[...] Não sinto o chão... Uma corrente de ar acaricia meu rosto, um cheiro suave entra por minhas narinas, e uma voz doce fala aos meus ouvidos:

- Abra os olhos milady...

Abro. Minha mente não pode acreditar no que meus olhos veem, Meu coração bate em um compasso desarranjado. Minhas mãos suam frio, pergunto-me se é real. Uma figura como aquela, um rosto perfeitamente alinhado, cabelos esvoaçantes e olhar doce e misterioso, segura-me nos braços, e está... Voando!

- Quem És tu?

- Muito prazer milady. Sou aquele que lhe guiará, que lhe iluminará... Se assim permitir...

  De alguma forma ele sabe o que sinto, o que penso, parece-me que sente e pensa exatamente o mesmo.

 O bater de suas asas de cera nos guiam para o infinito. Sinto que não devo importar-me. Sei que com ele, estou segura.

 Eis que por um momento, meu olhar encontra-se com o dele, ouço apenas o bater de suas asas e o pulsar desatinado de meu coração...

 O que o destino reserva? descobrirei...

- Sim, permito... [...]