Prólogo

Eu estava a olhando enquanto fazia o feitiço que a havia ensinado. Sim eu estava a usando, mas também ela iria me usar. Encontrar Esther Mikaelson do outro lado me ajudou muito. A muito tempo eu esperava uma bruxa de seu potencial surgir. Uma bruxa perturbada, que só queria concertar aquilo que havia feito de errado. Mas eu também a induzi a isso.

Influenciei e coloquei feitiços em sua mente para que em um futuro pudesse me ajudar. Sim, sei que causei muito sofrimento a muitas pessoas, mas eu queria voltar, queria viver. E queria me vingar.

Eu a observava com ódio e esperava ansiosa que ela fizesse o feitiço que desligaria meu corpo do seu espirito e que me trouxesse de volta. Seu conhecimento era avançado, mas não mais que o meu. Muita coisa ela aprendeu comigo. Contava em seus sonhos, ou apenas sussurrava em seu ouvido. E voilà! Aqui está, ela fazendo mais um feitiço que a ensinei, mas este não iria ajuda-la.

Ri me divertindo com a cena.

Quando ela terminou de preparar tudo e começou a recitar o feitiço comecei a sentir o efeito e sorri diabolicamente. Eu quando ainda vivia era uma pessoa bondosa, ingênua. Mas a traição me tornou assim, Ah! A traição faz mudarmos. Comecei a sentir sentimentos que nunca havia sentido antes, comecei a ter pensamentos que nunca imaginei pensar. Sei que a outra pessoa ainda existe dentro de mim, mas eu criei uma parede e a tranquei lá dentro e pretendo deixa-la aonde está.

Comecei a me sentir tonta e minha visão começou a se escurecer. Em uma hora eu estava vendo Esther. Na outra estava puxando o ar para dentro de meus pulmões. Como era bom respirar e se sentir viva. Abri meus olhos vagarosamente e tudo que vi foi escuridão. Estava presa dentro de um caixão, mas nada me impedia agora. Podia sentir minha magia em meu sangue pulsando fortemente. Como era bom sentir a magia correndo em meu corpo novamente.

Bati na tampa do caixão, mas este não se moveu. Estava fraca, por isso não podia arranca-la com apenas um empurrão. Então usei a minha magia. A tampa foi arremessada como se dentro ouve-se uma bomba. Com um pouco de dificuldade consegui me erguer, logo em seguida me jogando para o lago de fora. Cai ao chão e fechei os olhos com a dor do impacto. O caixão estava a em um suporte a mais ou menos um metro do chão. Gemi ao tentar me levantar. Foram séculos trancada e sem me locomover, parecia uma máquina enferrujada.

Me apoiei ao caixão e me levantei. Observei as roupas que usava. Não eram as minhas roupas da época em que fui presa. Usava um vestido branco solto, meus cabelos estavam menores. Provavelmente quando me acharam trocaram a minha roupa e cortaram meus cabelos. Mas assim mesmo eles estavam longos, mais ou menos na metade das minhas costas. Na minha época eles batiam no joelho. Era isso que imaginava, pois enquanto eu estava do outro lado eu não podia chegar perto de meu corpo.

Havia algumas velas acessar dentro do mausoléu em que estava, isso facilitou eu localizar a porta. Aos tropeços consegui chegar até ela. Tentei abri-la, mas esta estava trancada e era por um feitiço, eu podia sentir a magia emanando do objeto. Com outro feitiço a fiz abrir, mas não com tanta intensidade. Não sabia quem estava do outro lado e não queria alarmar Esther. Queria chegar de surpresa e dar um “oi” para ela. Sorri novamente diabolicamente.

A cada passo que dava com meus pés descalço eu caminhava melhor e quando localizei Esther já andava normalmente. Observei tudo em volta, estava escuro, mas eu podia ver com clareza, já que eu tinha a visão mais aguçada do que a de um ser humano normal. Estava em um cemitério abandonado. Podia sentir o poder que emanava dali e sabia que neste cemitério havia muitas bruxas enterradas.

Caminhei mais um pouco e a cada passo sentia o poder de Esther. Eu tinha um privilégio de sentir o poder das bruxas.

Quando cheguei ao mausoléu onde Esther estava entrei discretamente e fiquei a observando enquanto falava com o filho, este estava com os braços acorrentado, sua camisa azul estava rasgada e suja de sangue.

— Eu vim para concertar. – Dizia Esther - Eu vim para consertar todos.

Dei uma risada que fez com que ela se virasse assustada. Ela me olhou e arregalou os olhos. Seu filho que estava mais atrás me olhou com curiosidade.

— Olá querida Esther.

Ela estremeceu com a minha voz. E mais uma vez eu sorri e a olhei diabolicamente.