Mesmo se não der certo escrita por prr


Capítulo 14
14 – A sorveteria




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— Belos adormecidos, vamos acordando porque temos que descer para almoçar e depois disso vamos passar na sorveteria. – Os garotos cansaram tanto no dia anterior, que dormiram a manhã inteira. – Ah e nada de parque pra gente hoje. Teremos que fazer outra coisa. Fui fazer as contas e ontem gastamos mais do que podíamos no parque.

— Que zum...zum...zum é esse que estou ouvindo? – Denis se sentou na cama e espreguiçava.

ouvindo também. – Pedro que estava em um beliche em cima da cama onde os outros dois dormiram, colocou a cabeça para fora da grade. – Ah, é só o “papai”. O senhor certinho. Leonardo.

— Ha-ha-ha! Muito engraçadinhos vocês dois. Vamos, chega de enrolação e levantem logo.

— Ow! – Denis soltou um grito. Pedro deu um pulo da cama onde estava para a sua. – Credo Pedro, quer me matar de susto? Sou muito jovem para morrer.

Leonardo se engasgou com a água que estava bebendo. Não aguentou mais segurar o riso e fazer cara de sério.

— Me perdoa, por favor! Oh, se você não me perdoar, eu vou sofrer o resto da minha vida. Me perdoa? – Pedro se ajoelhou no colchão em frente à Denis e o implorava.

— Seu palhaço. – Denis olhou para Leonardo. – Mas por ter invadido minha cama sem autorização... ATACAR! – Denis e Leonardo se juntaram fazendo cócegas em Pedro.

Almoçaram no restaurante do hotel e foram caminhando para a sorveteria, que ficava cerca de trinta minutos a pé de onde estavam. Acharam engraçado quando viram o nome na internet “O Shopping do Sorvete”, mas é o que era. A sorveteria ficava em um prédio de dois andares, estreito, mas comprido. Era um lugar alegre e colorido. O balcão de sorvetes ficava no segundo andar e no primeiro ficavam várias mesinhas, onde estavam várias pessoas se deliciando com seus sorvetes. Com certeza, todo amante de sorvete nunca mais iria querer sair dali. Eles podiam escolher entre um monte de opções de sabores, coberturas e outros itens para acompanhar.

— Cara, se eu soubesse desse lugar antes, certeza que já tinha vindo aqui. Pensa como seria diferente minha vida se eu pudesse ter vindo aqui desde meus três anos de idade. Meu pai não teria como me dizer que só tinha sorvete de coco, para mim não tomar mais sorvete, porque com tantos sabores assim seria difícil.

— É Pedro, poderia, mas o lugar abriu tem só dois anos. Então, não dá. – Denis deu um tapinha no ombro do amigo. – Mas podemos começar a tirar o atraso hoje.

— Como você sabe isso? Poderia estar aberto há um século e você não saber. – Pedro e Denis se encaminharam para a mesa onde Leonardo já estava sentado.

— Está escrito no site deles. Eu li... bom, o sintetizador de áudio leu, porque ler coisas no computador é meio chato. Falar nisso, o site deles é bem legal. Fechei os olhos e fiz um teste mais completo nele. Quando não tiver enxergando direito mais, vou poder ouvir as curiosidades sobre sorvetes que tem lá.  

— Legal. Já enviei e-mail para um monte de sites solicitando adequação à sintetizadores de áudio, para que pessoas com dificuldades para enxergar possam navegar na internet. – Essa era uma das coisas que Leonardo estava fazendo como forma de encontrar mais coisas que o irmão pudesse fazer. E como constatou que a maioria dos sites que entrava não eram acessíveis, resolveu então entrar em contato, para quem sabe mudar isso.

Cadê o Pedro? Não estou vendo ele. – Denis falou como se estivesse quase chorando, Leonardo fez careta.

Pedro não chegou a sentar na cadeira e fui direto para o balcão onde ficavam os potes de sorvete, indo a loucura com tantos sabores diferentes que podia escolher. Pegou um copinho de sorvete, do tamanho que habitualmente pega, e foi enchendo. Seis bolas de sorvete e o copinho já estava transbordando. Mas ele queria mais, ainda não tinha experimentado todos os sabores que queria. Denis foi atrás e em pouco tempo já tinha tanto sorvete quanto Pedro.

— Acho melhor vocês colocarem nessa outra tigela. – Uma funcionária da sorveteria ofereceu tigelas maiores aos garotos. – E podem repetir quantas vezes quiserem.

Leonardo era mais criterioso para escolher seu sorvete. Em meio a tantas opções, algumas não pareciam tão viáveis assim. Além disso, Léo não era tão fã de sorvete quanto o irmão e o amigo. Ele certamente não provaria cada sabor disponível como os outros dois pretendiam fazer.

— Só isso?! – Denis olhou surpreso para o copinho de sorvete que o irmão trazia.

— Cara, você vem numa sorveteria dessas e vai tomar só isso de sorvete?! – Pedro parecia igualmente surpreso.

— Bom, para mim é o suficiente. Gosto de apreciar o sabor e não comer tudo de uma vez como se o mundo estivesse acabando. – Denis e Pedro já tinham comido mais da metade das doze bolas pequenas de sorvete que tinham pegado.

— Pois você não sabe o que está perdendo, maninho.

— Como eu disse, pra mim, isso é o suficiente.

— Léo, para tomar mais sorvete a gente tem dinheiro? – Pedro perguntou, se lembrando do que Leonardo havia dito sobre terem gastado muito no parque.

— Dá mais uma tigela dessas para vocês dois. E não estamos sem dinheiro. É só que antes de vir fiz uma conta de quanto poderíamos gastar em cada coisa, para não ficarmos sem dinheiro no final da viagem.

— Mas só mais uma? Não vai dar, Léo. Temos que experimentar todos os sabores e dá mais que isso. – Denis já tinha terminado sua tigela e estava em pé, pronto para ir buscar mais. – Vou ligar para nosso pais e pedir para mandarem mais dinheiro se for preciso. Ou então a gente volta da viagem mais cedo.

— Ok. – Leonardo tinha uma expressão sarcástica no rosto. – Podem tentar experimentar todos os sabores. Duvido muito que conseguem.

— Isso é uma aposta?

— Porque pra gente é. Vamos Pedro.

Mais três tigelas de sorvete depois, 48 sabores de sorvete experimentados, Denis e Pedro não aguentavam mais. Ainda faltavam 44 sabores para experimentar, mas não seria naquele dia.


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