Passaram os dias de aula e todo o colégio já estava acostumado com o “casal” de namorados.

Ninguém mais se incomodava com isso ou mesmo comentavam. A rotina continuou como se nada tivesse acontecido. Mas sempre tinha alguém que não se conformava. Tommy, depois de ter sido surpreendido pelo o que Percy dissera, estava inconformado com essa situação. Não só pelo fato de seu pai ter aceitado a condição de Percy como também a aceitação de todo o colégio. Quer dizer, da maioria. E também ainda tinha seus amigos que não paravam de encher. Uma vez ele perdeu a paciência.

— PORRA! – gritou. – Até quando vão continuar a me azucrinar? Eu não tenho nada que ver com aquele fresco!

— Pega leve cara, a gente só tá brincando – disse John. – Relaxa.

— Relaxar porra nenhuma, você não para de repetir isso, que droga! – disse ele aborrecido.

— Tudo bem, parei – disse John que era o que mais enchia. – Mas você parece incomodado com alguma coisa, quer nos contar?

— Não, é um problema pessoal. Não é da conta de vocês – disse ele mais calmo. – Vou pra biblioteca, preciso de sossego para estudar – diz ele se levantando e saindo.

Seus amigos olham-no indo embora e comentam:

— Problema pessoal, sei – disse John. – Pra mim ele está é incomodado com o irmão.

— Deixa ele em paz John, o garoto está estressado – disse Robert. – Eu vou treinar um pouco, você vem?

— Vamos lá – disse John se levantando. Os dois se dirigiam para o ginásio.

—Pernico-

Finalmente chegou o fim de semana. Nico estava se aprontando em seu quarto para a chegada de Percy e seus amigos para a festa que a mãe planejara. Ele ouve uma batida na porta.

— Pode entrar – ele diz.

Maria aparece.

— Nico, já está pronto? – ela pergunta.

— Sim, o que acha? – ele pergunta. – Não estou exagerado não é?

— Você está lindo filho – diz ela sorrindo. – Você não precisa de artifícios pra ficar bonito. Você já é bonito – disse ela sorrindo.

— Você é suspeita pra falar mãe – disse ele sorrindo. – Obrigado pelo elogio.

— Ora, não é nenhuma mentira – disse ela. – Não sou só eu que acha você bonito – ela disse com um sorriso cúmplice.

Nico ficou vermelho.

— Ah mãe – ele disse encabulado. Sua mãe sempre o deixava desse jeito quando queria falar de Percy.

— Vamos descer, daqui a pouco seus amigos chegam – disse ela puxando o filho.

Os dois descem as escadas e Nico olha tudo ao redor. Sua mãe arrumou a sala de modo que ficou bem espaçosa. Assim eles poderiam se movimentar.

— Que tal? – ela perguntou.

— Ficou ótimo – disse ele. – Eu vou selecionar as músicas – disse ele se dirigindo até o aparelho de som.

Enquanto ele fazia isso, Maria ia até a cozinha verificar a comida e os petiscos. Nesse momento a campainha toca. Nico corre até a porta e quando abre...

— Nico! – diz uma moça sorridente. – Não vai me dá um abraço? – ela pergunta.

Nico ainda surpreso abre um sorriso e pula nos braços da moça.

— Bianca! – ele diz abraçando a irmã.

— Que saudades do meu irmãozinho! – diz ela apertando o irmão nos braços. Depois ela o beija na testa. – Você cresceu Nico, está lindo!

— Obrigado, você também está linda! – disse ele sorrindo. – Você veio só?

— Vim, o Esteban ficou no hotel – disse ela. – Ele estava muito cansado da viagem, por isso não veio.

— Vamos entrar – ele puxa a irmã.

— Vai ter festa hoje aqui? – ela pergunta.

— Meu aniversário. A mamãe fez questão de fazer – ele disse. – Estou esperando meus convidados.

— Oh, é verdade parece que eu cheguei no dia certo – disse ela. – Feliz aniversário irmãozinho – disse ela o abraçando e beijando.

— Obrigado – disse ele. – A mamãe está na cozinha.

— Eu vou lá – disse ela se retirando.

Maria estava distraída arrumando uma bandeja de salgadinhos quando ouve uma voz conhecida.

— A senhora quer ajuda?

Maria se vira e arregala os olhos.

— Bianca! – ela deixa o que estava fazendo e abraça a filha. – Ah minha filha, é tão bom vê-la! Que saudades!

— É bom vê-la também mãe – disse ela retribuindo o abraço. – Posso ajudar?

— Pode sim. Arrume aquela bandeja ali – ela aponta para outra bandeja. – Logo os amigos do Nico vão chegar.

— E o papai, não o vi ainda – perguntou ela.

— Seu pai não está ele foi para um hotel – disse Maria como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Por quê? Ele não quis ficar pra festa? – ela perguntou.

— Não, eu o “expulsei” de casa – disse Maria. Bianca a olhou espantada. – Além do mais, Nico não o queria aqui. Por isso ele saiu.

Bianca suspira.

— Isso é temporário? – ela perguntou. – Ele ainda ignora o Nico?

— É bem pior – disse Maria. – Seu pai cometeu um crime – disse ela olhando para a filha. – Ele violou Piera sua prima e ela está grávida.

Bianca fez um O com a boca e arregalou os olhos.

— Meu Deus! – ela diz ainda atordoada. – E Piera, o que vai ser dela?

— Sua tia veio tomar satisfações do que seu pai fez e exigiu uma reparação. Paolo decidiu assumir o bebê, mas eu lhe disse que desse seu jeito porque aqui eu não quero, ele que arranje um lugar para o bebê – disse ela indignada.

— Mas e a tia Donatela, não quer o bebê? – perguntou Bianca.

— Parece que não, já que ela obrigou seu pai a ficar com a criança – disse Maria.

— Não dá pra acreditar – disse Bianca perturbada. – Nico sabe?

— Eu ainda não conversei com o Nico sobre isso – disse Maria. – Não quero preocupar a cabeça dele com essas coisas. Nico está feliz, sabia que ele arranjou um namorado?

— É mesmo? – perguntou Bianca.

— Hoje você vai conhecê-lo – disse Maria sorrindo. – Esse rapaz fez muito bem ao seu irmão, ele está mais sorridente, fez amigos excelentes. Eu os conheci quando Nico esteve hospitalizado.

— Hospitalizado? – pergunta Bianca.

— Sim, uma garota tentou matá-lo por causa do Percy – disse Maria. – Foi assustador filha, Nico pegou uma hipotermia.

— Meu Deus! Coitado do meu irmão! – disse Bianca surpresa. – Esse rapaz deve ser o máximo para tentarem roubá-lo do Nico.

— Ele é muito lindo! Você vai ver – disse Maria sorrindo.