No dia seguinte os jogos continuavam.

Percy se preparava para uma nova prova, era o revezamento quatro por cem. Além dele, estavam incluídos, Jordan, do segundo ano, Hector e Tommy do terceiro ano. Percy ia para o nado de costas, portanto era o primeiro a entrar na água.

PAMM!

Foi dada a partida. Percy sai na frente e logo em seguida o aluno do Eistein, mas como ele era mais rápido logo ele dá uma virada e sai na frente de novo. O próximo a cair na água era Hector, que ia fazer o nado de peito. Assim que Percy chega ele pula e sai na frente. Logo em seguida era a vez de Jordan que ia para o nado borboleta. Quando Percy sai da água, Tommy chega perto e cochicha: “mandou ver irmãozinho” e então se afasta. Ele era o próximo.

Assim que Jordan chega Tommy pula e fecha o revezamento com o nado crawl e chega em primeiro lugar. E assim o Monte Olimpo vence novamente.

A plateia festejava. O fã clube de Percy gritava seu nome, a família de Percy estava presente até Amelie foi dá o ar da graça para ver o filho competir. A pequena Sílvia de cinco anos também, as duas aplaudiam entusiasmadas. Amelie estava orgulhosa do filho. Desde que ele voltou a morar com ela, Tommy passou a dedicar-se aos estudos e aos treinos, ficou mais atencioso com ela e a irmã. Deixou de ser aquele garotinho tolo e mimado. Parece que morar com o pai lhe fez bem. Entretanto, Tommy tinha um grave defeito, ele não conseguia aceitar que o pai tivesse outra família, nunca a perdoou pela traição a ele, culpava-a pela vida medíocre que ele levava. Tommy amava o pai e o queria de volta, queria que a atenção dele fosse só para si, por isso passou a tramar para separá-lo da nova esposa. Começando por hostilizar o irmão do meio, o qual, segundo ele, não tinha nenhum direito sobre o pai. Queria um bode expiatório para extravazar sua raiva. Principalmente quando foi expulso da casa do pai por culpa desse mesmo irmão. Pelo menos foi isso que ele lhe disse.

Amelie tentou argumentar com o filho, pois ela sabia que não foi nada disso que ocorreu. Peter havia lhe telefonado dizendo que Tommy voltaria a morar com ela novamente e também o motivo.

— Não foi nada disso Tommy, seu pai me telefonou e disse o motivo por que o mandou de volta.

Ele a olhou com os olhos vermelhos de choro.

— Não foi culpa do seu irmão, você violou uma regra que seu pai leva muito a sério, obediência – disse ela olhando em seus olhos. – Se tem uma coisa que seu pai odeia é a mentira e a desobediência.

— Foi por isso que ele foi embora de casa? Por que você mentiu? – ele perguntou com deboche. – Você violou a mesma regra não foi?

— Foi sim, e não me orgulho disso – disse ela. – Peter sempre foi um homem bom, nunca encostou um dedo em mim, era muito dedicado, amava a nós dois, trabalhava duro para nos dá conforto e não precisarmos fazer tanto esforço – disse ela às lágrimas. – Infelizmente, não dei valor a isso e por culpa minha ele foi embora.

— Por que ele não me levou? – perguntou já com os olhos escorrendo.

— Ele quis te levar, mas você não quis ir, preferiu ficar comigo lembra? – disse ela. – Ele nunca deixou de te amar, filho. Peter nunca passou a mão na sua cabeça, nunca lhe mimou, ele queria que você tivesse responsabilidade, aprendesse a dar valor ao trabalho. Quando você foi morar com ele deve ter visto isso.

Tommy lembrou em como seu pai delegava responsabilidades para Percy. A função dele era cuidar de Tyson e Percy, por sua vez, fazia muito bem o seu papel. Tyson amava o irmão e tinha grande admiração por ele. Isso tudo gerava em Tommy um grande ressentimento. Não gostava de Percy embora gostasse muito de Tyson. Ficava imaginando, se Percy não existisse era ele quem cuidaria de Tyson, teria a sua admiração. Por isso, passou a persegui-lo, queria se vingar dele por tudo que estava passando.

Alguns dias antes, Tommy mudou drasticamente. Passou a cuidar da irmã quando ela estava ocupada com outras coisas, lia para ela, contava historinhas para ela dormir. Por causa disso, a menina ficou mais apegada a ele. Amelie ficou admirada com essa mudança repentina. Algo aconteceu para que ele mudasse, seja lá o que for ela ficou feliz com isso. Agora ela estava ali junto com os parentes dos outros alunos e da família de Peter aplaudindo os atletas do Monte Olimpo, o que incluía seu filho.

Os rapazes retribuíram e acenaram, a gritaria era terrível. As meninas fotografavam acenavam e gritavam o nome de Percy.

— PERCYYYY!

Nico que estava ao lado de Sally tapou os ouvidos quando uma garota na arquibancada de trás berrou o nome de Percy. Ele quase ficou surdo, mas não parava de sorrir. Fazer o que, seu namorado era muito popular, o fã clube inteiro estava presente. Ele mal conseguia ouvir seus próprios pensamentos. A gritaria foi diminuindo quando os rapazes entraram para o vestiário.

Quando entrou no vestiário Percy foi logo pegando suas coisas e se dirigindo para o banheiro. Tomou um banho rápido e quando estava saindo do banho Hector impediu a sua passagem. Percy tentou desviar, mas o outro impediu.

— Ei calminha aí “rosinha” – disse com malícia – por que a pressa? Vai encontrar o namoradinho?

— Sai da frente Hector – disse Percy com calma.

— E se eu não sair, vai fazer o que? – disse em desafio. Percy não disse nada. – Eu queria saber o que você tem que deixa as meninas loucas.

— Pergunte a elas – disse indiferente. – Dá licença – disse tentando passar, mas Hector não deixava. Percy suspirou.

— Prefiro perguntar a você – disse olhando feio pra ele. – Você deve ter algo especial que atrai as garotas e até os garotos.

— Por acaso está atraído também? – Percy perguntou com um sorriso torto. – É isso?

— Cuidado com o que diz sua bicha, eu não sou como os idiotas que te admiram – disse furioso. – Eu te considerava um amigo e você se transformou nessa... coisa - disse com nojo.

— Isso é problema meu Hector – disse já se aborrecendo. – Se você não gosta então não chega perto. E se ficou decepcionado, sinto muito, mas essa é minha escolha. Agora, por favor, me deixa passar.

Hector abre caminho e Percy passa por ele. Tommy que ouvia tudo do outro box sorriu. Percy quando quer sabe se impor. Nisso ele era parecido com o pai, calmo, mas firme.

Tommy saiu do box e se aproximou de Hector que ainda estava no mesmo lugar.

— Deixe ele em paz Hector, suas ameaças não vão fazê-lo mudar de ideia – disse se afastando.

— Por que você o defende? Você não se incomoda com isso? – perguntou.

Tommy vira pra ele e diz:

— Eu não tenho nada com isso, cada um escolhe o caminho que quiser – disse. – Você queria saber por que as garotas são atraídas a ele. O que as atrai é o jeito de ser dele, mesmo sabendo que ele está fora de seu alcance. Percy não mudou ele continua o mesmo. E você ao invés de condená-lo, deveria entendê-lo.

— Até parece que você o conhece – disse desconfiado.

— Eu o conheço – disse – Ele é meu irmão – disse se afastando deixando o outro perplexo.