Âmago Ínvio escrita por Samazing


Capítulo 1
Capítulo I — Planos.


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui está minha primeira longfic de Fairy Tail e tem como casal principal Gajeel e Levy, mas não quer dizer que não tem um pouco dos outros também! Espero que gostem dessa fanfic, por favor, deixem suas opiniões nos comentários e me desculpem pelos eventuais erros que podem vir a aparecer.



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Magnólia costumava ser um reino bastante próspero, na verdade, um dos mais ricos da redondeza. Por conta disso, tornara-se um alvo fácil de inveja para os outros reinos, que sempre cobiçavam obter uma aliança para que pudessem afortunar-se da riqueza da terra vizinha. Entretanto, para a infelicidade de muitos, a melhor das ideias possíveis de aliança já havia se concretizado antes mesmo do atual príncipe nascer, — um casamento arranjado.

Desde pequeno, o príncipe sempre teve um temperamento um tanto quanto peculiar. Sua mãe morreu quando ainda era um bebê e, seu pai, inexperiente e pouco presente em sua vida, passou a lhe conceder todos os bens que ele desejasse, mesmo que estes não fossem necessários, assim, ele poderia apegar-se a outros bens e, consequentemente, esquecer-se da falta que a figura materna lhe causava. Apesar disso, esse, certamente, não foi o caminho certo a ser tomado. Gajeel aprendeu a lidar tanto com a falta da figura materna, quanto com a falta da figura paterna, porém cresceu como um indivíduo extremamente egocêntrico, rude e, inevitavelmente, frio. Poucos eram aqueles que conseguiam aguentar seu temperamento e permanecer ao seu lado, exceto por Natsu e Juvia.

Com sua prometida, não foi diferente. Tiana era uma pessoa adorável e extremamente paciente, ao contrário de Gajeel, completamente impulsivo. Sua dama de companhia, Anna, que a acompanhava sempre que ela ia visitar o futuro marido, sentia-se incomodada todas as vezes que via como ele tratava a princesa Tiana. Indignada, quando chegou ao seu limite, resolveu contar ao rei, pai da princesa e, dessa forma, ele planejou um golpe, conseguindo uma quantidade absurda de dinheiro e impedindo sua filha de casar com aquele monstro. Consequentemente, Magnólia imergiu-se em uma crise.    

A queda da economia tornou-se um problema grande o suficiente para adoecer o rei, que logo veio a falecer, deixando todos os problemas sobre os ombros de seu único filho. Gajeel, por sua vez, procurou melhorar a situação do reino de inúmeras formas diferentes, entretanto, com a chegada do inverno, que impediria bons resultados das plantações, ele viu-se sem opções e, por um momento, desesperado, principalmente após os resultados negativos que recebera nos meses anteriores.

A neve caía rigorosamente naquela tarde de inverno, Gajeel, recostado na janela do seu quarto, podia ver os flocos caindo, cobrindo a grama do jardim por um belo e suave tom de branco. Sua mente, por outro lado, vagava pensando em soluções viáveis para a crise. Mais uma vez, nada lhe vinha a mente. Depois do caos que a região se tornou, ficou quase inviável conseguir novos acordos que os beneficiassem. Acordou de seus devaneios ao ouvir o soar de alguém batendo na porta. Impaciente, como normalmente era, bufou, virando-se em direção a porta, ponderando se deveria ou não atender.

— Eu acho que falei que não queria que ninguém viesse até aqui. — Disse, alto o suficiente para que a pessoa do outro lado da porta de madeira ouvisse exatamente o que estava falando.

— Nem mesmo o seu melhor amigo? — Respondeu o rapaz, logo abrindo a porta. Gajeel reconheceu sua voz imediatamente, era inevitável não o reconhecer quando se tratava de Natsu.

Natsu era uma das poucas pessoas que aguentavam seu forte temperamento. As famílias Dragneel e Redfox tem um antepassado muito longo de amizade e com eles não foi diferente. Certamente, foi difícil para eles se aproximarem, principalmente pelo fato de Gajeel ser um tanto quanto rude, enquanto Natsu era reconhecido por sua simpatia e empolgação. Natsu era bastante reconhecido, membro de uma das famílias nobres mais influentes da região, além de ter um ótimo senso de humor e uma aparência um tanto quanto atraente.

— Já invadiu o quarto mesmo. — Deu de ombros, sentando-se numa das poltronas que havia no cômodo. — O que faz aqui?

— Você não pode ficar trancado nesse quarto o tempo todo, tem que se distrair um pouco. Tudo bem que você é um príncipe, mas também é um ser humano. — Natsu deixou um suspiro escapar, voltando a encarar o príncipe, dessa vez, com uma feição séria. — Então, eu estive conversando com a senhorita Heartfilia...

— Natsu, nem ouse continuar. — Gajeel revirou os olhos, deixando uma feição incomodada fazer-se presente em seus rosto.

— Bom, ela é uma diplomata de bastante reconhecimento, principalmente pela sua compreensão sobre a área política. — Ele continuou, mesmo sabendo que a reação do príncipe não seria das melhores. — Ela me apresentou uma ideia que pode ajudar a solucionar os problemas da crise ou pelo menos amenizá-los.

— Eu já falei, Natsu, chega disso! — Vociferou, bufando logo em seguida. — Você sabe que eu não gosto das ideias que vêm de pessoas que não são da minha confiança!

— Você está sem opções, príncipe! — Dessa vez, foi Natsu quem bufou. — As pessoas em que você confia, ou melhor, nós confiamos, não estão apresentando soluções viáveis. — Ele deu algumas passadas de um lado para o outro do cômodo, claramente demonstrando seu nervosismo, logo passando as mãos pelo cabelo. — Eu confio na senhorita Heartfilia, você sabe, nós nos conhecemos há algum tempo e eu li inúmeras teses dela, eu não estaria dizendo isso se não confiasse.

Natsu voltou o olhar para o seu amigo, buscando compreender suas reações, contudo, Gajeel estava de costas, fazendo-se impossível entender o que ele estava sentido naquele momento, embora acreditasse que ele não estivesse nem um pouco feliz. Sem conseguir ver o seu rosto e um pouco temeroso, Natsu decidiu prosseguir com sua fala.

— Então... A senhorita Heartfilia tem uma amiga próxima, o nome dela é senhorita McGarden. Ela tem bastante conhecimento sobre economia, política e línguas. Ela é realmente muito boa, mas não gosta de ser reconhecida por isso, prefere manter seus trabalhos em sigilo. Eu também li alguns de seus trabalhos, embora eu não seja dos melhores em economia. E passei para o senhor Anthony, que é de sua confiança, já que é o economista do palácio e ele achou os trabalhos delas brilhantes, simplesmente impecáveis. Eu achei que ela poderia ser de boa ajuda para o senhor. — Explicou, por fim, de uma vez só.

Gajeel virou-se para ele novamente, com uma feição um tanto quanto descontente. Natsu entortou os lábios, demonstrando certa insegurança por ter dito aquilo tudo. Sabia que Gajeel ficaria bravo, tinha certeza, mas ele precisava tentar. Ele se preocupava tanto com Magnólia quanto Gajeel e sabia que precisavam recorrer a outros meios.

— Como posso receber de ajuda de alguém que nunca sequer ouvi falar, Natsu? Ela é nobre? É difícil eu não conhecer alguém da nobreza.

Natsu engoliu seco, tentando pensar na melhor desculpa que lhe vinha à mente naquele momento, tentando omitir as duas últimas perguntas em sua resposta, para que assim não estivesse mentindo para o amigo e sim omitindo um fato.

— Ela é humilde, príncipe. Ainda existem pessoas humildes por aí, sei que é difícil de acreditar. — Deixou uma risadinha baixa escapar. — Ela trabalha muito bem, só prefere não ser reconhecida. A senhorita McGarden também fala inúmeras línguas diferentes, isso pode ajudar em algo futuramente, algum negócio, talvez. — Natsu notou que Gajeel pretendia protestar e decidiu voltar a falar, impedindo-o de fazê-lo. — E Anthony achou uma boa ideia também, por isso achei que você poderia aprovar.

Gajeel suspirou, mas ele se via sem outras alternativas. Se Anthony, considerado um dos melhores economistas da redondeza e economista oficial da realeza aprovava a ideia insana de Natsu, quem seria Gajeel para discordar? Não que ele não entendesse de economia, na verdade, ele entendia, e muito bem. Assim como entendia de política e de todas as coisas que um príncipe necessitava saber, o que o tornava um indivíduo extremamente culto e, mesmo assim, não encontrara a solução para aquela crise. Tinha dificuldade de confiar nas pessoas, de fato, e tinha absoluta certeza de que com a senhorita McGarden não seria diferente, mas ele via-se sem saída. Mesmo sendo egocêntrico e arrogante, ele ainda sabia dos seus deveres e tinha total consciência de que deveria cumprí-los, afinal, todo o reino dependia de suas decisões. 

— Eu aceito a proposta. — Rendeu-se, por fim, falando em um tom de voz completamente sério.

— Tentarei contatá-la o mais rápido possível para que ela venha para o palácio. — Ele permitiu deixar um pequeno sorriso se formar em seus lábios, feliz com a própria conquista. — Ela ficará em um dos quartos de hóspedes do castelo, tudo bem? A senhorita Heartfilia me disse que ela é bastante perceptiva e que mais de perto ela trabalha melhor e, bem, a moradia dela é relativamente longe. Anthony também concordou com a ideia, pois diz que existem documentos aqui que podem ser capaz de ajudá-la de alguma forma. Eu só preciso da sua permissão.

— Ela precisará ficar aqui? Isso é necessário? — Ele revirou os olhos, odiava quando tinha visitas no castelo. Já não sentia-se a vontade com os criados, que convivam com ele desde criança, quanto mais com desconhecidos.

— Eu sei que você odeia visitas e coisas do gênero, mas é necessário. Esse lugar é enorme, príncipe. Nós podemos deixá-la apenas na ala leste e deixar a ala oeste só para o senhor, afinal, todos os acordos econômicos são fechados na ala leste, não é mesmo? É a ala dos visitantes.

— Faça isso logo, antes que eu mude de ideia.

Natsu deixou um sorriso vitorioso transparecer em seus lábios e percebeu que era a deixa perfeita para que ele pudesse deixar o ambiente e, como uma pessoa sábia, assim o fez, antes que o príncipe resolvesse mudar de ideia.

(...)

A manhã pairava sobre Magnólia novamente, apesar do frio e da aparência esbranquiçada do reino devido à neve, a pequenina Levy Mcgarden apreciava a beleza do inverno. De certo modo, ela gostava de quando a neve tomava conta do ambiente, achava, sinceramente, agradável, já que o frio lhe agradava. A camponesa sabia apreciar cada detalhe de cada estação do ano separadamente e era por isso que, de alguma forma, todas elas a agradavam.

— Ei, Levy, o senhor Dragneel chegou! —  A loira ao seu lado disse, um tanto quanto animada. Levy, por outro lado, tinha uma feição um tanto quanto abalada presente em seu rosto.

—  Já? —  A pequenina suspirou. —  Eu mal me despedi do meu pai... Eu espero que ele fique bem durante esse tempo.

—  Ele vai ficar bem, eu tenho certeza! Eu vou vir visitá-lo frequentemente. —  Lucy sorriu, tentando confortar a amiga. —  Além disso, eu já te falei do acordo, não falei? Em troca da sua ajuda, o príncipe pagará os devidos cuidados médicos para seu pai. Esse foi seu pedido, não foi? O senhor Dragneel me garantiu isso e eu confio nele.

—  Você confia nele e eu confio em você, Lucy —  Mais um sorriso fez-se presente em seus lábios. — Eu vou sentir sua falta.

—  Eu vou te fazer algumas visitas. —  Ela deu uma piscadela, a camponesa deixou uma risadinha baixa escapar.

—  Senhoritas. —  Natsu disse, aproximando-se das jovens moças que encontravam-se sentadas na pequena varanda da casa humilde. — Vejo que já está tudo pronto, correto? —  Proferiu, logo após perceber as pequenas malas ao lado da cadeira em que a pequenina encontrava-se sentada. —  Então precisamos ir, quanto mais rápido melhor. —  Deixou um de seus belos sorrisos transparecer enquanto a ajudava a carregar as malas.

—  Claro. —  A pequenina concordou, pegando as pequenas malas e afastando-se de Lucy, com um sorriso singelo presente nos lábios, enquanto a amiga acenava, já de longe.

—  Adeus! —  Levy disse, o mais alto que pode e a amiga permaneceu a acenar, até que ambos saíram de seu campo de visão ao entrar na bela carruagem.

Levy manteve-se em silêncio durante grande parte do percurso. Estava envergonhada, afinal, não era sempre que lidava com pessoas da nobreza, na verdade, era exatamente por isso que ela não tinha o reconhecimento que merecia. Não só por isso, mas também porque mulheres cultas e bem informadas não eram bem vistas. Era um reino um tanto quanto primitivo e isso era o que mais lhe incomodava. A única pessoa da nobreza com quem tinha contato frequentemente era Lucy, já que a loira pouco se importava com seu próprio status. Natsu não parecia tão diferente. Ele não parecia querer menosprezá-la e nem o fez quando se conheceram. Ao todo, era uma boa companhia, ela tinha que admitir. Ao contrário dos rumores que ouvia sobre o príncipe, e isso a assustava.

—  Nós já estamos chegando. — Natsu anunciou, fazendo-a despertar de seus próprios pensamentos.

— Nossa... — Murmurou, assim que viu o enorme castelo. Lembrava-se de passar por ali quando era pequena acompanhada de seu pai, mas por mais que tivesse crescido, o castelo lhe parecia maior do que na sua própria lembrança.

Natsu, ao perceber sua reação, permitiu-se dar uma risadinha baixa e um tanto quanto discreta.

— É bonito, não é? A senhorita vai gostar do ambiente. Não tem como não gostar, todos ficam encantados.

— Eu não estou acostumada com lugares tão grandes, mas acho que posso tentar. — Um sorriso tímido apareceu no canto de seus lábios.

— Tenho certeza de que vai se acostumar rapidamente.

— Eu espero. — Ela respondeu educadamente, ainda com um pequeno sorriso presente em seus lábios.

Assim que a carruagem estacionou, ambos seguiram diretamente até o salão de visitas do castelo, enquanto os criados tornaram-se encarregados das malas da pequenina. Levy ficava abismada a cada passo que dava, era incrível como apenas o salão principal parecia, simplesmente, o dobro da sua casa tão humilde. Ela acomodou-se em uma das poltronas acolchoadas vermelhas que havia naquele enorme salão, aguardando pela presença do príncipe que, ao contrário do que ela pensara, não demorou muito a chegar.

O príncipe adentrou a sala calmamente sem nenhuma expressão aparente, analisou-a enquanto ela sentava-se de maneira apropriada sobre a poltrona. Ela analisou sua aparência um tanto quanto peculiar e diferente do que ela imaginara, apesar das vestes elegantes e do bom porte. Gajeel, por outro lado, conseguia ver que ela não era da nobreza apenas pelo modo como ela estava vestida, mesmo que ela estivesse usando seu melhor vestido e, consequentemente, seu vestido favorito. Ele revirou os olhos, furioso, até que seu olhar parasse sobre Natsu, que fingiu não estar entendendo o que estava acontecendo. Descontente com a situação, ele caminhou em direção ao menino de cabelos róseos buscando alguma explicação plausível. Ele sabia que não era bom para a aparência da realeza e do castelo, o príncipe ser visto por uma camponesa.

— Dragneel, o que você está fazendo? Você é louco? — Ele perguntou, um tanto quanto rude, embora já soubesse exatamente a resposta daquela pergunta retórica.

— Em nenhum momento eu disse para o senhor que ela é da nobreza. — Ele respondeu, tentando manter a calma.

— Mas eu perguntei! Você mentiu para mim?

— Não, eu não menti... — Deu uma pausa, desviando o olhar para os cantos, como se quisesse fazer-se de desentendido. — Eu apenas não lhe respondi, na pior das hipóteses, eu omiti.

— Você sabe que isso não é certo! — Ele rolou os olhos, um tanto quanto impaciente.

— E desde quando você liga para o que certo? Isso é para o bem do reino, não seja egoísta! Você conversou com o Anthony, sabe que ele apoiou a ideia. Anthony sabe que ela é uma camponesa. Ela pode ajudar a resolver esse problema.

— Eu sei, mas... — De repente, sua fala foi interrompida.

— Com licença... — A pequenina levantou-se, aproximando-se dos dois cavalheiros. — Eu ainda estou ouvindo tudo o que vocês estão dizendo. Se necessário, eu posso ir embora.

— Não é necessário! — Natsu respondeu, antes que Gajeel pudesse dizer qualquer coisa.

— Vossa majestade? — Ela perguntou, esperando, na verdade, pela resposta do príncipe.

Ele deixou um suspiro escapar, pensando em todas as palavras de Natsu, percebendo que, no fundo, sabia que estava sendo egoísta de mais. Ele precisava arrumar um jeito de ajudar Magnólia a se reerguer, mesmo que ele não gostasse nem um pouco do método.

— Tudo bem, eu aceito.

Com essas últimas palavras, Gajeel deixou a sala, sem expressar qualquer emoção, embora Levy tivesse certeza de que ele estava bravo e nem um pouco feliz por conhecê-la. Frustrada, Levy foi guiada até seu quarto, onde passou o resto do dia lendo para que pudesse se distrair, já que aquele dia havia sido lhe dado para descanso e acomodação.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, me digam as opiniões de vocês porque é muito importante. Obrigada por lerem até o final, logo, logo postarei um novo capítulo.



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