Never Forget escrita por InfinityHolic


Capítulo 1
Never Forget


Notas iniciais do capítulo

Kayles me pertence, todos os demais personagens pertencem a seus respectivos players no RPG Fairy Tail - Flames of Revolution.



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A música do violino soava pelo grande jardim do hospital psiquiátrico de Crocus e eu fechei os olhos, tentando aproveitá-la mais um pouco. A violinista deve estar na casa dos vinte anos, eu acho, seu nome é bem conhecido por estas bandas, ou melhor, seu codinome: Lightning não é alguém que possa ser ignorada por qualquer um, mas hoje – E nas últimas semanas – Ela não era a famosa cantora que arrasava o coração de multidões. Era apenas uma jovem mulher tocando violino para uma plateia inusitada.

 

Eu sei a razão de ela estar aqui, afinal, a “razão” é da minha guilda. Um jovem rapaz, mas não é isso que vocês estão pensando, Kayles não é apaixonada por ele ou nada do tipo, ela apenas...

 

Admito, nem mesmo eu sei direito porque ela faz isto.

 

Ao fim da música, palmas fracas dos doentes que a cercavam, como boa artista, a garota fez uma reverência em agradecimento e foi sentar-se ao lado de seu amigo, acompanhada de uma pequena gatinha falante.

 

Akisha não lembrava dela por muito tempo no começo, mas eu vi sua figura se tornar tão presente na vida dele que mesmo a doença não conseguia roubar totalmente a lembrança de seu nome, o que muitos médicos consideravam um milagre, aparentemente Kayles não se importava se ele recordava ou não, apenas continuava a sua rotina de vir aqui todos os dias e conversar com ele regularmente, contando histórias aparentemente fictícias para capturar sua atenção, Akisha nem imagina que todas as histórias que escuta foram vividas por ele.

 

Eu a vejo sofrer em silêncio a medida que a doença avança e o debilita, lembro muito bem da discussão travada entre ela e Ethel quando ele decidiu mandar Akisha para um hospital psiquiátrico, mas por favor, Kayles, não o culpe, é apenas a maneira dele de demonstrar preocupação, a guilda estava começando a se tornar um ambiente perigoso.

 

Mas não vou exigir que você tenha a mesma visão que eu, nossos tempos de vida são muito diferentes.

 

Ele pergunta alguma amenidade sobre a música, você sorri e explica pacientemente. Dois minutos depois ele pergunta a mesma coisa sem perceber, e você, com a mesma paciência, continua explicando.

 

Vallet não pode nem mesmo pensar no nome dele que já começa a chorar.

 

Ethel desistiu de qualquer tratamento.

 

Sean, apesar da tristeza, seguiu em frente.

 

E Kijin... Bem, Kijin é Kijin.

 

A guilda já aceitou isso e seguiu em frente, mas você... Você sabe que ele vai morrer, sabe que não tem cura, mas insiste em ficar perto dele, por mais que saiba o quanto vai sofrer depois, sendo que, teoricamente, não há nada que te ligue a ele que exija esse nível de esforço.

 

E como em todos os dias, eu apenas observo você guiando-o na cadeira de rodas até o quarto branco e sem vida do hospital, sentando-se ao lado da cama e ficando ali, com ele, até o momento em que ele dorme, quando você finalmente se permite um momento para si mesma, fecha os olhos e ora, não pela cura dele, mas sim para que ele tenha paz na alma.

 

É uma amizade realmente livre e desinteressada, algo raro de se ver.

 

—Kayles...? - A voz baixa de Akisha quebra o silêncio do cômodo.

 

—Sim? - Você responde baixo, dando um sorriso cansado.

 

Pode... Tocar... Por favor? - Até mesmo uma frase simples era uma dificuldade, mas você fingia não perceber porque sabia que ele ficava triste quando você estava triste.

 

—Claro – Você tirou o violino da caixa e preencheu o quarto com uma melodia baixa, Akisha sorriu e você acabou sorrindo também.

 

Quando ele fechou os olhos eu já tinha uma noção do que ia acontecer, e acho que você também, afinal, você não ficou surpreendida quando o monitor parou de mostrar os sinais vitais, apenas baixou a cabeça e terminou a música enquanto deixava as lágrimas caírem livres por seu rosto.

 

Me materializei ao seu lado e, por poucos segundos, me senti feliz em ver a sua cara de surpresa.

 

—Você... Saber, não é?

 

—Sim – Confirmei enquanto sentia sua mão correr por meus pelos – Eu tenho observado vocês.

 

—É mesmo? Obrigada.

 

—Kayles – Parei por alguns segundos olhando seu rosto banhado em lágrimas – Por quê?

 

—Porque eu prometi a ele. Eu sabia que ele iria me esquecer, mas antes disso eu prometi que nunca iria esquecê-lo.


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