As únicas roupas que tinha eram seus dois vestidos: o verde e o branco. Já estava usando o branco e não queria ir com o verde. Não que ele não fosse bonito, era incrível. Mas achava que não combinaria com a ocasião que iria.

Ficou sentada no seu colchão no chão pensando como seria seu encontro com Jellal. Não, encontro não. Passeio. Sabia muito bem a diferença desses dois. De repente, Erza apareceu na porta do quarto e perguntou-lhe:

— Precisa de ajuda com roupas? – De primeira Lucy se assustou com a pergunta, mas recuperou-se e assentiu nervosa. – Vai sair é? Com meu irmão? – Sorriu e sentou-se animada na sua cama. Lucy ficou vermelha da cabeça aos pés.

— N-Não, que isso?! É com outro homem que vou sair... Não, eu vou passear com ele. – Disse toda atrapalhada e envergonhada.

— Você está pudendo hein?! Diferente de mim... – Sorriu triste, mas levantou-se alegre e andou direto para o guarda-roupa branco. – Mas, não vou entrar muito na sua vida pessoal. Eu tenho uma roupa aqui que acho que não dá mais certo em meu corpo. – E tirou do cabide uma blusa preta linda junto com uma jaqueta cheia de florezinhas vermelhas. – Ainda tem outra coisa. – Pegou em uma das gavetas um short cinza curto. – Eu ia doar, mas pode ficar pra você.

— Nossa... – Foi a única coisa que conseguiu expressar enquanto segurava as roupas.

— O que as garotas estão fazendo? – Natsu apareceu encostado na porta. – Está dando roupas para ela Erza? – A ruiva assentiu.

Os olhos verdes do jovem e os olhos castanhos de Lucy se encontraram. Ele sabia que a mesma iria sair, então, por isso estava com um olhar tristonho, como se dissesse: “Por favor, não vá!”. Mesmo assim, a loira levantou-se e disse que iria tomar um banho e se vestir. Quando a jovem deixou o quarto, Erza olhou irritada para seu irmão e bateu forte nas costas dele.

— Ai! O que foi que eu fiz?! – Perguntou enquanto massageava aonde ela havia batido.

— Nada, Natsu! Nada! Você não fez absolutamente nada para impedi-la de ir nesse... “Passeio”! Não sei quem é o cara, mas eu sei que você não quer deixá-la ir. Eu te conheço muito bem Natsu, muito bem! – E saiu do quarto deixando um rapaz triste.

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Lucy estava perfeita para sair com Jellal. Não! Para passear com ele. Aquela roupa serviu direitinho para ela. Erza teve que sair antes para jantar com Levy, então acabou nem vendo quem era o rapaz. Natsu se trancou no quarto junto com Happy quando ouviu a campainha. Não estava com a mínima coragem de ir atender, Lucy sabia muito bem o caminho até a porta.

A loira abriu a porta e sentiu um frio na barriga. Jellal estava muito bonito.

— Já podemos ir? – Ele perguntou dando um sorriso lindo a deixando com as mãos suadas.

— Claro! – O homem estendeu a mão direita para a moça e saíram para a praça.

O local ainda estava igualzinho de quando foi com Natsu. Os olhos castanhos da garota brilhavam novamente com tanta admiração e emoção. Achou que nunca poderia sair daquele navio nojento. Mas agora estava ali, podendo ver as belezas do mundo. Tinha vontade até de chorar com tanta coisa bonita.

Sentaram-se em um banco perto de uma árvore. O local não estava muito cheio naquela semana.

— Quer um sorvete? – Ele indagou observando o olhar da loira. Tinha que admitir, ela estava impressionada com as belezas da praça. – Ei! – Passou a mão em frente aos olhos castanhos da loira. Riu um pouco com essa situação. – Estou lhe perguntando se quer um sorvete.

— Sor... Vete? O que é isso? – E Jellal imaginou que daria boas gargalhadas naquela noite. – Não ria! – A moça ficou envergonhada.

— Espere aqui! – Caminhou até uma banquinha e comprou dois sorvetes de casquinhas, depois, voltou para seu lugar. – Prove! – Colocou o doce nas mãos geladas da garota.

— Provar? – Engoliu seco. – É feito de quê? – Mas mesmo assim, enquanto ia falando isso chegou perto do sorvete e deu uma lambida. – Hum... Isso é bom! – E continuou comendo seu doce.

Jellal riu mais uma vez com a inocência de Lucy. Ela ainda tinha muita coisa para aprender. Em seguida, andaram pela o restante do lugar, a cada instante a moça parava para observar os piscas-piscas nas árvores. Comeram mais coisas como; coxinha, pastéis, cachorros quentes, pipoca, etc. Lucy comeu alimentos que nunca havia ouvido falar e nem havia comido. Caminharam para um jardim onde a loira se impressionou ainda mais com as flores.

— Olhe que linda essa daqui, Jellal. – O homem de cabelos azuis pegou uma flor branca caída no chão e prendeu no cabelo loiro da garota. – Que é isso? – Tocou a flor no seu cabelo.

— Essas flores... Elas não são mais lindas do que você. – E os dois se olharam envergonhados; Jellal com o que disse e Lucy com o que ele disse. Poderiam ficar horas assim se não fosse por uma pessoa interrompendo-os.

— Err... Oi! – E viraram-se para ver a pequena garota com as mãos preparadas para abrir a bolsa, mas provavelmente parou quando viu os dois jovens ali naquele jardim.

— Levy! – Exclamou o rapaz pelas possibilidades da menina contar tudo para Erza. – Olha, não é isso que você está pensando. Eu... Só...

— Não se preocupe, não vou contar nada para ela. Está muito feliz sem você por perto, parece outra pessoa. – E antes de sair, olhou pela última vez para Lucy. – Com licença.

Depois dessa situação, com certeza a loira não estaria bem, então, Jellal a levou para casa. O caminho foi silencioso. Quando chegaram, a jovem lhe falou:

— De quem era que aquela menina estava falando?

— Lucy, isso é uma história longa. E também, do que importa? Essa garota não está mais comigo, só fiquei com um pouco de medo do que a Levy poderia contar para ela.

— Tem certeza que não gos... – Lucy achou melhor que não era bom perguntar se ele ainda gostava dessa mulher, agora que havia conhecido Jellal. – Esquece o que ia falar. Até mais!