Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 10
Capítulo: Futuro (parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Capítulo alterado no dia 30 de maio de 2021, às 18: 21



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A menina Uzumaki abraçava o embrulho contra o peito.

Pretendia escolher uma região da floresta, onde pudesse desembrulhar o presente sem ninguém estando perto.

Durante o caminho pela cidade, optou ir por onde não encontraria nenhuma criança que a chamasse.

Nas férias, chegava a brincar com algumas crianças de Konoha.

Não mantinha contato com elas quando retornava à cidade grande.

Não eram amigas, todavia elas lhe tratavam com educação.

Apenas esse simples detalhe, tornava as crianças de Konoha companhias infinitamente apreciáveis, diferente de seus colegas da escola.

Como seu ruivo forte e seus orbes escarlates, não era novidade na genética dos habitantes de Konoha, suas características não se tornavam alvo de bullying.

As crianças da pacata cidade eram do tipo que precisavam apenas de mais pessoas para complementar as brincadeiras, as quais, em maioria, fundamentavam-se em formação de times.

Qualquer outra criança era bem vinda.

No presente, Karin se isentava de brincar de qualquer coisa.

Também ficou longe de conhecidos de sua avó, aliás, todos da cidade a conheciam, mas havia os que eram próximos dela.

Avançava por uma região periférica de Konoha, correu ao avistar a floresta.

Antes, teria que passar pela ponte amadeirada de parapeito balaustrado, ela passava por cima do canal a cruzar seu caminho.

A ponte realizava uma curva convexa, e quando a ruiva passava pelo topo, cessou seus pés, mantendo seu abraço ao embrulho.

Seu rosto virado para o lado avistava uma escadaria a passar sobre o canal, aproximadamente, vinte e dois metros de distância.

Ela conhecia aquela escada, os degraus conduziam a um torii, portão comumente pintado na cor vermelha, composto de dois pilares posicionados na vertical, e unidos no topo pelo kasagi, uma trave em horizontal, sendo mais larga que a distância entre os dois pilares.

O torii marcava a entrada de um santuário, ou a proximidade de um, ligado à tradição xintoísta.

E Karin sabia que além do torii, chegaria ao templo que sua avó frequentemente visitava.

Pensativa, a ruiva retornou a fitar o caminho à frente, o final da ponte, além dele alcançaria a floresta.

— “No templo não dá quase ninguém mesmo...”.

Ela pensou, regressando seus passos, saindo da ponte e caminhando na direção da escada.

Abriria o presente da avó, em um lugar querido por ela.

Sorriu.

Decorrido alguns minutos, empós alcançar os degraus, via-se segurando a mão de sua avó, e as duas conversando alegremente enquanto subiam.

— Me perdoe, obaa-chan. Eu devia tê-la acompanhado mais vezes por aqui.

Das poucas coisas que não gostava de fazer com Mito, era visitar o templo.

Por que a avó após chegar ao local sagrado, mantinha-se em demorado tempo em silêncio, entediando a neta.

Agora mais do que tudo, a pequena Uzumaki gostaria de saber o que tanto sua avó pensava em sua muda oração para o templo.

— Ei, aquela não é a Karin?

Os músculos da Uzumaki travaram, era a voz de um menino, descendo a escada.

Ele estava acompanhado de um amigo que disse:

— Vamos falar com ela.

A ruivinha engoliu a seco, parou em um patamar, apertando com mais força o embrulho contra o peito, e firmou sua vista nas águas do canal.

Quando eles chegaram perto, ela disparou em corrida, subindo a escada, desesperada.

— Karin?!

— Deixe ela, ainda deve estar de luto, coitada.

Ela escutou-os.

Após passar sob o torii, ofegante ela se curvou, sentindo o suor escorrer aos litros pela face.

Escutou o barulho de passos, mas não vinha da escada, e sim de uma parte do templo.

Era um casal, eles saíam do haiden, o edifício de teto triangular, dedicado às orações e rituais dos fiéis. Era o compartimento mais bem decorado do templo.

Atrás do haiden, em um solo mais elevado, Karin avistava parte do honden, considerado a parte mais sagrada do templo, responsável por guardar em um altar, algum objeto sagrado representando uma divindade.

Apenas a entrada de sacerdotes era permitida ao honden.

O casal atravessava o solo plano e amplo, em direção da escada.

Karin se distanciou dos degraus, e sentou no banco de cimento grudado no guarda-copo também de cimento do parapeito a contornar o solo circular no qual o templo se incluía.

Os dois adultos cumprimentaram a ruivinha, por meio de sorrisos e assentimentos, não pararam de caminhar, de mãos dadas, iniciaram uma afável conversa enquanto desciam os degraus.

Karin não os achou familiares, crer que eram conhecidos de sua avó.

A Uzumaki enfim entregou atenção total ao seu embrulho.

Desfazendo o nó, colocou as mãos na tampa da caixa, e antes de erguê-la, um barulho fez sua face se erguer.

Uma raposa vermelha saía do haiden, ela mastigava algo e as orelhas se empinavam, os olhos brilhantes e negros, parecendo duas perfeitas amoras, focaram-se na Uzumaki.

O focinho tremulou, curioso.

— Que pêlo bonito. — Karin elogiou em um murmúrio, vendo o quão limpo e brilhante jazia sob a luz solar.

Fez menção de se levantar, contudo o mínimo movimento fez o animal contornar o templo e saltar o parapeito.

A Uzumaki freou a vontade de correr atrás do animal, sequer entendeu por que cultivava aquele desejo, retornou a se focar no presente de sua avó.

Sorriu.

Destampou a caixa.

Seus rotundos vermelhos reluziram.

— Que lindo.

Ela elogiou, maravilhada.

Era um cordão com uma pedra cristalina, em uma extremidade era pontuda, na outra, cilíndrica.

Pusera o cordão em torno do pescoço e apertou a pedra cristalina com a mão direita, fechando os olhos, sorrindo meigamente.

Deitou-se de lado no banco, sem largar seu presente, relembrava seus melhores momentos com Mito.

Serenamente, adormeceu após alguns minutos.

 

~NH~

 

Quando Karin despertou, passava da hora do almoço, mas jazia sem fome.

E sem vontade de retornar para casa.

Sentando no banco, bocejou e esticou os braços para os lados, depois encaixou suas mãos, de palmas voltavas opostamente ao rosto, estalando seus dedos.

Saindo do banco, avistou o embrulho do presente pelo chão, longe do assento.

Durante seu sono, o tecido caíra e fora arrastado pelo vento.

Após juntá-lo, enfiou-o na caixa, e empós tampá-la, rumou à escada.

Não fugiu mais das pessoas, em seu calmo passeio, foi parada umas cinco vezes e recebeu os desejos de pêsames com educação; em resposta, assentia e sorria gentilmente.

— Olha quem está aqui, o pequeno tomate.

Dissera o próximo a interceder no caminho da pequena Uzumaki.

Era um homem negro de estatura baixa, óculos escuros e lentes quadradas; roupa amarela aberta com listras laterais marrons, sandálias quadradas e de madeira, seus cabelos escuros se organizavam em castas de dreads curtos.

De modo rápido, Karin o reconheceu:

— Senhor Chen.

— Senhor é meu papito que já morreu, mas sou seu amigo Chen. — Ele corrigiu animado, segurava um carrinho de mão. — Estou indo comer melancia com minha neta na beira do mar, vem com a gente.

— Sua neta... — Karin sussurrou, e então viu uma menina se inclinar pro lado.

A criança estava no carrinho de mão, e acenou para a Uzumaki.

— Não sabia que eu tinha uma neta? —ele supôs pela expressividade da ruiva. — O nome dela é Azami, tem quatro aninhos.

— Olá. — Azami cumprimentou sem parar de abanar a mão.

Usava macacão amarelo de listras laterais marrons, combinando com as vestes de seu avô.

Sua pele era clara, suas íris cinzas contendo pupilas negras; seus cabelos castanhos amarrados em um rabo de cavalo, e uma franja na lateral direita, alcançando o ombro.

A ruivinha correspondeu ao aceno.

— Como vai? — Karin perguntou.

— Bem! Suba aqui! — Azami ansiava em se amigar com a pequena Uzumaki.

— Estou indo... — Karin avançou, mas cessou dando uma última olhada em Chen: — O senhor tem certeza?

— Claro tomate, foi eu quem convidou. — Ele ligou o rádio pequeno preso no lado direito de sua cintura. E ao som de balada, adicionou: — Suba em sua carruagem, mademoiselle.

Karin esticou os lábios e avançou, colocou sua caixa no carro de mão, e subiu sendo cuidadosa ao se acomodar entre algumas melancias.

Azami foi para seu colo, abraçá-la.

— Que cordão bonito.

A pequenina elogiou.

— Obrigada, é um presente especial. — Karin respondeu pondo uma mão sobre os cabelos da menor.

 

~NH~

 

No decorrer da ida, Karin ansiava em ver o mar, sentia-se à vontade com o rumo de seu passeio.

Chen era o vendedor de frutas preferencial de sua avó.

Um senhor de muita energia.

Durante as manhãs, ele puxava o carro de frutas para a casa de Mito.

Nas férias, Karin acordava tarde, nas ocasiões que chegou a vê-lo, ele ia embora, apressando-se pra encontrar o próximo cliente, enquanto Mito balançava a mão em despedida.

Nas poucas vezes que ele chegou a ver uma sonolenta Karin, cumprimentava-a com um aceno e um alto “Tenha um bom dia, tomate.”.

Ele a chamava de tomate pelo mesmo motivo que Karina: quando Karin era mais nova, o cabelo era ainda mais curto, quase todo redondinho.

O mar se elevava no horizonte.

Karin brincava de bater palminhas com Azami.

Chen diminuiu a música do seu radinho, e lembrou-se de dizer:

— Eu lamento pela sua vó, tomatinho.

— Está tudo bem. — A Uzumaki respondeu, sem parar a brincadeira.

— O que aconteceu com a vó da Kari-chan? — Azami perguntou.

— Ela morreu. — Karin respondeu.

A menina interrompeu a brincadeira, abraçou a ruiva.

A Uzumaki acarinhou os cabelos castanhos.

Chen sorriu, assistindo a cena por cima do ombro, retornando a olhar pra frente, compartilhou:

— Eu fiz a oferenda ao templo, a mesma que dona Mito costumava fazer.

Karin se alegrou em saber.

Sua mãe e seu tio eram desligados da tradição que Mito seguia, eles jamais saberiam montar a oferenda que ela compunha toda semana.

Entristecida, pensou:

— “Assim como eu...”.

Pelo fato de Chen não ser um parente e conhecer o hábito de Mito, ganhou o coração de Karin.

Envergonhada, disse-o:

— Ela ficaria feliz por isso, obrigada. Se...se...puder me ensinar sobre o que ela costumava pôr na cesta...eu nunca reparei. Não gostava muito de ir ao templo com ela...

— Será uma honra, mademoiselle.

Karin esboçou gentil sorriso, continuou acarinhando os cabelos castanhos de Azami.

A neta de Chen espremia uma bochecha contra o peito da Uzumaki, seus bracinhos a apertavam fortemente.

A ruiva comentou:

— Avistei uma linda raposa vermelha saindo do templo.

— Raposa vermelha! Que inveja, é um sinal de muita sorte. — Chen falou.

— Eu não sabia.

— Pouca gente sabe. Quando me mudei para Konoha, durante a reforma, encontrei uns poemas antigos guardados em uma caixa. A veneração à raposa é explícita em todos os textos. — Parou de puxar o carro de mão, curvou-se para retirar as sandálias de madeira.

Azami se desprendeu da Uzumaki, e ao perceber que o avô já pisava na areia, saltou do carro de mão. Estendeu os braços pro alto, pediu à ruiva:

— Joga uma melancia, Karin-chan.

A Uzumaki se virou no carro de mão, avistando o mar. Sorriu por um momento, fechando as pálpebras e se permitindo ser envolvida pelo vento suave.

Atendeu ao pedido de Azami, pegou uma melancia e cuidadosa se curvou na borda do transporte, repassando a melancia à menina.

Karin imitou o modo como Azami desceu: sentando na beira do carro de mão e depois saltando à areia.

Firmando suas íris vermelhas nas águas azuis escuras, andava em direção delas, e cessou na margem, na areia umedecida.

Apreciando a vista, junto com a sequencia de vento a sacudir os seus curtos cabelos.

Retirou seus tênis cinzentos e meias, segurou-os pelos cadarços pretos, na mão direita.

Enterrou seus pés na areia, moveu seus dedos sem parar, sacudindo a areia entre eles.

Após alguns minutos, escutou o chamado:

— Karin-chan! Vamos começar!

A Uzumaki virou o rosto pro lado, em seguida, virou mais um pouquinho e avistou Azami lhe acenar com a mão direita para o alto, na mão esquerda, a menor segurava uma venda.  

Karin analisou uma melancia ser postada no meio de uma toalha estendida.

Ao lado, uma tigela grande.

Chen retirou um bastão de baseball do carro de mão, e convidativo olhou na direção de Karin, convidando-a.

Para a ruivinha se tornou óbvio que eles brincariam de suikawari cujo objetivo era destruir a melancia de olhos vendados, quem a destruísse mais, venceria.

Karin se volveu a eles, durante seu avanço, largou os tênis na areia.

 

~NH~

 

A brincadeira havia sido ótima, Karin vencera.

Chen jogou na tigela os pedaços de melancia que ficaram na toalha, assim aproveitariam os pedaços para consumo.

Os três comeram sentados mais próximos do mar.

Um clima muito alegre se interpunha entre eles.

De estômago cheio de melancia, Chen e Azami descansaram durante uma hora, e na sequencia, resolveram entrar na água, retiraram suas vestes, revelando que por baixo, usavam roupa banho.

Karin optou em permanecer na areia, não trouxera sua caixinha de óculos e também não tinha roupa de banho.

O calor era a única coisa que a incomodava.

Levantou-se e foi passear pela praia, passou um tempo perto de algumas rochas, obtendo maior vista da praia.

Mais tarde, encontrou-se novamente com Chen e sua neta, os dois se enxugavam se preparando para irem embora.

— Karin-chan, pensei que tinha ido sem a gente. — Azami correu para abraçá-la.

A Uzumaki já entendia que a pequenina sempre encontrava um motivo para abraçar.

Acarinhando a cabeça dela, falou-a:

— Eu sinto muito não avisar, foi apenas um passeio.

— Ainda bem que está bem. Por aqui é seguro, mas nunca se sabe. — Chen falou colocando a toalha em torno do pescoço. —Vamos indo meninas. — Regressaria apenas com seu short de banho e chinelas.

Karin ajudou Azami a subir no carro de mão.

Em breve, negou-se a ir com eles, avisando:

— Ficarei mais um momento na praia. — Carinhosamente, observando Chen, disse-o: — Agradeço por me trazer aqui.

Chen ergueu as sobrancelhas, perguntando-a:

— Tem certeza?

— Sim. Deve ser apenas meia hora de caminhada. Retornarei para casa, antes de escurecer. — Apontou com o polegar por cima do ombro. — Tem alguns amigos meus, vou brincar com eles.

Chen observou a praia, ainda tinha famílias por ali. Assistiu dois meninos aos quais a ruiva apontou com o polegar, eles lançavam uma bola de praia um para o outro.

— Então até amanhã, tomate, vou levar de manhã cedo uma melancia maravilhosa para a casa de sua avó, como prêmio para a campeã.

A Uzumaki corou um pouquinho e assentiu.

— Acordarei cedo para recebê-lo, senhor Chen.

Azami estendeu os braços, curvada na borda do carro de mão, queria abraçar a ruiva uma vez mais, Karin acatou ao pedido gestual da menina e deu o último abraço do dia.

Após a partida de avô e neta, a Uzumaki retornou ao seu passeio na praia.

Passou distante dos meninos a brincarem com a bola.

Eles eram os mesmos que a avistaram na escada do templo.

Eles notaram a presença da Uzumaki, mas não a chamaram. Desconfiavam que ela fugiria de novo. 

Karin mentiu sobre ir brincar com eles, apenas para deixar Chen tranquilo.

 

~NH~

 

A Uzumaki passou um tempo fora da areia, descansando sob as sombras de algumas árvores, e retornou para perto do mar quando o pôr do sol se aproximava.

Descalçou-se de novo, sobre a região úmida da areia, afundando os pés nela ao sentar de pernas dobradas, em seguida, esticou-as.  

Também afundou suas mãos na areia úmida, e ficou observando o céu.

Havia menos gente na praia.

Nas proximidades da Uzumaki, mais ninguém.

Porém, caso ela olhasse à direita, avistaria de longe uma família composta de pais e dois irmãos.

Aparentemente, eles faziam um piquenique.

Se Karin virasse o rosto à esquerda, na água avistaria uns pontinhos se mexendo, era um grupo de amigos, talvez adolescentes.

A menina manteve a vista ao céu, avaliando a forma das nuvens.

— Obaa-chan, devíamos ter nos divertido aqui.

Teria sido maravilhoso.

Quando o céu começou a ganhar a coloração da despedida do sol, Karin conservava seu apreço pela paisagem, em um sorriso e no brilho singelo de suas íris.

Seu momento sozinha foi interrompido.

No mar, em sua direção, era encarada.

Um menino.

Um estranho menino.

Os orbes arroxeados, os cabelos azul-claro, quase brancos, eram curtos em linha reta, a franja se dividia em vários espaços na forma de “V”, de vértices para cima.

Reparando bem, Karin pudera ver um dentinho para fora da boca do menino, mesmo ele mantendo os lábios cerrados.

Aquela aparência não era familiar, a Uzumaki não conhecia nenhuma família da pequena cidade a possuir tais características.

— O que há?

Ela perguntou estando desconfortável pela encarada que ele a lançava.

O menino sequer piscava.

Ele ergueu o queixo, seus rotundos arroxeados miraram no par escarlate de orbes da menina.

Foi aí que Karin percebeu que antes ele não olhava para sua face, e sim para o seu colar.

— É muito bonito! — ele exclamou, e perguntou: — Posso ver de perto?!

Receosa, a ruivinha segurou a pedra de cristal, questionando-o:

— Você é novo em Konoha?!

— Konoha? — ele entreabriu os lábios, olhou em volta, estranhando. A seguir, voltou a fitá-la, respondendo-a: — Não eu não moro aqui. — Mirando a mão da ruiva que cingia a pedra de cristal, pediu mais uma vez: — Deixa eu ver o cordão?! De pertinho?!

Karin franziu o cenho, e resolveu assistir o pôr do sol em outro lugar.

Caminhando, alguns minutos depois, ao espiar o mar, percebeu que o menino continuava na água, e ele nadava para onde ela ia.  

Incomodada, a Uzumaki correu com toda sua velocidade disponível, e após alguns minutos, já se aproximando daquele grupo de amigos os quais saíam da água, cessou ofegante.

Retornou a encarar a água, e se aliviou a não ver mais o menino perto.

Sentou na beira do mar, e pôde apreciar o pôr do sol em paz.

Ou melhor, quase.

Antes de o sol sumir por completo no horizonte, ela notou que esquecera seu tênis, chateada, refez seu caminho, temendo se deparar com o menino estranho.

E quando chegou no lugar de antes, seus calçados se ausentavam.

— Droga, tenho certeza que ele pegou.

Embravecida dissera.

Não perderia tempo procurando por ele.

Partiria da praia antes que o céu ficasse totalmente escuro.

Todavia, algo desagradável ocorreu, bastou virar as costas para o mar, e nos cinco segundos decorridos, foi atingida no meio de sua coluna.

Caiu de quatro na areia, soltando um gemido choroso enquanto fechava os olhos com força.

Seus óculos chegaram a escorregar pelo nariz. Empurrou-os de volta quando ficou de joelhos na areia.

Localizou uma concha a apresentar uma mistura de cores, branco e lilás.

Segurou-a, pondo-se de pé.

Alguém havia atirado aquela concha nela.

Enquanto segurava a peça endurecida, e bonita, sua outra mão massageava o local onde foi acertada.

Virou-se para o mar, não havia ninguém nele.

E ninguém próximo para acertá-la com tanta força.

Considerou que fosse aquele menino, ele devia ter se enraivecido por não ter visto seu cordão de perto.

— “Mas...ele não seria tão rápido assim em se esconder...”.

Pensou enquanto continuava indo embora da praia, ainda olhou para trás umas duas vezes, acreditando que o menino pudesse estar escondido sob a água, contudo como não apareceu ninguém, certificou-se de que não havia ninguém perto.

Ele não conseguiria se esconder por muito tempo sob a água.

 

Levava a concha consigo, achara-a bela demais para deixá-la na praia.

 


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