Capítulo 13

– Aqui. Toma. - Peeta disse, oferecendo uma xícara para Katniss, que estava sentada no sofá. - Pedi para que a Bonnie preparasse um chocolate quente para você. Espero que sirva para te acalmar um pouco.

Eles estavam na sala do apartamento de Katniss, pois logo depois do abraço trocado, Katniss havia convidado Peeta para entrar em seu apartamento, com a desculpa de que não queria ficar sozinha e de que precisava conversar com alguém. Ele obviamente não recusara o convite.

Katniss pegou a xícara das mãos dele e sorrindo com ternura, agradeceu: - Serve sim. Obrigada. - Tomou a bebida com cuidado enquanto Peeta se sentava ao seu lado, os cotovelos apoiados nos joelhos e os dedos das mãos entrelaçados.

– Peeta - Katniss voltou a falar quando colocou a xícara em cima da mesinha de centro. - o que será que ele quis dizer quando falou para as selecionadas treinarem suas habilidades?

Peeta deu de ombros. - Não sei, Katniss. Odeio quando o Cato fala em códigos. Mas se for o que eu estou pensando... - Ele parou de falar por um instante como que criando coragem para o que ia dizer. - Katniss, eu acho que ele pretende fazer vocês lutarem entre si. Com as armas do Centro de Treinamento.

Katniss arregalou os olhos. - O quê? Ele só pode estar ficando louco!

– Ele "é" louco, Katniss. - Retrucou Peeta com naturalidade.

– Ai meu Deus, Peeta, eu não sei se teria coragem de...

– Matar alguém? - Peeta completou.

– Isso.

– Katniss, você me disse que era uma caçadora.

– De animais. Não de pessoas. - Deixou claro, o olhar refletindo angústia.

– Talvez... Seja a mesma coisa. - Peeta disse, mas nem ele mesmo acreditava naquilo. Tudo que queria era tranquilizar Katniss.

Diante daquelas palavras, Katniss apoiou os cotovelos nos joelhos e baixou o olhar. Refletiu um pouco sobre elas e depois voltou a encarar Peeta.

– Queria muito saber o que ele tem contra mim.

– Não é contra você, Katniss. - Afirmou Peeta, com convicção.

Katniss virou o rosto para ele, incrédula. - Ah, não?! Peeta, ontem à noite o Cato veio aqui em meu apartamento só pra me ameaçar.

Peeta franziu a testa, estupefato. - Eu não acredito que o Cato fez isso. Agora sim, ele passou dos limites!

– Viu? E você ainda diz que ele não tem nada contra mim.

Peeta se virou para ela, e encarou-a. - Katniss, você não está entendendo. O Cato realmente não tem nada contra você. - Insistiu. - Ele tem contra mim.

Katniss franziu a testa. - Como assim?

– Katniss, o Cato quer me atingir de qualquer forma. E ele sacou, pelo que viu no nosso último encontro, que a única maneira de conseguir isso é... Atingindo você.

A testa de Katniss se franziu ainda mais com aquela declaração. - Peeta, o que você quer dizer com isso?

Peeta deu um risinho acanhado, soltando um pouco de ar pelo nariz. Em seguida encarou-a bem no fundo de seus olhos. - Katniss, acho que você não faz idéia do efeito que causa, não é?

Katniss desviou o olhar imediatamente, incomodada com aquela indagação. Levantou-se, e cruzando os braços, deu as costas para ele. Tudo que menos queria era que Peeta percebesse o seu constrangimento.

– Acho melhor você ir embora. - falou Katniss, ainda de costas. - Já está ficando tarde.

Sem alternativa, Peeta bateu as mãos nos joelhos e após se levantar, enfiou as mãos nos bolsos. - Você tem razão. - ele concordou. - É melhor mesmo eu ir embora. Mas antes... Será que eu posso te fazer uma pergunta?

Katniss estranhou o pedido. Então, sem querer dar uma de mau educada, ela se virou em direção a Peeta. E seus olhares se encontraram. - Pode, claro.

Ele deu dois passos em direção a ela, que fez menção de recuar, mas acabou permanecendo no lugar. E Peeta ficou bem próximo dela.

– Katniss, por que você me beijou hoje lá na enfermaria?

Katniss arregalou o olhar. Jamais imaginaria uma pergunta como aquela. Se soubesse com antecedência, teria negado o pedido sem pestanejar.

– Peeta, pra quê falar sobre isso agora? - questionou Katniss, tentando fugir do assunto - Aquilo nem foi um beijo de verdade.

Foi sim. Katniss tinha convicção. Mas jamais admitiria.

– Pra mim, foi. - Peeta insistiu. - Por isso eu queria muito saber o porquê.

Katniss engoliu seco. Precisava inventar uma desculpa, e rápido. Aquela conversa estava indo longe demais. - Se você quer mesmo saber... Foi por causa do que você me contou.

No mesmo instante que soltara essas palavras, Katniss quis engolí-las de volta. Mas já era tarde. E a reação de Peeta respondia por si mesma. Ele piscou, incrédulo.

– Espera, deixa eu ver se entendi direito... Quer dizer que você só me beijou porque teve pena de mim. É isso?

Katniss empinou o nariz, altiva. - Se você quer entender assim.

Peeta olhou de lado para refletir sobre àquelas palavras. Em seguida voltou a encará-la, e seu olhar era profundo. Katniss ficou intrigada.

– Ok. Então se é assim... Você tem razão, Katniss. Aquilo definitivamente não foi um beijo de verdade.

– Ah, é?! E por que você diz isso? - Ela se atreveu a perguntar.

Mas em vez de responder, Peeta começou a caminhar em sua direção. E seu olhar não tinha boa intenção.

Katniss se sentiu intimidada e já ia recuar. Entretanto Peeta foi mais rápido quando enlaçou sua cintura e a trouxe com ímpeto para si, seus rostos a poucos centímetros de distância.

O coração de Katniss disparou em seu peito. E tudo que ela conseguiu dizer, foi: - Peeta, me solta!

Peeta deu um sorrisinho de lado. Ele nunca havia agarrado uma garota como estava fazendo com Katniss. Nunca ousou chegar a esse ponto. Mas com Katniss era diferente, pois ao mesmo tempo que ela conseguia despertar nele os sentimentos mais puros, ela também despertava os mais instintivos e arrebatadores.

– Qual o problema, Katniss? - Peeta perguntou com um tom provocante. - Achei que quisesse saber como se beija de verdade.

E antes que Katniss pudesse raciocinar sobre aquela frase, Peeta pressionou os lábios contra os dela com bastante vontade. No início, Katniss não abriu a boca, e com as mãos espalmadas em seu tórax, tentava empurrá-lo. Em vão. Peeta não estava nenhum pouco a fim de desistir. Tanto que em vez de soltá-la, ele a segurou ainda mais contra o corpo com uma força inacreditável.

Diante daquilo, Katniss sentiu suas forças se esvaírem pelo corpo, então, sem remédio, ela acabou cedendo, entreabrindo seus lábios para que a língua de Peeta pudesse entrar em sua boca. Quando isso aconteceu, a língua de Peeta começou a explorar a boca de Katniss em busca da sua. A sensação era boa, Katniss teve de admitir. O gosto também era bom, pois tinha um leve sabor de chocolate. Por isso resolveu que daria uma chance àquela loucura, então enroscando a sua língua na dele, as mãos que antes o empurravam, agarraram a camisa de Peeta, puxando-o.

Em resposta, Peeta sorriu em meio ao beijo. E sem mais pensar nas consequências, ele começou a empurrá-la com o próprio corpo, prensando-a contra a parede mais próxima, sem parar um minuto de beijá-la. O beijo era voraz, faminto... As cabeças de ambos girando de uma lado para o outro, apressadas.

Quando Peeta sugou o lábio inferior dela, puxando-o para dentro da própria boca e deslizou a mão pelas costas dela até uma de suas coxas, mencionando subir um pouco sua camisola de seda, Katniss ficou em brasas. A partir daí, ela levou suas mãos até a nuca de Peeta, adentrando o seu cabelo bem cortado com os dedos.

O frenesi em que se encontravam era tão forte que ambos tinham consciência de que se não parassem ali mesmo, não conseguiriam mais se conter.

Foi aí que, de repente, os braços de Peeta foram se afrouxando, e o beijo foi cessando aos poucos, torturando a ambos que desejavam um pouco mais daquele momento insano.

Então, respirando ofegante, Peeta ainda permaneceu com a testa encostada na testa de Katniss, observando os lábios dela machucados pelo beijo violento, e o tórax subindo e descendo pela respiração acelerada. Era uma visão para nunca mais esquecer.

Por fim, Peeta soltou um suspiro frustrado e murmurou: - Boa noite, Katniss! - E soltando-a de modo abrupto, foi embora apressadamente. Precisou sair daquela maneira, antes que sucumbisse à vontade de ficar.

Katniss ainda demorou-se por alguns minutos parada no mesmo lugar, tentando refletir sobre o que havia acontecido, pois nem ela mesma conseguia acreditar. Pousou uma das mãos nos lábios entumecidos e sem que se desse conta, seus lábios se curvaram em um sorriso hesitante. Depois passou a língua entre eles, imaginando que pudesse ainda haver algum resquício do gosto de Peeta.

Em sua vida, Katniss nunca havia sentido algo tão... Tão... Tão maravilhoso. Aquele sim era o seu primeiro beijo de verdade. O beijo que dera em Gale...? A partir daquela noite, nem sequer se lembraria mais.

***

Na manhã seguinte, Katniss foi outra vez convocada a juntar-se às selecionadas na sala de jantar. Para vestir escolheu algo que aplacasse o frio que fazia naquele dia. Optou por uma calça justa marrom, uma blusa de linha creme de gola alta, completando o look inverno com botas de cano médio e um sobretudo marrom escuro. Mirou-se no espelho e aprovou tudo. Então, antes de descer, fez uma trança de lado e se maquiou com naturalidade.

Assim que atravessou o vão da porta que dava para sala - alguns minutos depois - Katniss avistou sua amiga Johanna conversando com duas das selecionadas, amigavelmente. Uma delas tratava-se de Lynna, a única garota ruiva do grupo, a outra tratava-se de Delly.

Katniss se aproximou do grupo timidamente.

– Hey. - Ela cumprimentou a todas, que automaticamente se viraram em sua direção.

– Oi, Katniss! - Lynna e Delly cumprimentaram-na em uníssono.

– Fala, doze. - Johanna cumprimentou-a do jeito dela. - Achei que não vinha mais.

Katniss deu um sorriso fraco.

– A verdade é que não estava com a mínima vontade de vir. - desabafou ela. - Já tomaram café?

– As meninas já. - Johanna respondeu. - Eu não. Vamos lá? - Convidou, já puxando o braço de Katniss em direção à mesa do café.

– É impressão minha ou você arrumou uma desculpa para se livrar delas? - Quis saber Katniss enquanto pegava um pratinho para se servir.

– O que você acha, doze? - Johanna respondeu com desdém. - Essas garotas parecem que têm titica de tordo na cabeça, em vez do cérebro.

Katniss não conseguiu conter a risada.

– Posso interpretar isso como um elogio? - Indagou Katniss quando finalmente parou de rir.

Johanna a olhou de esguelha, enquanto depositava um croissant em seu pratinho. - Pode. Mas vê se não se empolga muito, tá legal?! Eu tenho uma reputação a zelar.

Katniss balançou a cabeça e sorriu com os lábios fechados, enquanto cortava uma fatia de torta de frango.

– Ficou sabendo da Glitter? - Perguntou Johanna. A essa altura, elas já se encontravam na mesa das bebidas quentes.

Antes de responder, Katniss pegou um Xícara grande para se servir do chocolate quente. Então, enquanto apertava o botão do bule para encher sua xícara, ela virou o rosto para Johanna.

– Não. O que foi dessa vez?

Johanna chegou mais perto de Katniss e baixou a voz. - Ela anda espalhando para Panem inteira que Peeta foi até o quarto dela ontem à noite. E sabe o que é pior? - Katniss franziu a testa, esperando pela continuação do absurdo. - Ela afirmou com todas as letras que eles se beijaram.

– Isso é mentira. Ai! - Exclamou ela, quando o chocolate quente de sua xícara transbordou em sua mão, queimando-a. Ela estava tão concentrada na conversa que nem percebeu que sua Xícara já estava cheia. - Mas que droga! - Esbravejou ela, colocando rapidamente a xícara em cima da mesa.

– Ih, doze... Você se machucou? - Johanna perguntou com um leve tom de preocupação em sua voz.

– Sei lá, acho que não. - Respondeu, observando a mão a procura de queimaduras. Por sorte não encontrou nenhuma.

Então no silêncio que se seguiu, Katniss pegou outra xícara e, depois de enchê-la com chocolate quente, dirigiu-se junto com Johanna até a mesa de jantar.

Chagando lá, as duas se sentaram lado a lado e começaram a comer. O silêncio ainda reinava, mas foi quebrado por Johanna que estava curiosa com algo.

– Doze, por que você afirmou com tanta certeza que a Glitter estava mentindo? Está sabendo de alguma coisa que eu não sei?

Katniss engoliu seco e para disfarçar começou a beliscar o pão que estava em seu prato, tirando um pedaço de cada vez para comer.

– Não. - Falou por fim - Eu não tenho certeza de nada. Mas é que você sabe como é aquela ali... Adora inventar coisas que não existem só pra chamar a atenção.

– É verdade. Pena que nem todo mundo pensa assim... -Johanna comentou. Em seguida deu uma mordida em seu sanduíche de queijo com presunto.

– O que você quer dizer com isso? - Katniss perguntou com curiosidade.

Johanna só veio responder à pergunta quando terminou de mastigar seu sanduíche, o que só deixou Katniss mais apreensiva.

– Sabe a Latarsha... - Começou a falar, mas se interrompeu um pouco para dar um gole em seu suco.

– Sei. - Respondeu Katniss. Ela já havia reparado em Latarsha. Ela era a selecionada de olhos puxadinhos e cabelos negros lisos até a altura da cintura. - O que tem ela?

– Quando ela soube que a Glitter havia beijado o Peeta, tratou logo de dar um jeito para ser a próxima. Então mal o Peeta apareceu por aqui, ela já foi direto onde ele estava e depois de uma conversa muito animada... - Johanna deu um sorrisinho sugestivo antes de continuar. - Os dois saíram da sala de jantar. Juntos. E sozinhos. Só não me pergunte pra onde. Essa foi a única informação que não consegui arrancar de Faísca e Fumaça.

Katniss ficou indignada. Peeta se mostrou o pior cafajeste que ela já havia conhecido. Primeiro tinha ido ao seu apartamento, depois - se Glimmer não estivesse mentindo - tinha ido ao apartamento dela, e agora... Latarsha! Como fora boba em pensar que ele fosse diferente. Devia tê-lo enforcado quando teve oportunidade, assim aquele beijo jamais teria ocorrido e ela não teria perdido a droga de sua noite de sono!

Espera... Faísca e Fumaça? Só naquele instante, ela se tocou do que Johanna havia falado.

– Quem?!

– Faísca e Fumaça. É como eu chamo a Delly e a Lynna.

Mesmo não querendo, Katniss teve de rir com a loucura de Johanna. Entretanto seu sorriso morreu quando avistou alguém abrindo a porta da sala de jantar.

Era Cato, acompanhado por Finnick, Marvel e Tresh.

– Bom dia, selecionadas. - Cato cumprimentou a todas quando se aproximou da mesa. - Espero que tenham dormido bem.

Todas sorriram para ele, exceto Katniss e Johanna, que permaneceram com suas caras amarradas.

Então por um instante, Cato demorou o seu olhar em Johanna. Katniss arregalou o olhar para ela. Será que ele a tinha reconhecido? As duas ficaram em pânico. Mas nada, felizmente, aconteceu.

– Onde está o conquistador? - Cato perguntou. E Johanna já ia abrir a boca para responder quando avistou a porta da sala se abrindo.

Era Peeta junto com Latarsha, que enfim haviam retornado. Katniss no lugar onde estava não conseguia nem encará-lo, tamanha era sua raiva.

– Estou aqui, Cato. O que foi? Estava com saudades? - Peeta provocou.

Os lábios de Cato se curvaram em um sorriso irônico.

– Ora, ora, se encontrando às escondidas com a selecionada oriental... Muito bem, conquistador.

Peeta fuzilou-o com o olhar. - Fica na sua, Cato. Me deixa em paz! - Esbravejou, mas logo depois, seu olhar foi atraído até onde estava Katnissk. Sorriu discretamente, mas não foi correspondido. Temia que ela estivesse interpretando tudo errado. Maldita hora que Latarsha resolvera mostrar para ele sua coleção de amuletos!

– Bom, vamos logo ao que interessa... - As selecionadas se levantaram e se posicionaram na frente de Cato e seus comparsas. - Como vocês sabem, hoje é o primeiro dia dos novos Jogos Vorazes. Então irei explicar para vocês como se dará tudo, mas... Antes quero informá-las de algo muito importante. - Todas as selecionadas ficaram apreensivas a espera da nova "bomba". - Para completar as dez selecionadas, já que uma de vocês foi eliminada, eu convidei uma garota, aliás... Ela mesma fez questão de se voluntariar. Queiram dar as boas vindas a senhorita... - pausou e virou o rosto em direção à porta da sala.

Todos que estavam ali acompanharam o seu olhar, curiosos. Mas foi Peeta quem arregalou o olhar, reconhecendo a garota que passava pela porta.

– Madge?! - Peeta falou, estupefato.

– Ela mesma. - Respondeu Cato com o mesmo sorriso cínico de sempre estampado no rosto.

A garota de pele alva e de olhos e cabelos castanhos claros se dirigiu até Peeta.

– Eu disse uma vez para você que a garota que ganhasse o seu coração seria a garota mais sortuda do mundo. Então pretendo ser essa garota. - Finalizou com um sorrisinho.

Peeta ficou sem graça, achando aquilo uma tremenda loucura. Mas como contestar se ela mesma havia se voluntariado? Quem não gostou nada, nada do que viu foi Katniss, que ao observar a cena, entortou a boca e revirou os olhos, com ciúmes.

– Bom, pelo jeito vocês já se conhecem, não é? - Peeta fuzilou Cato com o olhar, outra vez. - Então, continuando... Preparem-se para grande surpresa! - Outra? Todas pensaram. - A partir dessa noite, vocês não serão mais dez... Porque para que os Jogos Vorazes possa acontecer da maneira que eu quero, outro sorteio teve de acontecer em seu distrito e mais dez garotas foram selecionadas... - Dizendo isso, ele caminhou em direção à uma porta de vidro que ficava na lateral da sala. Chegando lá, abriu-a como se abrisse a cortina de uma grande espetáculo. - Aqui estão elas.

As primeiras selecionadas observaram, petrificadas, as outras garotas - vestidas com as roupas simples de seu distrito.

Katniss, que parecia estar tão surpresa como todas ali, tentou chegar mais perto para ver de quem se tratavam as pobres almas azaradas que agora se encontravam na mesma situação que ela.

Foi nesse instante que uma delas - a que estava de costas e parecia ser a mais nova do grupo - lhe chamou a atenção. Chegou ainda mais perto...

Então primeiro Katniss vislumbrou a trança loira nas costas da garota, depois a blusa fora da saia formando um... um... um... Rabo de pato, pensou ela, atônita.

Foi aí que um grito saiu estrangulado pela boca de Katniss - Prim!