Dance Made escrita por Miyako


Capítulo 16
#16- O garoto de olhos azuis.


Notas iniciais do capítulo

Oi Mozoreees! Gente, eu demorei porque reescrevi esse capítulo milhares de vezes, até deixar de um jeito que eu gostasse. Então, aproveitem o maior capítulo até agora. Boa leitura!



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***POV: Breno***

Minha batalha finalmente terminou. Eu não sei como eu consegui vencer, até porque minha mente anda muito cheia nesses últimos dias. Talvez nem seja só por esse motivo que a batalha tenha sido difícil, existem muitas outras coisas me perturbando....

Desci da plataforma ouvindo os aplausos e pode ter certeza de que, para qualquer dançarino, esse é o melhor som do mundo. Fui andando em direção ao local de espera da minha turma—que é onde os próximos dançarinos a batalharem fazem fila.

—Breno, meu garoto! —Disse Yan, me dando um abraço—Mandou muito ali! Só quero te ver melhorando, hein?

Ele realmente estava orgulhoso de mim. Mas.... Estranhamente, a Bea não veio correndo orgulhosa também, até porque, ela sempre faz isso. Com certeza algo deu errado.

—Valeu, Yan…. Mas, cadê a Bea?

—A Bea? Olha, ela saiu tem um tempinho.... Ela disse que era importante, mas eu não posso sair daqui. Tenho que assistir os alunos.

—Entendi....

Achei estranho, então comecei a olhar em volta, e notei que a Bea não era a única pessoa faltando. Jane, Jake, Diego e Elin também não estavam aqui.

—Ué Yan, mas tem mais gente faltando.

—Cara, a única que me avisou que ia sair foi a Bea.... Pode conferir para mim se está tudo bem e o que aconteceu?

—Tá, de boa.

De boa nada. Com certeza aconteceu algo ruim.

Fui para o tumultuado de alunos, que era para ser uma fila, tentando perguntar o que havia acontecido. Infelizmente, foi um pouco complicado, até porque, todos estavam tentando me parabenizar pela batalha, menos.... Letícia. Por algum motivo ela estava de braços cruzados me encarando, parecia meio irritada.

E é nela que eu vou.

—Letícia.... —Disse, me aproximando, desconfiado.

—Breno. —Ela disse, me fuzilando com o olhar.

Desculpa, mas eu acho que as mulheres ficam muito sexy irritadas. Perdi o foco um pouco.

—Diz logo o que você quer, canalha.

Dei uma risadinha. A Letícia me trata estranho desde a festa dela. Mulheres....

—Quero saber onde estão os outros.

—Os outros? A ruiva chegou aqui desesperada, choramingando, e os cachorrinhos foram atrás.

—A Jane?

—Quem mais poderia estar choramingando, Breno?

Ignorei essas rixas femininas, e continuei.

—E.... Onde eles foram?

—Eles correram em direção ao bar.

—Bar?! Droga. Droga! —Passei os dedos entre meus cabelos tentando não pensar em nada ruim, mas era inevitável.

—Eu sabia que você estava envolvido nisso.

Droga. Não consigo pensar em nada bom.

—Valeu, Letícia.

—Me agradecendo? Achei que canalhas não faziam isso.

—Só fazemos quando necessário. —Disse, dando uma piscadinha e focando no meu objetivo.

Bar. Eles foram para o bar. Mil coisas se passaram na minha cabeça naquele momento, mas nenhuma dessas coisas eram boas. Comecei a correr, enquanto tirava as pessoas da minha frente, porque a festa estava realmente muito cheia. O bar ficava totalmente no oposto da plataforma de batalhas, então eu tive que correr o salão inteiro, até chegar....

Elin.

Seu nome logo veio em minha mente. E se tivesse acontecido algo de ruim com ela? Eu não queria isso.

Quando finalmente cheguei, não encontrei nenhum deles. O que aumentou mais ainda minha preocupação.

—Licença, —Disse, falando com o cara que serve os drinks, ele pode ter visto alguma coisa. —Cinco adolescentes passaram por aqui?

—Passaram. Eles foram para a enfermaria do hotel, espero que você não tenha sido o responsável, meu garoto.

Não. Tudo menos isso.

As coisas ruins só aumentavam. Fui correndo para a enfermaria do hotel. Talvez eu ainda pudesse chegar a tempo.

Ao me aproximar, encontrei Diego e Jake em frente à porta. Isso me deixou confuso, mas não queria mais perguntas, eu tinha que abrir aquela porta.

—A Elin tá aí dentro? —Disse, colocando a mão na maçaneta da porta.

—Você ainda tem coragem de falar como se não soubesse.... —Disse Jake, tirando minha mão da porta.

—Que? Ela tá aí? Me deixa entrar.

—Breno. —Começou Diego. —Você deveria ir para o seu quarto. Já fez muita merda por hoje.

—Do que vocês estão falando? Sai da frente.

Eles não iriam me deixar entrar. Então eu teria que forçar. Empurrei os dois e abri a porta em um estrondo.

Fiquei parado. Eu não tinha reação.

—Disse para não abrir. —Disse Jake, indo embora com Diego.

Ignorei. Haviam coisas mais importantes em minha frente.

Jane e Bea me olharam imediatamente. Bea parecia decepcionada, e Jane parecia furiosa. Elas estavam sentadas em cadeiras ao lado de uma cama, e nessa cama.... Elin. Desmaiada.

Abri a porta procurando respostas, mas só encontrei mais perguntas. A primeira delas, como isso aconteceu? Por quê? Quem?

—O que aconteceu? —Disse, correndo para a cama, segurando a mão da Elin.

Jane se levantou, séria. Me olhou profundamente, e seus olhos começaram a lacrimejar. Até que finalmente ela disse alguma coisa.

—Breno, some daqui, antes que eu faça alguma besteira.

—Que? Por que? O que houve com ela?

—Ele se faz de idiota, Bea.

—Eu? Bea! O que houve?

—Jane.... —Bea disse, ainda muito preocupada. —Me deixa um pouco a sós com o Breno.

—Bea! Mas ele.... Ele.... Tá. Só não deixa ele te enganar. —Jane disse, saindo do quarto furiosa.

—Breno.... —Bea começou, se levantando. —Você sabe que ela te ama.... Não sabe?

—A Jane?!

—Breno. —Ela apenas fez um sinal com a cabeça, apontando para a Elin.

—Não ama não, Bea.... É só um joguinho—

—Shhh. Senta aí. Não quero me irritar com você.

Sentei. Quando a Bea fica irritada, não tem volta.

—Vou responder suas perguntas, então, por favor, cala a boca.

—Sim senhora.

—Bom.... —Ela disse, se sentando também. —Alguém deu boa noite cinderela para a Elin. Não tem provas nenhuma de quem foi, mas a Jane estava lá quando aconteceu, e ela tem certeza de que foi você.

Minha expressão mudou completamente.

—Você realmente acha que eu teria feito isso? —Disse, apontando para a Elin, e me levantando.

—Olha, Breno....

—Eu não acredito que você pensa assim, Beatriz.

—Tudo indica que—

—Bea! Olha nos meus olhos. —Disse, me aproximando de seu rosto e segurando suas mãos contra meu peito. —Olha no fundo dos meus olhos e me diz que eu sou culpado. Anda, Beatriz! Já que é algo tão óbvio!

Ela não disse nada, mas começou a lacrimejar. Isso respondia tudo.

—Até você.... —Soltei seus braços e comecei a me afastar. —Eu não.... Eu não acredito que você também pense assim.

—Breno.... É só que.... —Ela começou a chorar mais, ela realmente não acreditava em mim.

—Tem razão. É para isso que servem os amigos. —Disse, saindo do quarto, e batendo a porta. Bea continuou pedindo que eu voltasse. Mas.... Por que voltar por alguém assim?

Fui subindo para o quarto, não sabia exatamente o que pensar, então decidi não pensar em nada específico. Logo a turma inteira ficaria sabendo da situação. Por que eu? Qual o sentindo de eu fazer algo assim com alguém da minha equipe?

Tanto faz. Ninguém vai ouvir o que eu tenho a dizer.

Entrei no apartamento e me joguei no sofá. Deixei a janela aberta para que eu pudesse ver as estrelas. Talvez elas me acalmariam. Tá, até parece.

É como um ter um pesadelo acordado.

 ***POV: Elin***

~Uma hora após o fim da festa~

Comecei a abrir os olhos lentamente. Ainda estava me sentindo um pouco tonta. Minha visão estava um pouco embaçada, mas notei a presença de uma pessoa na sala.

—Elin? Tudo bem? —Era uma voz masculina. Forcei um pouco a vista para enxergar o dono da voz. Era Yan.

—Yan...?

—Sou eu sim, Elin. Está se sentindo bem?

Minha visão começou a voltar ao normal, e decidi me sentar, para visualizar melhor o ambiente. Olhei em volta, eu estava na enfermaria.

—O que houve...? Onde está todo mundo? —Eu estava meio fraca, então minha voz soava bem sonolenta.

—Alguém te deu boa noite cinderela, Elin. Seus amigos te ajudaram, e agora todos estão em seus quartos, a noite de todo mundo foi cheia. Decidi ficar para ter certeza de que você estaria bem quando acordasse.

—Boa noite cinderela...? Mas, quem fez isso?

—Você não lembra?

Parei para pensar um pouco, mas as lembranças eram muito vagas.

—Foi um menino.... E tinha uma garota ruiva lá também....

Yan pareceu mais preocupado ainda.

—O que foi?

—Sua turma acha que foi o Breno que fez isso.... Eu só.... Não quero acreditar.

—O Breno...? —Acabei dando uma risadinha.

—Elin, descanse, por favor. A enfermeira disse que, assim que você acordasse, era para você ir para o seu quarto e dormir melhor.

—Então vocês acham que foi o Breno....

—Ninguém pode afirmar, Elin.

—Eu posso.

Ele fez uma expressão confusa.

—Descanse, Elin. Sua memória voltará em breve.

Yan saiu do quarto. Decidi aproveitar o tempo para pensar.

Eu não lembro de muita coisa, mas eu tenho certeza de que não foi o Breno, e eu teria que provar isso para todo mundo. Inclusive para o Breno. E eu faria isso agora.

Me levantei da cama, me acostumando novamente ao meu corpo. Calcei meus sapatos, apaguei as luzes, e fechei a porta.

Fui andando em direção ao meu apartamento, enquanto isso, tentava lembrar o que havia acontecido na noite passada. Não foi o Breno.... Eu não acredito.

Chegando no corredor do meu andar, noto que todos já estão em seus quartos. Me pergunto se o Breno já está dormindo também. Na verdade, não sei exatamente o que dizer à ele hoje. Não importa.

Abri a porta do apartamento vagarosamente, para não acordar ninguém. A porta dos dois quartos estavam fechadas, provavelmente todos estariam dormindo. Não. Breno não estava.

Ele estava deitado no sofá, olhando para a janela, de costas para a porta. Comecei a me aproximar. Ele ainda não havia notado minha presença, então pensei em ir para o quarto, mas não. Eu não poderia deixar essa situação assim.

—Não foi você. —Disse, parada ao lado do sofá, esperando sua resposta.

Breno não se virou, nem respondeu nada. Ele sabia quem era e do que eu estava falando. Ele só precisava de um empurrãozinho.

—Não precisa responder. Mas.... Só queria que soubesse que eu não acredito neles.... Boa noite, Breno. —Disse, indo em direção ao meu quarto.

—Não importa. —Ele disse, ainda parado.

—Que? —Eu disse, me virando.

—Não importa o que você pense ou fale. —Ele disse, se sentando. —Nada vai mudar a verdade que eles criaram.

Fui até o Breno. Olhei no fundo dos seus olhos, indignada com sua indiferença. Eu estava arfando de raiva, e acabei dando um tapa em seu rosto.

—Qual o seu problema? —Ele disse, colocando a mão na bochecha do tapa.

—Eu que te pergunto, Breno. Eu digo pra você que eles estão errados, que você não é o culpado, e você fica com essa indiferença ridícula. Acorda!

Ele revirou os olhos, mas logo me olhou novamente.

—Por que você tem tanta certeza de que não fui eu?

—Por que? Ah.... Porque—

—Porque você gosta de mim. —Ele disse, me encarando ainda mais.

Meu coração acelerou por um momento. Eu realmente gostava dele? Não, claro que não. A Bea já disse que ele só faz joguinhos.

—Eu não gosto de você. Não seja tão orgulhoso. —Eu disse, o provocando.

Ele arqueou as sobrancelhas, parecendo surpreso. Mas logo voltou para o assunto.

—Então.... Por que você acha que não fui eu?

—Você não faria isso, Breno.

—Com certeza faria.

—Não comigo.

Ele deu uma risadinha.

—Então quem foi, Elin?

—Eu ainda não sei.... Mas, a enfermeira disse que se eu descansar a mente minha memória vai voltar. E pode ter certeza de que, quando eu lembrar, todo mundo vai saber a verdade.

Ele ficou em silêncio, apenas me olhando. Depois, abriu um sorriso no canto da boca.

—Boa noite, Elin. —Ele disse, se levantando.

—Vai dormir agora?

—Não, ainda não.

Ainda. Isso me fez lembrar da primeira vez que dançamos juntos. Acabei dando um sorriso bobo, e ele notou.

—Não precisa sorrir toda vez que lembra de mim. —Ele disse, sussurrando em meu ouvido, o sorriso malicioso em sua voz era notável, e seu hálito quente me arrepiou.

Breno foi andando em direção ao seu quarto, sem olhar para trás. Ele sabia o quão provocante isso era. Mas, não é hora de pensar no Breno. Na verdade, nunca deveria ser hora de pensar no Breno.

Entrei no meu quarto. Bea já estava dormindo, então apenas troquei de roupa e fui dormir, não queria acordá-la.

~10 horas da manhã~

Acordei com o som de uma briga. Com certeza uma péssima maneira para começar o dia. Diego e Bea estavam acusando o Breno, ele parecia ignorar o que eles diziam. Bem a cara dele.

Decidi não me meter na briga. Entrei no banheiro e tomei um banho. Seria bom para aliviar meus pensamentos. Coloquei um casaco roxo e um short jeans preto. Passei um rímel, para disfarçar a cara de cansaço, e um perfume que a Bea diz ter cheiro de abraço.

Saí do quarto esperando não encontrar mais ninguém. Até parece. Breno estava mexendo no celular, enquanto deitava no sofá. Não sabia o que dizer depois de ontem, então decidi não tocar no assunto.

—Bom dia, Breno.

Ele tirou os olhos do celular para me olhar.

—Bom dia, Elin.

Sempre com esse ar de ironia.

—Que cheiro bom.... O que é? —Perguntei.

—Eu fiz umas panquecas.

—Você fez?

—Sim, ué.

Encarei-o um pouco. Ele não parecia estar mentindo.

Terminei de comer, e, tenho que admitir, as panquecas estavam maravilhosas.

Fui escovar os dentes e, ao sair do banheiro, me deparo com Breno mexendo na bolsa da Bea.

—Breno?

—Não sei porque vocês garotas guardam tanta coisa inútil aqui.

—O que você tá fazendo?

—A Bea pediu para eu pegar um saquinho azul na bolsa dela, mas tá impossível encontrar isso.

—Ah, já sei o que é. —Homens, nunca vão entender.

Peguei o tal “saquinho azul” e fiquei curiosa para saber porque a Bea pediu isso ao Breno.

—Vocês já estão de bem? —Eu disse, indo em direção a saída do apartamento.

—Ah, mais ou menos. —Ele disse, me acompanhando. —Ela falou que se eu provasse que não fui eu quem colocou boa noite cinderela na sua bebida, ela me perdoaria.

Lembrei. Minha memória voltou completamente. Comecei a ficar ofegante e irritada ao mesmo tempo. Olhei para Breno, surpresa.

—O que foi, Elin? —Ele perguntou, confuso.

—Eu lembrei o que aconteceu, Breno.

Ele me olhou, surpreso também, e me levou até o sofá. Estávamos sentados um de frente para o outro.

—Elin, eu sei que é muita informação, mas tenta se concentrar, vai me contando aos poucos.

Respirei fundo e segurei sua mão, eu me sentia mais calma assim. Depois, comecei a falar.

—Você me deu a bebida.

—Sim, eu dei.

—Mas eu tomei um gole e não senti nada.

Breno pareceu aliviado ao saber que eu acreditava nele, e continuou prestando atenção.

—Bom, —Continuei. —Eu pedi para você ir dançar, e você foi. Mas depois....

—Depois...? Por favor, Elin, tenta lembrar.

—Depois um garoto chegou.... Pedindo desculpas.... Breno!

—O que? Você lembrou?

—Foi o Rodrigo. Ele pediu desculpas se ajoelhando, e daí deve ter colocado a pílula no meu copo.

—Você tem certeza, Elin?

—Eu tenho! Depois que ele se ajoelhou eu comecei a ficar meio tonta quando tomei a bebida. Foi ele com certeza. A Jane chegou depois, e eles começaram a discutir. Ele botou a culpa em você, e ela acreditou.

Breno não disse mais nada, apenas começou a ficar muito irritado e se levantou, indo em direção a porta.

—Breno! Aonde você vai?

—Vou resolver umas coisas com um babaca.

—Toma cuidado, por favor!

Ele se virou, dando uma risadinha, e saiu do apartamento. Já desisti de entender o motivo dessas risadinhas.

Eu vou encontrar a turma. Eles precisam saber da verdade.

***POV: Breno***

Babaca. Eu vou acabar com ele.

Fui até a cobertura. Tinha uns garotos conversando em um canto da varanda. Com certeza o Rodrigo estaria lá.

—Breno!

E estava.

—Meu grande amigo.... —Ele continuou. —Poxa, você ainda não aprendeu que é feio colocar boa noite cinderela na bebida das garotas?

—Tira seus clones daqui. —Eu disse, parando na sua frente.

—Olha só, parece que alguém aqui tá nervosinho. Galera, podem voltar mais tarde? Meu grande amigo que conversar.

Esperei os clones saírem, e olhei para Rodrigo.

—Breno, Breno.... —Ele começou. —Me preocupa você voltar com esses seus hábitos. —Ele disse, andando em minha volta. —Pensei que você não precisasse dar boa noite cinderela para uma menina só para ficar com ela, tipo, qual é, isso é uma coisa tão fácil de se fazer.

—Não, Rodrigo. Isso é o que você faz.

—Ah é, Breno? Ninguém acredita em você.

Revirei os olhos.

—Até porque.... —Ele continuou­—A garota ruiva não acredita em você. Ela já disse pra todo mundo o que você “fez”.

—Você é o cara mais babaca que eu já conheci em toda a minha vida.

—A Elin não acha isso. —Agora ele já tá me provocando. —Você tinha que ter visto. O jeito que ela me olhava.... Era tanto desejo no olhar. Ela teria me beijado se você não tivesse atrapalhado.... Mas, eu entendo o seu ciúme. Uma garota com um corpo daquele.... Eu ainda vou conseguir—

—Cala a boca.

—Que? Alguém ficou irritadinho? Por que? Você não gosta quando eu falo do corpo dela? Então deixa eu descrever melhor.

Já chega. Fechei o punho e dei um soco em sua boca. Ele caiu sentado no chão, colocando a mão na boca. Ele estava sangrando. Mas, sinceramente, eu não me importo.

—É isso que você ganha por desrespeitar uma garota. E eu não digo isso por ser a Elin. Se eu ver você tratando qualquer garota mal, isso vai acontecer de novo. —Eu disse, enquanto ele me olhava com ódio. Tudo bem, era isso que eu queria.

Tirei um papel do meu bolso e joguei ao seu lado.

—Toma. Limpa o sangue antes que seus clones cheguem. Até porque, você nunca apanha de ninguém. Não é assim que você falava? É. Era sim. —Eu disse, o encarando. —Saiba que eu nunca acreditei.

Fui em direção ao meu apartamento. Rodrigo não disse mais nada. Acho que ele aprendeu a lição.

Abri a porta, esperando não encontrar ninguém. Mas encontrei. Elin estava sentada na bancada da cozinha, mexendo no celular. Não sei se ela queria conversar ou me dizer algo, porque ficou um tempo em silêncio. Mas o silêncio não durou por muito tempo.

***POV: Elin. ***

Breno finalmente havia chegado. Fiquei preocupada com o tempo que ele levou com o Rodrigo.

—Breno?

—Hm? —Ele respondeu, se sentando ao meu lado na bancada.

—Você demorou.

—Talvez.... Por que? Se preocupou?

—Não né.

—Então tá. —Ele disse, irônico.

—Bom.... Como foi?

—Ah.... Nada demais.

Estava desconfiada. Comecei a olhá-lo e vi que sua mão estava suja de sangue.

—Breno!

—Que?

—Sua mão. Tem sangue nela! Ele te bateu?

Breno começou a rir, me olhando com uma cara de “é sério? ”. Odeio ele.

—Tá. —Continuei. —Você socou ele. —Breno assentiu. —Por que chegar a esse ponto?

—Digamos que ele estava dizendo coisas que não devia sobre uma certa garota. —Ele disse, olhando para mim.

—Idiota. Não precisa sair batendo nas pessoas por minha causa.

—Não disse que a garota é você. Mas, já que você tá tão convencida, pode ser.

Revirei os olhos.

—Bom, —Comecei— Eu já disse pra todo mundo a verdade sobre ontem, e os jurados também já estão cientes de que foi o Rodrigo. A Jane pediu desculpas pra você, está muito arrependida por ter confiado no Rodrigo. Ah! O Yan disse que hoje o dia é livre, por que os jurados vão decidir a turma vencedora e revelar no fim da tarde. Então as duplas estão por aí de bobeira....

Quando olhei para Breno, ele estava com o olhar fixo ao meu. Não sabia se ele havia prestado atenção em alguma coisa. Mas, logo notei que a blusa que ele estava usando era a mesma blusa social azul do aniversário da Letícia, e isso me fez lembrar da nossa noite. Também senti seu perfume. Ele era provocante, mas agradável ao mesmo tempo.

—Você pensa demais. —Ele disse, sem tirar o olhar do meu.

—Hum?

—É.... Se você pensasse menos, faria mais.

—Tenho medo de me arrepender.... Daí eu penso bastante.

—Eu sei o que você quer agora. E eu garanto que você não vai se arrepender.

Nos olhamos mais um pouco. O olhar de Breno era penetrante. Aquele azul tomava conta do meu corpo. Breno se aproximou um pouco mais, deixando nossos lábios muito próximos. Ele encaixou sua mão entre minha orelha e meu pescoço. Eu estava paralisada, não sabia o que fazer.

—Viu? Você pensa demais. —Ele disse, descendo da bancada e indo em direção ao seu quarto.

Não pensa, Elin. Não pensa.

—Breno.

—Hum? —Ele disse, parando.

—Eu gosto de você.

Ele se virou, arqueando uma sobrancelha, duvidando.

—Eu gosto de você, Breno. —Repeti.

Ele deu um sorrisinho, e se aproximou. Deixando nossos corpos próximos, mas sem fazer mais nada.

Coloquei minhas mãos em volta de seu pescoço, puxando suavemente seus cabelos da nuca.

—Chega de joguinhos. —Ele disse.

Breno enlaçou os braços em volta da minha cintura. Fazendo nossos corpos se colarem, e nossos lábios também. Eu havia me esquecido de como era beijar o Breno.

Seu beijo era quente e firme contra minha boca, além de ser muito intenso. Era algo que eu nunca pararia. Uma de suas mãos subiu para a raiz dos meus cabelos, e os puxou suavemente, me fazendo suspirar contra sua boca.

Breno me ergueu, sem parar o beijo, nos levando para o sofá. De uma maneira que eu fiquei sentada em sua coxa, com seus braços em volta do meu corpo. Suas mãos começaram a acariciar minhas costas, o que o deixou surpreso por saber que eu não estava com uma blusa por baixo do casaco, fazendo-o parar o beijo por um instante, mas sem se afastar.

—Que foi? —Perguntei, arfando levemente.

—Nada que me incomode, só não quero desrespeitar você.

Sentei no sofá, ao seu lado, encostando minha cabeça em seu ombro, sentindo o cheiro de seu perfume.

—Gostei da camisa. —Eu disse, enquanto brincava com as pontas de seu cabelo.

—Você parou no quarto botão.

—Que?

—Você sabe. Só quis te lembrar já que você parecia muito determinada a fazer isso.

Lembrei. Me virei de lado, encarando seu olhar. Ele ficou parado, com um braço no encosto do sofá e o outro ao lado de seu corpo.

Me aproximei, beijando sua bochecha. Fazendo-o dar uma risadinha. Com certeza ele estava me zoando, mas, ignorei.

Breno logo virou seu rosto, me beijando lentamente, mordendo meu lábio inferior. Isso foi o suficiente para o beijo esquentar. Dessa vez o beijo estava rápido, mas não era difícil de acompanhar. Comecei a desabotoar sua blusa, sem parar o beijo. Enquanto isso, Breno enlaçava minha cintura, arranhando meus braços e costas. Acariciei seu abdômen, sentindo o calor do seu corpo.

Breno me virou, me fazendo ficar deitada, colocando seus braços no sofá, me impedindo de sair. Como se eu quisesse. Nos beijamos por mais um tempinho, até termos que parar para respirar.

Sentamos um de frente para o outro, ainda nos olhando.

—Foi bom. —Ele disse, sorrindo.

—Foi.

O celular do Breno começou a tocar, e, depois de atender, ele me disse que os resultados seriam liberados agora na praça.

Logo ele se levantou, ainda com sua camisa aberta, indo para seu quarto, se trocar.

—Breno.

—Hum? — Ele disse, parando na porta e me olhando.

—Você não disse se também gosta de mim.

—E eu preciso? —Ele disse, rindo.

—Não. Não precisa.

—Se te fizer mais confortável. Eu também gosto de você, Elin.

Sorrimos um para o outro e nos trocamos para ir para a praça.

Eu espero que a gente ganhe. De verdade. Mas, como eu já havia dito antes,

Que vença a melhor equipe.


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Notas finais do capítulo

Eai? Ansiosos(as) para o próximo? ♥



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