—Não? -Questionei franzindo as sobrancelhas.
—Não, por que a surpresa? Achou que assim que você entrasse no quarto eu iria te agarrar? -Harry questionou com um ar de indignação.
—Não, eu apenas... É que você me trouxe aqui e não falou o que viemos fazer aqui e... -Falei tentando explicar, mas logo Harry interrompeu-me, pegando meus braços e prendendo-os acima da minha cabeça.
—Veja bem, April -Harry estava muito perto. Eu sentia sua respiração contra meu rosto, e seu olhar rodava meu rosto a procura de algo - Eu não pretendo fazer nada com você sem você estar ciente disso, e muito menos em um lugar qualquer. Não pense que quero desrespeitar você ou que minhas atitudes são coisas desse tipo, pires que por mais que minha aparência não demonstre, eu não sou um cara desse tipo.
  Harry continuou a me encarar, até ouvirmos o som do elevador abrindo. Harry soltou meus braços e pôs-se novamente ao meu lado. Um casal entrou no elevador e, pelas roupas que vestiam, já estavam de saída. A mulher ao lado do homem parecia uma prostituta, não por sua aparência, mas suas roupas eram muito curtas, deixando quase tudo a vista.
  Diferente da mulher, o homem ao lado dela estava muito bem vestido, seu terno estaca impecável, a não ser por sua calça estar um pouco amassada. Ele me olhava de uma forma estranha, seu olhar ia dos meus pés até a cabeça, o que comprovava minha ideia de que a mulher seria uma prostituta, já que se fosse uma namorada ou algo do tipo ela teria dito algo. O olhar do homem sobre o meu corpo já estava me deixando desconfortável. Era tão descarado seu olhar que qualquer um poderia notar.
  Olhei para Harry e pude ver seu maxilar tenso e suas sobrancelhas franzidas. Ele parecia nervoso, como se quisesse falar algo e não pudesse. Um passo foi ouvido e olhei para o outro lado, e logo vi que o homem havia se aproximado. Aproximei-me de Harry e logo ele recebeu meu olhar assustado. meu corpo já estava me deixando desconfortável. Era tão descarado seu olhar que qualquer um poderia notar. Olhei para Harry e pude ver seu maxilar tenso e suas sobrancelhas franzidas. Ele parecia nervoso, como se quisesse falar algo e não pudesse. Um passo foi ouvido e olhei para o outro lado, e logo vi que o homem havia se aproximado. Aproximei-me de Harry e logo ele recebeu meu olhar assustado
—Harry... - Supliquei.
—Mas que droga! -Harry falou com o tom de voz mais elevado e em um movimento rápido, vi Harry ir com seu punho contra rosto o homem ao meu lado. Harry pegou-o pela gola do paletó e ergueu-o um pouco - Ela não é uma prostituta, então para de comer ela com os olhos. Essa daí não te satisfez?
  A mulher abriu a boca em espanto, enquanto o homem apenas continuava caído no chão. Antes de qualquer um fazer algo, ouvimos o som do elevador abrir e logo Harry agarrou minha mão e me puxou para fora do elevador. Harry estava respirando muito rápido, suas sobrancelhas estavam franzidas e seu maxilar estava travado.
  Caminhamos um pouco e logo chegamos ao quarto 34, que era o qual o Harry havia alugado para essa noite. Harry e eu entramos no quarto, e logo em seguida Harry trancou a porta e lançou sua mochila em cima da cama.
—Pode me dizer o que viemos fazer aqui, agora? -Perguntei já impaciente.
—Nos divertir, minha querida April -Harry respondeu dando um sorriso de lado. Era incrível como ele havia mudado de humor tão rápido. Em seguida começou a abrir a bolsa e retirar vários objetos de lá - Aqui temos spray para pichação, alguns ovos, duas pequenas latas de tintas, uma sacola com papel rasgados e duas fitas adesivas de três metros cada.
—Harry, que droga, explica o que viemos fazer aqui! -Falei com meu tom de voz elevado. Harry sorriu e levantou as sobrancelhas em surpresa pelo meu modo de falar.
—April, deixa eu te dizer uma coisa -Harry aproximou-se de mim e colocou ambas as mãos em cada lado do meu rosto, me olhando fixamente - Eu não sou o tipo de cara que iria te chamar pra sair e te levar a um restaurante, cinema ou algo do tipo. Eu sou o tipo de cara que se te chamar pra sair, vai te levar a um bar, ou para algum lugar onde possamos arrumar uma boa encrenca. Percebi qual tipo se garota você é, e eu quero te libertar dessa vida pacata que você vive.
—Não estou entendendo.. -Falei sem entender sua última frase.
—Durante os próximos dias eu vou te levar pra sair depois do seu expediente no café. Vou te levar a lugares que considero divertidos.
—Quais tipos de lugares? -Perguntei.
—Dos tipos que nem conseguimos pronunciar o nome. E quando chegarmos lá, vamos fazer muita bagunça, entendeu? -Harry perguntou com um pequeno sorriso no rosto- Não posso prometer que não vamos nos dar mal, mas garanto que se você se der mal eu vou junto. Aceita?
  A proposta que Harry estava me fazendo era completamente absurda. Me meter em encrenca todas as noites com um desconhecido? Isso era simplesmente a coisa que eu nunca faria. E exatamente por isso que eu ainda estava ponderando aceitar. E daí que eu me desse mal? A única encrenca que me meti na minha vida todo foi jogar um sapo no rosto da minha colega de sala na quinta série. Harry estava abrindo as postas de um novo mundo para mim, e isso fazia a propôs deve ir se tornando irrecusável.
—Bem... E daí se eu me der mal algumas vezes, não é? Você vai estar lá pra assumir a culpa -Sorri sacana. Aos poucos o sorriso do Harry foi crescendo e ele logo levou suas mãos até minha cintura e me elevou,me girando no ar.
—É disso que estou falando, AP! -Harry falou enquanto ele e eu gargalhávamos.
  Assim que Harry me soltou, ele pegou as duas sacolas e as abriu, colocando cada uma em cima da cama.
—Vá até o banheiro e pegue tudo que você gostar e que achar que você não precisa por que não vai usar - Harry falou enquanto retirava os lençóis da cama e colocava-os numa sacola plástica.
—Oque? Mas... se eu não vou precisar por que eu deveria pegar? - questionei.
—Por que é divertido, AP! - Harry desviou seu olhar das gavetas e olhou para mim enquanto sorria - Não precisa fazer sentido!.
Em seguida Harry voltou sua atenção a cômoda assim que me viu dar passos até o banheiro. Era realmente uma ideia idiota e perigosa, além do mais nós podíamos nos dar mal, mas essa era toda a graça. Harry estava certo, eu nunca havia feito nada de novo na minha vida, após terminar meu curso de dubladora, eu fui trabalhar no Café, sem nem ao menos tentar algo que tivesse a ver com o curso que fiz. Nunca cheguei atrasada no trabalho, desisti do meu sonho de ser escritora pelos meus pais, e tive que passar 2 anos tentando convencer meus pais a deixarem eu me mudar aqui para New York. Queria fazer minha vida valer a pena, queria fazer algo novo, e Harry era a pessoa que estava me dando essa oportunidade, então eu não podia a desperdiçar-la.
O banheiro era um pouco pequeno, e havia também uma parede de mármore que dividia a banheira da privada. Fui até a pia e abri a gaveta que estava embutida na parede, atrás do espelho. Haviam alguns remédios, escovas de pentear cabelo, camisinhas, lenços umedecidos, uma moeda e a embalagem de um chiclete. Peguei tudo e voltei pro quarto, colocando tudo que peguei no banheiro na primeira sacola. Em seguida, voltei ao banheiro e peguei um Shampoo e um sabonete líquido que tinha em cima da banheiro e coloquei novamente na primeira sacola.
Olhei para Harry e ele ainda estava olhando as gavetas. Me aproximei dele e me ajoelhei ao seu lado.
—O que tanto procura? - Perguntei enquanto o olhava.
—É que essas gavetas não querem abrir - Ele disse enquanto fazia força para tentar abri-las com uma chave de fenda - Acho que vou ter que quebrar.
—O que?! - Exclamei em surpresa - Harry, isso é totalmente...
—Loucura? - Ele respondeu sorrindo - Eu sei. Por isso mesmo que vou fazer.
Não falei nada, apenas me levantei e sentei na cama. Harry colocou a ponta da chave de fenda entre a primeira gaveta e a segunda e a envergou para baixo, em seguida pisou na chave de fenda com força fazendo ela descer mais e consequentemente abrir a primeira gaveta.
—Viu? - Ele exclamou com um sorriso orgulhoso no rosto. Harry colocou a mão lá dentro de retirou de lá uma caixa de camisinhas - Que droga... O máximo que posso fazer com isso além de foder alguém é encher de água e jogar na cabeça dos outros.
—Claro, parece ser uma ótima ideia - Falei irônica e revirei os olhos. Olhei para Harry em busca de algum vestígio de que ele também estivesse brincando, ams pude perceber que ele estava falando serio - Você está falando serio?
—Claro que estou - Ele respondeu como se fosse obvio. Harry se levantou e abriu a caixa de camisinhas, pegou uma e a colocou entre os dentes.
—Pra que isso?- Perguntei sem entender. Harry se aproximou de mim, e automaticamente dei um passo para trás, o que me fez cair em cima da cama. Harry se deitou por cima de mim, colocando uma de suas mãos ao meu lado para o dar apoio e a outra ele levou até meu queixo, o levantando um pouco para cima.
—O que acha de usarmos essa agora? - Falou em um som de sussurro, para que a camisinha que estava em sua boca não caísse.
Por mais que eu detestasse admitir, a voz de Harry quando ele sussurrava era extremamente sexy, seu tom rouco causava-me arrepios. Seus cachos de cabelo caiam sobre meu rosto, e por puro impulso levei minha mão até eles e os coloquei por trás da sua orelha. Harry pareceu surpreso com o tal ato, e após soltar um leve suspiro pela sua boca entreaberta, ele retirou sua mãos do meu queixo e começou a passar seu polegar pela minha bochecha, parando perto da minha boca onde ele começou a brincar com ela.
—Por mais que eu adorasse usar ela com você, te prometi que não iria fazer nada com você hoje, não foi? - Ele falou ainda em som de sussurro. Retirou sua mão de meus lábios e pegou a camisinha que estava em sua boca e a colocou na borda inferior da cama.
—Você poderia... Abrir uma exceção.