Go Home, Dominique escrita por Miss Jackson


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Por favor, não me matem pelo sumiço, sério ): Eu programei apenas dois capítulos porque tinha a esperança (que já se foi) de ter wifi em menos de duas semanas, maaaas como a vida não é um morango eu tô há um mês sem a porcaria do wifi ¬¬ Consegui, com muito esforço, vir pra casa dos meus padrinhos e cá estou eu postando. Quero agradecer pelos comentários nos capítulos anteriores e agradecer à mokoli-me pela crítica feita e por ter favoritado a história! Sério, ler a crítica me fez dar pulinhos de alegria. Estou muito feliz com o feedback de Go Home, Dominique, como já devo ter deixado claro, e faço questão de expressar no meu twitter (@radioactived) sçfns~fnl ♥ Quero agradecer também à minha diva-melhor-amiga-ídolo-esposa Mare di Stelle e à ACarolRM pelas recomendações feitas! Sério, eu amo vocês.
Preciso avisar que não vou programar nenhuma postagem porque já foi um sacrifício conseguir esse capítulo no meu Drive que tá SUPER desatualizado, os capítulos certinhos e atualizados ficaram no meu computador e o computador da minha madrinha não abre o arquivo nem a pau. Tive que me virar nos 30 pra deixar esse capítulo mais ou menos bom, embora o resultado não tenha me agradado muito... Bem, conto com vocês para expressarem suas opiniões.
Sem mais delongas, boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/677359/chapter/10

A semana passou rápido, e a chuva não deu trégua — não estou reclamando, porque essa chuva e o frio que veio em seguida foi muito agradável. Henry se recuperou rápido, pelo que me contou não teve mais surtos muito fortes, mas não posso dizer o mesmo de mim. Tracey, agora que viu que as coisas estão se acertando para mim, dobrou o tempo em que aparece para me incomodar, sempre mais cruel.

É sábado, e eu pretendia dormir até meio-dia, mas Tracey me acorda por volta das oito e meia da manhã.

— Acorde. Não é hora para você continuar dormindo — diz, puxando meu pé com força e me derrubando da cama. Meus olhos se arregalam e meu corpo dói por causa da batida contra o chão. Fantasmas e sua certa atração por puxar o pé das pessoas...

Seria cômico se não fosse trágico.

— Me deixe em paz — sussurro, me levantando preguiçosamente.

— Nunca — retruca ela com grosseria. Quando fito seus olhos quase consigo ver o fogo se acendendo neles.

Reúno todas as minhas forças para tentar ignorar o espírito da minha irmã me seguindo pela casa mesmo quando vou ao banheiro. Depois disso, sigo minha rotina monótona, indo tomar café. Preparo uma torrada e uma xícara quente de café, me sentando na mesa e mordiscando com desânimo. O tempo passa, e fico encarando a xícara fumegante enquanto ela esfria. Fecho os olhos, suspirando, quase dormindo ali mesmo. Gato salta na lixeira da cozinha, fazendo um barulho alto. Dou um pulo, sobressaltada, e olho em volta; Gato me olha como se pedisse desculpas, deitando a cabeça para o lado e ficando parado assim, como uma estátua. Deixo escapar uma risadinha e resolvo beber o café, fazendo uma careta quando a bebida entra em contato com meus lábios. Fria demais. A torrada também esfriou, de modo que sou obrigada a jogar fora.

— Viajando, como sempre. — A voz de Tracey sussurra em meus ouvidos.

Coloco um tênis velho e saio de casa, caminhando pelo pátio lamacento enquanto as finas gotas de água da chuva tocam minha pele. Fixo meu olhar no matagal nos fundos da minha casa quando passo por perto, e algo nele me seduz como nunca antes. Nunca me interessei por explorar o matagal, e minha mãe uma vez afirmou que não tinha nada de interessante, apenas animais peçonhentos e plantas.

, grita uma voz na minha cabeça. VÁ. VÁ. VÁ.

Quase em transe, me aproximo e adentro a mata. Logo no início o tênis que coloquei fica atolado na lama, como se fosse um sinal divino me dizendo para não seguir em frente.

Tire, agora a voz está sussurrando, e eu obedeço sem pestanejar. Arranco os calçados e sigo em frente, descalça. Quanto mais me afasto de casa, mais forte meu coração bate e meus pés se machucam. O que eu estou fazendo? Repito essa pergunta várias vezes em voz alta, mas não consigo achar nenhuma resposta. Por que estou entrando aqui?

Olho para trás e já não consigo mais ver a minha casa. Em frente, ordena a voz, e eu continuo obedecendo. As árvores enormes impedem que um pouco de claridade se quer entre no matagal, e a escuridão toma conta de tudo. Um vulto passa correndo na minha frente, me dando um susto e quase me fazendo cair, e depois ouço risadas femininas. A risada de Tracey.

Começo a correr, entrando em desespero. Preciso voltar para casa. Casa. Onde está a minha casa? Tenho um pressentimento que só estou indo mais longe, dando voltas nas árvores, pulando por cima de troncos caídos, tropeçando, caindo e depois levantando. Meus pés doem, estão machucados e sangrando, mas não paro. Sinto algo correndo atrás de mim, e é o que me motiva a não parar.

Acabo por tropeçar e, sem nem um pingo de coragem, fico caída no chão. A chuva está mais forte. Não consigo mais fazer nada, e começo a chorar como uma criança que se perdeu da mãe num supermercado, só que com mais pânico ainda.

Vá para casa, Dominique. Vá para casa.

Grito sem parar, implorando por ajuda, mas quem poderia me ouvir? Não tem ninguém por perto de casa e, mesmo que tivesse, eu já estou muito longe. Mesmo sabendo disso eu continuo gritando, até perder as forças e minha voz se tornar apenas um gritinho rouco e inútil. Será que vão procurar? Será que vou conseguir voltar para casa? Essas dúvidas só me deixam mais perturbada.

— Olhe só, uma garotinha perdida nesse inferno de árvores, plantas e bichinhos irritantes. — Tracey aparece, sorrindo com satisfação. Consigo sentir o veneno em sua voz, e nunca a odiei tanto como hoje.

— V-Você... — balbucio. Ela se abaixa, inclinando-se sobre mim. — Você fez isso comigo...

— Nah — responde, revirando os olhos. — Você fez isso com você mesma. Só dei um empurrãozinho.

— Por quê? — pergunto.

— Suas chances de ter uma vida feliz diminuíram bastante, você não acha? — Ela responde com essa outra pergunta, mas não obtém resposta. Não que eu acredite que ela esperasse uma, porque Tracey continua bem rápido: — Porque eu acho. Meu sonho se realizou, irmã, e agora você vai apodrecer aqui.

— Isso é cruel.

Ela faz uma careta, fingindo-se de pensativa.

— Verdade — concorda, e a palavra vem seguida de uma risadinha. — Quem liga? Eu não ligo.

Não respondo, e Tracey se levanta, chutando terra nas minhas pernas. Resmungo e tento levantar, mas meu corpo dói e implora por um descanso.

— Boa sorte. — E ela desaparece, tão subitamente quanto apareceu.

. . .

Eu adormeci.

Fico mais aterrorizada ao acordar e sentir um bicho gosmento, que não identifico, se arrastando pelo meu braço meu braço. Sacudo o braço violentamente, de olhos arregalados, e permito que meu olhar vagueie pelo lugar onde estou; árvores por toda a parte, de diversos tamanhos, como era de se esperar, e alguns vultos de animais rápidos passam por mim com frequência, me dando sustos. O dia está no fim, e minha esperança de voltar, também. A chuva parou e o chão está lamacento.

Meu corpo continua doendo, mas não tanto quanto antes, e eu me levanto. Estou imunda, cheia de lama e os mosquitos me atacaram, fazendo minha pele coçar. Vamos lá, Dominique, você precisa voltar para casa. Precisa tentar.

Me forço a caminhar, vez ou outra gritando por ajuda — uma ajuda que nunca chega. Meu estômago se contrai, fazendo barulhos altos por conta da fome, e a exaustão volta com força total quando caminho por vários minutos sem parar. As vozes continuam sussurrando coisas ruins para mim, me xingando e dizendo que nunca vou conseguir encontrar o caminho de volta.

Os grilos cantam, ouço também o croachar dos sapos e o resultado é uma canção agradável que me distrai um pouco da realidade que estou vivendo nesse momento. Em um galho baixo de uma árvore vejo uma coruja me observando com enormes olhos castanhos. Ela os fecha, provavelmente tirando um cochilo antes que a noite caia.

Devo ter caminhado por mais de meia hora, e quando me dou conta, já está de noite. Minha mãe já deve ter chegado em casa e provavelmente está pirando por não ter me encontrado... Droga, eu só decepciono a minha mãe. Isso me tortura muito. É tudo culpa minha.

Não seria melhor para ela se eu apenas acabasse com tudo?

As vozes sugerem isso às vezes, e na maioria não tem como ignorar. Já me cortei mais de uma vez, as cicatrizes permanecem, mas consegui parar de me cortar já fez um mês, por mais que continue tendo vontade. Isso dói demais, cada pensamento ruim que eu tenho, cada palavra que as vozes sussurram, cada aparição da Tracey. Passo boa parte dos meus dias me sentindo no fundo do poço, pensando em como a minha existência é desnecessária. Agora que conheci o Henry e a Alice eu pensava que tudo fosse melhorar, mas quem garante que vou vê-los outra vez?

Aceite sua derrota, minha própria mente fala. Passo as mãos nos cabelos, tentando em vão me manter calma.

— ALGUÉM AÍ? — grito. Sem resposta, é claro. — Que droga. Meu Deus, que droga! — Chuto uma pedrinha e acabo escorregando. Solto um gritinho e caio no chão, deslizando por uma ladeira cheia de lama e pedrinhas, ralando meus braços e minhas pernas expostas. Grito com o susto, e minha cabeça bate com tudo em uma pedra. — MERDA! — Tento me segurar em algo, mas estou deslizando cada vez mais e mais, e só paro quando a ladeira termina. Aperto os olhos com força, sem vontade de abri-los, e quando o faço me vejo em frente a um lago.

Espera, eu conheço esse lago!

Solto um suspiro de puro alívio. Até onde me lembro, esse lago vai até um campo perto da minha casa, eu só preciso segui-lo, não é tão longe — eu espero. Antes de seguir em frente me ajoelho na frente da água, pegando o líquido com as mãos em concha e jogando em meu rosto e meus braços. Bebo um pouco também, sedenta, e olho para o caminho que eu vou ter que seguir.

— Ok, Dominique — digo para mim mesma. — Vamos para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Não me abandonem, galera! Me contem tudo nos comentários, certo? :3 Acham que a Dominique vai voltar? O que acham que vai acontecer?
Volto logo. Me aguardem ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Go Home, Dominique" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.