O Jogador de Basquete e o Gótico escrita por Creeper


Capítulo 32
"Normalidade"


Notas iniciais do capítulo

Olá ♡! Eu espero que gostem e boa leitura ☆!
O cap está pronto há alguns dias, segurei a vontade de postar para que desse o prazo de uma semana!
Ou seja, voltei oficialmente, postando capítulos semanalmente!



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Era de manhã, já fazia dois dias que eu e Brady estávamos fora de casa, na noite anterior antes de dormir, chequei meu celular e lá havia inúmeras ligações perdidas que variavam de Amanda até as A.U.F.
Abri os olhos lentamente , me dando conta que o sol já havia nascido e brilhava forte, o calor já era capaz de me incomodar, bocejei, estava com preguiça e sem ânimo para me levantar. Estava abraçado com Brady, me dei conta ao olhar para baixo e ver seus braços me rodeando, corei. Desviei o olhar para cima, encarando seu rosto e me assustando ao ver que seus olhos estavam abertos e fixos em mim.
–Acordou?-perguntou docemente na maior cara de pau, ah, claro, até porque É MUITO NORMAL VOCÊ FICAR OBSERVANDO ALGUÉM ENQUANTO ESSA PESSOA ESTÁ DORMINDO DESPREOCUPADAMENTE!
–H-Há q-quanto tempo está me olhando?!-corei ainda mais. Droga.
Brady deu um pequeno sorriso, me ignorando e fazendo outra pergunta:
–Dormiu bem?-arrumou alguns fios de cabelo que caíam sobre meus olhos desajeitadamente.
–Como uma pedra.-respondi revirando os olhos, me livrei de seu abraço e pronto para levantar, ele me puxou de volta, se colocando por cima de mim.-B-Brady!-arregalei os olhos.-Se esqueceu que Jack vem nos buscar? Temos que voltar pra casa!
–Shhhh...-Brady pressionou o dedo indicador contra meus lábios, me calando, fiquei surpreso.-Quero aproveitar ao máximo esse tempo com você.-sussurrou, me fazendo engolir em seco. Aproximou a boca de meu ouvido.-Pense que...É uma preparação para quando...Você sabe...Formos casados.
–B-Brady! A gente...-não consegui acabar a frase por ter meus lábios tomados por Brady. Só faltava soltar fumaça pelo ouvidos de tanta vergonha! Permaneci de olhos abertos, porém fui os fechando lentamente e levei minhas mãos até seu pescoço. Olha, estava sendo menos babado que o meu primeiro, então eu acredito que eu esteja melhorando! Ponto pra mim!
Ouvi o som da porta sendo aberta lentamente, automaticamente abri os olhos e me separei de Brady, o deixando confuso. Olhei em direção a porta e Jack estava parado, sem nem por o pé para dentro, os olhos arregalados e as bochechas levemente rosadas.
–Desculpa se eu atrapalhei os pombinhos!-Jack não se conteve e deu um sorriso sem graça ao mesmo tempo que sacana.
–O q-que?! N-Na-Na...-tentei envergonhado, porém Jack que ainda estava com a mão na maçaneta, somente puxou a porta, a fechando rapidamente e com força, continuando parado do lado de fora. Me levantei imediatamente um pouco aflito, dei uma breve arrumada no cabelo tentando recompor a postura e respirei fundo, andando até a porta meio nervoso e a abrindo, encontrando Jack na mesma posição, ainda surpreso. Dei um sorriso forçado sem graça. Acho que vai ter uma hora que eu vou ter passado tanta vergonha que vou criar anti-corpos contra ela e nunca mais vou ficar envergonhado.
–Terminaram?-Jack riu.
–Nem deu tempo de começar!-Brady brincou, ainda deitado.
–Que vergonha...-escondi meu rosto entre as mãos. Ainda sentia os lábios de Brady nos meus, o que fazia meu sangue ferver, ouvindo a risada dos dois palhaços.
☆☆☆
–Meninos...-Amanda começou. Havíamos acabado de chegar, estávamos sentados no sofá lado a lado aflitos.-Agora que estão aqui, é a hora da bronca.-nos olhou séria. Eu e Brady nos entreolhamos preocupados.-Outra vez passaram a noite fora de casa! E dessa vez foram duas noites! Estão malucos?! Não podem tomar essa decisão sozinhos! Simplesmente dormirem em um barraco abandonado e só aparecerem dois dias depois! Ah, e não é só isso! Os dois mocinhos falaram que iam dormir um na casa do outro e no final não estavam em lugar nenhum! Fiquei louca de preocupação! Onde vocês estavam?!
Ao chegarmos, ela nos encheu de perguntas relacionadas ao nosso bem estar, contamos a história para ela , ela ouviu tudo andando de um lado para o outro, bufando, com os braços cruzados e testa franzida. Porém, não contamos pra Amanda que saímos da cidade, isso seria demais, estaríamos mais fritos do que já estamos.
–No cantinho.-falei calmamente, tentando controlar a vontade de entregar o jogo. Não deixava de ser verdade, quero dizer, ela queria saber sobre a noite que saímos da cidade, mas...
–Eu fui lá e não tinha ninguém.-Amanda me encarou.
Ferrou.
–Tínhamos saído para dar uma volta.-Brady completou.
Amanda nos olhou desconfiada.
–Bem...Vocês estão encrencados. Se ao menos tivessem dado sinal de vida! Eu e os pais de Brady quase enlouquecemos! Estávamos prestes a chamar a polícia ! Pensamos que estivessem desaparecidos! -Amanda bufou, parecia estar estressada.-Drew, você está de castigo! Vou te falar depois o que é, vai aprender uma lição por conta dessa sua irresponsabilidade. Brady, seu pai me ligou hoje de manhã e mandou você ir direto para casa, caso aparecesse por aqui. Sabe, eu sinto em dizer, mas ele talvez proíba vocês de se verem, ele acha que Drew é má influência. Brady, eu não penso que apenas você apronta, pois sei que Drew é capaz disso, então os dois tem culpa, e nem por isso vou acabar com a amizade de vocês.-deu uma pausa.-Drew, pro seu quarto já, saiba que eu estou decepcionada.
–Amanda, espera.-me levantei.-Eu...Tenho uma surpresa.-andei até a porta. Amanda me olhou atentamente. Respirei fundo e abri a porta, apontando para o que estava do lado de fora.
–Oi, Nanda.-Jack acenou de modo tímido. Vi os olhos de Nanda se arregalarem e ela cobriu a boca escancarada com as mãos, recuou alguns passos, desacreditada.
–J-Jack...-foi a única coisa que ela conseguiu pronunciar.
–Estou de volta.-Jack sorriu sincero.
Os olhos de Amanda estavam lacrimejados, olhava fixamente para Jack, mas sem coragem de se mexer. Os dois se encararam por um longo tempo. Até que Jack correu e abraçou Nanda, como uma criancinha abraçando a mãe, um abraço bem apertado.
–Desculpa, Nanda!-Jack disse arrependido. -Eu me sinto horrível! Durante o tempo que eu morei aqui, você sempre cuidou de mim e me alegrou nos dias em que eu estava triste! E como foi minha forma de retribuir? Fugindo! Fugindo, te abandonando...E...Te deixando triste nos dias em que você devia estar feliz...Fui egoísta!Eu sei que você chorou. E...Eu também chorei! Mas...Eu preciso do seu perdão, mas entendo se você não me der.
Um silêncio. Eu e Brady ficamos surpresos e nos entreolhamos.
–É verdade que eu chorei...Doeu, Jack. Fiquei magoada...Mas, não devemos guardar mágoa. O importante é que você está aqui. Que voltou para casa. Eu continuo te amando do mesmo jeito que te amei o tempo que morou aqui! Sempre vou te amar, você é meu filho...-Amanda retribuiu o abraço.-Eu te desculpo.-senti uma pontada de choro em sua voz.
Pronto, Jack desabou a chorar. E pude ver lágrimas rolarem pelo rosto de Amanda, mas não aquelas lágrimas amargas que ela derramou durante anos por causa do sumiço de Jack, eram lágrimas de emoção, ela estava chorando de felicidade. Sorri aliviado, relaxando os ombros.
–Adoro reencontros...-Brady comentou se apoiando em mim ao fingir limpar uma lágrima.-São tão emocionantes.
Tinha que concordar. Eu estava feliz por Jack finalmente ter aceitado contar a verdade.
Jack levantou Amanda, a tirando do chão e em seguida a rodopiando pela sala, isso arrancou gritinhos da parte dela, pedindo para que a soltasse. Jack a soltou, e ainda chorando, porém com um largo sorriso nos lábios, admitiu:
–Estou tão feliz por voltar!
–Não suma nunca mais.-Amanda pediu, visivelmente abalada.
–Agora...Tem mais pessoas que você precisa ver, não acha?-comentei.
Jack limpou o rosto com a costa da mão e me olhou assentindo.
–Deixa com a gente!-Brady fez sinal de positivo.-Eu busco Cassie e Drew busca a Lily!
–E eu ligo para a Alana!-Amanda deu um sorriso fraco, ainda tentando se recuperar do choro.
Suspirei.
–Nanda, eu já te disse para não desperdiçar lágrimas com ele.-falei sorrindo de canto.
–Eu estou feliz, seu bobo.-Amanda disse rindo e limpando as lágrimas com as pontas dos dedos, tentando ser discreta. Balancei a cabeça ainda sorrindo, ela não tinha jeito, nem Jack.
☆☆☆
Como combinado, esperei dar o horário de saída da escola de Lily e lá estava eu para busca-la.
–Tio Drew!-Lily ficou surpresa ao me ver.-Tio Drew!-correu para me abraçar, toda contente e sorridente, soltando fogos de artifício.-Pensei que tinha sumido!-disse manhosa, eu havia me ajoelhado para ficar a sua altura para que ela pudesse me dar um abraço.-Como o papai...-a ouvi sussurar de modo triste.
–Eu nunca faria isso, pequena!-a apertei, pousando uma mão sobre seus cabelos e a outra em suas costas, a trazendo para perto.-Tem uma surpresa para você esperando lá em casa!-sorri.
–Eba!-Lily comemorou.-Senti tanta falta, tio Drew!
–VOCÊ!-alguém gritou. Olhei na direção da voz e era Karla, arregalei os olhos e me levantei.-Veio devolver a Mikau?-cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
Cerrei os dentes, assustado, olhei para Lily e ela olhou para mim sem saber o que fazer. Eu não pretendia ver aquela mulher nunca mais!
–S-Sim...-menti.-Tá lá fora.-apontei com o polegar.-V-Vou buscar.-ri nervosamente pegando na mão de Lily e andando devagar. Quando não estava mais na vista de Karla, corri, atravessando o portão e me vendo livre. Suspirei.
–Drew?-vi Alana saindo do carro que havia acabado de estacionar do outro lado da rua e me olhando confusa.-Não sabia que ia buscar a Lily...-estranhou.
–Vou levar ela lá pra casa, sabe?-falei.
–Eu estou indo pra lá agora.-Alana sorriu.-Que surpresa é essa que a Amanda falou?-arqueou uma sobrancelha.
–Vocês verão.-sorri de canto confiante.
☆☆☆
–Brady, você faltou a minha aula, não pense que vou te perdoar!-Cassie brigava com Brady, de vez em quando ela dava aula para o segundo ano e ele faltou bem no dia.
–Cassie, relaxa...-Brady pediu desanimado. Cassie ficou tagarelando, reclamando e dando bronca no Brady.
–Você também não vai escapar, Drew!-me olhou ameaçadora. Ela nem ligava onde estávamos, queria mais era brigar conosco por nossas faltas.
–Qual a surpresa, Nanda?-Lily sorriu animada, balançando as perninhas, estava sentada no sofá entre Sophie e Safira, cada uma com uma xícara de plástico rosa com suco.
–Bem...-Amanda sorriu satisfeita se colocando ao meu lado com as mãos na cintura, os olhos ainda inchados. Ela observou Cassie sentar no braço do sofá e Alana ao lado de Sophie. Suspirou.-Eu tenho uma boa notícia!
–Você finalmente vai colocar o Drew pra adoção?!-Cassie perguntou animada com os olhos brilhando.
–Muito maduro da sua parte...-falei sarcástico. Cassie fechou a cara e cruzou os braços.
–Sem mais delongas...-Nanda começou. Com o canto do olho vi Jack no topo da escada, assenti com a cabeça discretamente e ele desceu em silêncio, mas acabou tropeçando e rolando escada abaixo, soltando um grito. Bati com a mão na testa e balancei a cabeça com desaprovação.
–Essa deve ter doído...-Brady comentou.
–Eu to bem!-Jack levantou e acenou para todos sem jeito. Visivelmente com dor.
As meninas ficaram boquiabertas, olharam de Jack para nós diversas vezes, mexendo as cabeças endurecidas, pasmas.
Lily foi a primeira a se pronunciar, descendo do sofá e andando até Jack, ficou frente a frente com ele, e teve que inclinar a cabeça para trás para encara-lo. Os olhinhos brilhando e a boquinha aberta em um perfeito "o". Sorri de canto. O olhar de Lily se dirigiu para mim, confusa, cruzei os braços e sorri sinceramente, fazendo que "sim" com a cabeça.
–Papai!-Lily o abraçou.-É sim! É o papai! Eu sabia que você voltaria!-disse emocionada e contente.
Jack sorriu envergonhado, pegando a filha no colo e a abraçando bem forte.
–É, Lilian...-Jack deu um riso abafado.-Eu voltei.-lhe deu um beijo demorado e sereno no alto da cabeça.
–Eu tive fé! Digamos que uma princesa fada gótica me ajudou!-Lily disse, as pequenas lágrimas brotaram no canto de seus olhinhos e escorreram lentamente pelas bochechas, havia um brilho em seu olhar, um brilho diferente, transmitindo energia positiva, me fazendo ficar feliz por ela, aquele seu sorriso largo, o jeito como repetia: "papai"...Tudo isso, era uma sensação maravilhosa, tão satisfatória, acho que mais que isso...Gratificante.
Alana se levantou, um pouco hesitante e se aproximou do marido, se limitando ao sorrir, um pouco desacreditada.
Jack deixou Lily no chão, limpando as lágrimas da pequena, e sorrindo, eles tiveram um pequeno diálogo por meio de sussurros, e logo a loirinha correu até o sofá pegando suas bonecas e vindo até mim.
–Tio Drew!-Lily disse pulando de alegria.-Isso não é um sonho, é?-desanimou.
–Isso é realidade, Lily.-falei sorrindo. Brady também sorriu, olhando com carinho para a pirralha.
Alana e Jack se abraçaram, ambos chorando, de felicidade, claro, teve até direito a beijo, nessa hora arregalei os olhos e senti meu rosto esquentar, imediatamente puxando Lily e tampando seus olhos com uma das mãos. Os dois se separaram, Alana estava corada, sorrindo sussurrou:
–Bem-vindo de volta, Jack.
Tava tudo bem, tava tudo bom...
–Eu sabia! SABIA! Minha intuição nunca, NUNCA, falha!-Cassie gritou se levantando e apontando de modo acusador para Jack que ficou sério.-Agora me diz que essa praga não era o "Taylor" aquele dia!
Sabe aquela hora que tá tocando uma música alegre no toca-discos, mas aí o disco trava, fazendo aquele barulho de parada forçada? Foi tipo isso ao ouvir o nome "Taylor" que ficou pairando no ar.
–Eeeeeé?-Lily me olhou confusa esperando explicações.
–E-eu...Eu inventei essa farsa de Taylor para poder ficar próximo da Lily!- Jack admitiu.-Me desculpem, desculpem por tudo que eu lhes fiz passar.-pediu em um sussurro abaixando a cabeça.-Por favor...
Por falar em Taylor, Jack havia se livrado das lentes e dado um jeito no cabelo tingido, que agora tinha poucos vestígios de azul.
–Só depois que eu te encher de porrada!-Cassandra cerrou os dentes e punhos. -Jack, eu só sei que no momento eu quero muito te bater!
–Eu sei...Acho que eu mereço.-Jack ergueu a cabeça, dando a vista de seus olhos marejados. Alana não sabia o que fazer, tentou falar algo, mas não conseguiu, ficando cabisbaixa e se abraçando como se estivesse com frio.
–Cassie.-Amanda sussurrou e fez um sinal de "não" com a cabeça.-Jack voltou e é isso que importa, não é?
–Mas você não tem nem um pouquinho de vontade de bater nele?!-Cassie gritou indignada.
–Por que eu iria bater em alguém que esperei tanto tempo para poder abraçar?-Amanda perguntou calmamente. Isso fez a expressão de raiva de Cassie se transformar em uma pensativa.
–Então...-Cassandra voltou a se sentar, cruzando as pernas e braços.-Jack.-encarou o irmão com seriedade.
–Cê tá morto.-eu e Brady dissemos ao mesmo tempo mordendo o lábio inferior.
–Irmãozinho...-ela estava tensa.-Eu não sou muito compreensiva igual a Amanda, sabe?-ela estava até calma demais. O que me assustava.-SUA IMUNDIÇA DESGRAÇADA ,SABE O QUANTO EU E O PAI NOS DESGASTAMOS TE PROCURANDO?! Te procuramos por anos! E você? Não estava nem aí pra gente! Você é um egoísta, um egoísta de primeira! Podia pelo menos ter avisado! Dado sinal de vida! Chegamos a pensar que você havia morrido! Jack, sabe o quanto doeu a hipótese de você estar morto?! E sua filha? Você é um irresponsável! A abandonou! Ela sofreu muito! Se duvidar, até mais que sua esposa, que você também abandonou! Eu te odeio, Jack! Te odeio! Por algum tempo eu pensei que quando te visse, a primeira coisa que faria seria te abraçar e te dizer o quanto senti sua falta! Mas agora...Agora...Eu não sinto mais isso. Espero que esteja feliz!
–Cassie, eu sei por tudo que lhes fiz passar, sinto muito, eu estou tentando me redimir, realmente estou arrependido, você não pode se esforçar para entender e aceitar? Não estou pedindo para me perdoar, mas sim para no mínimo aceitar!-Jack implorou, se segurava pra não chorar, mordendo o lábio inferior com força, a ponto de sangrar.-Pelo amor de Deus, errar é humano!
–Errar é humano, insistir no erro é burrice.-Cassandra disse, uma mistura de raiva e seriedade, ela se levantou de uma vez, pensei até que ela ia dar uma surra em Jack, mas ao invés disso ela subiu as escadas para o segundo andar, não pude deixar de notar que algumas lágrimas discretas escorriam por seu rosto e ela tentava limpa-las. Apenas o som da porta sendo batida com força foi ouvida, seguida de um silêncio mortal. Todos constrangidos e um pouco apreensivos.
Jack sentou-se no sofá acabado.
–Sinto muito.-Nanda tentou.-Cassie é assim mesmo...Difícil.
–Eu sei, afinal, ela é minha irmã. Talvez ela tenha razão...-Jack afundou o rosto nas mãos.
–Bem, de algum modo, mas não como ela está falando!-Amanda sentou-se ao seu lado.-Espere ela se acalmar, é muita pressão...Tenho certeza que Cassie não estava esperando por isso, logo hoje que...-ela se cortou.-Nada.
–Logo hoje que?-Jack arqueou uma sobrancelha.-Amanda, não complique, conte logo.
–Duas coisas.-Alana suspirou.-Nathan, o ex-namorado dela...Eles se encontraram, ela recebeu a notícia que ele estava noivo, céus, isso doeu até em mim, até porque ela tinha esperança de que quando ele voltasse, eles pudessem voltar a ter um relacionamento, afinal haviam prometido que sempre se amariam.
Arregalei os olhos e engoli em seco. Nossa, essa doeu na alma. Fiquei triste por Cassie, ela não merecia isso, de jeito nenhum! Lembro como ela estava contente quando nos contou a história de seu primeiro namorado, que se conheceram no Parque de Diversões e tal...Mas tiveram que terminar, pois ele ia estudar fora e namoro a distância não daria certo.
Mordi o lábio inferior, eu e Brady trocamos olhares, ele também estava mal por Cassie.
E, Jack estava igual a nós.
–A outra...-Amanda suspirou.-Chloe. Ela passou mal na noite passada , e mesmo seu pai insistindo que não é nada demais, Cassie ficou preocupada.
Jack ficou quieto, pensando. Por fim suspirou e esfregou os olhos molhados.
–Ela está passando por um momento difícil.-Amanda disse se levantando.-Então de o espaço que ela precise, certo?-deu um sorriso fraco e foi até a cozinha.
–É apenas a emoção do momento...-Alana estava prestes a chorar.-Cassie não vai ficar brava com você pra sempre.-se colocou na frente de Jack.
–Isso eu espero.-Jack suspirou pesadamente. Os dois olharam para Lily que parecia meio tímida e procurava refúgio ao abraçar suas bonecas, mas não evitava o sorriso.-Alana.-Jack chamou, atraindo a atenção da esposa, ela o encarou.-O que eu perdi?
–Muita coisa.-Alana suspirou. Jack deu um riso fraco. Ela se sentou ao seu lado, pegando em sua mão e entrelaçando seus dedos, além de deitar a cabeça no ombro dele, olhando para a filha.-Senti sua falta.-sussurrou.
–Sinto muito.-Jack se desculpou.-Quero voltar pra casa.-sorriu.
–Papai, sabia que tio Drew e tio Brady cuidaram de mim?-Lily contou orgulhosa.
–T-Tio B-Brady, querida?-Alana riu de modo nervoso, encarando a mim e a Brady tentando disfarçar a surpresa.
–Ops.-Lily tampou a boca, se fazendo de inocente.-Recuperaram meu colar quando ele caiu no rio! Eles me deram essa boneca, ó! Me levaram pra festa do pijama na casa do Gray!-começou a falar alegremente.
–Temos muito o que conversar, filha.-Jack sorriu cansado.
–Papai não vai sumir, vai?-Lily franziu a testa, insatisfeita e triste ao mesmo tempo.
–Nunca mais.-abriu os braços e Lily correu para abraça-lo.-Eu prometo!
–Então todo esse tempo, você era o Taylor?-Lily parecia confusa quanto a isso.
–Que tal deixar isso pra lá?-Jack riu sem graça.-Ei...-reparou o colar de Lily.-Onde achou essa foto?-apontou para sua foto quando jovem.
–Tio Drew!-Lily admirou o colar.-Ele guarda um álbum dentro da gaveta da cômoda!
–LILY!-a repreendi, ficando envergonhado.
–Pensei que tinha queimado o álbum...-Jack me olhou suspreso. Cruzei os braços e fiquei emburrado, o que lhe fez sorrir.
–Alana, pode vir aqui?-Amanda disse da cozinha. Alana se levantou e foi até lá, sendo seguida por Lily que dava aquela risada gostosa e fingia ser um avião.
–E aí, cara?-me sentei de um lado de Jack e Brady do outro.-Como está se sentindo?
–Eu não sei.-Jack falou.-Parece que eu tirei um enorme peso da consciência, adorei rever a todos...Mas, odeio ficar brigado com Cassie.-bufou.
–Deixa ela.-Brady deu de ombros.-Mulheres são assim...Precisa dar um tempo pra elas pensarem.
Ficamos em silêncio.
–Bem...Você nunca me falou sobre Chloe.-comentei tentando descontrair .
–Ah, minha irmã mais nova...-Jack deu um pequeno sorriso.-Um amor de pessoa. Ela não costuma sair muito de casa...
–Qual o motivo por Cassie ter ficado preocupada?-Brady perguntou.
–Quando pequenos, Chloe tinha alguns problemas de saúde, tendo que passar por vários tratamentos, Cassie sempre se preocupou com nós dois, ela ama demais nossa pequena irmã e não permitiria que nada ruim acontecesse com ela. Chloe melhorou, porém de vez em quando tem essas recaídas, deixando Cassandra assim.-Jack explicou.-Um dia vocês irão conhece-la!-sorriu.
☆☆☆
Prestes a ir embora, Jack estava na porta de casa, se despedindo de Amanda, Alana o esperava encostada no carro, de mãos dadas com Lily que acenava alegremente para mim e Brady.
–Então vai ficar definitivamente?-Amanda sorriu.
–Vou, "mãe".-Jack brincou dando um beijo na testa de Nanda.
–Você podia ficar aqui.-falei sem pensar, disfarcei olhando para o lado e cruzando os braços.
–Ora, eu sou pai e marido, tenho obrigações, Drew.-Jack sorriu bagunçando meus cabelos que praticamente já estavam um caos já que na minha mochila não tinha pente. Ele estendeu o punho cerrado, estendi o meu também, os tocando. Sorri de canto.
–Toma conta da Lily.-falei.-E vê se não some.
–Pode deixar!-Jack riu, fazendo o mesmo com Brady.-Nos vemos, né? Temos que dar continuidade a zuera com nossa princesa fada gótica!-mandou uma piscadela para o jogador de basquete, os dois riram. Corei, franzi a testa e bufei insatisfeito.
–Até você?! Pensei que tinha me livrado desse apelido!-bati o pé no chão irritado.
–Uma vez princesa, sempre princesa!-Brady brincou.
–Imagina ele de vestidinho e asas!-Jack provocou.
–Vão se ferrar!-virei o rosto.
–Irmaõzinho.-Jack me deu um soquinho no ombro, sorrindo.-Até!-acenou e já pondo o pé pra fora...
–Espera!-Cassie gritou do alto da escada, descendo correndo e literalmente se jogando em Jack. Ela lhe deu um abraço apertado, mas apertado mesmo, quase o sufocando, quero dizer, ele tava sufocado.-Não vou te perdoar se você for embora sem se despedir!-disse com a voz chorosa. É, ela não é tão durona. Sorri.-Eu senti saudade, droga! Somos irmãos e é natural que...-o soltou.-Eu ame...-sorriu sincera. Jack sorriu esperançoso, todo contente e ansioso pelo fim da frase.-Ame...TE QUEBRAR, MOLEQUE!-gritou e surpreendentemente deu uma chave de braço em Jack.-Vou te ensinar uma lição!
–Ai, ai, ai! Me solta, Cassie!-Jack implorou, os dois caíram no chão, brigando e se socando feito duas crianças, quero dizer, Jack tava apanhando.
–Você me deve esclarecimentos!-Cassie falou.
–Eu até daria...-Jack comentou.-Se você me soltar, sua maluca!
Os dois se levantaram e ficaram com uma postura comportada. Nós, o público, alternavamos entre se divertir ou se assustar com a cena. Eles estavam lado a lado com uma expressão séria, ambos de braços cruzados.
–Senti saudades, idiota.-Cassie e Jack disseram ao mesmo tempo socando um ao outro no ombro.-Ai!-riram se encarando.
Que reencontro!
☆☆☆
Se passaram três dias desde que voltamos, tempo o bastante para me recuperar, obviamente eu devia ir a escola, já havia ficado muito tempo sem aula. Durante a caminhada solitária até o colégio, parei para registrar tudo o que havia acontecido.
Ah, Jerry está preso, finalmente.
Jack voltou pra sua família, só de lembrar da alegria de Lily ao ver o pai eu fico feliz, foram momentos de muita emoção, esse reencontro tão esperado...Eu só consigo me lembrar do grande sorriso daquela pequena, sua surpresa ao descobrir que ele era Taylor, o abraço apertado que deu em Jack...Realmente, muito emocionante. Jack agora está morando com Alana, e parece que deu um jeito para seu cabelo voltar a ser loiro depois de ter tingido de azul.
Cassie está passando um tempo na nossa casa, eu até confesso que sinto saudades de quando ela e Lily moraram conosco.
Lógico, eu recebi um castigo e uma bronca. Mas isso é o de menos.
–Drew!-as meninas gritaram ao me verem entrar na sala onde poucos alunos estavam antes do início da aula.
–Oi.-falei jogando minha mochila ( É, Amanda foi obrigada a comprar outra mochila pra mim) em cima da carteira.-Sentiram minha falta?
–Você praticamente desapareceu, garoto!-Bella falou com pose de mãe.-Onde você se meteu?!-me agarrou pelos ombros e me balançou desesperadamente.
–Ficamos preocupadas!-Yuki disse baixinho ,diferente da prima que gritava.
–Preocupadas nada, ele tava com o Brady, então tava bem.-Lya falou sem tirar os olhos do celular.-Eu falei que eles foram tirar umas fériazinhas...
–Podia ao menos ter avisado que decidiu ir pra lua de mel mais cedo!-Izzy disse, estava sentada um pouco mais distante, parecia ler, mas parou assim que cheguei.
–Galera, eu explico tudo se deixarem eu falar!-pedi me sentando.-É cada idéia tosca que vocês tem...-revirei os olhos.
–Então conta tudo!-Lya pediu finalmente me olhando.-A gente sentiu saudade!
–Devíamos interrogar o Brady, ele é mais fácil que o Drew...-Bella comentou.
☆☆☆
Depois de ter que explicar aquela história um milhão de vezes, já havia dado a hora do intervalo, eu passei a aula toda contando tudo o que elas queriam saber, levei várias broncas de Cassie por isso, nem sequer prestei atenção na lição.
Estávamos todos no refeitório, sentados na mesma mesa, conversando e almoçando, notei que Gray a todo custo queria chamar a atenção de Leo que nem estava dando bola pra ele.
–Ei, Leo...-Gray tentou.-Leo? Leo!-parecia impaciente.-Fala sério, até quando você vai ficar sem falar comigo?!-franziu a testa.
–Lya , poderia pedir a esse indivíduo que não fale comigo?-Leo disse friamente.
–Gray, não fale com o meu irmãozinho! - Lya disse sem desgrudar os olhos do celular, ela não olhava nem para a comida na sua frente.
–Qual é! Não pode ficar com raiva de mim... Além disso, eu fiz aquilo por um bem maior !- disse Gray se aproximando de Leo que ficou vermelho...De raiva. Estava vendo a hora em que ele ia meter a mão na cara dele.
–BEM MAIOR? BEM MAIOR?! Então eu vou desenhar na sua cara pelo BEM MAIOR! -ao dizer isso, Leo puxou um canivete do bolso de Lya e correu na direção de Gray que havia corrido assim que viu o que ele tinha pegado.
–Mas que...-disse Lya guardando o celular, finalmente se dando conta do que estava acontecendo e pulando na costa de seu irmão mais velho.-LUCIANO! ME AJUDA!-o grito que Lya deu podia ser ouvido lá do Japão, meu Deus, acho que fiquei surdo.
–Que que tá acontecendo?!-Luciano estava confuso.
–Ah, é...Você não sabe...-Lya riu com culpa. Ouvi falar que Luciano era do tipo "Irmão Coruja", por isso estava confuso, sem saber de nada, ele não gostava de ver os irmãos namorando.
–Não importa! Me ajuda antes que o Leo assassine o Gray!-pediu desesperada. Eu particularmente não tava nem aí, só observava, enquanto todos na mesa repararam e ou botovam lenha na fogueira ou tentavam botar fim naquilo.
–Moleque, larga isso!-Luciano puxou o canivete da mão de Leo.-Lya, o que você tá fazendo andando com isso?!
–Precaução.-Lya deu de ombros.
–Me devolve, Lucio! EU VOU MATAR ESSE DESGRAÇADO!-Leo se alterou tentando pegar o canivete.
Aí eu paro e penso...Como eles tem acesso a esse tipo de coisa? E dentro de uma escola? Como ninguém foi chamar uma inspetora? É, são os mistérios da vida.
–Calma, Leo! Se acalme!-Gray disse se escondendo atrás de Izzy que se assustou.-Se tem alguém que você vai matar é o Brady! Ele fez o plano!
–Mas foi você quem me beijou e me abraçou!-Brady se defendeu. Revirei os olhos, eles estavam falando da "armação".
–Ah, se a culpa aqui é de alguém, é do Drew!-Gray apontou para mim, franzi a testa. Eu não era culpado de nada!-Ele fica aí fazendo cú doce e a gente é obrigado a fazer plano!
–Não joga a culpa nos outros, assume seu erro, eu não vou ser corno!-Leo cerrou os dentes.
–ESPERA AÍ...-caiu a ficha pro Luciano.-VOCÊS ESTÃO NAMORANDO?-talvez seja uma má idéia ele estar segurando o canivete.
–Não.-Leo cruzou os braços e virou o rosto.
–Estamos.-Gray sorriu convencido.
–Tá louco?!-Lya disse.-Perdeu o amor pela vida?!
–Quero mais é que saiba, oi cunhado!-acenou para Luciano, saindo detrás de Izzy, assumindo uma postura mais confiante.-Estamos apenas passando por uma briguinha de casal...-atraveseu-se a aproximar-se de Leo.-Né, amor?-lhe deu um beijo na bochecha. Gray, você é um homem morto.
Leo não se conteve e deu um tapa no rosto de Gray. Arregalei os olhos, porque nesse momento o refeitório inteiro ficou em silêncio e observou a cena. O som do tapa ecoou por todo local, surpreendendo a todos.
–Doeu!-Gray colocou a mão sobre a bochecha vermelha, estava pasmo e incrédulo.
–Ser esfaqueado vai doer mais...-Leo ameaçou.
Luciano estava sendo rodeado por uma aura muito assustadora, clima tenso, atmosfera modificada, Irmão Super Protetor Modo On, minha intuição dizia que ia dar ruim, eu estava nervoso e queria era meter o pé e salvar minha vida.
–Corre.-Bella aconselhou com os dentes cerrados.
–Por que?-Gray arqueou uma sobrancelha.
–Só corre.-Lya disse.-Ou fica que eu gravo tudo!-pegou seu celular.
–Luciano!-Izzy repreendia o mais velho.-Olha, não precisa bater em ninguém, o Gray não bate bem da cabeça!-a tentativa de acalma-lo não era bem sucedida.
–Leo...-Gray tentou, sua voz saiu como um fio, ele estava...Triste?
–Saí daqui.-Leo cuspiu as palavras, virando o rosto.
–Então tá!-Gray disse daquela maneira orgulhosa, bufou e deu as costas.
–Gray, pede desculpas ou vai perder seu namorado!-Yuki disse preocupada.
–Prefiro perder então, não vou me rebaixar ao nível de me desculpar.-Gray disse cruzando os braços e suspirando.
–Não seja orgulhoso!-Bella o repreendeu.-Seu orgulho vai te fazer quebrar a cara!
–Tsc.-era notável a raiva de Leo.
–Leo, veja pelo lado bom, agora você vai poder sair com aquele garoto que dá em cima de você...-Lya mandou uma piscadela discreta para Leo.
–Sim, ele é bem melhor que o Gray. Ele pelo menos não é convencido!-Leo disse alto o suficiente para Gray escutar. Gray cerrou os dentes, descruzando os braços.
–QUE DROGA, LEONARDO!-Gray se virou com raiva.-QUER QUE EU PEÇA DESCULPAS?! EU PEÇO! Desculpas.
–Não serve.-Leo disse com desprezo.-Quero ver você ajoelhar no prego e implorar.
–Então tchau, no prego eu não ajoelho.-Gray se virou novamente.
–Espera, e que tal no milho?-Lya sugeriu.-Não quero ver o namoro de vocês acabar por uma armação!
–Ajoelhar no milho?-Gray pensou na proposta.
–Ele não me ama o bastante para se rebaixar tanto.-Leo disse cruzando os braços.
–Isso é um desafio?-Gray sorriu desafiador.-Então eu ajoelho!-pegou o milho que restava em seu prato do almoço e jogou no chão. Aí todos os alunos ficaram enérgicos, começando a cochicharem uns com os outros, ainda atentos.
–Mas você está de calça...-Leo comentou arqueando uma sobrancelha.
–Não acredito que vou fazer isso...-Gray pareceu engolir todo o seu orgulho. Ele ficou parado um tempo, olhando para cima e depois para baixo, respirando fundo, engolindo em seco e relaxando os ombros.-Me dá o canivete.-pegou o canivete que havia sido deixado em cima da mesa. E o que ele fez me deixou chocado, de boca aberta. Gray simplesmente fez um corte em sua calça na área dos joelhos para que eles ficassem visíveis. Até Leo estava surpreso.-É muito amor envolvido, tá Leo?-olhou para Leo, mordendo o lábio inferior . Gray suspirou e se ajoelhou no milho, fazendo uma expressão de dor, demonstrando como aquilo era desconfortavél, aquilo devia doer pakas.-Me desculpa?-se forçou a pedir, foi a primeira vez que vi Gray tão envergonhado, o tom avermelhado em seu rosto dedurava isso, assim como seu tom de voz.
Leo estava pasmo. Até eu estava. Nunca cheguei a pensar que Gray, o Gray que eu conhecia ,faria isso para provar seu amor por alguém. Ele nunca se rebaixaria tanto! Eu casava com um ser desse. Realmente, se me perguntarem quem Gray amou a vida toda, a resposta certamente é Leo.
–Ele fez mesmo...-Leo sussurrou para Lya, estava perplexo.-Eu não tinha planejado isso!
–Vai ter que desculpar agora!-Lya sorriu sincera, ela gravava tudo com seu celular.
–Olha, eu desculpo...-Leo não olhava diretamente para Gray.-Mas isso não significa que não estou bravo!-suas bochechas estavam rosadas e tinha certeza que ele estava com vergonha e não raiva.-Eu ainda estou com raiva. E se pudessse te esfaquearia.
–Mas me desculpou?!-Gray sorriu esperançoso.
Leo asssentiu, aliviando sua expressão e parecendo feliz. Gray se levantou e todo contente foi correndo abraçar Leo, mas logo Luciano cortou o clima e os separou.
–Eu te dei permissão para abraça -lo?!-Luciano olhou de maneira assustadora para Gray.
Gray deu um de seus sorrissinhos convencidos e subiu em cima da mesa, atraindo a atenção de todos que estavam no refeitório e que no caso , já estavam os olhando.
–GALERA, EU SÓ QUERIA DIZER UMA COISA!-sorriu.-...EU AMO O LEONARDO!-apontou para Leo.
–Não me faz passar vergonha...-Leo balançou a cabeça como se Gray não tivesse jeito.
–E DE AGORA EM DIANTE A GENTE TÁ NAMORANDO!-Gray completou alegre.
–Só aceito se pedir.-Leo disse de maneira superior.
–Leo, quer namorar comigo?-Gray pediu de modo sincero, ele parecia tímido ao fazer tal pedido.
–EU ACEITO! - disse Leo correndo até Gray .
— QUE?! - Luciano gritou indignado.
–Aeeeeeeee!-as garotas bateram palmas agitadas e contentes. Entrei nessa e bati também, mas não com tanta animação, tava mais era com cara de tédio.
 -Calma, Leo!-Gray desceu da mesa e colocou as mãos em frente ao corpo para parar Leo que vinha correndo.-Você vai ca...
E dito e feito.
Os dois caíram no chão, todos do refeitório eram telescpetadores, mas isso não parecia incomodar o casal.
–Você engordou?-Gray riu, ainda caído no chão e parecia que não ia sair tão cedo.
–Engraçadinho.-Leo revirou os olhos.
Eu estava alternando entre olhar a cena romântica ou olhar para o Luciano que estava com uma cara de psicopata. Nem Izzy e nem Lya estavam conseguindo acalma-lo, é, era hoje que alguém era morto. Mas, outra vez, isso não incomodava Leo e Gray, eles estavam calmos. Tanto que quando voltei a olha-los, eles estavam se beijando (Tá, eu me surpreendi). E, pelo jeito havia sido Leo que tomou a iniciativa pelo modo que os olhos de Gray estavam arregalados.
–Que reconciliação...-Brady comentou.-Quando brigarmos vai ser assim?-sorriu.
–Não, eu te mato. Sem essa de desculpas.-falei cruzando os braços.
–Eu sabia que ia ser você quem ia pedir.-Leo disse convencido assim que se levantou.
Gray revirou os olhos e o abraçou, sussurrando algo em seu ouvido. Um abraço apertado, transbordando sentimentos. Galera, aí tu para e pensa...Estamos numa escola. Em meio ao público. Mas, parece que o lema por aqui é meio que "dane-se", né não?
–Awwwnt...-as meninas (tanto as A.U.F. ,quanto algumas alunas) disseram em coro, manhosas, admirando a cena. Outras protestaram e reclamaram, essas eu julgava serem as "fãs" (digamos assim) de Leo, porque como ele mesmo diz: "Eu sou lindo demais, tenho muitos fãs".
Alguns meninos que estavam almoçando vaiaram, desprezando-os , outros reviraram os olhos, e o resto...Digamos que "apoiou". Claro, tem aqueles que não aceitam, mas não estávamos abertos para discussões, fala sério, esses idiotas que querem arranjar barraco devem ser uns ridículos que não tem nada pra fazer e vem jogar água na praia dos outros.
Gray soltou Leo, ambos corados, sorriam. Brady me abraçou, só que de lado e não de frente, o olhei surpreso e ele me mandou uma piscadela.
–Tá louco, é?!-me livrei dele, me afastando um pouco e o deixando com uma cara de insatisfação.-Aqui não.-sussurrei só para ele ouvir. Senti meu rosto esquentar.
–O show acabou, voltem a fazer o que estavam fazendo!-Lya deu um jeito no público. Gray e Leo evaporaram dali, espertinhos. Sorri de canto, relaxando os ombros, eu estava feliz por eles, parece que realmente se gostavam.
Brady me cutucou discretamente, sussurrando em meu ouvido:
–Me espere na hora da saída.
Assenti e ele sorriu. O que será que ele estava armando?
–Ei, olha só, Drew.-Izzy sorriu para mim.-Parece que Gray e Leo não são os únicos felizes por aqui...-olhou na direção da entrada do refeitório. Arregalei os olhos, Cassie e o professor de geografia do segundo ano estavam conversando tão...Tão...Amigavelmente. Ela até mesmo estava sorrindo! Sorrindo!Qual a macumba que esse cara usou?
–Cassie tem um novo namorado?-Bella se intrometeu.
Eu encarava aquela cena, ela estava feliz, então era bom, suspirei aliviado balançando a cabeça como se ela não tivesse jeito. Respirei fundo e andei até lá despreocupadamente, fingindo estar passando por ali de boas, ia quase passar despercebido, quando Cassie me puxou.
–E esse é o Drew.-Cassie me apresentou.-Drew, esse é o Fernando.
Fernando sorriu, ouvi dizer que ele era bem agradável e extrovertido, que suas aulas eram divertidas, veio da Espanha para dar aula aqui há dois anos, pelo que eu saiba devia ser uns 5 anos mais velho que Cassie.
–Cassie me falou sobre você, eu espero ser seu professor ano que vem.-Fernando disse.
–Falou, é? -arqueei uma sobrancelha olhando de soslaio para Cassandra.-São amigos?-me intrometi.
–Drew!-Cassie bufou, as bochechas rosadas.
–Não é o que eu to pensando, é? -provoquei dando um sorrisinho de deboche.
–Quer saber? Volta pra lá com seus amigos, vai!-Cassie me empurrou.
–Ah, Cassandra, deixa o garoto.-Fernando riu.-Ele está apenas curioso.-sua mão veio em câmera lenta para pousar em minha cabeça.
–Se afasta do meu cabelo!-surtei protegendo a cabeça com os braços e me encolhendo, talvez tenha gritado muito alto, atraindo a atenção dos alunos e os fazendo rir.
–Ele não gosta que mexam em seu cabelo.-Cassie sussurrou sem graça abaixando a mão de Fernando delicadamente.
–Bem...-Fernando riu.-Somos colegas de trabalho, sabe?-senti que ele queria me mandar uma mensagem oculta, franzi a testa sem entender.
–Se são, não tem problema se você ir lá em casa, né?-sorri. Vi Cassie ficar de boca aberta. Vou ser o demon por um dia, e olha que eu odeio movimento lá em casa.-O namorado da Nanda vai lá também, então com certeza ela fará algo de bom. Seria demais, não seria?
–Hum, eu agradeço e aceito o convite.-Fernando me mandou uma piscadela discreta.
–Ótimo.-sorri debochado encarando Cassie que queria me matar. Eu vou é me mandar pra algum lugar com um certo jogador de basquete.
–Tenho que dar uma passada na sala dos professores, até mais!-Fernando acenou sorrindo e saiu.
–Drew!-Cassie me repreendeu.
–Me deve uma.-falei com tédio cruzando os braços.
–Drew, o que eu faço?!-Cassandra se desesperou.-Vou ter que lavar o cabelo!- notei que seus cabelos estavam presos em um tipico coque frouxo.-Vou ter que me depilar!-isso explica o fato de só estar usando calça e blusa de manga longa.-Vou ter que dar um jeito na caverna que eu vivo! Vou ter que manter a Nanda longe da cozinha pra não fazer comida radioativa!-dramática.
Revirei os olhos.
–Calma, tá?-arqueei uma sobrancelha, colocando uma mão sobre seu ombro.-Vai dar tudo certo.-suspirei. Ela me encarou surpresa, sua expressão se aliviou, deixando de surtar.
–Obrigada.-Cassie suspirou.-Desculpa entrar em desespero.
–Não tem problema.-dei de ombros.
☆☆☆
Era hora da saída, e como combinado, esperei Brady e fomos embora juntos, caminhando lado a lado.
–Drew...-Brady sorriu.-Aceita meu convite pra um encontro?
–H-Hein?-arregalei os olhos, corando levemente.
–Acho que merecemos...-Brady deu de ombros e sorriu tímido.
Respirei fundo, pensando. Espera...Um encontro?! Tá, é comum...Não é? Já tivemos um, "tecnicamente". Por que eu estava tão nervoso?
–Drew?-Brady estranhou minha demora para responder.
–Aceito.-sorri de canto. Por fora eu tava calmo, por dentro eu estava em apuros.
–Perfeito.-Brady sorriu.-Que tal na pracinha, hoje a noite? Eu te busco.
–Mas...-pensei.-E seu pai?
–Se ele não souber que é com você, tudo bem.-Brady deu de ombros rindo.-E consigo sair numa boa...Escondido.
–Vai sair as escondidas pra me encontrar?-arqueei uma sobrancelha.
–Claro! Por que mais seria?-Brady sorriu.-Winnie me dará cobertura.-me mandou uma piscadela.
Revirei os olhos e ri.
☆☆☆
–Cassie! Cassie! Cassie!-batia compulsivamente na porta do quarto de Cassandra.
–Que foi, moleque?-Cassie abriu a porta desanimada, vestia um roupão, parecia ter acabado de tomar banho, os cabelos molhados e presos de qualquer jeito e uma expressão cansada.
–Isso é sangue na sua perna?-reparei.
–Não olha!-Cassie deu um tapa em minha cabeça.
–Posso entrar?-olhei por cima de seu ombro, lá dentro estava um caos. Ela permitiu, entrei meio hesitante e me sentei em sua cama bagunçada.
–O que você quer?-perguntou soltando os cabelos e pegando uma escova para desenbaraça-los.
–Ajuda.-mordi o lábio inferior. Droga! Como cheguei a esse ponto? Eu me sinto como uma garota, isso é patético!
–Com?-Cassie arqueou uma sobrancelha.
–T-Tenho...Um encontro.-suspirei pesadamente.
–Ui, é mesmo?-Cassie arregalou os olhos, surpresa.-Achei que você...Não se interessava por esse tipo de coisa.-riu debochando.-É uma honra te ajudar...Quem é?
–Segredo.-falei.
–Mas...Só pra tirar minha dúvida...-me olhou desconfiada.-É menino ou menina?
–Cassandra!-senti meu rosto esquentar de leve. Bufei.-Você não precisa saber. Enfim, essa pessoa me chamou. E eu não sei como agir, é meu primeiro...Encontro.
–Aja normalmente.-Cassie me olhou como se fosse óbvio.
–Mas, acontece que...Essa pessoa tem mais experiência que eu!-confessei suspirando acabado.-E se eu agir como idiota?
–Depende...Essa pessoa gosta mesmo de você? Se sim, não vai achar que você é um idiota, mesmo que seja. Se não, você vai ser zoado eternamente.-Cassandra deu de ombros.
–Hum...-fiquei sério.-Cassie, eu...-hesitei.-Deixa pra lá.-bufei.
–"Eu sou bonito"?-Cassie me olhou sorrindo debochada e com uma sobrancelha arqueada. Corei.
–E-Eu não ia perguntar isso!-me defendi.
–É comum perguntarem!-Cassie revirou os olhos.-É sim, só precisa andar mais ajeitado, porque você sinceramente é um desleixado.
–Minha avó acha que eu tenho cara de drogado!-falei inclinando a cabeça para trás, acabado.
–Avó?!-duas vozes disseram em coro, uma delas era de Cassandra, outra era de Amanda parada na porta. Engasguei.
–A-Avó? Eu...-olhei para os lados de modo nervoso.
–Cassandra, você poderia me dar licença?-Amanda perguntou simpática.-Sua perna tá...-desviou seu olhar para baixo.
–Não olha pras minhas pernas!-Cassie bufou saindo do quarto e fechando a porta atrás de si. Amanda me encarou curiosa.
–Amanda.-a chamei sério.
–Drew. Tem um assunto que...-Amanda se pôs nervosa.-Eu tenho que te falar. Mas...Eu não tive coragem pra isso antes. É que...É que...Meu Deus, eu não quero te magoar e não quero que perca a confiança em mim!-estava desesperada.
–Eu já sei.-falei calmo.
–Sabe o que?-Amanda me olhou assustada.
–Mamãe não vem me buscar.-dei um sorriso fraco. Amanda arregalou os olhos.
–D-Drew...-Amanda estava arrependida, notei o tom de sua voz.
–Amanda...Eu sei disso desde meus 13 anos.-suspirei pesadamente, ela se ajoelhou na minha frente, me encarando surpresa.-Tá, eu senti raiva de você por me esconder a verdade!-admiti cerrando os dentes.
–Drew, me d-desculpa, p-por favor! E-Eu não queria acabar com suas esperanças, entendo se ficar decepcionado, m-mas...Não perca a confiança em mim, e-eu...Tomei a decisão errada, m-mas...-se embaraçou ao falar, tentando controlar-se.
–Tá tudo bem.-falei sério.-Minha mãe...-suspirei.-Faleceu.-isso surpreendeu ainda mais Amanda.-No dia em que "fugi" de casa após a discussão com Cassie, no cemitério encontrei minha tia...Gisele. A procurei outro dia e ela me levou a casa de minha avó, ela me entregou o diário da minha mãe, então...-dei uma pausa, engolindo em seco.-Sei de tudo. Eu pretendia usar isso contra você, mas...-minha voz sumiu.
–S-Sinto muito, Drew!-Amanda se levantou, sentando-se ao meu lado.-E-Espera...Mas se sua tia sabe de sua existência...Ela tem todo direito de te tirar de mim?-sussurrou pasma.-A-Afinal, ela é sua família biológica, pode pedir sua guarda...
–Eu não iria a lugar nenhum. Minha casa é aqui. Você é minha...Mãe.-disse com seriedade, encarando fixamente a parede, um olhar reto.
Ficamos em silêncio.
–Me desculpa.-Nanda disse, a olhei de soslaio, ela olhava para baixo, talvez decepcionada consigo mesma.
–Desculpo. Mas...Você tem que saber que me senti traído, você mentiu, isso me deixou mais triste do que saber da verdade, tive que descobrir eu mesmo, sempre insistia no assunto e você continuava a alimentar aquela falsa ilusão, doeu, Amanda. Foi por isso que me afastei...-sussurrei franzindo a testa.-Nos afastamos.-finalmente a encarei.
–Ainda se...Sente traído?-os olhos dela estavam lacrimejados.
Suspirei e balancei a cabeça negativamente.
–Podemos continuar mais tarde?-pedi vendo-a morder o lábio inferior, impedindo o choro.-A verdade já foi estabelecida.
–Eu me sinto péssima!-Amanda confessou com a voz embargada.-Devia ter te contado, mas tive medo! Como eu sou burra!-se alterou consigo mesma.-Agora você conhece sua família, se quisesse voltar a morar com ela, podia!-começou a chorar, isso fez eu me sentir ruim.-Sou uma péssima mãe!-afundou o rosto nas mãos, escondendo as lágrimas.
–E-Ei!-tentei acalma-la.-Eu já te disse! Aqui é minha casa!-pousei minhas mãos sobre seus ombros, os apertando de leve, fazendo ela me olhar.-Calma, tá? Nanda.-dei um sorriso fraco. Eu tava triste, lógico!
–Eu te amo.-Nanda me abraçou, me deixando surpreso, suspirei ainda sorrindo e retribui o gesto, a abraçando forte.
–Vou voltar a te chamar oficialmente de Nanda, que tal?-passei a mão por seus cabelos que estavam soltos, me divertindo ao ter meus dedos enroscados em seus cachos bem definidos.
–Eu ia adorar.-Nanda sussurrou. Ficamos abraçados em silêncio, senti meus olhos arderem, a abracei mais forte, mordendo o lábio inferior, nunca imaginei contar a verdade, desabafar...
Nos separamos, a encarei por um tempo, ela deu um sorriso fraco e limpou o rosto molhado, tentando ser forte.
–Sinto muito por sua mãe. E...Seu pai?-Nanda perguntou hesitante.
–E-Eu n-não sei de nada.-menti virando o rosto.-Tudo está bem, não está? -voltei a olha-la.
–Sim.-Nanda acariciou meu rosto gentilmente, dando um de seus melhores sorrisos.-Nunca mais vou mentir para você, Drew, eu prometo, não posso arriscar que você não confie em mim. Nossa relação deve ser baseada em confiança, concorda?-perguntou fungando.
–Concordo.-assenti.-Eu não vou mais esconder as coisas.
–Então...-Nanda respirou fundo, limpando mais uma vez o rosto e fungando, tentando parecer bem ,disfarçando que havia acabado de chorar.-Com quem é esse encontro?-arqueou uma sobrancelha.
–V-Você escutou?-arregalei os olhos.
–Eu estava passando e vi a porta aberta, e vocês conversando, então...-Nanda admitiu envergonhada.
–Ninguém importante.-corei levemente.
–Drew.-Nanda cruzou os braços.-Não quer me contar, é isso?-assenti.-E com que permissão você vai? Pelo que eu saiba, ainda está de castigo!
–N-Nanda!-mordi o lábio inferior.-Me deixa ir ,por favor!-implorei.
–Quem é? Se me falar, eu permito.-Nanda sorriu docemente.
Cruzei os braços, fiz biquinho e virei o rosto, estava envergonhado, um pouco hesitante. Será que eu devia contar? Mordi o lábio inferior, voltando a olha-la, um pouco inseguro.
–Não sei se você vai aceitar bem...-falei nervoso.
–É alguma pireguete?-Nanda arqueou uma sobrancelha.
–N-Não...-sussurrei.-Não é uma mulher.-admiti, falando rápido, arregalei os olhos e prendi a respiração esperando por sua resposta. Nanda ficou surpresa, sem palavras.
Me inclinei, sussurrando em seu ouvido o nome daquele jogador de basquete. Ela estava paralisada, me encarando fixamente, sem piscar. Em choque, talvez? Foram várias tentativas de falar algo, mas ela não conseguia, as palavras não saíam.
–B-Bem...-engoliu em seco.-Eu s-suspeitava.
–H-Hein?!-me assustei.
Nanda me abraçou de repente, deslizando os dedos pelos meus cabelos, os alisando, ela suspirou e se afastou, ainda com as mãos em minha cabeça.
–Eu...Te amo do mesmo jeito.-confessou um pouco ruborizada.-Sou sua mãe, não teria como não aceitar, eu respeito suas decisões e saiba que sempre te apoiarei.-falou sincera, me deixando tranquilo e aproveitando o carinho, sorri envergonhado.-Meu mocinho está crescendo...-sorriu e permitiu que uma lágrima discreta de emoção escapasse.-Já está até namorando...Estou orgulhosa de você.
–Nanda...Não vai brigar comigo?-perguntei abraçando os joelhos.-Tipo...Somos meninos. Não é...Errado?-sussurrei encarando a cama, evitando olhar em seus olhos.-O que as pessoas vão achar? E se não aceitarem?
–Drew, não é errado amar, o errado é julgar. Vocês não estão fazendo nada incorreto. Sabe, a sociedade está com um pé no passado, ainda seguindo os princípios de que homem deve ficar com mulher, haverão os que abominam isso, terão aqueles que apoiam...Você vai conhecer muitas pessoas e passar por muita coisa, querido. Eu só te aconselho que...Seja feliz fazendo o que te faz bem, sem se importar com a opinião alheia.-Nanda disse gentilmente.
–Nanda...E todas as notícias sobre essas coisas de...-pensei nos noticiários que apresentavam os horrores que faziam contra a sociedade LGBT. Mordi o lábio inferior, um nó se formou em minha garganta, me senti vazio por dentro.-Você acha que o mundo está podre?
–Drew...Na sociedade que vivemos, desde pequenos aprendemos que aquilo que todos odeiam, devemos odiar, sem direito a opinar...O preconceito não é algo passageiro, está presente em muitos casos, sempre vai estar. Muitas vezes ele é o motivo da morte de gente inocente...Talvez o mundo esteja perdendo sua beleza, mas ainda há mínimas esperanças que podem torna-lo belo novamente.-Nanda sussurrou.
–Eu...Vou sofrer?-perguntei com medo.
–Do meu coração, eu espero que não.-Nanda beijou o alto de minha cabeça.
–Hoje no colégio, Gray se declarou para Leo na frente de todo mundo, ainda por cima o pediu em namoro e eles se beijaram em público. As reações dos alunos variaram e eu pude identificar quem não apoiava.-comentei.-Mas...Eles não se importaram, quero dizer, se sim, disfarçaram bem. Queria poder ter a confiança de ambos.-sussurrei.-Eu estou com medo. Desde que começamos com isso...Não tive essa sensação, mas agora...-meus olhos se encheram de lágrimas, minha voz já saía embargada. Senti um aperto no coração e um frio na barriga.
–Drew, não sofra antecipadamente.-Nanda limpou minhas lágrimas que ameaçavam cair.-Aproveite...-deu um sorriso fraco.-Vocês ainda são jovens. Tenha um relacionamento saudável...-suas mãos permaneceram em meu rosto.
Funguei e dei uma risada abafada.
–Posso ir ao encontro?-perguntei, não me controlei e inconscientemente as lágrimas rolaram por minhas bochechas, pequenas e discretas.
–Claro que pode.-Nanda beijou minha testa.-Só não exagerem.-aconselhou rindo.-Quero te ver feliz...E exijo conhecer melhor o sobrinho de Margo.-brincou.
Sorri exugando o rosto com a manga da blusa.
–Você é a melhor, Nanda.-a abracei, aproveitando a sensação, me sentia seguro, era confortante, seus braços eram meu refúgio. Eu não estaria preparado para o mundo lá fora sem ter esse abraço.-Muito obrigado.-a soltei.
–É bom te ver assim...Se abrindo comigo.-Nanda confessou.-Precisa de dicas pro primeiro encontro?-se ofereceu sorrindo gentilmente.
–Não precisa.-me levantei.-Vou agir naturalmente, tenho certeza que tudo vai dar certo.-a olhei confiante. Suspirei. Ultimamente eu ando tão emotivo...
–Boa sorte.-Nanda me mandou uma piscadela.-E como a Cassie disse...Se arrumar não faz mal, sabe?-brincou rindo.
–Sou tão desleixado assim?-perguntei, minha postura já dedurava isso.
–Um pouco.-Nanda deu uma risadinha, cobrindo a boca com a mão.
–Não vou me produzir.-estabeleci.
–Ah, no mínimo vestir algo que tenha sido passado, ao invés das roupas amarrotadas que você pega pelos cantos. Consertar a postura...Dar um jeito nesse rosto de recém -mãe que não dorme a noites...-Nanda começou a falar. Bufei. Eu sou eu, vou permanecer assim.
–Ei...Tocando no assunto, encontrei seu par de lentes castanhas antigas.-Nanda comentou.-Vai voltar a usa-las como de costume?
–Não preciso mais delas.-falei orgulhoso.-Gosto dos meus olhos azuis...São iguais os da mamãe.-sorri. Nanda também sorriu.
☆☆☆
Brady me buscou em casa ao entardecer, enquanto Nanda estava no banho e Cassie ocupada cozinhando, então conseguimos sair sem interrogatórios. Estávamos na pracinha do bairro , admirando o céu roxo com poucas nuvens laranjas, as primeiras estrelas e a lua surgiram, dando início a noite. Sentamos em um banco, e ficamos conversando enquanto comíamos o lanche que Winnie insistiu que Brady levasse, ela incluiu dizendo que eu to muito magro e preciso de carboidratos.
–Drew...-Brady chamou, o encarei.-Tá! É agora ou nunca! Essa é a pergunta que quero fazer a muito tempo!-me encarou sério.-Quernamorarcomigo?-falou tão rápido que saiu tudo junto.
–O que?-arqueei uma sobrancelha.
–É o pedido oficial!-Brady suspirou e relaxou os ombros.-Drew, você...Quer namorar comigo?-sorriu sincero. Ele estava corado, tão...Fofo. Era raro vê-lo assim. Meu coração palpitou.-Olha, eu me segurei pra não pular na mesa do refeitório e te pedir igual o Gray fez, hein! Me agradeça por meu autocontrole.-se orgulhou.
Corei. Aquilo já estava previsto, mas ouvir da boca dele era melhor ainda, eu sentia meu coração batendo rápido e era impossível evitar o sorriso. Quem diria que o cara que eu tentei odiar, que me afogou na piscina, que deu uma de pervertido, que bateu em um ladrão de cachorros, que salvou o colar de Lily, que foi meu parceiro na minha primeira ida ao parque de diversões , que caiu ladeira a baixo comigo, que me fez cócegas, que me deixou envergonhado, que foi meu primeiro beijo, que resgatou minha gata, que limpou minhas lágrimas quando eu chorei, que me consolou quando eu estava deprê, que me abraçou quando estava frio, que me ajudou, que lutou contra meu "pai", que é um jogador basquete idiota, que fez planos pra me consquistar...Hoje seria meu...Primeiro...Namorado.
Meu Deus! A gente passou por tanta coisa! Tanta confusão!
Comecei a rir, lembrando de tudo. Um verdadeiro amigo, alguém por quem eu criei sentimentos!
–Acabei de me lembrar do nosso...Tecnicamente, um encontro.-ri envergonhado.-Adorei aquele dia.-o encarei.
–Eu também adorei...Sabe que podemos ter vários outros, né? -acariciou meu rosto gentilmente, estava sendo tão atencioso.
–Brady...-respirei fundo e o abracei carinhosamente, minha mão em sua nuca, mexendo em seu cabelo.-Eu já disse que...-tomei coragem.-Te amo?-sussurrei em seu ouvido só pra ele ouvir.
Brady riu.
–Não.-debochou.-Mas eu já suspeitava!-retribuiu o abraço.-Cara, eu te amo demais! Onde é que você esteve a minha vida inteira? Como eu não exerguei o amor da minha vida naquela escola?-me afastou delicadamente para que pudesse me olhar nos olhos.
–Besta.-ri revirando os olhos.-E aceito. Eu quero namorar com você.-sorri sincero. Que felicidade anormal é essa? Porque meu peito está tão cheio e eu sinto essa vontade de gritar e sair pulando alegre pela rua até ser atropelado por um carro?
–Sério?-os olhos de Brady brilharam. Ele estava quase soltando fogos de artifício.
–Tava mais que na hora...-admiti a mim mesmo. Talvez eu tenha sido muito teimoso e não queria confessar, a gente já estaria junto se eu não fosse tão...
–CONCORDO!-arregalei os olhos quando ouvi uma voz conhecida gritar.
–Danny você estragou tudo! Cala a boca!-houve um movimento suspeito nos arbustos . Franzi a testa, eu e Brady nos entreolhamos.
–Que bagaça é essa?!-Brady andou até o arbusto e descobriu as encheridas.
–Não podemos mais ter privacidade?!-gritei indgnado.
–Desculpa, Drew!-Yuki se desculpou.
–Não se desculpe, Yuki!-Lya a repreendeu.
–Saiam daqui, pelo amor de Deus!-mandei.
–Deixa a gente ficar!-Bella pediu.
–Não vamos atrapalhar!-Izzy tentou me convencer.
–Vamos embora, Drew?-Brady me olhou com tédio.
–Melhor! Aqui tem muita platéia!-falei irritado. Eu já devia saber!
–Danny!-as meninas gritaram com a garota.
–Foi mal!-Danny se defendeu.
–Voltem aqui! Preciso de uma foto do mais novo casal que agora oficialmente estão namorando!-Lya pulou ficando na nossa frente e nos apontando a câmera do celular.
–Precisa mesmo?-revirei os olhos.
–Vamos registrar o momento, Nancy ficará feliz! E a Bárbara também! Poxa, elas não puderam vir!-Lya fez biquinho.
–Vamos fazer o que ela pediu.-Brady me olhou com um sorrisinho de segundas intenções.
–M-Mas...O que você tá falando?!-arregalei os olhos. Brady como se aquilo fosse muito normal, enlaçou minha cintura (Graças a Deus a praça não era muito frequentada) , puxando meu corpo para si, deixando nossos rostos próximos, antes que eu saisse correndo dali com o desejo de ser um avestruz, ele me beijou como na noite no cantinho, tá, seria até bom se...NÃO TIVESSE UMA GAROTA COM UMA CÂMERA APONTADA NA NOSSA CARA E PLATÉIA ! Assim que nos separamos, eu estava quente, com vergonha dos pés a cabeça, me afastei dele tão repentinamente e de modo nada delicado que acabei caindo pra trás, em cima das A.U.F.
–Uhuuuu!-Lya sorriu encarando o celular.-Missão cumprida, mandamos bem!-dançou vitoriosa.
–Aeeeeeee!-as meninas comemoraram, me obrigando a dançar junto.-VIVA!-bateram palma, gritaram, cantaram, é, fizeram a festa.
–CHEGAMOS TARDE?!-Nancy, Bárbara, Gray e Leo vinham correndo, pararam na nossa frente ofegantes, apoiando as mãos nos joelhos.
–Hora de comemorar!-Izzy bateu palmas contente.
–A A.U.F. nunca falha! Não há um casal que ela não junte! Isso graças a nossa dedicação e determinação! Meus parabéns, Drew e Brady, que sejam muito felizes!-Nancy fez um discurso tentando recuperar a postura.-Não se esqueçam da União Fujoshi!-nos mandou uma piscadela.-A foto ficou boa?-olhou para Lya com as mãos na cintura.
–Vamos por no mural!-Bella sugeriu.
–Vamos por na moldura!-Bárbara sorriu.
–Os pombinhos apaixonados estão namorando, é? -Gray sorriu debochado.-Não se esqueça de agradecer a mim, Drew. Fui eu quem te encorajei a beija-lo!-se gabou.
–Hoje o dia tá tão romântico, né não?-Leo comentou passando o braço pelos ombros do namorado. Tinha que concordar que estava.
–A.U.F UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA!-as meninas cantavam pulando e trocando toques secretos. Até estouraram confete, sabe-se lá onde arranjaram aquilo.
Revirei os olhos e cruzei os braços.
–Ei, que festa é essa?-Grazi chegou correndo, parecia ter seguido o irmão.-O q-que houve?-respirou fundo, tentando se recompor pela corrida.
–Drew e Brady são namorados!-Lya provocou.
–São o que?!-Grazi me olhou com os olhos arregalados e ficou com as bochechas rosadas ao me ver abraçado com Brady.-NÃO!-caiu de joelhos no chão.-O Drew? O meu Drew?! Ele não é gay! Ele é o amor da minha vida!-estava indignada e incrédula.
–Ainda tá com a jaqueta do garoto, sua loira doida?-Leo reparou que Grazi usava minha jaqueta, aquela maluca não se liberta.
–Perdeu!-Brady disse malvado me dando um beijo na bochecha.-Sem ressentimentos.
–Eu vou te matar!-Grazi ameaçou.-Drew, pensa bem, eu sou tão linda, você pode ser muito feliz comigo!-tentou, fazendo uma tentativa falha de jogar charme.
–Chega, né?-Nancy começou a puxa-la pela roupa, e ela foi arrastada pelo chão, se lamentando.
–Drew! Eu te amoooo!-Grazi choramingou, se afastando conforme Nancy a puxava pela saia do vestido.
–Você é gorda, hein, fia...-Nancy comentou.
–Meu Drew, buuááááá!
E o que era pra ser um encontro entre eu e Brady, acabou virando uma comemoração com toda A.U.F., uma festa por finalmente estarmos juntos. Confesso, foi divertido. Era bom estar entre amigos, a curtição é maior ainda.
–Dois casais de uma vez só? Nos superamos.-Izzy comentou orgulhosa.
–A gente é demais!-Lya sorriu.
–Tá ficando tarde pra ficarmos aqui na praça...-Bella comentou.-Os noiados costumam vir aqui se encontrar a essas horas!-sussurrou discretamente, um pouco medrosa.
–Ah...Podíamos continuar a festa na minha casa!-Lya sugeriu.-Temos muito o que comemorar!-sorriu.
–Festa?-viramos todos em direção a voz e era Jason, carregando uma sacola de supermercado e com fones de ouvido conectados ao seu celular que segurava em uma das mãos.-Qual o motivo?-sorriu.
Brady mordeu o lábio inferior e me olhou pedindo por socorro.
–Ah, deve ser pelo novo casal...-Jason se referiu a Gray e Leo.-É...Parabéns.-sorriu.-Eu acho...-sussurrou.
–Não só por eles.-Brady confessou um pouco hesitante. Jason nos encarou confuso e se surpreendeu quando a ficha caiu.
Bella foi até ele e envergonhada sussurrou algo em seu ouvido.
–Cara...Você é gay?-Jason estava boquiaberto. Brady concordou envergonhado e tímido, talvez com um pouco de medo, pensando na hipótese da desaprovação de seu melhor amigo, estávamos de mãos dadas, ele entrelaçou nossos dedos, um pouco inseguro. Jason olhou de Brady para Bella, ela sorriu nervosa não sabendo que reação ele teria. Ele tinha uma expressão inexpressiva.-Hã...Isso explica muita coisa.-falou por fim.
–A-Algo contra?-Bella perguntou.
–Não.-Jason mordeu o lábio inferior.-Érr...Bem...-nos encarou.-Parabéns?-sorriu sem jeito, demonstrando nervosismo.-Espera...-franziu a testa e direcionou seu olhar para Brady.-Então é por isso que ficava me olhando de maneira estranha no vestiário?-estreitou os olhos.
Olhei automaticamente para Brady que estava paralisado e sem resposta. Bella estava assim também. Imediatamente soltei sua mão e fechei a cara. O resto começou a rir.
–Isso foi antes...-Brady coçou a nuca sem graça.
–Então é verdade, idiota?-cruzei os braços.
–Sem querer atrapalhar!-Jason riu sem jeito.-Ele é todinho seu!-se aproximou de Bella, buscando por apoio.
–Galera, bora festejar!-Lya sorriu animada.
–Agora que o barraco tava ficando bom...-Gray comentou de mau humor. Todos seguiram Lya, falavam alto e brincavam, um bando de crianças, nem se importando se iam ou não incomodar a vizinhança. Eu e Brady ficamos mais atrás, bem afastados do grupo, caminhando lado a lado.
–Maneira estranha?-falei sarcástico.
–Ciúmes?-Brady revirou os olhos.-Bem...Se quiser posso olhar pra você de "maneira estranha".-sorriu pervertido.
–Não, obrigado.-revirei os olhos.
–Ei...-Brady parou de andar e ficou frente a frente comigo.-Agora que estamos...Sozinhos.-apontou com a cabeça para as silhuetas que iam diminuindo conforme se afastavam.-Posso te...-sorriu, levemente corado.
Suspirei, fechei os olhos e fiquei na ponta dos pés (isso continua sendo ridículo, que vergonha), lhe dando um selinho bem demorado. Nostálgico.
Assim que abri os olhos e me afastei, Brady estava sorrindo como uma criança que havia ganhado um doce. Sorri. É, nada mal para um primeiro encontro. Brady passou o braço por meus ombros e voltamos a caminhar, abraçados, sorrindo bobamente como adolescentes descobrindo o amor. Era tudo tão...Surreal. Um sonho talvez? Eu, apaixonado? Talvez só tenha me dado conta agora. É...Engraçado. Me sentia bobo. Me sentia feliz. Me sentia amado. É...Divertido.
Ri. O amor tem várias formas e essa que vejo agora é completamente diferente da que via antes...
"—Drew...-Bella sorriu minimamente colocando os livros no lugar.-O amor muda as pessoas...-sussurrou.-Para o bem ou para o mal.-parecia pensativa.
–Não acho que um sentimento bobo possa mexer tanto com um ser humano.-olhei para os raios de sol que invadiam o local pelos buracos no teto.-Não podemos ser inferiores a nossas emoções...
"
Pensando bem, olhando para esse infinito céu decorado pelo brilho majestoso das milhares estrelas, passa pela minha cabeça: "O que o futuro nos reserva?"
☆☆☆
Um ano depois...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram?
A parte do cap entre Gray x Leo (♥), foi feita com a ajuda do leitor Leozinho, ele quem deu a idéia e complementou a escrita porque eu lhe disse que ele podia fazer um pedido por ter ficado bravo com a traição do Gray ^-^! Então, créditos e obrigada!
O capítulo foi feito a partir das idéias e sugestões da leitora BLUE que está me ajudando com os detalhes, então créditos e obrigada!
Gente, eu vou ser sincera, a fic inteira, capítulo por capítulo, eu nunca tive vontade de chorar ou fiquei de coração partido, no máximo me senti mal, mas ela nunca mexeu comigo emocionalmente. Mas, eu vou confessar, que pela primeira vez enquanto escrevia, meus olhos se lacrimejaram e eu tive vontade de chorar, que foi durante o diálogo de Amanda e Drew sobre o preconceito. Sério, pode não ter causado o mesmo efeito em vocês, mas em mim foi forte. Amanda até mesmo de modo despercebido cita algumas pequenas partes de um rap que eu escrevi e apresentei em frente toda escola durante uma comemoração antes das férias.
Gente, eu vou falar aqui, que essa fic tenta ser otimista, mas na vida real não é bem assim não, as coisas são mais sérias, eu sou ciente disso, mas o mundo já está ruim, pra que estraga-lo também na fic? Como já diz o nome, fictícia, se de verdade não tá bom, então que na mentira seja. É bom ser realista? Sim. Mas eu olho pelo otimismo. Desculpa se falei algo errado de alguma maneira. Eu só estou esclarecendo.
Sabem...Em uma parte Grazi tem razão. Drew não é gay. Tipo, eu vivi uma mentira, não sei vocês, vocês podem ter notado, mas ...O leitor Fábio Roberto falou em um comentário algo que me fez abrir os olhos. O Drew não é gay, seria um caso de pansexualidade, já que ele gosta exclusivamente de Brady e não de garotos. É pra se pensar.
Putz, as férias tão acabando e eu nem pude me dedicar a fic ;-; , maldito bloqueio criativo!
MEUS AMORES! Vocês conhecem um jogo chamado Quiz Up? É muito viciante, é tão leeegaal! Eu to viciada. Quem aí jogar, não se esqueça de comentar falando/ pedindo seu/meu nick XD! Ou quem não tem conta ainda, crie uma imediatamente, muahahahahaha.
Por falar em jogos, eu notei uma mini coincidência aqui com Amor Doce. Que o povo se ferra por trocentos capítulos, aí chega finalmente o cap do encontro, depois de muito sofrimento, porque caía entre nós, a Do7 é sofredora, passa o jogo inteiro procurando o bloco de notas do Lysandre, ouvindo desaforo do Castiel, gastando preciosos PA's pra achar o Nathaniel que simplesmente some, ter que comprar um celular pra uma vaca que no final vai ser quebrado pelo cara que te enchia o saco perguntando se queria biscoito...Mas, enfim, tem muitas vantagens, é um jogo muito massa, eu pessoalmente gosto bastante, mas não jogo com frequência por causa da falta dos PA's ;-; (Aquele momento em que quando te perguntam o que você quer de presente e você responde: Créditos).
Vagando pelo YouTube e baseada no histórico de um celular de um parente ae, acabei encontrando um canal chamado Diva Depressão, que eu não sei porque, mas me lembra demais ao Gray.
Mas, é isso. Acho que não esqueci de nada.
Eu espero que tenham gostado e até o próximo capítulo! Se possível, tento postar Domingo para que esse volte a ser o prazo, já que quando voltar as aulas, terça será um dia muito corrido. Não se esqueçam de comentar, é importante para mim! Aceito sugestões, opiniões e tudo mais!
Bjs.
-☆ Creeper.



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