford conseguiu dizer quando controlou o riso-E aqueles funcionários?

—O Jeremy e o Mike-lembrou Arthur.

—Ah, o Scott e o Vincent-Jeanine falou.

—Não se esqueçam do Fritz-Jamie riu-Eu adorava aquele cara.

—Seu pai trabalhava lá, né?-Arthur perguntou-Cuidava dos robôs, se bem me lembro.

—É.

Eles ficaram de papo furado sobre sua infância e eu guardei o celular.

Quando deu meia noite, saí da minha sala correndo para contar a notícia terrível aos outros.

Jenny e Julie entraram em pânico. Cat ficou chateada e Jake não esboçou reação. Ele vinha agindo estranho ultimamente.

—Talvez o cara que possuiu a Spring Bonnie esteja possuindo ele desde que o Ford arrancou a cabeça dela-Teddy sugeriu.

Por um momento, achei que meu irmão estava falando sério. Mas então, ele riu, e eu soube que estava brincando.

Ficamos tentando encontrar alguma forma de destivar o que nos fazia voltar aos lugares às seis, para podermos fugir. Mas não conseguimos.

Faltavam cinco minutos para o horário que não queriamos que chegasse, e decidi voltar para a minha sala.

Meu brobro foi comigo. Eu não queria que desse seis horas. Teddy teria que parar qualquer coisa que estivesse fazendo e voltar ao seu lugar. Ele sorriu para mim ao chegarmos.

—Pois é, maninha. Então é isso-ele disse.

—Vamos ser desmontados-falei, ainda sem acreditar.

—Você não vai.

—O quê?

—Sua sala é trancada. Ninguém nunca checa as salas trancadas.

—Brobro...-eu comecei a sentir aquela coisa...tristeza-Eu não vou te abandonar.

—Lembra de quando fomos ativados?

Sim, eu lembrava.

Estávamos com o nosso estilo "golden". No dia seguinte, começariamos a fazer algo que fariamos por muito tempo. Eu estava nervosa.

—E se não gostarem de mim, brobro?-perguntei, com medo.

—Não se importe com o que os outros dizem, sis-Teddy falou.

Mas eu me importava. Até hoje me importo, para ser honesta.

—E se não der certo? E se tentarem me desmontar?-eu questionava.

—Eu não vou deixar.

—Promete?

—Prometo.

6.00

Voltei a realidade ao ouvir Teddy:

—Não se esqueça de mim, sis.

—Brobro, vamos achar uma forma, ainda temos tem...

—Não, maninha. Não temos tempo.

—Como pode estar tão tranquilo com isso?

—Porque sei que minha irmãzinha vai ficar bem. Prometi que não deixaria desmontarem você.

Eu senti algo saindo de meu olho direito e escorrendo pelo meu rosto. Era óleo. É como se fosse...uma lágrima robótica.

—Vou sentir sua falta...-murmurei.

Teddy sorriu. Ele estava com óleo escorrendo pelo rosto também.

—Também sentirei a sua.

—Não vai. Você estará desmontado-chorei mais.

Meu irmão me abraçou e não hesitei em retribuir o gesto.

—Eu te amo. Mesmo sabendo que você não sente amor. Eu te amo, sis.

—Se eu sentisse amor, eu te amaria, brobro.

Parecíamos idiotas. Estávamos abraçados e chorando. Meus circuitos contavam o tempo em silêncio. Sabia que faltava menos de um minuto para as seis. Por que temos essa estúpida sensação de que o tempo sempre passa mais rápido quando não queremos que passe?

—Irmãos para sempre-Teddy falou.

—Irmãos para sempre-repeti.

—Fique bem. Por mim, sis.

—Vou ficar.

—Promete?

—Prometo.

6.00