Love Never Dies - Snamione escrita por Miss Greyjoy


Capítulo 1
Love Never Dies - Snamione


Notas iniciais do capítulo

Heeey, essa fic estava programada para ser postada há dois meses, mas fim de ano/começo de ano é beeem hard, mas está ai. Espero que gostem e comentários são bem-vindos. Obrigada! ♥



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Aquele seria o primeiro ano em que Hermione lecionaria Defesa Contra as Artes das Trevas para os aprendizes de bruxaria de Hogwarts. Aquele ano, porém, seria ainda mais especial, pois daria aulas aos segundos filhos de Harry e Rony, além de tantos outros herdeiros de heróis da Segunda Guerra Bruxa.

Se a jovem bruxa tivesse aceitado o pedido de namoro de seu amigo ruivo, quem sabe neste ano ela também lecionasse para suas próprias crianças? Sempre sonhara com meninos e meninas com cabelos cor de fogo correndo pela casa, desde o terceiro ano, quando ficou claro para ela mesma sua paixonite por Ronald. Em outras épocas, o Weasley mais novo se ajoelhando em sua frente e lhe pedindo em namoro fora seu sonho, mas depois que percebeu que ele não era o que ela queria...só não conseguia se perdoar por negá-lo com tanta secura em sua voz. Não queria ter dito daquela maneira, mas uma hora ou outra, ele teria que entender que o coração da bruxa mais inteligente da sua idade pertencia a outro.

E esse outro já não estava mais entre eles.

O que era só uma admiração mútua de aluna e professor acabou virando um amor, que mais tarde, virou paixão. Para ambos. Desde o primeiro ano da jovem, o carrancudo Mestre de Poções já não conseguia tirar os olhos dela. Em todas as aulas, os olhos negros esperavam ansiosamente a mão da grifinoriazinha insolente se levantar e como sempre, dizer a resposta correta. E assim era feito, todo santo dia. Hermione chamava mais a atenção de Snape do que imaginava.

Mas agora, tudo isso era só um amor que há 19 anos havia morrido. Todas as juras de amor não ditas, todos os presentes nunca comprados muito menos todos os beijos não roubados agora faziam parte do maior “e se...” da jovem.

Sentando-se na mesa dos professores, ao lado da diretora, que estava mais do que feliz de receber sua ex-aluna mais brilhante como nova professora, olhou em meio à multidão os novos rostos. Tudo aquilo lhe lembrava o seu primeiro dia em Hogwarts, quando fora ela que se sentara no banquinho e teve o destino escolhido pelo velho Chapéu Seletor. Ela não se lembrara de ter visto isso, mas quando o objeto em sua cabeça exclamou “Grifinória!”, um certo diretor de outra casa soltou um muxoxo de desaprovação. Uma garota brilhante...indo para a casa que ele mais detestava. Que horrível.

Quando um certo menininho de olhos verdes subiu a escadaria, ela já soube de onde puxara aquele olhar. Aquilo era uma perfeita miniatura de Harry, só que sem os óculos. O garoto parecia nervoso, e ela desejou poder ir até lá e passar a mão em seus cabelos, idênticos aos do pai, e confortá-lo. Ao menos dizer que estava tudo bem. Mas ela se controlou – e muito – para não dar uns bons safanões no chapéu quando este bradou “Sonserina!” para toda a escola. Desconfiava que Potter torceria o nariz quando soubesse. E por intuição, ela sabia que estava certa. Depois disso, subiram também Fred e Artemis, os gêmeos de Luna e Rony, Alice, a filhinha de Neville, e Scorpius, a cópia idêntica de Draco. Enquanto os meninos iam subindo, Hermione jurava ter visto algum relance que lhe remetia à algum colega de suas épocas de estudante.

O restante da cerimônia, que agora acontecia na parte da manhã, discorreu sem problemas e logo o primeiro ano da Grifinória e da Sonserina estavam em sua sala, prontos para começarem o ano.

— Bom dia, sou a professora Hermione Jean Granger, ensino Defesa Contra as Artes das Trevas e... – A mão do filho de Potter se levantou rapidamente – sim, querido?

— Senhorita, pode me achar petulante por perguntar isso, mas pra quê aprendermos a nos defender das Artes das Trevas se faz tempo que a Guerra acabou e o mal já foi vencido? – A moça suspirou. A pergunta a pegara desprevenida.

— Bem...porque...da outra vez, nós também pensamos nisso. E por isso, não nos preparamos o suficiente – Torceu o nariz ao pensar nas aulas de Umbridge – Mas voltando ao assunto, vocês podem me chamar de Mione, ok? Não quero que tenham medo de mim, mas que me respeitem. Aposto que vamos nos dar muito bem esse ano! Para começar, quero que cada um se levante e diga seu nome, não prometo que vou decorar todos logo de cara, mas...- Fred foi o primeiro a levantar, e falou para que todos ouvissem com um sorriso travesso nos lábios:

— Eu sou Fred Weasley Lovegood II! – Após uma dúzia de crianças se pronunciarem, chegou a vez do mini-Potter, como Snape chamava o pai do garoto.

— Eu sou Alvo. Alvo Severo Potter – O nome do meio do garoto fez a professora congelar. Ela ainda podia ouvir as últimas palavras dele, palavras essas que quebraram seu coração de uma vez por todas. “Você tem os olhos da sua mãe”, foi o que ele disse.

Estava bem claro que Severo nunca iria esquecer daquela que um dia foi seu primeiro e único amor. Morta ou não, Lily sempre estaria em sua cabeça – e principalmente, em seu coração. Sendo assim, não havia lugar para Hermione em nenhum lugar dos dois órgãos.

Ou pelo menos, era isso que ela pensava.

O restante da aula transcorreu normalmente. Quando o sinal tocou, enquanto os alunos se retiravam para o almoço, a professora chamou Alvo, que voltou até sua mesa um tanto assustado.

— Sim, professora Mione?

— Não sei se seu pai já lhe contou, mas você...tem o nome de dois grandes diretores de Hogwarts. Um deles foi da Sonserina... – O garoto a cortou rapidamente.

— E foi um dos homens mais corajosos que vocês já conheceram. Sim, ele me falou. Eu gostaria de conhece-lo – A animação passou por seus olhos verdes, e Hermione se odiou eternamente por acabar com ela.

— Infelizmente...ele já não está mais entre nós. Morreu na Guerra, bem na frente dos meus olhos. Ele se foi... e eu não pude fazer nada – Alvo deu a volta em torno do móvel e a abraçou, sentindo algumas lágrimas escorrendo pela manga de sua capa. Quando o menino a soltou, Mione enxugou os olhos – Mas eu acho que há um quadro dele nas masmorras, sabe, era seu lugar favorito, ainda mais sendo professor de poções. Não tenho certeza, mas deduzo que Minerva tenha o homenageado de alguma forma, afinal.

Despedindo-se da moça, Alvo desceu as escadarias em direção as masmorras. Se existisse mesmo um retrato, ele queria vê-lo. Quem sabe até conversar com ele.

A sala estava vazia. Mal iluminada, quando o rapazinho murmurou “Lumus!” com sua varinha, ele finalmente pôde ver um homem com cabelos pretos na altura do ombro e nariz adunco resmungando algo com os demais quadros na parede.

— Oh, era só o que me faltava. Mais um Potter para atazanar minha vida.

— Desculpe-me senhor, mas não seria morte? – O mais velho franziu as sobrancelhas e bufou.

— Tanto faz. O que faz aqui, mini-Potter?

— Eu me chamo Alvo. E peço desculpas se meu irmão mais velho, James, tem atrapalhado o senhor. Não sou como ele.  – O retrato sorriu. Pelo menos alguém se salvava naquela família.

— E eu me chamo Severo Snape – Uma voz fez o garoto se virar em direção à escuridão do cômodo. O homem caminhava como se deslizasse sobre as sombras, com suas inseparáveis vestes pretas. Ao olhar para o rosto do garoto, sua cabeça girou –Não deve ser mesmo, pelo que aparenta. Você tem...

— Os olhos do meu pai. Já me disseram isso, algumas milhares de vezes – O Mestre de poções balançou a cabeça, negando.

— Não. Você tem os olhos da sua avó. Céus, Lilian seria avó! Como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que o Potter irritante entrou em Hogwarts...e então, voilà – Apontou teatralmente para o garotinho – aqui está sua miniatura. Diga-me, mini-Potter, és tão insolente quanto seu pai? – Snape riu tristemente. Como ele queria que a amiga de infância estivesse ali para ver o neto, a cópia perfeita do pai.

— Não sou insolente, senhor, e creio que assim como eu, meu pai também não era. Ele guarda um profundo respeito do senhor, desde que nasci o escuto contar que você foi o homem mais corajoso que ele já conheceu. Tio Rony também fala, mas só as vezes. E hoje eu escutei uma das professoras comentando sobre isso – Severo o olhou desconfiado, franzindo uma sobrancelha – Ela ensina Defesa Contra as Artes das Trevas, e também acha que o senhor estava morto. Aliás, como se salvou? Gostaria muito de saber.

— Lágrimas de uma fênix que pertenciam ao antigo diretor. E algumas poções bem fortes. Mas me conte – O homem de repente parecia interessadíssimo – como é essa professora?

— Bem...ela tem cabelos castanhos, meio ondulados. Ela os usa em uma trança, bom, pelo menos hoje ela os trançou. Tem olhos castanhos e um sorriso muito bonito, e parece ser muito inteligente. Entrou na sala com livros bem grossos, mas é um doce de pessoa.

— Qual o nome? – O coração do professor saltava no peito. Será possível que ela sobrevivera? Desde que a Guerra havia terminado e ele supostamente morrera, havia se recolhido nas masmorras e todas as notícias do mundo lá fora lhe eram trazidas por Draco Malfoy, mas este não tinha lhe dito nada durante todos esses anos sobre o paradeiro da bruxa mais inteligente de sua idade. Aquela fuinha idiota...se ele tivesse lhe escondido essa informação, ele iria pagar muito caro – Qual o nome da professora?

— Mione...Hermione Granger.

Faltou pouco para Snape enfartar. Por alguns instantes, ele se esqueceu de como respirar e teve até de se apoiar em uma bancada para não ir ao chão. Ela estava viva! Ela sobrevivera! Mione, a sua Mione, aquela que amava com os olhos, distante do corpo mas constante na mente, a quem dizia as mais belas palavras de amor silenciosamente, estava viva! E o melhor de tudo, no castelo!

— Ela está bem? Está inteira? Se casou com aquele imprestável do Weasley? Se casou com qualquer imprestável? – O pobre Alvo parecia transtornado. Aquele homem de quem herdara o segundo nome era tão estranho! – Vamos, Potter! Diga-me!

— Eu não sei muito sobre a senhora Granger, senhor. Hoje tive minha primeira aula com ela, e só descobri que ela conhecia meu pai. E não, ela não se casou com o tio Rony; ele casou com tia Luna, ela foi sua aluna também. Da Corvinal, lembra-se? Uma loira...

— Lembro, lembro – O professor fez um gesto displicente com a mão – Céus, Mione está viva! Eu preciso vê-la. Sabe onde eu posso encontrá-la, Alvo? – Pela primeira vez naquela conversa, Severo chamou o garoto pelo nome. Isso o deixou feliz.

— Creio que não, senhor. Pergunte à Diretora McGonnagall, ela com certeza saberá. Mas, senhor? Posso perguntar-lhe algo?

— Diga.

— Por quê tem todo esse interesse na professora Granger? Pareceu-me tão feliz por saber que ela está viva – Snape suspirou. Curioso como o pai, pensou.

— Bem Alvo, isso é um assunto sério, e você não pode contar à ninguém – O sonserino mais novo afirmou com a cabeça – Acho que não sabe disso ainda, mas a professora Granger foi amiga de seu pai nos tempos de escola. Lecionei para ela também. E ela era uma aluna brilhante, ah, como era. Sempre com a mão levantada para responder minhas perguntas. No começo eu achava aquilo o cúmulo da insolência; uma grifinoriazinha querendo se aparecer mais do que meus alunos da Sonserina, quanta idiotice – O homem apertou os olhos por alguns segundos, mas logo os soltou e sorriu – mas depois, aquilo virou rotina. Algumas vezes, fazia perguntas tiradas de compêndios de poções para ver até quanto ia a inteligência dela. Não importava a dificuldade da questão, ela sempre respondia e corretamente. Eu a admirava nas provas; o jeito em que ficava trêmula ao entregar o pergaminho preenchido até que não sobrasse pedaço visível de papel, os olhos com olheiras roxas indicando mais uma madrugada de sono perdida e os cabelos despenteados. Mesmo assim eu a achava linda. E foi assim que uma leve admiração de professor começou a virar amor, e depois, paixão – Alvo escutava tudo com máxima atenção – Mas ela nunca soube disso. Pretendia contar a ela na formatura, só faltavam dois anos na época, mas então – Ele suspirou – a Guerra estourou. Ela, seu pai e o Weasley deixaram a escola para caçar Horcruxes e a cada Profeta Diário que saía, eu procurava ansioso o nome dela no obituário, ainda mais quando soube que o Ministério a queria morta por ser trouxa. Eu queria encontrá-la, levá-la para longe dali. Longe da Guerra, de todas aquelas mortes e sofrimentos. Dizer a ela que a amava. Depois disso, tudo aconteceu tão depressa. Aquela noite na casa dos gritos, em que todos me consideraram como morto...ela estava lá. Foi a última a sair, segurou minha mão até que eu fechasse os olhos e chorou por mim. Naquele momento, eu só queria levantar e poder enxugar suas lágrimas, e dizer que estava tudo bem, mas me faltavam forças e eu apaguei. Quando acordei, mais nada. Nenhuma notícia, nenhum obituário. Voldemort já tinha morrido e eu achei que ela também, e mais uma vez o que sobrou do meu coração morreu junto. Eu amei muito sua avó, Alvo – Severo colocou as mãos nos ombros do garoto de uma maneira fraternal – mas eu nunca a amei tanto quanto amei Hermione. Todos esses anos sem vê-la foram a pior tortura que alguém já podia receber.

— Professor...isso é verdade? – Uma figura feminina saiu das sombras com os olhos castanhos marejados – O senhor...me amava? – Por um momento, o mundo de Snape parou. Lá estava ela, com roupas azuis celeste e uma capa de seda da mesma cor. Viva, e ali, na sua frente.

—  Hermione...senhorita Granger, eu... – O homem iria continuar a falar, mas foi impedido quando a jovem o abraçou o mais forte que pôde – Oh, Merlin! Sim! Eu amei você! Eu ainda te amo, depois de tudo – Algumas lágrimas caíram de seus olhos negros.

— Depois de todo esse tempo?

— Sempre – Os dois não se conteram por muito tempo; logo, colaram seus lábios em um beijo cheio de paixão reprimida ao longo dos anos, se esquecendo por alguns segundos do filho de Harry Potter que estava no local. Este subiu as escadas e começou a andar pelo corredor, com um sorriso leve no rosto. Não sabia muito sobre Hermione; os pais não falavam muito sobre ela. Sabia que tinha desaparecido após recusar a proposta de Rony, e ninguém sabia onde estava. Tampouco sabia sobre Snape, já que ao ser indagado, o pai apenas dizia que ele era o “homem mais corajoso que eles já conheceram”, mas sabia que eles se amavam e isso era o que importava, e que depois de tantos anos, estavam juntos afinal; aquilo em parte era por sua causa e o deixava feliz.

— Alvo, meu menino, e então? – Uma voz na parede o chamou. Era o diretor que lhe dera o primeiro nome, Dumbledore. O velho sorriu, os olhos azuis faiscando sobre os oclinhos meia-lua característicos – Severo e Hermione se encontraram? Como foi? Me conte tudo.

— Bem, sim. Como o senhor previra, a professora Granger me disse que desconfiava que a diretora havia colocado um quadro do professor Snape nas masmorras, e me disse também para ir lá olhá-lo. Acabei encontrando o próprio, vivo, e ele me contou sobre a história dos dois. E de repente, a professora saiu das sombras chorando e eles se declararam e se beijaram. Por isso, eu subi. Já não basta Ted e Victorie fazendo aquelas coisas nojentas na sala, eca.

— Já não era sem tempo – O ex-diretor sorriu – Aqueles dois tem ansiado pelo beijo um do outro desde que eu era vivo. Já faz muito tempo – Ambos riram.

— Professor? Acha que o amor deles vai durar? – O segundo Alvo meneou a cabeça em direção à entrada do Grande Salão, aonde o mais novo casal de Hogwarts acabava de entrar, causando espanto e surpresa em todos. Alvo mais velho sorriu, misterioso como sempre e afirmou.

— Vai. Eu tenho certeza.

— Por quanto tempo?

— Para sempre – Disse, e desapareceu, feliz com aquele amor que nunca morrera, nem morreria, mesmo com o passar do tempo.


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