Dance Made escrita por Miyako


Capítulo 18
#18: Trio de duplas.


Notas iniciais do capítulo

OOOI! Sumi, né? Desculpa, foi um mês MUITO corrido pra mim.... Prometo ser boazinha agr :3 Bom capítulo, xuxu.



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***POV: Breno***

Chegamos. Todos estavam muito cansados, inclusive eu. Infelizmente não atrapalhei a calma de ninguém nessa viagem, mas, tudo bem. Terão outras oportunidades.

Praticamente a sala inteira já desceu do ônibus, só sobrou eu e a Elin. Ela estava dormindo, e eu de pé a olhando. Bonitinha. Não sei se ela iria preferir ser acordada por mim ou pelo motorista, mas, provavelmente, seria por mim. Então vou deixar esse trabalho pro motorista.

— Breno?

Me viro para ver de quem era a voz. Letícia. Já entendi qual é o lance dela comigo, e eu tenho que resolver isso logo, antes que ela faça alguma idiotice.

— Sim? — Pergunto, enquanto visto minha jaqueta de couro. Já estou de saída.

—Vocês não vêm?

—Elin tá dormindo.

—Então acorda ela, né?

—Por que?

—Bom, ela tem que sair....

—Pode acordar ela, por mim tudo bem. —Digo, pegando minha mochila.

—Você vai realmente deixar ela aí?

—Qual o problema?

—É babaca.... Ela vai ficar bem constrangida.

Ando até as primeiras cadeiras do ônibus, onde está Letícia, e paro.

—Por que finge que se importa, Letícia?

—Que?

—É, por que você finge se importar com a Elin?

—Eu me importo com ela!

—É mesmo...? —Começo a me aproximar, fazendo-a cair na cadeira atrás dela.

—Breno, eu não sei do que você tá falando.... Para com isso!

—Parei. Mesmo sabendo que você não queria que eu parasse.

—Que? Eu realmente não entendo nada do que você tá falando—

—Já saquei a sua, Letícia.

—Hm?

—Você não gosta da Elin.

—Por que você acha isso?

—Admite.

—Ela.... Ela só não é uma das minhas melhores amigas.

—Aham. Eu sei o motivo.

—E qual seria...?

Me aproximo de seu ouvido, sussurrando:

—Você gosta de mim.

—Ah.... Você acha que eu gosto de você? Breno, até parece. Eu não gostaria de você nem que.... Para de me olhar assim.

—Assim? To te olhando do mesmo jeito que eu olho pro meu dever de Matemática.

Ela revira os olhos, envergonhada.

—Letícia. Vou te dizer aonde eu quero chegar com essa conversa: Fica longe da Elin.

—Isso é ridículo. Eu posso até gostar de você, mas isso não é motivo pra eu querer prejudicar a Elin.

—É mesmo? Eu já sei de tudo.

—Com certeza não sabe—

—O Rodrigo colocou boa noite cinderela na bebida da Elin. Achei estranho ele saber quem era ela, porque colocar na bebida dela, onde encontrar ela.... Até eu descobrir. Foi você. Você ajudou o Rodrigo a drogar a Elin.

—Isso.... Isso é ridículo—

—Não terminei. Você também trancou o Jake e a Elin naquela sala, tentando estragar qualquer coisa que eu tivesse com ela. E, por fim, você convidou a Camila pro seu aniversário, e você encorajou ela a me beijar. Desculpa, Letícia. Você é péssima. Na próxima, tenta esconder melhor.

Ela está irritada e constrangida. Muito. Tudo bem, ela mereceu.

—Breno.... Você me odeia por isso?

—Não.

—Não? Então.... O que você sente por mim?

—O mesmo que sinto pelo meu dever de Matemática. Desgosto.

—Tchau, Breno.

—Tchauzinho.

Hora de acordar a bela adormecida.

Me aproximo, mas noto que ela já está acordada, em choque.

—O que você ouviu?

—O suficiente.

Brinco com a parte da frente do meu cabelo, encostando na cadeira ao seu lado.

—Breno.... Obrigada.

—Foi mais por mim do que por você, mas tudo bem.

—Nós dois sabemos que não.

—Elin, desculpa. Eu realmente não estou apaixonado por você. Então, sai dessa.

—Tá.... Eu já sabia.... A Bea me disse.

—Não quero que você pense que é pessoal. Eu só.... Não me apaixono.

—Ela disse isso também. Só.... Não faz sentido nenhum.

—Quem sabe um dia eu te conte....

—É, um dia.... Mas, se quiser tentar se apaixonar de novo, eu posso.... Não, deixa pra lá.

—Você pode o que?

—Quem sabe um dia eu te conte.

Ela juntou suas coisas e se aproximou, dando um beijo na minha bochecha, e olhando meu rosto uma última vez antes de se afastar.

—Se cuida....

—Você também.

Saí do ônibus. Todos se despediram e foram para suas casas, hoje é segunda. Ou seja, amanhã já tem aula de dança.

***POV: Bea***

As palavras do Breno não saem da minha cabeça. Ele é meu melhor amigo.... Como ele consegue dizer que o Diego vai destruir meu coração? Não é verdade.... Eu acho.

Estava deitada na minha cama, pensando desde que cheguei se as palavras do Breno eram reais, até uma mensagem chegar.

*Mensagem ON*

DIEGO: Bea, tá em casa?

BEA: To sim... Pq?

DIEGO: Ótimo, abre a porta ;D

*Mensagem OFF*

Minha mãe só chega em casa amanhã, então não vejo problemas em abrir a porta para um garoto às oito da manhã.

Abro a porta.

Flores. Rosas vermelhas e brancas. Diego de joelhos.... Sei muito bem o que está acontecendo, só não acredito.

—Bea.... —Começou. —Você é a garota mais incrível que eu já conheci. Você dança melhor do que ninguém, e dançar com você é melhor ainda. Infelizmente nunca soube por quanto tempo poderia continuar dançando com você, e agora que não tenho mais o prazer de treinar com você todos os dias, notei que eu não posso viver sem isso. Sem seu sorriso. Sem você. Então.... Eu queria eternizar isso. Você sabe que eu não sou muito bom com palavras, então vou direto ao ponto.... Você quer namorar comigo?

Meu coração acelerou. O Diego parece determinado a isso. Ele não parou de me olhar por nenhum segundo. E eu também não. Eu não sei direito o que faz o Breno não acreditar no amor, mas eu acredito. Muito.

—Diego.... Eu aceito.

Ele levantou e me abraçou bem forte. Me girando, enquanto riamos juntos.

—Eu te amo, Bea.

Paramos. Nos olhamos.

—Eu também te amo, Diego.

Um beijo. Não sei descrever. Mas é muito melhor do que eu imaginei que fosse ser.

Talvez se todos acreditassem no amor o mundo seria melhor.

***POV: Jake***

Essa viagem foi longa. Eu lembro que na ida a Jane foi deitada no meu ombro, e agora foi como se eu nem estivesse lá. Isso porque ela prefere acreditar no Breno do que em mim. Incrível.

—Jake.

Me viro.

—Posso te acompanhar até em casa? —É a Jane. Se eu ouvisse isso há quatro dias atrás, seria um sonho. Hoje? Tanto faz.

Dei de ombros, mas ela levou como um sim.

Ficamos em silêncio por um bom tempo.... Até ela decidir falar alguma coisa.

—Jake....

—Hm?

—Não precisa responder, mas.... Você conseguiria sair com outra pessoa agora?

—De onde veio essa pergunta?

—Bom.... Do Breno.

Parei. Já chega. Eu vou mandar a real para ela, mesmo que possa doer.

—Jane. Quando você tiver um pensamento próprio, uma opinião própria e uma pergunta sua, você vem falar comigo. Já chegamos na sua casa, então, se não se importa, eu tenho que ir.

—Jake, espera.

Revirei os olhos.

—Eu tenho uma pergunta minha. —Ela disse, me olhando. —Você.... Você já conseguiu me esquecer?

—Essa é a pergunta?

—É.

—Não tenho resposta pra ela.

—Por que não?

—Por que eu não tentei te esquecer. Então não tem como eu ter conseguido ou não.

—Então.... Você ainda sente algo por mim?

—Não o que você tá pensando, mas sim, eu sinto algumas coisas por você.

—E você gosta de sentir essas coisas por mim?

—Não sei. Mas talvez se eu te esquecesse seria um jeito de descobrir.

Ela abaixou o olhar.

—Você já foi mais forte, Jane.

—É.... Você já foi mais compreensivo.

—As pessoas mudam.

—Os sentimentos também.

—Uhum. Agora, se me dá licença, tenho que ir pra casa.

—Tá.... Até amanhã, Jake.

—Até.

Eu sei que fui rude. Mas eu estava de cabeça quente. É difícil pensar com uma garota que prefere acreditar em um babaca do que na pessoa que ela supostamente ama.

Se ela é tão amiga assim do Breno, já devia estar acostumada em ser tratada com indiferença.

~Dia seguinte~

***POV: Elin***

Estava com saudades do estúdio. A viagem fez bem, mas eu não trocaria nada por uma aula normal aqui.

Infelizmente muitas coisas ruins aconteceram, espero que isso não atrapalhe o relacionamento da nossa turma. Até porque, precisamos de harmonia para dançar.

Chegando no estúdio, dei de cara com a pessoa mais educada do mundo. Que saudades dela.

—Boa noite, Tia Sandra.

—Já tem gente na sua sala, por que tá falando comigo?

Eu ia responder, até alguém interromper. Alguém com uma voz excessivamente agradável de se ouvir.

—Hm.... Com licença. —Disse uma bailarina, provavelmente novata. Ela era realmente muito bonita, cabelos pretos que batiam no seu ombro, olhos verdes acinzentados, magra, um pouco mais alta do que eu, dentes bem branquinhos.... Ela parecia uma boneca.

—Sim? —Disse a Bruxa Má, se ajeitando.

—Sou nova aqui.... Estou na turma da Karina, onde eu encontro ela?

—Seu nome?

—Alicia.

 —É do lado da sala de Hip Hop. Boa sorte.

—E onde ficaria essa sala, por favor?

—Mostra pra ela lá, novata.

—Mostro.... —Eu digo, irritada pelo fato de que até hoje a Bruxa não sabe meu nome.

A tal da Alicia começou a me seguir, e ela não parava de sorrir em nenhum momento, então fiquei curiosa para saber o motivo, até porque, as bailarinas daqui não sorriem.

—Animada?

—Ah sim, muito! Eu fui aceita aqui semana passada, hoje é minha primeira aula.

—Entendi....

—Você também faz Ballet?

Comecei a rir, e ela franziu um pouco as sobrancelhas, confusa.

—Não, essa eu passo. Sou sua vizinha de sala.

—Ah, você faz Hip Hop?

—Sim.

—E.... Nunca fez Ballet?

—Nem pensar.

—Por que não?

—Você já fez Hip Hop?

—Não.... Mas eu adoraria tentar, parece divertido.

—Hm.... Não sei se seria muito a sua cara.

—Por que diz isso?

—Digamos que seja um pouco diferente de Ballet. E que provavelmente você é muito delicadinha pra isso.

—Ah.... Então.... Você acha que eu não conseguiria dançar porque eu to usando sapatilhas e tutu?

—É, por aí.

—Falta quanto tempo pra começar a aula?

—Vinte minutos.... Por que?

—Vamos pra sua sala.

Entramos na sala, estava vazia. Eu juro que não sei aonde eu fui me meter.

—Então.... Eu te ensino um passo de Ballet, e você me ensina um passo de Hip Hop. Pode ser?

—Eu acho essa ideia muito aleatória.... Você podia só ir pra sua sala mesmo e fazer sua aula.

—Não se preocupe, não vou te passar nada difícil.

—Difícil? E isso lá é possível?

—Vamos começar.

Ela colocou uma música mais neutra, que daria para dançar Hip Hop e Ballet com ela. Tudo bem, agora já estou aqui.

—Vou começar.

Ela fez um básico, eu notei que era. E, por sorte, eu consegui, mas não fiz com tanta leveza quanto ela.

Passei um básico para ela também, ela conseguiu, mas fez tudo muito delicadinho, não se soltou direito.

Continuamos com mais alguns passos, e no fim estávamos as duas deitadas no chão da sala, respirando forte. Extremamente cansadas.

—Foi legal. —Ela disse, rindo.

—Eu gostei também. Ah, e eu retiro o que eu disse. Ballet é difícil.

Ela riu mais.

—Eu não disse que seria fácil, mas você foi bem pra uma primeira aula.

—Você também. Qual o seu nome mesmo?

—Alicia.

—Eu gosto do seu nome.

—Qual é o seu?

—Você vai achar estranho.

—Não vou não, fala.

—Elin.

—Sério?

—Sim.

—Nossa! Que legal! Você deve gostar muito de ter esse nome.

—Por que? —Perguntei, rindo.

—Porque você é única. Quantas Elins já conheceu?

—É.... Já me disseram isso antes.

Ouvimos alguém batendo na porta.

—Eai, Elin. —Era o Breno.

—Oi, Breno.

Levantei e nos cumprimentamos, a Alicia se sentou, para ver quem era.

—Quem é a bailarina?

—Ah, Breno, essa é a Alicia, ela é nova aqui.

Breno franziu a testa e foi até ela.

—Seu nome é Alicia Sparks? —Ele perguntou, estendendo a mão para levantá-la.

—É sim.... —Ela disse, aceitando sua mão.

—Ah, sei quem você é.

—Isso é bom? —Ela disse, dando uma risadinha sem graça.

—Não, você é a garota que quebrou o coração do meu melhor amigo. Bom, muito prazer em te conhecer.

Breno soltou sua mão e foi em direção a porta.

—Você tá falando do Gabriel?

—Ele mesmo.

—Bom.... Eu não sei se você sabe, mas foi ele quem terminou comigo.

—É, eu sei.

—Então.... Como que fui eu quem quebrou o coração dele?

—Não se faz de boba, a gente descobriu sobre o Felipe.

—Espera.... Vocês acham que eu tinha algo com o Felipe?

Breno foi até ela novamente.

—Eu acho um pouco estranho pessoas se verem todo o fim de semana sem terem nenhuma relação.

—É, eu também acharia. Mas só se o Felipe não fosse meu primo.

—Seu o que?

—O Felipe é meu primo. Eu não tinha nada com ele.

—Ah.... Tarde demais pra esclarecer as coisas, princesa.

Breno saiu da sala.

—Ele é sempre assim? —Ela perguntou, desconfortável.

—Ele é. Mas não se preocupa, ele não acredita em amor.

—Hm.... Talvez alguém só não tenha mostrado pra ele o que é amar de verdade.

—Não sei se isso é possível com o Breno.

—Você gosta dele?

—Nem sei mais....

—Eu não desistiria se fosse você.

—Por que não?

—Porque se eu sei, pelo menos um pouquinho, que eu posso fazer alguém feliz, eu tento....

Abaixei o olhar.

—Bom.... Foi um prazer conhecer você, Elin. Espero que a gente se veja de novo.

—Sempre que você quiser, Alicia.

—Tchau. —Ela me abraçou.

—Tchau.

—Espera, alguém já te disse que você tá linda hoje?

—Hm.... Não. —Comecei a rir, confusa.

—Que idiotas.... Você tá linda.

—Ah.... Obrigada, Alicia. Você também.

Fiquei envergonhada.

—Agora tchau de verdade. —Ela disse, saindo.

Breno entrou de novo na sala.

—Não sabia que fazia amizades com bailarinas.

—Faço amizade com quem eu quiser.

—Olha só.... Alguém acordou inspirada hoje.

Evitei ao máximo falar com o Breno.

Quando a turma toda chegou, o Yan começou a explicar como seria nossa apresentação do meio do ano.

—Seguinte, povo. Esse ano o estúdio decidiu que quer representar situações da vida. Tipo, qualquer situação. Começo de namoro, uma briga, essas coisas. Eu ainda não sei direito o que a gente vai apresentar, mas estejam preparados para qualquer coisa, e sem frescuras, por favor.

Todos começaram seus burburinhos, até porque, quando o Yan diz “estejam preparados” é porque a gente realmente tem que se preparar.

A aula foi normal, mas bem cansativa. Segundo o Yan, a gente descansou muito.

Quando eu estava quase indo embora, a Bea disse que queria contar uma coisa para mim e para o Breno. Medo.

Estávamos do lado de fora do bloco, com a Bea na nossa frente. Breno estava com uma cara totalmente indiferente, e eu estava com medo.

—Então.... —Ela começou. —Ontem.... O Diego me pediu em namoro, e eu aceitei!

Silêncio. Eu fiquei muito feliz por ela, só não sabia como demonstrar. Então decidi abraçá-la.

—Parabéns, amiga! Fico tão feliz por vocês! Se ele te magoar, tá ferrado.

—Eu sei, bobinha.

Rimos mais um pouco.

—Breno? Não vai falar nada?

—O que você quer que eu fale?

—Hm.... Me dê parabéns? Fique feliz por mim?

—Ah, então tá. Parabéns, você acabou de ganhar uma grande oportunidade de destruir seu coração, estou extremamente feliz por você.

—Breno.... É sério?

—Hm.... Sim?

—Achei que você entenderia que eu realmente estou feliz.

—Não vou ficar feliz por você enquanto eu tiver certeza de que ele não vai machucar você.

—Você é ridículo, Breno. —Eu disse, me interferindo.

—Aham, já acabaram?

—Já....

Breno foi embora sem se despedir. Eu me despedi da Bea, dando parabéns para ela novamente, e dizendo para ela ignorar o Breno.

No fim, ficou tudo bem.

Agora estou muito ansiosa para a aula de quinta, não faço a menor ideia do que o Yan vai planejar para a nossa turma.

Contanto que ele não me faça amar umas certas pessoas, tá liberado.

Socorro.


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Notas finais do capítulo

É, acabou o cap... Ainda me ama? Porque eu amo você ♥



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