Dance Made escrita por Miyako


Capítulo 14
#14- Mentes barulhentas.


Notas iniciais do capítulo

Mozoreees! Demorei? Demorei. Motivos? Vida tá muito corrida. Enfim, é o maior capítulo!



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Estava na hora. Eu e Bea passamos a noite inteira separadas, ela precisava me contar alguma coisa. Isso sem comentar das suas atitudes muito suspeitas com o Diego.

Nós duas nos sentamos na cama, e eu não tinha problema nenhum em falar abertamente com ela, até porque os meninos não haviam chegado. Bea colocou uma almofada no colo e suspirou, depois olhou para mim com uma cara de “é sério isso? ”, apenas concordei com a cabeça, e finalmente alguém começou a falar.

—Então, dona Elin.... Eu não faço a menor ideia do porque você acha que tá rolando algo entre mim e o Diego, mas, se te contar como foi minha noite vai te deixar melhor, vamos em frente. ­—Suspirou de novo. Com certeza ela está escondendo algo. —Bom, eu e o Diego estamos conversando bastante ultimamente, porque nossos melhores amigos se odeiam por algum motivo. Daí.... A gente tem muito assunto....

—Vamos parar de enrolação dona Bea. Fala a parte que todos queremos saber.

—Essa parte não existe, Elin.

Me aproximei.

—Não? Tem certeza? Porque.... Eu acho que existe.

—Eh....

—Beatriz! Me conta, poxa!

—Tá! Chatura viu.... A gente se beijou na fonte.

—Eu sabia! ­—Falei isso exageradamente alto. Acho que agora o hotel inteiro sabe que eu se algo. —Como foi?

—Primeiro, pode ir tirando essa cara de malícia do rosto. A gente tava dançando e..... Ah, daí aconteceu.

—Hm.... E depois?

—Depois o que?

—É! Vocês se beijaram e pronto? Nossa que casal sem graça.

—Não, Elin. A gente foi pra um lugar mais reservado e teve dois filhos, agora construímos uma família e vamos nos mudar pro Hawaii em agosto.

—Ai, Beatriz! Tá, já entendi.... Bom.... Acho que é isso.... Né? Né!

Comecei a sair de fininho, mas não deu muito certo.

—Há Há! Que engraçado, Elin. Pode sentar aqui do meu ladinho pra contar sua noite.

Revirei os olhos e me sentei ao seu lado.

—Pode começar.

—Tá.... —Nem sabia como contar— Bom, eu comecei a noite triste porque o garoto que eu pensava gostar disse que não poderia ficar comigo.

—Elin, para de ser depressiva.

—Enfim! O Breno e eu brigamos. Tipo, tenso. A gente falou tudo o que queria um pro outro, mas.... No fim....

—No fim....?

—No fim a gente se beijou.

—Eu sabia!

Copiona.

—Bom, depois eu dei um fora tenso no Jake porque ele estava se divertindo com a Jane na Noite de Luzes e eu não vi ensaio nenhum. Daí, quando eu to indo pra caça ao tesouro, eu descubro que os dois se pegaram.

—Não!

—Sim! E o pior, a Jane não sabia que eu e o Jake já tivemos um lance.

—Nossa.... Mas.... Como vocês estão agora?

—Olha, eu e o Breno estamos bem. Ele continua me fazendo sentir algo forte por ele, mas eu nunca sei o que ele realmente quer. Tipo.... Agora ele pode estar se pegando com uma loira gostosa que ele tenha achado por aí.

—Elin, deixa de ser paranoica.

—Tá. Bom, eu e a Jane estamos bem, mas assim.... Não sei se vai permanecer desse jeito. Agora, eu e o Jake. Estamos péssimos. Não consigo olhar pra ele.

—Ah, amiga.... Isso passa.... Agora, vamos falar de algo bom!

—Tipo...?

Antes que pudéssemos começar, ouvimos risadas vindo do corredor. Era Diego e Breno. Na minha mente, já imaginei que eles tivessem saído com um monte de meninas. Mas, acho que sou um pouco paranoica mesmo. Eles abriram a porta, e vieram diretamente para o nosso quarto. Diego decidiu começar, se apoiando na lateral da porta:

—Cara, vocês perderam!

—O que? —Eu e Bea perguntamos.

Breno chegou logo depois, encostando na outra lateral da porta. Ele parecia sonolento, mas ainda animado. Enquanto Diego e Bea conversavam, Breno olhava para qualquer pontinho do chão, como se só quisesse dormir. Mas.... O que teria feito ele tão cansado? Imediatamente notei uma marca em seu pescoço. Havia uma marca de beijo nítida na lateral de seu pescoço. E, como sempre, comecei a criar mil hipóteses para aquilo. Então, cheguei à conclusão de que ele estaria cansado porque uma garota o fez ficar assim.

Logo me irritei. Levantei da cama, e fui beber água. Ao sair do quarto, esbarrei no ombro de Breno, isso fez ele olhar para mim de uma forma confusa. Mas, eu não esperava que ele iria me seguir até a cozinha.

Breno sentou na bancada com seus pés em uma das cadeiras. Depois olhou para mim, confuso, e decidiu perguntar:

—Algum problema?

—Não. Nenhum.

—Hm, então tá.

—Idiota. —Eu disse, revirando os olhos e murmurando.

—Eu? Por que? Você disse que tava tudo bem....

—Até parece que eu to bem, Breno.

—Você que disse....

Me irritei ainda mais, então bebi meu copo de água e decidi voltar para o quarto. Mas, parece que alguém não deixou. Quando eu estava saindo, Breno colocou seu braço na frente, me impedindo de passar. Olhei para o seu rosto com a minha cara mais bosta possível. Mas, ele não ligou.

—Vamos perguntar de novo. Qual o problema, Elin?

Olhei novamente para a marca em seu pescoço, fechei os olhos, e suspirei.

—Nenhum, Breno. —Disse, tocando suavemente na marca de batom.

Breno foi abaixando seu braço, enquanto eu olhava em seus olhos fixamente. Decidi voltar para o quarto. Ele ficou parado, na mesma posição de antes. Até, finalmente, tomar uma atitude.

Quando cheguei na porta do quarto, Breno segurou minha mão repentinamente.

—Eu e a Elin vamos treinar. —Ele disse, avisando Bea e Diego.

—Agora? —Diego perguntou, estranhando.

—Qual o problema, di? Podem ir, só não voltem muito tarde. —Disse a Bea, amenizando a situação.

—Qual o horário de voltar, mãe? —Perguntou Breno, sendo irônico.

—Agora são meia noite e meia.... Voltem uma e meia da manhã.

—Beleza. Falou!

Breno foi me levando até a porta, até eu soltar sua mão, ainda irritada.

—Agora, Breno?

—Qual o problema?

—Você só tá fazendo isso porque quer alguma coisa.

—Hm.... Deixa eu ver o que eu quero.... Ah, lembrei! Treinar.

—Tá bom, Breno. Então vamos treinar.

Abri a porta e fui andando na sua frente. Felizmente, ainda haviam algumas pessoas no hotel, elas estavam voltando da Noite de Luzes, então não seria estranho duas pessoas andando juntas por aí.

Íamos ensaiar no palco, então o caminho até lá era um pouco longo. Mas, o silêncio também era. Felizmente ou não, o Breno curte quebrar silêncios.

—Ainda não entendi porque sou um idiota.

Olhei para seu rosto com uma cara de “sério isso?”, mas ele realmente queria que eu explicasse.

—Marcas de batom no pescoço não surgem sozinhas, Breno.

—Que? Ah! —Breno começou a rir—É por isso? —Ele disse, apontando para seu pescoço.

—Sim. É “só” por isso.

—Que eu saiba a gente não tem nada sério.... —Ele disse, me olhando com um sorriso malicioso, sabendo que eu iria me importar.

—Eu sei que não. É só uma questão de respeito.

—E o que te faz pensar que eu fiquei com outra garota?

—E você ainda pergunta.... Seu jeito, Breno. Sempre tem uma menina atrás de você.

—Isso não é verdade.

Na mesma hora, passaram duas garotas olhando para o Breno e dando risadinhas.

—Viu?

—E você acha que eu ligo pra elas?

—Seu pescoço me diz que sim.

—Elin, você esqueceu que a gente estava em uma competição? Cada local do hotel tem provas diferentes. E, assim.... Ficar com ciúmes do Diego é uma parada estranha....

—Que?

—Essa marca. Foi o Diego.

Tentei segurar o riso, mas não deu.

—Eu posso explicar.

—Pode sim —Parei para rir mais uns litros—Tá, acho que acabei.

—Bom, eu e o Diego empatamos com uma outra dupla. Para fazer o desempate, a monitora disse que a dupla que fizesse a melhor troca de gênero ganhava. A gente ganhou e.... Elin, para de rir.

—Desculpa—Outra pausa para rir—Eu só.... Tá, vai.

—Enfim, a Diega comemorou me dando um beijo no pescoço. Por isso a gente ficou rindo quando chegou no quarto. Explicado?

—Explicado.

Breno revirou os olhos e abriu a porta do palco, que estava completamente vazio.

—Vem, tenho que te ensinar flow.

—Sim senhor.

Breno me olhou, e subiu no palco.

—Vou começar com umas demonstrações, pode ser?

—Você espera que eu grite de emoção agora?

—Que?

—É. Acho que qualquer outra menina ficaria impressionada porque o Breno vai dançar pra ela.

—Elin, não existe qualquer outra menina.

Meu coração deu uma acelerada, mas eu nunca entendo o verdadeiro sentido das frases do Breno, então eu me contive.

—Vou dançar Paranoid, do Ty Dolla. Acho que o nome combina com você.

—Eu não sou paranoica!

—Não, claro que não.

—Te odeio.

—Já ouvi isso antes.

Breno deu play, e então começou a dançar. Ele me olhava fixamente nos olhos. Não sei se era para provocar, mas, de qualquer forma, ele estava provocando. Ele tinha movimentos muito bons, e uma criatividade enorme enquanto dançava. Ele parecia criar uma história junto com a música, e tudo isso fazendo ondas em seu corpo. O salão estava meio.... Quente.

A música acabou, e eu não me dei conta disso. Eu continuei olhando fixamente para seu corpo. Ele nunca se importa muito com isso, então apenas me acordou.

—Elin, sua vez.

—Que? Ah, claro. Eu tenho que te ensinar....

—Quadril.

—Isso! Quadril....

—Pode demonstrar aí —Ele disse, se sentando em uma das cadeiras.

—Tudo bem.

Ele arqueou as sobrancelhas, como se não esperasse que eu realmente fosse fazer isso.

—Vou dançar Baby Boy da Beyonce.

—Olha só....

—O que?

—Nada.... Fica à vontade.

Subi no palco e dei play na música, se eu esperasse mais um segundo, iria desistir de tudo. A música tem umas batidas bem legais, então é fácil de acompanhar, e o refrão dela é bem legal. Breno me olhava fixamente, talvez da mesma maneira que eu havia olhado para ele.

Quando eu acabei, apenas ouvi suas palmas ecoando pelo salão. Breno subiu no palco e colocou umas músicas para começarmos o treino. Ele começou mostrando alguns movimentos simples com o corpo, mas depois decidiu me ajudar. Breno tocou minha barriga, mostrando a posição correta em que ela deveria ficar, mas digamos que eu tenha ficado um pouco alterada com isso.

—Mais foco na aula, Elin. —Ele disse, se afastando, com seu famoso sorrisinho.

—E o que te faz pensar que eu não estou focada?

—Tenho que responder?

—Sim.

Ele me olhou dos pés à cabeça, o que, de alguma forma, respondeu à pergunta.

Treinamos até umas uma e vinte da manhã. E, por incrível que pareça, eu consegui aprender algumas coisas.

Voltamos para o apartamento e entramos em silêncio para não acordar Bea e Diego. Agradeci Breno pelo treino e fui em direção ao meu quarto, mas, antes que eu pudesse entrar, ele decidiu testar algo.

—Elin?

—Sim?

—Vai dormir agora?

—Hm.... Acho que sim, por quê?

—Ah.... Nada, vai lá.

—Não, agora fala.

—Tá a fim de zoar uns amiguinhos?

—Como assim?

—Igual no ônibus.

—Ah, Breno. Nem vem. Na última vez a Bea quase me matou.

—E daí? Dessa vez vai ter o Diego pra ajudar ela a matar a gente. Bom, se tiver na sua hora de dormir, eu entendo. Posso chamar a—

—Não precisa chamar ninguém. O que quer fazer?

Ele deu uma risadinha.

—Chantilly.

—Breno....

—Já disse, se não quiser eu chamo a—

—Vamos. —Eu realmente não quero saber quem é a garota.

Pegamos chantilly na geladeira e fizemos barbas super estilosas nos dois. Espero que não tenha troco. Bom, o problema é que, para alguém que não para quieta desde sete horas da noite, uma e quarenta da manhã é muito tarde. Sentei no sofá por que já estava bêbada de sono. Felizmente ou não, Breno estava ali também.

—Elin, você tá com pijama por baixo do casaco?

Concordei com a cabeça —De olhos semiabertos, até porque eu não conseguia nem ficar sentada direito—, vi Breno se aproximando do sofá e sentando ao meu lado.

—Vou tirar seu casaco e te colocar na cama, tá bem?

Olha, eu acho que eu concordei. Não lembro direito. Só tenho algumas lembranças do Breno tirando meu casaco, me carregando até minha cama e dando um beijo na minha testa. É, acho que é perigoso ficar com sono perto de um menino.

No dia seguinte, ou mais tarde né, acordei com a Bea passando chantilly na minha cara e na minha blusa do pijama. Não foi nada agradável, mas valeu apena. Levantei ainda meio sonolenta e perguntei, bem desnorteada:

—Bea, quantas horas?

—Hora de levar mais chantilly na cara. —Ela disse, subindo na cama com um tubo de chantilly.

—Tá, tá. Só responde quantas horas.

—Oito horas, Elin.

—Beleza. —Deitei na cama, fechei os olhos, e deixei ela terminar seu serviço, não ia adiantar nada eu resistir.

Quando a Bea decidiu que havia terminado, abri meus olhos e notei que ela estava bem satisfeita. Minha cama tinha ficado um pouco suja, mas nada se comparava ao meu rosto, meu pijama e meu cabelo. Levantei e fui tomar banho, depois de dar bom dia para os meninos, que riram da minha situação, mas tudo bem, porque eu dei um abraço nos dois, que tiveram que ir tomar banho também.

Quando todos acabaram seus banhos e se arrumaram, tomamos café e descemos para o palco. Toda a turma iria se reunir lá, pois o Yan queria dar um recado. Nós quatro chamamos muita atenção, porque chegamos rindo e se empurrando. Estávamos apenas sendo retardados, nada de diferente. Sentamos em uma das fileiras e ficamos sérios olhando para a cara do Yan.

—Vocês são toscos, vei. —Disse Yan, revirando os olhos.

Nos olhamos e rimos mais um pouco. Esperamos mais uns cinco minutos para o resto da turma chegar. O estranho foi que, a Jane chegou antes do Jake. Não sei qual era o motivo para ela não esperar ele, mas enfim, espero que não tenha nada a ver com a noite passada.

—Bom, então podemos começar. —Disse Yan, sentando na beirada do palco. —Seguinte, não sei se vocês lembram, mas vocês vieram pra cá por causa de uma competição. A primeira parte começa hoje a noite. Eu sei, eles avisaram muito em cima da hora. Mas relaxem, não vai ser nada preocupante, é só uma batalha de Free Style entre as turmas. Vai ser em uma festa, então vocês também poderão curtir, dançar, enfim, essas coisas. A festa começa às 19 horas, e não tem hora pra acabar. A batalha dura uma hora, então quero que treinem bastante hoje para chegarem com muita criatividade lá. Alguma pergunta?

Todos negaram com a cabeça. Assim, tirando o medo de competir com desconhecidos, é bem divertido. Alice, uma das alunas mais antigas da turma, levantou meio preocupada e quis fazer uma pergunta. Ok, agora eu também me preocupei.

—Yan.... —Ela disse, com um tom de preocupação em sua voz. —Você acha que.... Aquilo pode acontecer de novo?

A grande maioria pareceu entender o que era “aquilo”, mas eu com certeza não. Até Breno, um dos alunos mais “eu não ligo para nada” pareceu preocupado. Acho que esse negócio é meio tenso.

—Olha, Alice—Disse Yan, passando a mão no rosto. —Os alunos já viram que não se brinca com isso.... E todos os professores são orientados a orientarem os alunos sobre isso. Então, eu espero que não aconteça, mas fiquem espertos.

Eu tenho que perguntar. Mesmo que todo mundo me mate, eu vou perguntar.

—Yan, o que seria “aquilo”?

Todo mundo me olhou meio “como assim você não sabe? ”, enfim, faz parte.

—Olha, Elin.... Eu não quero que você fique assustada nem nada do tipo. Beleza?

—Sim....

—Então, alguns alunos não sabem jogar limpo, e sabotam algumas turmas, eliminando alunos dessas turmas.

—Como assim?

—Olha.... —

—Deixa que eu falo. —Disse Micaila, uma das borges. —Ano retrasado, um aluno de uma das turmas rivais deu boa noite cinderela pra Alice. Daí ela desmaiou e tivemos que ficar cuidando dela. Isso porque ela era uma das alunas com mais experiência, e a falta dela na batalha prejudicou a gente. Daí, ano passado, uma aluna enganou o Nick, não que isso seja difícil, dizendo que tinha uma amiga dela passando mal. Isso fez ele faltar a batalha.

—Enfim, —Disse Micaela, completando a irmã—Praticamente todo ano tem algum espertinho que tenta sabotar outra equipe. Então não beba nada perto de desconhecidos até a hora de você dançar. E também não dá bola pra ninguém. Teoricamente, se você ficar com a sua turma antes da batalha, nada vai dar errado.

—Entendi.... —Respondi, mais preocupada ainda.

—Mas relaxa, Elin—Começou Yan, tentando me acalmar. —Os professores tiveram uma reunião e todos os alunos já foram orientados sobre isso, a turma que for pega sabotando, será desclassificada. Mesmo assim, é sempre bom tomar cuidado.

—Tudo bem....

—Enfim, gente. Eu só queria falar isso mesmo. Agora curtam o dia, e treinem bastante. A gente se encontra em frente ao salão azul às 18:40. —Disse Yan, saindo do salão.

Eu e Bea fomos andando, afinal, ela tinha que me contar os detalhes dessas tretas aí. Mas, ao sairmos do palco, não pude deixar de notar que a Jane estava conversando com o Breno.

—Elin.

—Oi, Bea.

—Olha pra cá.

—Ai, que foi?

—É só uma conversa.

—Eu sei, Bea. Eu to preocupada com a Jane.

—Por que?

—Te explico no caminho, mas em geral, é porque ela e o Jake se gostam, mas agora estão mal por causa daquilo que eu comentei ontem.

—Ah soh, bom, então vai me contando, porque quando a gente chegar no quarto eu tenho umas coisas pra te ensinar sobre essa festa de hoje.

***POV: Breno***

Eu estava saindo do salão conversando com o Diego, até que ele me deu um toque com o cotovelo para que eu olhasse para o lado. A Jane estava olhando para mim, perto da porta do salão.

—Acho que ela quer falar com você. —Disse Diego, dando um sorriso malicioso.

—Cala a boca, Diego. No momento eu só quero uma morena.

—Então tá, se você diz....

Empurrei ele de leve, só para parar de falar bosta. Fui até a Jane, meio curioso para saber o que ela tinha para falar.

—Qual o problema, ruiva?

—Ah, Breno....

—Pode ser direta comigo, Jane.

—Tá. Pra começar, eu nunca te pediria um conselho.

—Tá pedindo agora.

—Eu sei, é porque se trata de uma questão de desespero.

—Sim senhora.

—A gente pode sentar?

—Vai demorar tanto assim?

Jane me olhou irritada, e me levou até um dos sofás. Pessoas que se irritam fácil são engraçadas, e as mais divertidas de irritar. Tenho que falar com a Jane mais vezes.

—Então, —Ela começou, deitando no encosto do sofá. Sua respiração estava meio pesada, dava para notar. —Breno!

—Que?

—Você tá olhando!

—Pra que? Ah! Osh, nem tava.

Eu realmente não estava. Essas meninas são paranoicas demais, ou então eu faço elas serem assim mesmo. Enfim, tanto faz.

—Idiota.

—Já ouvi isso. Agora vamos direto ao ponto, ruiva.

—Bom, eu e o Jake ficamos. —Não. Sério? Nem sabia. —Mas.... Eu não sei se ele realmente quer algo comigo, até porque ele não tinha me falado sobre ele e a Elin. Daí.... Eu queria uma opinião masculina, porque você acha que ele ficou comigo?

Essa é a famosa hora em que surge um anjinho e um diabinho no meu ombro, mas, nessa situação, eu apenas teria que mostrar o que eu penso. Desculpa, Jake. Posso estragar seu namorinho agora mesmo. Não é a intenção.

—Jane, primeiro quero te lembrar que eu e o Jake somos de mundos totalmente diferentes. Mas, já que você tá perguntando pra mim, é porque você quer ouvir minha versão. —Ela concordou com a cabeça, parecendo meio preocupada, mas ela realmente queria ouvir minha opinião. Estranho, né? —Escuta, na festa da Letícia, o Jake ficou com a Elin depois que eu e ela brigamos. Ele foi consolar ela e depois eles ficaram. Na Noite de Luzes, o Jake e a Elin brigaram, e você estava triste. Ele ficou com você depois de te consolar. Eu achei muita coincidência, mas, pode ser algo meu. Também achei estranho o fato de ele nunca ter comentado de você com os meninos. Então, na minha opinião, —

—Ele só me usou.

—Não, Jane, não é isso.

—Breno, eu já ouvi o suficiente. —Ela disse, se levantando, mas eu não podia deixar ela ir embora, então a puxei de volta para o sofá.

—Jane, me escuta, em nenhum momento eu disse que ele queria te usar.

—Breno, eu que enxerguei isso, não te culpo. Na verdade, obrigada por abrir meus olhos.

—Jane, por favor, escuta. O Jake te am—

—Eu sou muito trouxa.

—Jane!

—Tenho que ir.

Ela se levantou e saiu, indo para seu quarto, provavelmente. Eu não queria aquilo. Mas, vai entender as mulheres, ela pede minha opinião e escuta até a parte que ela quer.

—Breno! —Disse Diego, se aproximando.

—Oi.

—Nossa! Quanta animação!

—O que você quer?

—Saber como foi com a Jane.

—Diego. O Jake gosta da Jane. Sabe? Seu amiguinho?

—Sério? Caraca! Ele nunca me contou!

—Eu sei, ele não falou pra ninguém, mas tá obvio.

—E o que rolou?

—Digamos que a Jane seja uma mulher, tentando entender o motivo de um garoto ter ficado com ela depois de brigar com outra garota.

—Nossa. Deve ter dado muita treta.

—Sim.

—Bom, se for pra eles ficarem juntos, tudo vai se resolver.

—Nossa. Para de andar com a Beatriz.

—Que engraçadão você.

—Aham, beleza. Vamos subir, temos que treinar bastante hoje.

—Ah! Falando em treinar!

—O que?

—O Henrique disse que ouviu uns meninos de outra turma conversando sobre uma garota, e que parece que eles estão armando pra alguém.

—Eita.... Então a gente tem que ficar ligado.

—Mas a gente é homem, Breno. Eles querem uma garota.

—Eu nem vou comentar, Diego. Vem, bora subir.

Esse lance de sabotagem sempre preocupou nossa turma, mas eu espero que a gente consiga evitar, até porque, se a gente ganhar essas competições daqui, nós vamos competir com o Brasil inteiro.

Que vença a melhor equipe.


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Notas finais do capítulo

E que a treta comece! Prometo não demorar muito ♥



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