Estava eu ali, observando a reação dela, não sabia descrever se era boa ou ruim, ela me olhava com os olhos arregalados, abria e fechava a boca sem dizer nada, aquilo me preocupou, pois não tinha me preparado para uma recusa, tinha que fazer algo para convence-la.

— Eu...... – ela começou, mais eu não poderia deixar ela concluir, pois tive a impressão que vinha uma desculpa esfarrapada.

— Olha pra mim – pedi pegando em sua mão e fazendo um carinho com o polegar – não tenha medo de ser feliz, sei que pra você é difícil sair dessa bolha de proteção que você colocou seu coração, mais te prometo que tudo que eu disse é de todo coração, só quero uma oportunidade de estar ao seu lado.

— Sasuke, eu não sei – ela começou – sabe como você mesmo disse passei tanto tempo em uma bolha que tenho medo, mais confesso que esses dias que temos saído juntos tem sido muito divertido – ela sorriu – então, acho que podemos tentar.

Quando ela me disse isso, não pude acreditar, levantei e a abracei lhe dando um beijo nos rodando no meio do restaurante, só parei quando escutei as palmas das pessoas que assistia aquela cena, me senti um pouco envergonhado com tudo isso.

— Eh vamos sair daqui¿ - perguntei chamando o garçom pedindo a conta – quero te levar em lugar lindo.

Quando paguei a conta, peguei em sua mão e sai lhe puxando pelo restaurante ate o carro e levei ela para o parque de sakuras o primeiro lugar que ela me levou quando nos conhecemos, aquele dia vai entra para a historia das nossas vidas, aquela noite pra mim foi muito boa, não conseguia explica o porque de tanta felicidade pela resposta dela, aquele nem parecia comigo mais, eu Sasuke Uchicha, agindo como um adolescente apaixonado, mas o pior de tudo isso era que eu não me importava, a única opinião que realmente contava era a dela.

Ficamos um bom tempo naquele campo sentados debaixo de uma arvore de sakura conversando e se conhecendo melhor, e namorando também porque eu não sou de ferro, depois deixei ela em casa e fui para meu apartamento, cheguei fui direto tomar um banho e depois me deitar, fiquei um tempo olhando para o teto pensando na loucura que eu estava vivendo, dormi que nem percebi.

No outro dia estava eu no meu escritório pensando na minha rosada, isso era muito legal, MINHA, pensar nela como MINHA rosada me dava uma sensação de felicidade muito grande mesmo, estava distraído quando sinto meu celular vibrando, pego ele correndo achando que poderia ser ela com saudade, quando percebi o que eu estava fazendo me dei um tapa mental, mas não era ela e sim minha mãe.

— Oi mãe – falei quando atendi o celular

— Oi filhinho, sei que esta ocupado então serei rápida – eu agradeci mentalmente por isso – você poderia vir jantar hoje a noite aqui em casa, eu e seu pai temos uma coisa para te dizer.

— Hoje¿ - queria tanto aproveitar minha namorada

— É filho, é muito importante – ela disse

— Ok mãe, a que horas¿

— As 20:00 pode ser¿

— Ok as 20:00 estarei ai.

— Que bom filho, te espera então, tchau

— Tchau mãe – falei desligando o celular.

Tinha planejado fazer uma surpresa para Sakura, mais vou ter que adiar, acho que essa proposta da minha mãe veio em uma boa hora pois assim me poupou de fazer papel de trouxa, sei que ela não iria pensar assim, mais acho melhor ir com calma. Peguei meu celular e liguei pra minha rosada.

— Alo – ela atendeu com uma voz de sono.

— Alo dorminhoca, você esta acordando agora¿ - perguntei mais já sabia a resposta.

— É, que horas são¿

— 10h da manha

— O QUE¿ - ela gritou e eu imaginei que ela estaria atrasada para alguma coisa importante.

— E realmente esta muito tar... – ela me interrompeu.

— Eu não acredito que você me acordou a essa hora da manha – ela disse, com uma voz que eu tenho certeza que se eu estivesse perto me mataria – espero que seja algo muito importante SASUKE UCHICHA porque caso o contrario EU.VOU.TE.MATA – falou, se eu estivesse perto dela seria um homem morto.

— Calma rosada, pra que todo esse stress¿ eu só queria te convidar para almoçar comigo, será que é pedir de mais, além do mais que mal tem eu liga pra minha NAMORADA¿ - perguntei e ouvi um suspiro do outro lado da linha.

— Desculpa – ela falou mais calma – é só que eu durmo ate mais tarde para recompor as energia quando estou de folga, além do mais essa situação é nova para mim, então você tem que me dar um desconte né NAMORADO¿ - quando ela disse isso percebi que já tinha recuperado seu bom humor

— Tá certo, e então oque acha de almoçar comigo hoje¿

— Ahhhhh não vai dá, tenho uns assuntos para tratar com meu pai agora, mas a gente pode se ver a noite que tal. – droga, pensei, assim não dá mal começamos a namorar e nossa agendas já estão em conflitos,

— Não vai dá rosada, tenho um jantar na casa dos meus pais. – falei desanimado

— Mais não tem problema, quando você sair do jantar me liga, se for muito tarde pelo menos a gente se fala, mas caso contrário podemos sair um pouco, ate porque amanha eu tenho plantão e não vamos poder nos ver – eu já disse que amo essa mulher, ela se mostrou muito compreensiva e ainda deu uma solução.

— Eu queria mesmo era te ver hoje, mais pode ser assim se não tem outro jeito – disse de forma tristonha pra ver se comovia ela.

— Meu Deus do céu Sasuke Uchicha, fazendo manha, essa o Naruto tem saber.

— Você ta louca, jamais admitirei isso em hipótese nenhuma, - escutei uma sonora gargalhada do outro lado da linha, e tinha que admitir que aquele som aqueceu meu coração – mas tudo bem, vou deixar você dormi mais um pouco, eu tenho uma reunião agora.

— Ok então, bom trabalho, tchau – ela disse e desligou.

E o dia passou assim reunião, vídeo conferencia e uma correria, no fim do expediente fui para casa me arrumar para o jantar. Tomei um banho e me arrumei, quando olhei para o relógio já estava na hora de ir, o caminho da minha casa ate a casa de meus pais era um pouco longe e minha mãe odeia atrasos, na verdade isso é de família, então eu não reclamo muito, quando cheguei percebi que tinha mais dois carros, um era do meu irmão o outro era do meu “sogro” isso se eu não estiver enganado.

Quando entrei e casa confirmei minhas suspeitas, realente era o senhor Haruno ali, estavam todos menos minha rosada e eu já estava achando tudo aquilo muito estranho, quando cheguei minha mãe já nos encaminhou direto para a sala de jantar, conversamos banalidades, não iria informar nada sobre o meu namoro com a Sakura agora, queria fazer isso com ela por perto, após o jantar fomos todos para o escritório, estava chegando a hora de saciar minha curiosidade, não que eu fosse um homem curioso, na verdade era mais para suspeita mesmo.

— Filho – meu pai começou a falar assim que todos se acomodaram no sofá – você deve esta bastante curioso com relação a esse jantar certo – eu só confirmei com a cabeça e esperei ele continuar – pois então, vou direto ao assunto, quando firmamos o contrato com a família Haruna, acrescentamos uma clausula que beneficiaria os dois lados e também a vocês.

— Pai por favor direto ao ponto, que clausula é essa – perguntei já sem muita paciência.

— A união das famílias através do matrimonio, no caso o casamente entre você e a Sakura – demorei um tempo ate assimilar aquela informação.

— Como assim ¿ - perguntei já ficando nervoso.

— Calma filho – disse minha mãe – quando eles firmaram esse acordo estavam pensando no bem de vocês, cada um de vocês estava passando por um problema emocional muito grande, então achamos que vocês poderia curar um ao outro.

— A Sakura sabe disso¿ - perguntei ainda pensando naquele novo fato.

— Sim – agora quem respondeu foi o senhor Haruno – na verdade contei para ela um dia depois do seu aniversario, depois que ela nos contou sobre sua nova condição de saúde. Foi ela que exigiu que contássemos para você, nosso plano original era fazer vocês se apaixonarem por si só e nunca conta, mas quando fiquei sabendo sobre os novos exames que ela fez e seu atual estado eu fiquei com um peso na consciência e contei tudo, de inicio ela não concordou, saiu de casa muito angustiada – quando ele disse isso lembrei do dia que a encontrei na academia.

FLASBACK ON

Quando cheguei lá me direcionei a atendente perguntando pela rosada e ela me mostrou o local, cheguei lá e fiquei observando ela bate naquele boneco, tinha que admitir que ela tinha jeito pra coisa, seria interessante fazer um mano a mano com ela. Percebi que já estava na hora de fazer ela me perceber então simulei uma torci e ela imediatamente parou o que estava fazendo e olhou pra mim.

— Você é boa – disse me aproximando dela

— Obrigada – ela respondeu ofegante, percebi uma gota de suor descendo da sua testa e seguindo um percurso muito tentador aos meus olhos, passando pelas bochechas descendo pelo queixo, pescoço e passou pelo vale entre os seios, quando voltei os meus olhos para os dela percebi que eles estavam vermelhos, mostrando que ela estava chorando.

— Vocês esta bem? - perguntei, não pude conter a preocupação com ela.

— Vou fica – ela disse bem evasiva – quando estou estressada, preocupada, triste, frustrada ou simplesmente de TPM eu venho aqui, e desconto tudo isso nesse boneco sabe, - ela começou a conta e eu não a interrompi, queria saber mais sobre ela – ninguém sabe disso, nem Naruto, nem as meninas, nem mesmos meus pais, essa é uma antiga paixão minha, fora meu sensei, só você – ele contou, enquanto voltava a bater no boneco.

— E pela forma lastimável que esse boneco se encontra percebo que você esta muito irritada – disse tentando descontrair, e também tentando obter mais informações sobre ela.

— Na verdade eu estou confusa, muito confusa, e um pouco triste – ela falou ainda sem me olhar – e bater me ajuda a limpar a mente, só assim eu vou poder tomar uma decisão de cabeça fria.

— Posso te ajudar – falei e ela parou de bater no boneco e olhou para mim com uma cara de duvida – vamos fazer um mano a mano, bater em carne maciça é melhor do que num boneco – eu disse para convence-la, então ela se virou em minha direção e deu um sorriso irônico.

— Se prepara para apanhar – não contive um sorriso de lado, a marca do Uchicha, então me posicionei para nosso combate.

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— E então – tentei puxar assunto no meio da luta, quem sabe com ela distraída eu não consiga uma respostas mais diretas – o que te deixou triste a ponte de chora? - ela parou um pouco, e nisso quase acerto seu rosto, mais ela desvia na ultima hora.

— Não sei se devo confiar em você – e dizendo isso ela pediu tempo na luta, e foi ate sua bolsa e tirou uma garrafa de agua e se sentou no tatame – você consegue guarda um segredo¿ - ela me pergunto, mas seu olhar esta tão distante que fique sem saber se era uma pergunta retorica ou não, então me sentei ao seu lado.

— Não sou um pessoa de muita conversa – respondi esperando que isso a ajudasse a confiar em mim, então ela deu um suspiro cansado, olhou de lado para mim e voltou a olhar para frente.

— Quando eu tinha 17 anos de idade voltei para Kanoha, mas tinha deixado um namorado em Suna, por quem eu dizia esta apaixonada – ela começou a narra e percebi que seu olhar estava perdido em memorias – dois meses depois da minha mudança ele me liga para falar que não aguantava mais a distancia, nesse dia eu estava numa lanchonete com o pessoal – ela deu um sorriso triste e amargurado que cortou meu coração, minha vontade naquela hora era abraça-la, mas me contive não sabia como ela poderia interpretar minha intenções – mas o que ninguém sabia, era que um dia antes eu tinha descoberto que estava com leucemia. – ela disse e baixou a cabeça.

— Sakura ....- tentei falar mais ela me cortou com um sorriso brincalhão.

— Por favor Uchicha sem demonstrações de sentimentalismo ok, isso não combina com você – dei um sorriso de lado e esperei que ela continuasse – então a pessoa que eu pensei que me “amasse” – e ela fez aspas com os dedos quando disse isso – não chegou a saber e eu preferi assim, não queria ninguém comigo por pena, então comecei meus tratamentos, foram dois anos ate conseguimos estabilizar a doença, enquanto isso eu decidi que viveria normalmente sabe, eu ainda tinha chances de faze muitas coisas na vida, percebi que não podia esconder isso do pessoal e contei para eles, e recebi um apoio muito grande, e então veio a melhor parte, a doença estava controlada eu poderia viver normalmente mais com alguns cuidados que não mudaria minha rotina. – ela parou de falar um pouco e parecia pensar se deveria continuar ou não, eu permaneci calado esperando – naquele dia que nos encontramos no cinema eu tinha recebido uma ligação mais cedo do meu medico me avisado que tive complicações no meu caso e deveria voltar aos tratamentos e exames mais aprofundados, se fosse só um alarme falso tudo bem, mais se não... – e ela não finalizou e eu entendi aonde ela queria chegar, e aquilo doeu em mim, e eu não sabia o que fazer – decidi contar hoje para os meus pais, queria que a festa que minha mãe tinha preparado para mim fosse perfeita, e aquela dança com os meninos foi ideia deles – ela sorrio em meio as lagrimas – então estou aqui batendo naquele boneco para alivia toda essa pressão, não quero pena de ninguém, não preciso disso – quando ela terminou de falar olhou para mim e eu não conseguia tirar meus olhos dela, mas percebi que tinha mais alguma coisa que ela não queria falar, e nem eu iria insistir.

— Venha – disse me levantando e estendendo a mão para ela, enquanto ela me olhava demostrando incerteza  – você ainda não me acertou nem um soco decente – provoquei e ela me lançou um sorriso provocador e começamos a nossa luta.

FLASBACK OFF

— Lembro que naquele dia ela voltou diferente – continuou o senhor Haruno – e depois exigiu que te contássemos a verdade e deixasse a decisão com vocês – quando ele terminou de falar eu fiquei pensativo.

Sei que tudo isso não é culpa dela, e também na sabia o que fazer, perguntas não paravam de me atormenta, será que ela aceitou meu pedido por causa do contrato¿ ou será que ela realmente ela estava gostando de mim só tinha um jeito de saber. Me levantei do sofá e me encaminhei para a porta de saída, precisava falar com a Sakura.

— Filho .... – minha mãe veio ate mim com a intenção de me impedir.

— eu preciso pensar mãe.

E sem dizer mais nada entrei no meu carro e me encaminhei ate a casa da rosada, durante todo percurso ele foi pensando em toda aquela situação, não queria tomar uma decisão precipitada, queria conversar com ela, ouvir o que ela tem a dizer, mais seu orgulho, maldito orgulho estava lhe cegando, a simples ideia de que ela só  aceitou seu pedido por causa de um maldito contrato feria seu ego de um forma, e não só seu ego, sentia uma dor muito grande eu seu coração, com esse pensamento torturante decidiu ligar para ela e verificar se ela estava acordada ainda, no terceiro toque ela atendeu.

— Alo

— Oi – tentei controlar minha raiva para deixa-la transparecer pela voz – podemos nos ver agora.

— Claro, aonde você esta¿

— Na verdade estou a caminho da sua casa. – disse

— Ok então, te espero

Dizendo isso ela desligou o telefone, eu estava tão nervoso que nem percebi em que velocidade eu estava, só queria chega o mais rápido possível, quando avistei o portão da casa dela desacelerei o carro e fui numa velocidade baixa, fiquei uns minutos no carro com medo de sair, com medo do que ela iria falar, então quando eu percebi que o que me mantinha parado era o medo,  me levantei e fui ate a porte e toque a campainha, quando a empregada abriu a porta avistei Sakura descendo a escada, tudo aconteceu tão rápido, de repente ela ficou pálida, vi o momento em que ela fechou o olhos e caiu escada abaixou, corri ate ela gritando seu nome

— SAKURA.....