Passado os dias Nico já estava começando a gostar da praia. De tanto ser incentivado pela família do namorado que ele resolveu arriscar, digo, experimentar.

Percy ficava sempre ao seu lado, pois como ele não sabia nadar a vigilância era contínua.

— Venha não tenha medo, eu ficarei ao seu lado – dizia Percy.

Nico assente, mas com um receio tremendo. Entrou na água que estava calma. Quando chegou até a cintura ele parou, não queria ir mais além.

— Acho que aqui está bom – disse ele.

— Tudo bem – disse Percy. – Vou dá um mergulho – disse ele se jogando de costas. Nico observava a facilidade com que o namorado fazia isso. Queria ter a coragem de fazer o mesmo, mas o medo era maior.

Desde o acontecido no lago do acampamento que ele ficou com medo de muita água ao seu redor. Entrou na água para agradar o namorado e não parecer à família deste um medroso. Não queria dá trabalho a ninguém. Até Tyson estava à vontade com a família dentro d’água, por isso tomou coragem e entrou na água.

Percy volta à superfície bem à sua frente.

— A água está ótima – disse ele sorrindo. – Tente mergulhar também. É fácil. É só se abaixar tapando o nariz pra não entrar água e subir rapidamente. Vamos, experimente.

— Mas....mas..

— Não se preocupe, eu estou aqui com você – disse Percy. – Vamos mergulhar juntos.

— Tá.

— Pronto? – Nico assente. – Vamos lá, no três. Um, dois e três – ambos mergulham juntos. Nico se segura em Percy que o ajuda a mergulhar e logo trazendo-o de volta. – Tudo bem?

— Uhum. Isso foi um pouco assustador, mas foi legal – disse ele.

— Quer tentar de novo? – Percy pergunta.

— Quero.

— Vamos lá.

Assim foi todos os dias até Nico fazer sozinho. E como prometido, ele mandou uma foto na praia para sua mãe.

—Maria-

Enquanto Nico se divertia, Maria e Paolo estavam tendo uma conversa definitiva.

— Você não me perdoou, não é?

— Perdoei sim, mas não será mais a mesma coisa de antes. Não consigo mais confiar em você Paolo. Definitivamente não dá mais.

— Você... quer se separar, é isso?

— Acho que é o melhor para nós dois. Essa situação já está se estendendo demais. Olhe para nós, somos dois estranhos. É até constrangedor. Além do mais, você tem uma nova responsabilidade.

— Marcella.

— Exatamente, sua filha Marcella.

Paolo ficou de cabeça baixa, no fundo ele já esperava que Maria tomasse essa atitude.

— Se é o que você quer – ele diz triste. – E quanto ao Nico, ele já sabe?

— Da minha decisão? – ela pergunta. – Eu disse a ele que ficasse preparado. A propósito, ele sabe que tem mais uma irmã.

Paolo a olhou surpreso.

— Eu contei a ele – disse ela. – Não contei tudo é claro, disse apenas que você me traiu e dessa traição nasceu uma criança.

Paolo respira fundo.

— E como ele reagiu?

— Ficou zangado, mas disse a ele que não era problema seu. Nico é inteligente o bastante para entender, ele apenas se concentrou na conversa que vocês dois tiveram. Ele te deu uma chance, então não estrague tudo.

— Obrigado.

— Não me agradeça. Nico queria muito te perdoar, por isso deixei como estava, é melhor assim.

Ele assente.

— E... quando vamos assinar os papéis?

— Amanhã darei entrada no pedido. Tudo bem?

— Está bem. Me ligue quando estiver tudo pronto.

— Ok – ambos ficam sem jeito – Bem, se me dá licença preciso ligar para a advogada – ela diz se retirando.

Paolo se senta no sofá e fecha os olhos. Agora não tinha mais volta, Maria estava decidida. No fundo ela tinha razão, o casamento deles acabou desde o dia em que ela descobriu tudo. Ela sustentou isso por alguns meses, mas agora era definitivo. Ele pega o celular e liga para Alberta.

— Alô?

— Alberta, sou eu, por favor, arrume o quarto maior para mim, vou dormir aí esta noite.

— Sim senhor.

— Obrigado.

Ele desliga o celular, levanta-se e sobe para seu quarto arrumar suas malas.