Acordei e estava novamente na enfermaria. Aquilo foi apenas um pesadelo? Porra.
Claro que foi! Resmungo comigo mesma.

Uma das enfermeiras que estavam no fundo da sala veio até mim.

—o que aconteceu comigo?

—você teve um ataque de pânico.

—como assim?

—você se lembra de seus gritos? Você estava se contorcendo no chão enquanto gritava. Assustou a todos.

—a quanto tempo estou aqui?

—apenas algumas horas.

—eu preciso ver Harry! -me levantei e sentei na cama.- preciso falar com ele!

—deite-se. Ainda é noite. Amanhã você sairá e poderá falar com ele.- pegou uma seringa e colocou-a em meu braço.

—o que...

—isso é para você dormir um pouco. - ela disse e então fechei meus olhos.

...

Acordei. Suspirando impaciente. Tudo estava escuro e eu senti alguém ao meu lado. Me sentei e vi uma criança.

Virando se de um lado para o outro. Sua cabeça começou a virar muito rápido e seu corpo a desfocar. Pisquei e ela não estava mais lá.

Só posso estar mesmo maluca.

Ouvi uma risada fraco e olhei para o outro lado. vendo uma garotinha.

Ela virou o rosto para mim e seus olhos e sua boca se tornaram buracos escuros. Então ela gritou.

Tapei meus ouvidos com as duas mãos, tremendo. Aquilo era horrível.

A porta bateu e eu abri os olhos. A enfermeira vinha até mim, ascendendo a luz da sala.

Não tinha ninguém na cama ao lado.

...

—vai me contar o que aconteceu? - Harry sentou ao meu lado no refeitório, trazendo comida para mim.

Olhei para seus olhos e me lembrei de meu sonho. Estremeci.

—April? - ele pegou meu queixo e me fez o encarar- me diga o que aconteceu.

—eu tive um... ataque de pânico. - ele fez sinal pra eu continuar. Droga. — por causa... de um sonho. -ele levantou uma sobrancelha e me olhou curioso.

—sonho sobre o que?

—você.

Ele abriu um meio sorriso e logo fechou a expressão, fazendo uma careta.

—eu... O que eu fiz?

—a gente. .. Você... nos fomos até a lavanderia e você. .. e eu. .. - eu corei e senti meu rosto esquentar.

—você teve um sonho erótico comigo e teve um ataque de pânico? - ele riu.

— cala a boca. Eu resmunguei.- eu estava tentando fugir e seus olhos estavam pretos. Tudo se encheu de sangue e foi bastante assustador. eu gritei muito.- ele ficou sério.- foi horrível. Eu estava morrendo de medo.

Ele sorriu carinhoso e acariciou minhas mãos. Beijou minha bochecha e encostou os lábios na minha orelha.

—pode ficar tranquila April. - ele beijou meu pescoço de leve. - quando isso acontecer, não vai ser de medo que você vai gritar.