Porto Seguro - Uma Nova Chance II escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 3
Reencontros II


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora, mas faltou energia e só conseguir postar agora. Boa leitura



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Sinto algo gelado molhar minha testa e abro os olhos lentamente, me deparo com um par de olhos cinzas debruçado contra mim, empurro Christian e me levantando sentindo meu estômago embrulhar.

—Onde nós estamos. —Pergunto olhando em volta.

É um apartamento um acho. Bem grande com uma vista perfeita de Seattle.

—Na minha casa. —Christian diz e se aproxima.

Ele está tão lindo, parece que o tempo só lhe fez bem.

—Fica longe de mim. —Digo colocando a mão na frente. —Pheobe, vamos embora!
—Mamãe...
—Não ouse me contrariar Pheobe, eu estou falando sério.
—Nós precisamos conversar Ana, você não pode ir embora assim. Como você fez da primeira vez.
—Christian, o que eu faço ou não, com certeza não é da sua conta. Vamos Pheobe. —Digo sem paciência.
—Eu quero ficar com o papai. —Ela diz chorando.
—Não! —Grito. —Você não quer! Pega o seu cachorro e vamos embora! Agora Pheobe.

Pheobe me olha com os olhos cheios de lágrimas e depois olha para Christian, ela corre até ele o abraça, o que faz meu coração se partir. Minha intenção nunca foi separá-los. Isso é loucura, eu não deveria estar aqui.
Christian coloca Pheobe no chão e dá um beijo em sua testa.

—Eu quero ficar com você papai. —Pheobe diz abraçando sua cintura.

Merda!
Como eu vou convencê-la a ir?
Quando essa menina coloca algo na cabeça não há quem faça pensar o contrário.

—Vá com a mamãe querida. —Christian diz. —Nós podemos nos ver depois.
—Nós ficamos longe um do outro por cinco anos e agora quer que eu vá embora? —Pheobe empurra Christian e vem para o meu lado.
—Pheo.
—Vamos embora mamãe! Agora. —Pheobe diz chorando e me abraça.
—Querida. —Pego-a no colo e a abraço. —O que você acha de passar a noite aqui com o papai?
—Mas e você?
—Eu posso te pegar amanhã, ou quando você quiser.
—Não mamãe, não vá. Por favor, não me deixe sozinha com ele.
—Você quer ir embora então?
—Não! —Pheobe olha para Christian e chora mais, ele se aproxima e a pega no colo. —Eu senti sua falta papai. —Ela diz baixinho enquanto chora na curva de seu pescoço.

Christian me dá um olhar triste, talvez até magoado, mas não me diz nada. Ele continua com Pheobe até que ela dorme e é colocada sobre o sofá.

—Nós temos que conversar.
—Não! —Exclamo. —Eu não tenho nada para falar com você.
—Ana, por favor, as coisas não aconteceram daquela forma.
—Para. —Sinto as lágrimas voltando. —Eu não quero lembrar disso. Só fica longe de mim.
—Eu te amo Anastásia, eu não desisti de você antes, e não vou desistir agora.

Fico meia atordoada e sinto tudo girar um pouco, dou um passo para trás confusa demais.
Christian dá um passo em minha direção, mas eu recuo, só que ele me puxa e quando percebo nossos lábios estão colados um no outro.
Tento empurrá-lo quando as lembraças daquela manhã vem, mas ao sentir seu toque, seu beijo. Todos aqueles momentos bons que vivemos vem à tona. Quando nos vimos pela primeria vez, tudo...
Lágrimas rolam pelo meu rosto, mas eu não posso soltá-lo.
Eu ainda o amo, mas a dor ainda me consome.
Christian se afasta e eu me solto de seus braços.

—Por que tudo isso? —Digo entre lágrimas. —Por que você ainda insiste em me magoar.
—Nunca foi minha intensão te magoar, você sabe disso.
—Não! —Exclamo. —Eu não sei Christian, eu não sei de mais nada sobre você. O homem que eu conhecia, que eu amava, morreu no dia em que eu o vi na cama com outra mulher.
—Você não deixou de me amar, eu sei disso.
—Ai que você se engana, eu não sinto mais nada por vocês. —As lágrimas saem mais quente dos meus olhos e meu peito se aperta. —Tudo que eu sentia foi esmagado com todas as dúvidas, todo o ressentimento, a mágoa. Tudo o que eu sinto por você é raiva.
—Eu não acredito em você. Eu sei que você ainda me ama. Eu vejo isso, no seu olhar, o seu beijo... A paixão ainda é a mesma.
—Você é louco!
—Eu nunca te traí Anastásia.
—Não? E você na cama com outra mulher era o que? Brincadeira?
—Você não sabe como as coisas aconteceram.
—E eu não quero saber, eu só quero que você fique longe de mim.
—Eu não vou ficar longe de você. Você ficou fora por cinco anos, acha mesmo que eu vou deixar você ir embora outra vez?
—Eu não acho nada. O que você faz ou deixa de fazer não é da minha conta Christian, eu não tenho nada a ver com a sua vida.
—Há, você tem, e muito, sabe por que? —Christian dá um passo em minha direção e meu coração acelera seguido pela minha respiração. —Primeiro porque eu ainda te amo, segundo porque nós temos uma filha, e terceiro. —Ele para a pouco centímetros e posso sentir seu cheirinho. —Porque você ainda me ama.

Christian me puxa pela cintura e começa a me beijar, não corresponde seu beijo, apenas tento me soltar, mas ele me aperta mais e me encosta na parede, acabo cedendo e me entrego por alguns segundos à essa sensação, mas aquela cena volta e tudo se acaba, empurro-o e escorrego pela parede até o chão, abraço minhas pernas contra meu peito e começo a chorar, chorar alto e soluçar, toda a mágoa, tudo que eu guardei por cinco anos está sendo solta agora, no fim, eu sabia que seria assim.

—Por favor, vamos conversar. —Christian abaixa ao meu lado, mas eu viro o rosto. —Aquilo não foi verdade, eu estava mal, a Leila se aproveitou e colocou droga na minha bebida, eu fui para o hotel, mas eu não tive nada com ela, quando eu cheguei no quarto e você não estava eu dormi, na manhã seguinte eu acordei com você me chamando. Eu nunca tive nada com ela.
—Para! —Exclamo. —Eu não posso acrditar nessas coisas Christian, é loucura!
—Mas é a verdade.
—E como você prova isso?
—Eu não tenho como provar, minha palavra vai ter que ser suficiente. Se você ainda sente algo, use isso e acredite em mim.
—Eu não posso, por que eu não sinto nada. —Digo fechando os olhos.
—Não sente? —Christian pergunta depois de minutos em silêncio. —Então olhe nos meus olhos e diga que todo aquele amor, tudo o que nós vivemos ficou para trás.

Olho em seus olhos, mas tudo que vejo é nosso amor, todos os momentos que passamos juntos. Meu coração diz que ele está falando a verdade, mas a razão diz que não, e nesse momento eu não sei qual ouvir.

—Diga Anastásia. —Christian ordena olhando-me profundamente. —Diga que você não sente nada!
—Não! —Grito e fecho os olhos. —Eu não posso dizer isso.
—Eu sabia que você ainda sentia algo.

Antes que eu diga qualquer coisa ouvimos o barulho do elevador e eu vejo quatro pessoas saírem de lá.
Ah meu Deus!


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