Estamos todos sentados à mesa.
Meus avós, meus pais, os pais de Christiana estão ao mesmo lado.
Christian, eu, Kate, Elliot, Mia e Ethan estamos sentados do outro lado.
E a pequena Pheobe está no comando da mesa sentando na ponta.
Já terminamos o jantar e estamos comemando a torta que vovó Loius muito carinhosamente trouxe.
Kate eu decidimos dar a notícia juntas, então será uma surpresa dupla.

—O que vocês queriam nos contar? —Grace pergunta olhando-nos.
—Bom, acho que já é o momento. —Digo me levantando e dou um olhar que faz Kate se levantar. —A Kate e eu resolvemos abandonar nossos namorados e vivermos juntas. Não é Amor?
—É sim querida.
—O que? —Elliot e Christian dizem juntos e se levantam.

Todos começam a rir e então eles percebem que foi brincadeira.

—Agora falando sério. —Digo recuperando o folêgo. —Nós duas estamos... Grávidas.

Pheobe fica séria, enquanto todos olham com surpresa e vem nos parabenizar.
Sem que ninguém além de mim perceba, ela sai da mesa e vai em direção ao quarto.

—Meu Deus! —Mamãe diz nos abraçando. —Que notícia ótima!
—É sim. —Sorrio. —Será que vocês podem me dar licença?

Saio da mesa e vou atrás de Pheobe.
Quando chego ao quarto de Pheobe enocntro-a sentada na cama com Floquinho e Fadinha.
Aproximo-me lentamente e me deito ao seu lado colocando a cabeça em suas pernas.

—O que você quer? —Ela pergunta enquanto mexe em meu cabelo.
—Saber por que você está aqui, se todos estão lá na mesa de jantar.
—Eu perdi a fome.
—Não, não perdeu. Você está assim porque a madrinha está grávida.
—Por que vocês duas tinham que fica grávidas?
—Aconteceu bebê. É normal. —Sento-me e seguro as mãos de Pheobe. —Você sabe que isso não é algo planejado, mas por um lado é bom.
—Não. Não é bom! —Pheobe diz e se levanta. —Qual é a parte boa em fraldas sujas, choros a noite inteira, gôrfos.
—Ok. Essa parte é ruim, mas pensa bem, agora você vai ter um irmãozinho, e um priminho. Imagine só.
—Eu não quero irmão ou primo.
—Não? Então quem vai me ajudar a cuidar de um bebê?
—Ajudar?
—Sim. Bom, tem partes ruins como você disse, mas quem vai em ajudar com as papinhas, ou vai segurar o bebê para mim e ensiná-lo como ser corajoso e não ter medo.
—Eu posso? —Pheobe se aproxima e senta na pontinha da cama. —Posso cuidar dele ou dela?
—Claro que sim! —Sorrio. —Você é a irmã mais velha, é você quem manda.
—Sério?
—Sim. Quem você acha que vai ensinar o que pode ou o que não pode?
—Eu?
—Sim.

Pheobe dá um sorriso e seus olhinhos brilham.
Ouvimos uma leve batida na porta e nos viramos vendo Elliot entrar.

—Pheobe, nós podemos conversar?

Olho para Pheobe e sorrio, depois deixo os dois sozinhos e vou atrás de Christian.
Chego à sala e vejo todos juntos conversando.
Nossos pais e avós nos sofás e Christian, Ethan, Mia e Kate sentados no chão.
Por um segundo parece que tudo é como antes.
Aproximo-me e sento ao lado de Christian, ele envolve seus braços na minha cintura e me puxa para mais perto de si, sorrio e encosto a cabeça em seu peito sentindo seu cheirinho.
Sem sombra de dúvidas esse é o meu Porto-Seguro.
Ao lado da minha família, ao lado de todos os que eu amo. Eu não sei como fui louca de abrir mão disso, mas eu jamais faria isso de novo. Eu os amo mais que tudo.

Uma Pheobe sorridente entra na sala correndo sendo seguida por Elliot.

—Papai me ajuda. —Ela grita em meio à uma gargalhada e corre para os nossos braços. —O padrinho é louco.
—Então vocês estão bem agora? —Mamãe epergunta.
—Sim, o padrinho implorou por misericórdia. —Pheobe diz rindo.
—Implorei? —Elliot pergunta enquanto se senta ao lado de Kate.
—Sim. —Ela ri. —Ele quase chorou, disse que eu era a melhor afilhada do mundo e ele não sabe viver sem mim.

Todos dão risada e olham para Pheobe. Ela sorri e se levanta e vai para o colo de Grace.

—Vovó Grace me diz uma coisa? —Ela fala sorrindo.
—Claro querida. —Grace sorri.
—Como você conseguiu aguentar meu padrinho por tanto tempo? Ele é impossível.
—É sim. —Grace ri. —Acho que na maioria das vezes eu nem ouvia o que ele falava, eu só sorria e balança a cabeça.
—Mamãe! —Elliot diz ofendido e todos riem.
—Desculpe meu filho, mas 80% do que você fala é besteira, até hoje é assim, e tem chances de ser pior.
—Ok mamãe, eu entendi que sou horrível. —Elliot diz rindo. —Ao menos a Kate me ama e vai casar comigo.
—Então Elliot. —Kate diz o empurrando e se aproxima de mim. —Sobre isso, eu realmente decide casar com a Ana.
—Perdeu Kate. —Christian diz me puxando. —Ela já é minha.

Kate faz beicinho e cruza os braços.

—Então é assim? Eu fui trocado por outro? Outra. —Elliot diz.
—Sim. —Kate fala.
—Tudo bem padrinho. —Pheobe se aproxima e senta no colo de Elliot. —Eu me caso com você.
—O que? —Christian grita e praticamente me empurra enquanto todos riem.
—Ai. —Digo rindo.
—Pheobe. —Ele se aproxima e pega Pheobe de Elliot. —Você jamais vai casar com um doido igual ao Elliot. Você é minha princesinha, e será só você e eu para sempre.
—Ei. —Protesto. —E eu?
—Desculpe querida. —Christian diz dando beijinhos em Pheobe que a faz rir. —Mas entre vocês duas, eu fico com a princesinha.
—Há, é assim? —Arqueio a sobrancelha.
—Sim. —Christian e Pheobe dizem juntos.
—Vamos embora Kate. —Digo agarrando Kate. —Vamos fugir para Barbados, só nós duas.
—Claro! —Exclama Kate. —Eu ouvi dizer que tem uns homens lindos por lá.
—O que? —Elliot, Christian e Pheobe dizem juntos.
—Acabou a brincadeira. —Christian diz vindo para o meu lado e Elliot para o lado de Kate.
—Acho que fiquei sozinha. —Pheobe diz fazendo beicinho.
—Vem aqui com o tio Pheobe. —Ethan diz e Pheobe vai. —Não se preocupe quanto à isso. Você é uma menina linda.
—É sim Pheobe. —Diz Mia. —E vai achar um menino que goste de você. Muito. Mas só daqui há alguns anos.
—Tipo uns trinta anos. —Diz Christian.
—Quem vê pensa que foi assim com vocês. —Ethan fala.
—Não mesmo. —Sorrio e abraço Christian.
—Como vocês se conheceram? —Pheobe pergunta.
—Em um parque. —Nós falamos juntos e todos riem.
—E quando vocês se apaixonaram? —Ela pergunta.
—No mesmo dia... —Sussurro.
—Sem dúvidas. —Christian fala com convicção e me aperta. —Acho que a Ana foi e sempre será coisa mais linda que eu já vi no mundo.
—E eu papai?
—Você é diferente. —Christian ri. —É diferente com a Ana, eu me apaixonei por ela, e sabia que não queria outra que não fosse ela ao meu lado.
—Que fofo. —Grace diz sorrindo.
—Mamãe eu devo isso à você. —Christian diz. —Obrigada por me obrigar a ir naquele parque aquele dia, se não fosse você eu nunca teria ido.
—Ela te obrigou? —Pergunto com curiosidade.
—Não foi bem assim. —Grace diz. —O Christian aprontou e eu ia castigá-lo, mas ele fugiu para o parque.
—Há. —Digo rindo. —Então acho que é graças as nossas mães que estamos juntos hoje.
—Está vendo, depois vocês reclamam que nós somos chatas. —Diz mamãe. —Se não fosse nós nem namorados vocês teriam.
—Não mesmo. —Grace ri.
—Ok. —Digo rindo. —Obrigada mães.
—Obrigado mesmo. —Christian ri.

Continuamos a conversar até que a noite se vai, e dessa vez, eu não tenho medo. Não tenho medo de acordar amanhã e me ver sozinha, ou de olhar para os lados e não ter ninguém.
Hoje eu tenho a convicção que sou a mulher mais feliz do mundo, eu que nada, nem ninguém pode me roubar isso.
Porque a minha felicidade não está nos bens materiais, mais em coisas mais importantes, com o amor e a minha Família. Porque eles são meu Porto-Seguro.