No dia da minha ida para a casa dos Potter, eu estava deitado na cama com a mochila pronta para passar alguns dias fora, quando minha mãe bateu na porta do quarto:

— Querido, a Gina está ai em baixo. Ela veio te buscar.

— Serio? Achei que só ia mais tarde com meu pai - respondi surpreso. - Aconteceu alguma coisa?

— Não… quero dizer sim, seu pai não vai poder te levar pois vai ficar até mais tarde no Ministério - respondeu ela. - Vamos descer, seus amigos também estão aqui!

Quando ela disse isso eu sai correndo do quarto e desci as escadas bem rápido, não sabia bem explicar mas algo naquelas palavras me fizeram correr daquela maneira. E quando eu entrei na sala descobri o porque, Lilian estava sentada numa poltrona de frente para o portal que eu passei, assim que me viu ela sorriu. Exatamente aquele lindo sorriso que fazia seus olhos sorrirem também. A senhora Potter e Alvo estavam sentados no sofá de dois lugares, e assim que eu entrei se levantaram, Alvo veio até mim e disse:

— E ai cara, como é que você tá?

— Estou ótimo Alvo, e você - respondi com um aperto de mão.

— Estou muito bem. Essa é a minha mãe, Gina Potter a melhor apanhadora do mundo!

— Que isso Alvo, não sou nem mais uma jogadora de Quadribol. Mas já conheço seu amigo, não é mesmo Arthur? - perguntou ela me olhando nos olhos, foi então que eu percebi como a Lily se parece mesmo com ela, até na cor dos olhos.

— Sim, claro que sim senhora Potter - nessa hora minha mãe entrou na sala carregando minha mochila. - É um prazer revê-la.

— Oi Artie! Estava com muita saudade - falou Lily que se levantou e me deu um abraço. Eu corei na mesma hora.

— Também estava Lily!

— Quem diria que nossos filhos seriam assim tão próximos, mesmo estando em casas diferentes, não é mesmo Susana? - falou a senhora Potter

— É verdade Gina, mas se pensar bem, depois da AD nós todos nos tornamos grandes amigos.

— Nisso você tem razão, não atoa você e Terry se conheceram naquela época e hoje tem uma linda família.

— Ah que isso Gina, querida, sua família que é linda... - elas saíram para o jardim no quintal da minha casa enquanto conversavam coisas de mãe.

— Tudo pronto pra ir? - perguntou Alvo.

— Sim tudo pronto! - respondi.

— Eu queria vir te buscar de vassoura, mas a minha mãe não deixou, ela falou que seria um absurdo quatro vassouras voando metade do país em plena luz do dia. Às vezes acho que ela é igualzinha a vovó - falou ele rindo e nós três rimos.

— Não igualzinha né, mas elas com certeza tem muito em comum - completou Lily, dando seu lindo sorriso característico. Eu estava reparando muito nisso ultimamente, não sabia muito explicar.

— Infelizmente eu não conheci meus avós por parte de mãe, sabe antes da guerra a família da minha mãe foi caçada por se envolver com trouxas - O Lorde das Trevas e seus seguidores tinham condenado a família da minha mãe a morte.

— Que horror Artie! Eu não sabia disso - falou Lily sendo gentil. - Eu sinto muito. Nós também não conhecemos nossos avós, mas os paternos. Eles foram assassinados pelo Lorde das Trevas durante a Primeira Guerra.

— Eu já sabia sobre a família Bones, papai me contou uma vez sobre uma tal de Amélia Bones, que foi assassinada pelo Voldemort.

— ALVO! Você pirou? Sabe que não pode falar esse nome! - disse Lily muito preocupada e olhando em volta.

— Você é que está pirando, ele está morto, não tem o que temer. É só um nome Lily, não devemos temer nomes de fantasmas.

— Mas eu concordo com a Lily Alvo, pode ser só um nome, mas ele tinha muitos seguidores - falei.

— Que morreram ou foram presos - respondeu ele.

— Nem todos - disse Lily -, e você sabe muito bem disso, até hoje papai prende bruxos das trevas tentando trazer Você-Sabe-Quem de volta.

Eles me contaram que tinha muita gente na casa deles os gêmeos Scamander, seus primos Rose e Hugo, além da Dominique, Louis e Roxanne. E é claro que o Tiago também estava lá. Depois de um tempo conversando, nossas mães voltaram pra a sala.

— Bom, vamos indo crianças? - perguntou a senhora Potter. - Podem ir entrando no carro, vou combinar umas coisas com a Susana.

Peguei minha mochila que a minha mãe tinha deixado em uma poltrona e fomos para a porta de entrada da casa. Saímos e logo depois elas passaram pela porta, Lily e Alvo deram tchau para minha mãe, Gina lhe deu um abraço e disse que cuidaria bem de mim. Eu abracei minha mãe, que me apertou com força.

— Comporte-se Arthur. Te amo meu filho - e me deu um beijo.

— Pode deixar mãe, também te amo! - corri em direção ao carro e sentei no banco traseiro do lado da Lily.

A viagem durou cerca de duas horas, nos conversamos e cantamos dentro do carro, a senhora Potter era mesmo muito divertida. Então chegamos a um vilarejo que parecia bem tranquilo e calmo, estávamos na rua principal e no centro dela tinha um pequeno jardim com uma estatua de um casal sentado com um bebê no colo.

— Aqueles são meus avós paternos Tiago e Lilian Potter segurando meu pai ainda bebê. Este é o monumento aos Potter, e essa cidadezinha é Godric's Hollow - falou Alvo.

— Isso é incrível - falei meio sem palavras.

E quando passamos por uma rua menor, Lily me mostrou as ruínas de uma casa. Ela disse que ali foi onde seus avós viveram e morreram e também onde seu pai sobreviveu derrotando o Lorde das Trevas pela primeira vez à quase 40 anos. No fim desta rua, a senhora Potter parou o carro.

— Chegamos - disse ela.

— Meu pai preferiu construir uma casa nova aqui, segundo ele, o velho chalé dos seus pais é um santuário para muitos bruxos do nosso país e ele não queria mudar isso, além do mais é muito pequeno para nossa família tão grande - falou Alvo rindo.

— Até que enfim vocês chegaram, não aguento mais o Hugo reclamando do treino, estou precisando do melhor apanhador do mundo! - falou Tiago abraçando o Alvo - E ai Arthur! Beleza cara?

— Sim Tiago, e você?

— Melhor agora que estão aqui. Lily a Rose quer falar com você, e mãe a vovó não para de reclamar que a senhora estava demorando muito, e ela tem razão, estou com fome.

— Ora Sirius, e o que eu tenho a ver com isso? - perguntou a senhora Potter.

— Você é minha mãe! É seu dever me alimentar! - disse ele como se estivesse chocado com a pergunta dela, mas dando uma risadinha marota no fim.

— E o direito de te colocar de castigo pelo resto da vida por falar assim! - disse a senhora Potter bem brava entrado na casa - Mamãe, já voltei, vamos preparar o almoço.

— Ótimo comida - falou Tiago - vamos jogar Alvo, você vem Arthur?

— Claro, só preciso guardar minha mochila - respondi.

— Vem comigo, eu te mostro onde vai dormir - falou Lily me puxando pela mão. Quando sua mão tocou a minha nos nos olhamos e eu percebi que ela corou, foi estranho eu nunca tinha sentido isso, mas foi bom.

Mesmo assim ela não soltou minha mão e eu segurei a dela entrelaçando nossos dedos. Então ela me levou para dentro da casa, era bem maior do que parecia, olhando de fora era um sobrado como todos os outros da rua, mas dentro era uma verdadeira mansão. O comodo que nos estávamos era um hall de entrada, a frente tinha uma escada que se dividia em duas indo para esquerda e direita.

Do lado direito do hall, tinha um arco que era possível ver a cozinha, lá dentro estava a senhora Potter e uma senhora de cabelos ruivos desbotados com muitos fios brancos, imagino que seja a senhora Weasley, mãe da Gina Potter e avó dos meninos. Já do lado esquerdo um outro arco revelava uma sala de estar com sofá e algumas poltronas e uma lareira bem grande, sentado em uma poltrona lendo jornal estava um homem, quando ele ouviu nossos passos ele abaixou o jornal e eu pude ver um senhor de cabelos brancos que sorriu e disse:

— Olá minha pequena ruivinha!

— Oi vovô, já volto -  respondeu Lily que já estava subindo as escadas me puxando atrás dela. - Meu avô e seu xará Arthur Weasley - ela falou sorrindo quando chegamos no topo da escada à esquerda.

— Sua família é mesmo bem grande.

— É sim, mas aqui em casa não mora todo mundo não - sorriu -, meus avós só estão aqui para o meu aniversário - quando ela disse isso eu me lembrei, seu aniversário é dia 7 de julho e eu tinha me esquecido completamente disso. Soltei a mão dela. - O que foi?

— Lily... eu... esqueci seu presente - falei bem triste e ela sorriu de novo.

— Não precisa se preocupar com isso Artie, sua amizade já é um grande presente para mim. - nesse momento eu tomei um impulso e a abracei. Acho que a peguei de surpresa, porque ela demorou um pouco mas depois me abraçou.

— Mesmo assim vou pedir para minha mãe trazer algo que eu sei que vai gostar - falei isso logo depois que nos separamos, mas eu não fazia ideia do que comprar, começamos a andar pelo corredor.

— Sendo assim tudo bem, qualquer coisa que você me der eu vou gostar - ela respondeu com seu belo sorriso. - Bom é aqui - ela abriu uma porta que tinha duas camas de solteiro e um beliche, além de um guarda roupas e outros objetos de decoração -, você vai ter que dividir o quarto com o Hugo e os gêmeos.

— Por mim tudo bem, vai ser divertido!

— Com certeza! Ah o quarto do Alvo é no sótão e o do Tiago é aquele com a porta aberta, antes esse porta aqui do lado é um banheiro.

Lily me explicou toda a disposição dos quartos, o Louis dormia no quarto do Alvo. Ela ia dormir no seu quarto, enquanto Rose, Roxanne e Dominique iam dividir um outro quarto, além disso ainda tinha o quarto dos pais dela e dos avós e outro caso seus tios Rony e Hermione ficassem para dormir. No total a casa tinha 3 quartos e 4 suítes, sem contar o do Alvo que também era uma suíte, além de outros três banheiros, dois no piso superior e um no térreo. Era realmente uma mansão.

Depois de colocar minhas coisas no quarto que eu ia ficar pelos próximos dias, nos dessemos e fui apresentado para o senhor Arthur Weasley e para a senhora Molly Weasley, sua mulher. Duas ótimas pessoas e grandes bruxos, a senhora Weasley, foi super gentil comigo, me tratando como seu próprio neto e o senhor Weasley era bem engraçado brincando com nossos nomes iguais.

O resto do dia foi muito bom, jogamos quadribol, na verdade eu, Alvo, Tiago, Hugo e os gêmeos, o Louis era o único que não gostava muito. E as garotas estavam conversando. Depois de um tempo Lily e Dominique se juntaram a nós, mas Rose que tinha pavor de voar nem sequer tentou e Roxane disse que não estava afim de soar.

Quando a noite chegou e eu fui me deitar a unica coisa que eu conseguia pensar era no sorriso da Lily no momento que demos a mão hoje mais cedo. Aquilo realmente tinha sido algo diferente. Mas eu ainda não conseguia explicar muito bem o que tinha acontecido ou o porque aquilo tinha sido tão bom.