Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 12
Capítulo: Novos amigos


Notas iniciais do capítulo

GAROTADANGO muito obrigada por sua graciosa recomendação.



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Web, Web, Web

Naruto é um sapinho

Pula, pula, pula

Bem rapidinho

 

O hanyou cantava sua música inventada, estando a caminho da aldeia.

Saíra pela porta lateral da casa, evitando ser avistado por alguém que estivesse no campo.

No caminho da floresta, realizava grandes saltos, sempre de quatro.

Interrompeu seu cântico quando escutou vozes, e logo seu corpo empalideceu.

Reconhecia vozes de crianças.

Recordava muito bem do que aconteceu da última vez que se deparou com um grupo de crianças.

— “Se controle Naruto! Não arranje mais problemas para o otou-san!”.

Arrumando sua postura, parou de saltar como sapo, e continuou seu caminho, movendo-se apenas sobre os pés.

Todavia, fracassou em ignorar o que escutava, seus pés cessaram o avanço.

Identificava não haver apenas crianças por perto, existiam risadas maléficas de pessoas mais velhas, e um choro.

— Continue andando, Naruto.

Sussurrou.

E andou.

Não mais rumando a aldeia, e sim seguindo as vozes.

Pressentia alguém em perigo, e queria ajudar.

De fininho, embrenhou-se no mato.

Levaram apenas três minutos para o hanyou encontrar os donos das vozes.

Eram três rapazes e duas crianças.

Não era uma cena agradável.

Escondidinho, assistia.

Do trio de rapazes, o que jazia no meio segurava um filhote de cachorro, pela pelagem mole da nuca e ameaçava balançá-lo.

— Aqueles dois...

O meio Yokai murmurou, surpreso.

Eram os dois meninos que foram na casa dele.

Inclusive, usavam os mesmos quimonos daquele dia.

Eles se mantinham de joelhos perante os mais velhos.

 

~

 

Shigure Takuo, de dezesseis anos, possuía cabelos castanhos, arrepiados e com uma faixa branca em torno da testa.

Por cima do seu quimono e hakama cinzentos, protegia-se com armadura de couro em torno do peito e quadris.

Seus amigos possuíam a mesma idade, eram irmãos gêmeos de estatura baixa.

Alcançavam os ombros de Shigure.

Seus rostos se ocultavam nas sombras vindas dos chapéus largos.

Trajavam o mesmo tipo de vestimenta do Tokuo.

O chapéu de Shigure estava nas costas preso ao pescoço dele por uma corda fina e branca.

Amedrontado, mantendo-se de joelhos, Chouji se curvou espalmando as duas mãos no solo.

De lágrimas e nariz escorrendo, implorava-o:

— Onegai, Shigure! Fizemos tudo, tudo mesmo. Não machuque o pobre Akamaru.

— Quieto sua banha de porco!

Gritou Shigure pisando na cabeça do Akimichi enquanto sacudiu o filhote canino acima da própria cabeça.

Akamaru, de pelagem branca e orelhas longas caídas, choramingou longamente.

Evidentemente, o animal jazia assustado.

O Inuzuka cerrou os dentes, detestando ver seu animalzinho daquele jeito.

Os irmãos gêmeos gargalharam.

— Quanto tempo passaremos por isso?! Já faz mais de um mês! — Kiba se desesperou.

Revoltado, Shigure encarou o Inuzuka, e interrogou-o:

— Está elevando a voz contra mim?

— Não... — Kiba diminuiu a voz, rapidamente. Qualquer irritação do Tokuo podia resultar em uma punição maior.

Uma lágrima desceu de cada lado do seu rosto, passando por cima de cada marca vermelha.

— Oww ele tá chorando. — Shigure usou uma voz de pena. — Vamos fazer ele beber o mijo do próprio cachorro!

Os dois amigos do rapaz riram, ansiosos em assistir.

Chouji tapou as orelhas com as mãos, atordoado encarava a terra, desejando que aquele dia acabasse logo.

— Com licença, o que está acontecendo?

A voz feminina veio do mato, das sombras da arvore mais próxima, surgia a imagem de uma mulher ruiva.

Ela cessou sob a luz solar, no caminho terroso onde se encontrava os outros.

Shigure e seus dois amigos ficaram de queixo caído.

Um deles elogiou:

— Que...que...mulher bonita...

— Arigatôu. — Ela agradeceu, sorrindo. Em seguida, observou os dois meninos menores. Percebeu que o olho direito do menino de marcas vermelhas, estava inchado. Preocupou-se: — O que aconteceu?

— Não...não está acontecendo nada... — Shigure respondeu, abaixando o braço e soltando o cachorro.

O filhote correu na direção de Kiba que o abraçou.

A ruiva ergueu uma sobrancelha, desacreditando.

E avaliando as vestimentas dos rapazes, perguntou-os:

— São guardas?

— Em treinamento, senhorita. — O que estava ao lado esquerdo de Shigure, respondeu. Apontando com o polegar, por cima do ombro, acrescentou: — Nossa área de treino é aqui perto... 

— Que tipo de treinamento é esse? — ela perguntou, alternando sua visão entre os dois meninos, e os três rapazes.

— Estávamos apenas brincando. Mas...Kiba acabou caindo e bateu o olho. Esses dois vivem caindo. — O Tokuo esclareceu, coçando a cabeça. — Não é, meninos?

A olhada que ele lançou fez Kiba e Chouji gelarem.

Os dois menores assentiram.

A ruiva expressava estranheza.

O rapaz ao lado direito de Shigure, observando a vestimenta dela, interrogou-a:

— Desculpe....mas esse símbolo é de quem habita a casa do damyo?

Seu irmão gêmeo e Shigure logo arregalaram os olhos, eles não haviam percebido.

Ela olhou para o próprio peito, observando o símbolo, assentiu antes de retornar a fitá-los.

E aproveitou para compartilhar:

— Sim, o marido de Kus...Kuna é próximo do damyo.

— Quem é Kuna? — Shigure perguntou.

A ruiva piscou duas vezes, e respondeu:

— Eu. Sou...eu. Meu...marido veio realizar uma verificação na cidade. Eu passeava.

—Onde está sua dama de companhia? — o Tokuo perguntou, era o único duvidando.

Os gêmeos receavam desagradar uma presença importante, por isso não arriscavam expressar desconfiança.

A ruiva emudecida olhou ao redor e respondeu:

— Kuna. Digo, Eu. Me perdi dela, resolvi voltar...pra aldeia, mas escutei vozes, vim ver o que era. Meu marido não gostará de saber que guardas em treino perdem tempo brincando. Tem meninos mais novos que levam mais a sério o posto de guarda.

— Não se repetirá senhorita Kuna, sinto pelo inconveniente. — O gêmeo à direita do Tokuo, dissera imediatamente. — Se me permite perguntar, seu marido tem ligação com a força militar?

— Tem sim, tomará chá com o damyo hoje, o damyo vai presenteá-lo com número de guardas.

Os gêmeos boquiabertos perderam a voz.

Shigure cerrou os dentes, algumas gotas de suor indicavam que ele já temia desagradar aquela presença feminina.

Mesmo que ainda restasse incerteza, se pouparia de risco de ofender alguém importante.

— Senhorita, Kuna. Você é estrangeira? — um dos gêmeos perguntou. — Não há ruivas como a senhorita na aldeia, e você tem dificuldade na fala.

— Sim...eu sou. — Ela olhou para os meninos menores que continuavam quietos. — Vou acompanha-los para a aldeia.

— Podemos fazer isso, senhorita Kuna. — Shigure voluntariou sua turma.

Os gêmeos rapidamente assentiram.

— Não precisa, retornem para a área de treino. — Ela usou um tom gentil. — Ninguém mais vai saber o que aconteceu, contanto que se foquem no treino.

— Sim senhorita! — os gêmeos agradeceram.

Shigure se curvou em gratidão.

Ela segurou os meninos mais novos, pela mão de cada um e começou a puxá-los.

Após a ruiva se distanciar mais de vinte metros do trio de rapazes, Chouji olhou por cima do ombro e percebeu que eles continuaram parados no mesmo lugar, discutiam algo entre eles.

A mulher esperou ficar um pouco mais longe até entrar nas sombras das árvores.

— Muito obriga...

O Akimichi interrompeu seu agradecimento.

A mulher soltou a mão dos meninos e caiu de quatro no chão.

No segundo seguinte, uma fumaça emergiu acobertando-a inteiramente.

Kiba apertou Akamaru com os dois braços contra o peito.

Os dois meninos recuaram sem desgrudarem as vistas da fumaça, e quando ela se esvaiu, tiveram a imensa surpresa: a mulher se transformara no hanyou.

De quatro no chão, o loirinho suava bastante.

Ofegando, o meio yokai falou:

— Droga...Naruto precisa de um descanso, já se transformou demais por hoje.

Havia se enganado com seu potencial.

A quantidade de energia gasta dependia também da forma que assumia.

Foi a primeira vez que se transformou em um corpo adulto.

O que o ajudou a montar o visual foi se lembrar do símbolo presente na vestimenta do cobrador de impostos.

Também recordou de Ebisu se gabando por receber presente do Damyo.

Pensara rápido em inventar que ser alguém próximo do Senhor feudal seria útil.

Ficando de pé, sorriu sem graça olhando pros meninos, disse-os:

— Puxa, além de cansativo, é difícil falar como gente grande.

Seu sorriso sumiu depressa, por que tudo o que viu foi dois meninos apavorados.

— Vamos embora, gordo! — Kiba gritou, correndo.

— “Ih vai começar, Naruto lembrou...só Hinata gosta do Naruto, as outras crianças não.”.

O meio yokai pensou, de coração ferido.

Seria legal ter um amigo menino.

Chouji continuou imóvel, seu olhar de horror, de modo gradual desaparecia.

Foi apenas um susto momentâneo.

As orelhas do hanyou caíam lentamente, em sinal de profunda tristeza.

O Uzumaki Namikaze abaixava seu olhar, evitando encontrar o medo nos orbes castanhos do Akimichi.

— Você nos salvou. Mu-muito obrigado. — Chouji agradeceu, curvando-se.

As orelhas peludas logo ficaram de pé, e os orbes azulados se arregalaram.

Ao encontrar novamente o olhar do Akimichi, não havia rastro de medo.

Espantado, perguntou-o:

— Não vai fugir do Naruto?

— Não. — Chouji coçou a bochecha direita. — Você não é mal, é?

Seriamente, o loiro segurou o coração, respondendo:

— Naruto não é mal, Naruto jura.

— Então tenho certeza que não vou fugir. Você me salvou afinal. —Curvou-se outra vez, agora para se apresentar: — Meu nome é Chouji Akimichi.

O meio yokai feliz começou a dançar, mudando seu peso corporal de uma perna a outra.

Achando engraçado, Chouji perguntou:

— O que está fazendo?

— Naruto não sabe direito, Naruto está feliz. Seu nome é bonito. Naruto Uzumaki é o nome do Naruto! — apresentou-se sem parar sua dancinha.

— É...eu já sabia, e seu nome é bonito também.

— O que está fazendo, gordo?! — era a voz do Inuzuka.

Kiba no meio da fuga, regressou e foi verificar se o Akimichi ainda estava vivo.

Durante os dias de humilhação pela turma de Shigure, reconhecia o esforço que Chouji fez para salvar Akamaru, sendo assim, ao menos devia tentar salvá-lo da praga agourenta que era o hanyou.

Entretanto, surpreso, avistou o Akimichi conversando com o meio yokai.

— Estou conhecendo o Naruto. — Chouji se volveu na direção de Kiba. — Ele nos salvou, quero ser grato.

— Você não viu do que ele é capaz? Ele é um demônio! Mudou de forma!

— Ele só mudou de forma, não nos machucou, mudou de forma para nos salvar. — Chouji falou. — Ainda que Naruto fosse mal...a turma do Shigure me assusta mais.

O olhar doloroso do Akimichi atingiu o coração do Inuzuka.

— Todos da aldeia sabem que Naruto foi inocentado, e por uma Hyuuga... — Chouji mencionou. — ...não acho que uma Hyuuga mentiria, vejo que não tem mais sentido eu evita-lo.

Àquela altura, os olhões do hanyou reluziam feito estrelas.

O meio Yokai abraçou o menino gordo por trás, esfregando sua bochecha nas costas do Akimichi.

Chouji sorriu, o hanyou era uma criatura fofa, na primeira vez que o viu, seu medo impediu que reparasse naquela característica encantadora.

Kiba observou a cena, relutante.

Akamaru se agitou em seus braços.

Desentendido, deixou o animal no solo e o canino correu na direção dos outros dois.

Naruto sentiu o cheiro do quadrupede e se afastou do Akimichi, ficou de quatro no chão.

Pusera o rosto bem pertinho do focinho de Akamaru.

O filhote de cachorro cheirou a ponta do nariz do hanyou e em seguida, cheirou cada bochecha.

O pequeno Uzumaki Namikaze soltou uma risada, sentindo cócegas.

— Animalzinho engraçado e bonito. Prazer Akamaru, Naruto Uzumaki é o nome do Naruto.

Não demorou muito e Akamaru já estava em cima do meio yokai que virara de costas no solo.

O loirinho ria com o cachorro em seu peito, era bombardeado com vários lambeijos na face.

O rabo de Akamaru sacudia tanto quanto a cauda do meio yokai.

— Ele está agradecendo por tê-lo salvo. — Chouji avisou e depois olhou para o Inuzuka que lentamente se aproximava. — Não é Kiba?

— É sim...

Respondeu o dono do cachorrinho, sem desprender sua visão da cena do hanyou e Akamaru se divertindo juntos.

 

~NH~

 

Após brincar com Akamaru, o hanyou descansava sob uma arvore, ao seu lado Chouji sentava, enquanto Kiba se assentava mais afastado, de frente para os dois, estando o pequeno canino entre eles.

Naquele momento, o loirinho escutava atentamente os fatos contados pelo Akimichi:

— Teve um dia que Kiba e eu tomávamos banho no rio. Tem umas donas que deixam panos para a gente se enxugar, mas um dia, por engano pegamos uma capa, pertencia ao Shigure, depois de nos enxugarmos esquecemos ela no chão. Quando descobrimos que a capa não era o pano para a gente se enxugar, era tarde demais. Shigure descobriu que foi a gente. Daí ele raptou Akamaru e falou que só ia devolver se fizéssemos várias coisas. Ele passou a humilhar a gente. Nos ameaçava com frequencia, por isso nunca dissemos para nossas famílias.

— Tudo por causa de uma capa? — perguntou o meio yokai. 

— Era a capa preferida dele. — Chouji bufou. — E ele também nunca suportou crianças.

Indignado, o filho do artesão-camponês declarou:

— Que coisa, crianças são divertidas, Naruto sempre quis ter crianças por perto, o sonho do Naruto é elas não fugirem do Naruto, Naruto é bonzinho.

Kiba fechou os olhos por um momento.

E o Akimichi lamentou imaginando que o meio yokai era muito sozinho.

— Sabe Naruto... — Chouji colocou uma mão no ombro do hanyou. Seu peito ardia. — ....quando Kiba e eu fomos a sua casa naquele dia, realizávamos mais uma prova ordenada por Shigure....você perdoa a gente?

— Sim! — o meio yokai respondeu, velozmente. — Kiba e Chouji podem ir para a casa do Naruto de novo?!

— Pode ser...eu gostaria. — O Akimichi respondeu. 

A cauda do hanyou se agitou.

Kiba permaneceu mudo, assustado pelo hanyou perdoá-los tão fácil.

Depois de tudo....

Olhando para o lado, focando a vista em alguma região do mato alto, respondeu:

— Bem, Akamaru sentirá falta de você....talvez eu vá.

Mesmo não sendo um sim, a felicidade do Uzumaki Namikaze era completa.

O loirinho se levantou e começou a se agitar todo, realizando sua dancinha de alegria.

Chouji riu enquanto Akamaru correu em torno dos pés do hanyou.

— Uh! — de repente, o meio yokai parou fazendo Akamaru cessar. — Naruto tem que chegar na casa da Hinata, por que Kiba não vai com Naruto? Ela tem um remédio bom e vai sarar o olho inchado rapidinho.

— Não, vou ficar melhor logo. — Kiba se levantou, e pegou Akamaru no colo. — Se você tem que ir, nos vemos outro dia.

— Amanhã? — Naruto perguntou.

— Bem...amanhã é outro dia, então talvez.

— Yupi! — o loirinho deu um pulo, bem alto, surpreendendo os meninos. Com os pés de volta ao solo, esfregou a cabeça do canino. — Até mais Akamaru, cute, cute.

Kiba esboçou um sorrisinho que sumiu antes que o meio yokai percebesse.

Mas Chouji notou. E ficou contentado.

Naruto se volveu ao Akimichi que já estava em pé, abraçou-o fortemente.

Ao se afastar dele, apertou as bochechas de Chouji, elogiando-as, frisando o quanto eram grandes e rechonchudas. 

O Akimichi corou, além de seus pais, o loiro foi o único a achá-las bonitas. 

O hanyou partiu olhando várias vezes para trás, dando tchau aos seus novos amigos.

Eles talvez ainda não o considerassem amigo, mas Naruto não ligava, já os trataria como amigos.

 

 


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