Eu escolhi você! escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... Espero que curtam o capítulo! Beijoooooos!



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Capítulo 16

No dia seguinte...

– Acho que você me deve uma explicação quanto a isso! - Esbravejou Peeta, colocando um objeto de metal em cima da mesa de Cato.

Cato, que estava naquele instante estudando uns papéis na escrivaninha do escritório de seu pai, levantou o olhar para Peeta. Depois olhou para o objeto e de volta para Peeta.

– Não. - Retrucou Cato. - Acho que você me deve uma explicação por entrar assim na sala do meu pai. Como ousa?!

– Não se faça de sonso! Sei muito bem o que você fez!

Cato piscou.

– Ah, é?! E o que foi que eu fiz, posso saber?

– Você armou para machucar a Katniss com esse... - Pegou o objeto de cima da mesa, mostrando-o para Cato. - Soco-inglês.

Cato se levantou da cadeira e contornou a mesa até ficar frente a frente com Peeta.

– Do que diabos você está falando?

– Você mandou que os pacificadores revistassem cada garota da competição para se certificar que nenhuma delas estivesse portando algum tipo de arma. Eles revistaram todas, com excessão da Clove. E sabe onde esse soco inglês foi encontrado? Dentro do bolso da calça dela.

Cato cruzou os braços e sorriu, cínico.

– O que não prova, absolutamente, nada!

Peeta o encarou, fulminando-o.

– Ah, é?! Vamos ver o que a Capital e toda Panem irá achar disso. Porque eu estou indo agora mesmo mostrar isso para a Effie e o Caesar. Eles vão adorar esse furo de reportagem. - Concluiu e, girando nos calcanhares, fez menção de ir embora, mas parou abruptamente quando escutou Cato falar algo.

– Faz isso, conquistador. E você estará assinando sua sentença de morte.

Peeta virou de volta para Cato, seu olhar era de fúria.

– Cato, será que você ainda não percebeu que eu não tenho medo de você?! - Disse, e se voltou outra vez para saída, mas outra vez foi impedido pela resposta de Cato. Dessa vez não se virou. Escutou cada palavra proferida por Cato de costas para ele.

– Percebi. Percebi tanto que... Tive de pensar em um outro tipo de ponto fraco que você poderia ter. E bingo! Acabei encontrando sem muita dificuldade. Quer saber qual é?! - Peeta revirou os olhos e ainda de costas para Cato, deu um passo em direção à saída. - Katniss!

Ao ouvir aquele nome, um frio percorreu todos os vasos de seu coração. E Peeta se virou furioso, avançando para cima de Cato.

– Toca em um fio de cabelo da Katniss e você vai querer nunca ter nascido! - Esbravejou Peeta, segurando o colarinho de Cato.

Para inteira surpresa de Peeta, em vez de Cato revidar, um sorriso sarcástico se formou em seus lábios lentamente.

– Obrigado. - Foi só o que Cato disse.

Peeta franziu o cenho, confuso.

– Obrigado? Obrigado pelo quê? Pirou?!

– Obrigado por confirmar a minha hipótese. Eu sabia que a Katniss era importante para você. Mas não fazia a menor idéia do quanto. Portanto a partir de agora, machucar a Katniss vai ser ainda mais prazeroso.

Peeta bufou de ódio, apertando com mais força o colarinho de Cato.

– Cato, eu não estou brincando.

– Eu também não estou. - Falou, convicto.

A respiração de Peeta se tornou intensa, e durante alguns segundos, os dois ficaram se encarando em desafio.

Depois disso, mesmo contra a vontade, Peeta soltou Cato, que ajeitou o colarinho, alinhando-o no pescoço.

– Sabia que era inteligente. Agora... Coloque o soco-inglês bem bonitinho em cima da mesa e saia antes que eu resolva chamar um dos meus pacificadores!

Peeta trincou os dentes, e sua vontade era enfiar aquele soco-inglês nos dedos para dar um belo soco no rosto daquela serpente. Mas se conteve ao se lembrar da ameaça feita diretamente para Katniss. Então, sem mais delongas, e metralhando Cato com o olhar, Peeta colocou o soco-inglês na mesa e saiu, batendo a porta com força atrás de si.

– TRESH! - Cato gritou em alto e bom som quando se viu sozinho na sala.

Imediatamente, Tresh - que estava do lado de fora, esperando pelo chamado de Cato - entrou na sala.

– Estou aqui, Cato. Algum problema?

– Encontre Finnick. Vasculhe cada canto da Capital, mas traga ele aqui imediatamente. Peeta ficou sabendo de algo que não deveria. E tenho quase certeza que foi ele quem deu com a língua nos dentes.

Tresh olhou para baixo. Ficou preocupado com Finnick. Desde sempre, ele sempre foi fiel a Cato. Mas ele nunca havia pedido algo como... Isso. No entanto, resolveu obedecer. Depois veria o que faria para tirar o amigo daquela enrascada. Se é que existia alguma salvação para ele?

– Sim, Cato. Agora mesmo. - Disse Tresh antes de virar e ir embora.

Os lábios de Cato se curvaram em um sorriso, pois, em sua mente maligna, já conseguia até imaginar o que faria para castigar Finnick.

************

Quinze minutos depois, Katniss estava sentada em sua cama com as costas encostadas na cabeceira, quando alguém bateu na porta.

Era Prim, que abriu a porta e entrou com um sorriso repleto de ternura.

– Oi, Kat. O Peeta está aí fora. Perguntou se pode entrar.

Katniss ajeitou as costas e mesmo sem querer, acabou sorrindo.

– Pode, claro. - Respondeu ela, tentando soar o mais natural possível. Em vão. Seus olhos brilhantes a denunciaram.

Prim saiu e dois segundos depois, Peeta entrou. Estava mais lindo do que nunca vestindo uma calça cinza com fundo baixo e uma camisa de linha quase preta. Os cabelos sem gel, quase desalinhados.

– Hey. - Peeta cumprimentou, aproximando-se da cama de Katniss.

– Hey. - Respondeu ela, baixinho e com os olhos sorrindo.

Peeta sentou na beirada da cama bem perto dela, mas a uma distância segura para ambos. Katniss estava vestida com um pijama de algodão confortável.

– Vim saber como você está. - Ele falou, a voz carinhosa.

– Estou bem melhor, graças a você. - Agradeceu ela, e Peeta deu um sorrisinho de lado. - Obrigada por cuidar de mim.

Peeta abriu um sorriso. - Katniss, cuidar de você não é nenhum sacrifício pra mim.

Katniss sorriu e baixou o olhar, sem graça. Então foi aí que Peeta se deu conta de que ela segurava alguma coisa muito pequena em sua mão, rolando-a constantemente entre os dedos. Reconheceu o objeto e seus olhos brilharam.

– O que é isso na sua mão, Katniss? Posso ver? - Peeta pediu.

Katniss parou de rolar o pequeno objeto quase instantaneamente.

– É só uma coisa que eu guardo. - Explicou ela, e abrindo uma das mãos de Peeta, colocou o pequeno objeto bem no centro da palma da mão dele.

Como ele previu, tratava-se da pérola negra que ele a tinha presenteado seis anos antes. Então por alguns segundos, mirou a pérola, para em seguida levantar o olhar para Katniss, que o encarava com intensidade, seus olhares se encontraram.

– É linda. Representa algo especial? - Ele quis saber, aliás, era tudo o que ele mais desejava saber.

Katniss assentiu com a cabeça.

– Sim. Muito especial.

Peeta deu um suspiro apaixonado.

– Então... - Começou a falar Peeta, e segurando a mão de Katniss com carinho, ele colocou a pérola dentro dela e fechou-a. Em seguida, cerrou os olhos e tascou um beijo bem demorado na mão fechada de Katniss. Então voltou a falar: - Ela está na mão certa. E deve permanecer aqui. Sempre. - Peeta sussurrou essa última palavra, e Katniss não teve certeza se ouviu direito.

O coração de Katniss disparou em seu peito. E por um instante, imaginou que Peeta poderia ser quem ela procurava... Balançou a cabeça. Não. Claro que não. Que viagem foi essa?! Greasy Sae disse que o nome dele era Finnick. Finnick. Não Peeta. Finnick. Finnick. Repetiu, tentando se convencer.

Atordoada com os pensamentos, soltou a mão da dele, abruptamente.

Peeta apenas sorriu, imaginando a confusão que se formava na cabeça de Katniss. Mas ainda assim não era a hora de se revelar. Tinha alguns planos para isso. Bateu as mãos nos joelhos, mas ainda permaneceu sentado.

– Bom, acho melhor eu ir. Como você já deve saber, tenho um encontro. - Disse desanimado se referindo a Clove.

– Boa sorte. Mas acho que você não vai precisar. É só você fingir como fez comigo e tudo ficará bem.

Peeta mal conseguiu acreditar no que escutou. Então sorriu, soltando o ar pelo nariz. Em seguida, Peeta levou o rosto para bem próximo do rosto de Katniss. Milímetros de distância separavam seus lábios. Com a proximidade, o tórax de Katniss começou a subir a descer, descompassadamente.

– Fingir como eu fiz com você...? Katniss, você ainda acha que aquilo tudo foi fingimento?

– E não foi? - Perguntou Katniss, sua voz quase falhando.

Antes de responder, Peeta sorriu de lado.

– Vou deixar você mesma chegar a uma conclusão. Já te dei pistas demais. - Pausou, olhando para ela como se pudesse atravessar a sua alma.- Até logo, Katniss. - Despediu-se, mas antes de levantar, segurou um lado do rosto de Katniss com uma das mãos, roçando o polegar no canto de seus lábios. Katniss engoliu seco.

Depois ele foi embora sem olhar para trás, fechando a porta atrás de si e deixando Katniss envolta em seus pensamentos.

Então foi em meio a isso que Katniss percebeu um pedaço de papel dobrado em cima do criado mudo, ao lado da sua cama. Franziu a testa. Que papel era aquele? Não se lembrava de tê-lo visto ali. Curiosa, resolveu pegar para verificar do que se tratava. E quando abriu...

" Amanhã. 21 horas. Você sabe onde me encontrar. Ass: Peeta."

Mas como? Em que momento, ele colocara aquele bilhete ali? Ficou estupefata com a habilidade de Peeta. Sorriu sozinha. Que maluco! Mas no fundo, no fundo, achou aquilo um pouco muito encantador.

************

No dia seguinte, exatamente às 21:00, Katniss subiu às escadas que davam no mesmo local onde ela havia quase estrangulado Peeta da última vez. Avistou Peeta, como sempre, sentado no batente de uma das janelas de vidro que dava visão à Capital. Ele estava abraçando os joelhos, o olhar tão perdido que quase não notou a presença de Katniss ao seu lado.

– Oi. - Katniss cumprimentou-o, tentando chamar sua atenção.

Peeta virou o rosto de lado em direção a voz de Katniss. Ela estava vestida com uma calça verde/exército e uma camiseta preta, além de botas masculinas e a trança de lado, claro.

– Oi. - Peeta sorriu. - Achei que não vinha.

Katniss sorriu, antes de responder de forma natural.

– Também achei.

Ele sorriu e, depois de pegar um mochila preta, se levantou. Katniss era a garota mais espontânea que ele já havia conhecido. Adorava isso nela.

Posicionou a mochila nas costas. Ele estava vestido com uma calça no estilo da dela, mas de cor azul marinho e um camiseta branca. Também usava botas.

– Então, pronta para conhecer o lugar que te falei?

Katniss assentiu com a cabeça.

– Pronta.

Peeta sorriu, satisfeito e sem pensar no protesto, segurou a mão dela e saiu, puxando-a para o lado direito. Atravessou um corredor e ao dobrar à esquerda, deu de cara com um parede um tanto estranha para Katniss.

– Bom. Chegamos. É aqui. - Peeta disse, e Katniss franziu a testa.

– Aqui, onde? - Ela quis saber.

– Aqui. - Repetiu ele, e Katniss observou enquanto ele se agachava, retirando da parede, uma grade de ferro que dava em uma espécie de túnel. Levantou e apontou com os braços para o túnel escuro.

Katniss mirou Peeta, desconfiada.

– Peeta, eu não acho que a gente...

– Cabe aí dentro? Katniss, confia em mim, okay? - Pediu ele, retirando a mochila das costas e retirando dela uma lanterna. - Toma. - Jogou a lanterna para Katniss, que pegou no ar. - Você vai precisar disso para entrar.

Katniss ainda olhava para ele como se de repente ele tivesse vindo de outro planeta.

– Peeta, aonde vai dar esse túnel?

– Você já vai saber. Agora... Me segue. - Disse ele, e antes que Katniss pudesse dizer qualquer coisa, Peeta ligou a lanterna e entrou agachado dentro do buraco.

Sem remédio, Katniss ligou a lanterna e também entrou, atrás dele. O lugar era sinistro. Tinha teia de arranha por todos os lados e o odor de esgoto era insuportável. Mas Peeta parecia não se importar, pois engatinhava pelo local como se fizesse aquilo há anos. E talvez fizesse.

Foram mais ou menos dez minutos para que ambos - depois de dobrar em vários lugares - chegassem ao destino final, que dava em outra grade de ferro. Que ótimo!

– Ssshhhh! - Pediu Peeta, com o dedo indicador nos lábios. - A partir de agora, a gente tem que falar bem baixinho, certo? Não quero que eles escutem.

– Eles quem? - Sussurrou Katniss.

– Você já vai saber. - Sussurrou Peeta, em resposta, olhando fixamente através das barras da grade de ferro. - Ótimo. Podemos sair. A barra está limpa. - Agarrou as barras de ferro com os dedos e retirou-a, dando acesso para o lado de fora. Em seguida saiu e ajudou Katniss a fazer o mesmo.

Antes de olhar para o local, Katniss tentou limpar sua calça, batendo as mãos para retirar a poeira que se acumulara ao longo do túnel. Mas quando finalmente resolveu levantar o rosto, quase caiu para trás com o que viu. Arregalou o olhar.

– Peeta, isso é o...

– Lugar onde o Snow esconde todo o seu arsenal de guerra? Exatamente.

O olhar de Katniss percorreu todo o local, que estava repleto de bombas gigantes, armas de todos os tamanhos e tipos e para completar, ao fundo, havia dois aero- deslizadores com tamanho inimaginável para Katniss.

– Peeta, com esse arsenal, o Snow é capaz de destruir Panem inteira.

– É. E ele vai começar destruindo um distrito de cada vez.

Katniss estava assustada. Colocou a mão ma boca, que estava aberta, lágrimas já se formando em seus olhos.

– Peeta, isso é terrível!

Peeta assentiu com a cabeça.

– É sim, Katniss. O pior... É que acho que eu sei por qual Distrito ele vai começar.

Katniss franziu o cenho para ele.

– O doze?

Peeta negou com a cabeça.

– Não. O onze.

– Como você sabe disso?

Peeta deu um suspiro profundo.

– Porque eu já estive lá várias vezes e vi alguns soldados enterrando minas terrestres nas terras de lá. Inclusive, um desses aero-deslizadores deve estar indo pra lá agora. Eu vou. Você vem comigo?

Katniss piscou, indecisa.

– Katniss, a gente não tem muito tempo. Você agora tem duas opções: Ou vai comigo ou volta pelo mesmo lugar que entrou.

Katniss arqueou as sobrancelhas. Olhou para grade e de volta para o arsenal.

– Vou com você.

Ele sorriu, aliviado. - Que bom. Vamos nessa, então. - Segurou a mão dela, que a essa altura já não tentava retirar. Caminhou, olhando de um lado para o outro, e se escondendo atrás de sacos empilhados de pólvora quando avistava soldados, até chegar a um dos aero-deslizadores.

Com uma das comportas abertas, Peeta entrou junto com Katniss, sem nunca soltar sua mão. Chegando dentro dele, os dois se esconderam atrás de algumas caixas e balões de gasolina.

Peeta se sentou e Katniss fez o mesmo. Ele sorriu para ela, que se encontrava tensa.

– Pode ficar tranquila, Katniss. Eu já fiz isso diversas vezes e nunca fui pego.

Katniss forçou um sorriso. Então para ajudá-la a se acalmar, Peeta esticou o braço e pousando ao redor dos ombros de Katniss, puxou-a para si. E ela, sem pestanejar, abraçou o tórax dele.

Foi quando ambos sentiram que o aero-deslizador estava saindo do chão, pronto para decolar.

Quinze minutos depois, o aero-deslizador começou a descer e pousou no Distrito onze, como Peeta havia dito.

Antes de descerem, os dois esperaram alguns minutos até que todos os soldados tivessem saído.

Lá fora, Peeta segurou a mão de Katniss, e conduziu-a por dentro de uma floresta bem fechada. Peeta sabia muito bem para onde a estava levando, pois não hesitou uma só vez durante a caminhada.

Enfim, depois de contornarem várias árvores e se desviar de troncos caídos no chão, eles chegaram em uma rocha bem alta. Peeta teve de ajudar Katniss a escalar a rocha até o topo. Então, quando finalmente, eles atingiram o chão do topo. Katniss, arfando, olhou para frente e... Ficou extasiada com o que viu. Um morro bem alto por onde descia uma linda cachoeira de águas violentas, que naquele instante, encontrava-se brilhando pelo reflexo da lua cheia.

Olhou para baixo. Claro. O lago mais lindo e cristalino que ela já tinha visto na vida.

– Peeta, isso é... Maravilhoso! Como o Snow tem coragem de acabar com tudo isso?

– Katniss, o Snow não tem coração.

Katniss teve de concordar com o óbvio.

– Quer dar um mergulho? - Perguntou Peeta, pegando Katniss totalmente de surpresa.

– O quê? Tá louco, Peeta?! A gente nem trouxe roupa pra isso.

– E quem disse que precisa? - Ele provocou, e quando Katniss virou pra ele, Peeta estava retirando a camisa e a calça, ficando apenas de cueca box preta.

Katniss ficou tão envergonhada, que teve de desviar o olhar para que ele não visse seu rosto corado.

– Você vem? - Ele perguntou, quando se aproximou da ponta da rocha.

– Nã... Não, obrigada. Eu... Prefiro ficar aqui em cima... Mesmo.

Peeta deu de ombros. E só ele parecia não perceber o clima constrangedor que se formou entre os dois.

– Certo. Você quem sabe. - Disse. Então se posicionou, abriu os braços e fechou as mãos no alto da cabeça. Em seguida, deu um salto fenomenal, finalizando com um belo mergulho.

Katniss assistiu a tudo, completamente encantada.

– Pula, Katniss! - Gritou Peeta, lá embaixo. - A água está um delícia.

Katniss esticou o pescoço para vê-lo.

– Não. Eu vou ficar aqui mesmo.

Peeta sorriu e fazendo um acrobacia na água, mergulhou e nadou até a cacheira. Lá ele se levantou e ficou recebendo na cabeça a água que caía.

De longe, Katniss o observava. Ele era uma visão. Tórax bem definido, pernas torneadas e bíceps de tirar o fôlego. Tudo isso iluminado pela luz da lua. Katniss bem que tentou desviar o olhar, mas parece que eles tinham criado vida porque ela não conseguia tirá-los de Peeta.

Alguns minutos depois, Katniss viu quando Peeta deu um salto e mergulhou de novo dentro d'água. Sabia que sua intenção era voltar, mas o tempo passou e nada. Peeta não subia à superfície. Katniss começou a ficar preocupada.

– Peeta! - Ela gritou. Se ele já estivesse com a cabeça de fora, responderia.

Não. Ainda nada de Peeta. Gritou de novo por ele. Nada. A angústia começou a ganhar o coração de Katniss.

– Droga, Peeta, cadê você? - Perguntou como que para si mesma.

Esperou mais um pouco. Nada. Então tomou uma decisão... Pular para procurá-lo.

Tirou a calça. Depois a camiseta. Sua sorte é que estava de top e uma calcinha que mais parecia um shortinho curto. Suspirando profundamente, foi até o topo e com a mesma destreza, saltou.

Dentro d'água, flutuando, Katniss olhava de um lado para outro. Ainda nada de Peeta. Nadou de um lado para o outro. Nada. As lágrimas de desespero começaram a encher seus olhos.

– Peetaaaa! - Gritou, a voz embargada pelo choro. - Peetaaaaaaaaa!

Então, de repente, em meio a sua agonia, um voz soou por trás dela.

– O que foi, Katniss? Você está bem?

Com o coração aos saltos, Katniss virou em direção àquela voz.

– Peeta?! - Katniss disse e segurou os ombros dele com força. - Onde é que você estava?

– Lá do outro lado do rio. O que foi que houve? Por que você está chorando? - Peeta ficou extremamente preocupado.

– Eu achei que... Você... Que você tinha morrido. - Disse, as lágrimas descendo sem limites. Então sem pensar nas consequências, ele o puxou para si, agarrando o seu pescoço. - Você quase me matou de susto. Mas que droga!

Em resposta, Peeta enlaçou sua cintura, apertando-a contra o peito.

– Desculpa. Eu não sabia. - Escondeu o rosto no pescoço dela, a voz saindo abafada. - Sinto muito.

Mesmo os seios de Katniss estando cobertos pelo top, ela ainda era capaz de sentir a pele do tórax de Peeta. E aquilo produziu nela uma sensação arrebatadora... Inexplicável. Peeta também sentindo a pele das costas nuas de Katniss nas mãos era enlouquecedor.

– Nunca mais faça isso, Peeta. - Katniss pediu, quando retirou a cabeça do ombro dele e o encarou.

– Nunca. Eu prometo. - Ele respondeu, sem conseguir deixar de encarar os lábios de Katniss, que alternava o seu olhar entre os olhos e os lábios dele.

O desejo era evidente no olhar dos dois, mas foi Katniss quem tomou a iniciativa dessa vez. Ela segurou o rosto dele entre as mãos e pressionou os lábios nos dele, com força. O problema é que só durou alguns segundos. Mas Peeta não ia deixar passar aquilo, então antes que ela pudesse se afastar, ele segurou o rosto dela entre as mãos e capturou os lábios dela. Só que dessa vez, o beijo foi voraz, cheio de fome, de ânsia. As línguas se entrelaçando dentro de suas bocas em busca de espaço.

As mãos de Katniss agarraram os cabelos da nuca de Peeta com tanta vontade que ele foi ao delírio, enquanto as mãos de Peeta passeavam pelas costas de Katniss de cima para baixo, friccionando-as. Quando suas mãos chegaram nas nádegas de Katniss, ele pressionou-as e Katniss entendendo o recado, em um salto, agarrou a cintura de Peeta com as pernas.

E os dois ficaram assim minutos sem fim, se agarrando, se beijando, se... Devorando, até que ambos escutaram um barulho. A essa altura, eles já estavam quase na margem do rio.

– Você ouviu isso? - Katniss perguntou, os lábios inchados pelo beijo violento.

– Ouvi sim. Vem. É melhor a gente sair para se proteger. - Peeta respondeu, puxando Katniss pela mão até chegarem em terra firme.

Peeta retirou da mochila uma toalha, que entregou para Katniss.

– Peeta, o que será isso? - Katniss perguntou enquanto se enxugava.

Peeta levantou a cabeça, olhando para o alto das árvores.

– Eu acho que eu sei quem é que tá fazendo isso.

Katniss franziu o cenho. Foi então que Peeta assobiou uma canção de quatro notas. E o que foi mais surpreendente para Katniss é que alguém respondeu com o mesmo assobio, juntamente com um bando de tordos que sobrevoavam o lugar.

Peeta sorriu, animado. - Sabia que ela ia aparecer uma hora ou outra.

– Ela quem? - Katniss quis saber. Então Peeta apontou para um local entre as árvores. E tudo que Katniss conseguiu enxergar foi um par de olhos brilhantes e ternos.

– Pode vim. Ela não vai te machucar. - Peeta disse ao dono dos olhos brilhantes.

Foi aí que ela apareceu, uma garotinha que parecia ter a idade de Prim, mas da cor de jambo. Linda.

Desconfiada, ela correu em direção a Peeta, que a recebeu com um abraço bem gostoso.

– Katniss, essa aqui é a Rue.

Katniss sorriu, encantada com a garotinha.

– Oi, Rue.

Rue olhou para ela com desconfiança e não largou do abraço de Peeta.

– Ela é bonita. - Rue disse para Peeta.

Peeta olhou Katniss, que sorria.

– Ela é sim. - Respondeu ele, o olhar apaixonado.

Eles se sentaram no chão. Então Peeta abriu a mochila.

– Você trouxe? - Perguntou Rue com inocência. Katniss ficou curiosa para saber do que se tratava, apesar de não se sentir à vontade ainda para se intrometer na conversa.

– Claro. Eu prometi, não prometi?

Rue sorriu com os olhos. E mais ainda, quando Peeta retirou da mochila o que ela esperava.

– Obaaaaaa! - Exclamou Rue, entusiasmada, recebendo dele o pacote.

Foi aí que Peeta se dirigiu para Katniss, oferecendo o mesmo que deu a Rue...

Pão.

Katniss olhou para o pão, estupefata. Depois olhou para Peeta, que sorria de lado.

– Toma. Você quer? - Katniss ficou calada sem se mover. - O que foi? O gato comeu sua língua?

O gato comeu sua língua? A mesma frase que o garoto do pão usara há seis anos. Mas como Peeta poderia saber disso se ele... Espera... Não. Não pode ser.

– Eu não estou acreditando. - Katniss conseguiu falar quando finalmente caiu a ficha. - Peeta, é você. O garoto do pão é você. Era você o tempo todo. Sempre foi você.

– Sim, Garota de trança, sou eu.

Katniss ficou sem saber o que dizer, mas finalmente sentiu o que achava que sentiria quando o encontrasse...

Felicidade.


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Notas finais do capítulo

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