Olicity - Lies escrita por Buhh Smoak


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para suprir nossa ansiedade pelo que vem por ai em Arrow.
Espero que gostem.

Muito obrigada pelo carinho de todas vocês. =***



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~ Felicity Smoak ~

Os dias que se seguiram foram os piores da minha vida, isso incluído o acidente e todos os problemas que eu tive em consequência dele. Minha vontade de sair da cama era zero e ter a Thea como minha mais nova inquilina não me ajudava a me manter deprimida como eu gostaria de ficar.

Já tinha se passado três dias desde que terminei com Oliver e ele não tentou mais nenhum contato comigo, mas Thea sempre o via pelas redondezas observando a casa, mas nunca vindo até nós.

Eu agradecia o respeito que ele estava tendo pela minha decisão, mas não conseguia deixar de ficar deprimida por ele ter desistido tão fácil. É contraditório me sentir assim, já que foi minha a decisão de terminar, mas não conseguia me sentir de outro modo.

Eu continuava ajudando com as missões do Arqueiro, mas nunca ouvia a voz do Oliver, era sempre Diggle ou Laurel que respondiam pelo comunicador. Eu fazia tudo de casa ou da empresa como na noite passada quando não estava com vontade de encarar minha solidão.

Hoje era dia de fisioterapia e de um dia cheio de reuniões na Palmer, mas a única vontade que eu sentia era de não levantar daquela cama.

— Vamos?

Thea estava na porta do quarto pronta para me levar a sessão de fisioterapia, mas eu ainda estava de pijama, e como já disse, sem vontade nenhuma de levantar.

— Não estou afim. 
— Você não tem escolha. O que foi mesmo que você me pediu há dois dias atrás? Ah sim, “Thea, nunca me deixe desistir da físio, mesmo que eu suplique para não ir, me leve na marra.” 
— Me arrependendo disso. – escondi o rosto no travesseiro. 
— Está na hora de sair dessa fossa, Felicity. – sentando aos pés na cama. 
— Eu sei. – minhas pernas estavam formigando, sempre acontecia isso quando eu estava há muito tempo sem me movimentar. 
— E porque ainda está assim? Com essas olheiras fundas e esse ar de quem está prestes a desistir?

Senti meus olhos encherem de lágrimas, o que era bem comum nos últimos dias. Respirei fundo e sentei na cama, apertando contra o peito o travesseiro que a Thea trouxe para mim do apartamento, que ainda tinha o cheiro do Oliver.

— Porque eu nunca permiti que outra pessoa comandasse minha vida e hoje eu olho em volta esperando por ele Thea. – o choro apertava minha garganta, mas as lágrimas já estavam acumuladas em meus olhos. – Esperando a maldita hora que ele vai entrar nessa casa gritando que não vai deixar eu me afastar. Só que ele já deixou.

Não consegui continuar, o choro veio e como sempre Thea sentou do meu lado e me abraçou. Nunca imaginei que minha ligação com ela se tornaria tão forte.

— Ele veio algumas vezes até a porta, mas eu o coloquei para correr. 
— Veio? – olhei para ela, mesmo com a visão embaçada. 
— Sim, ontem de noite ele passou a noite vigiando a casa. 
— Não sei o que fazer, Thea. – me soltei e limpei meu rosto. 
— Eu sou a favor de dar uma surra no meu irmão, pode te ajudar a resolver os problemas. 
— Já pensei nisso, mas não acho que eu conseguiria bater nele a ponto de causar algum dano. 
— Se você quiser eu não me defendo.

Quando a voz de Oliver preencheu o quarto senti um arrepio tomar conta de todo meu corpo. Olhei para a porta e me deparei com uma visão que eu não esperava do meu ex-noivo.

— Eu pedi que ele viesse. – Thea deu um beijo na minha cabeça e levantou. – Ainda não estou feliz com você, por isso seja breve. – passando por ele e nos deixando a sós.

Se minha aparência não era das melhores, a dele estava ainda pior. A barba por fazer, o cabelo estava maior e as olheiras estavam bem escuras, assim como as minhas. Ele continuava no mesmo lugar, me olhando com tanta dor que eu quase cedi e pedi que se esquecesse de tudo e viesse para a cama comigo, mas não o fiz.

— Não vou demorar, só queria ver se você estava bem. 
— Nunca vou estar bem, Oliver.

Mais silêncio, e mesmo que eu sentisse a falta dele, estar de frente ao homem que eu achei que era meu porto seguro fez com que eu revivesse toda dor dos últimos dias.

— Eu não sei como reparar o que fiz. – sua voz saiu contida. - Há dias eu não descanso porque não sei mais o que é dormir sem você do meu lado. – meus olhos voltaram a arder. – Me diz o que eu posso fazer para que você pare de me olhar como se eu fosse a pior pessoa do mundo.

Eu queria saber a resposta para o que ele estava me perguntando, mas não existia nada que fizesse a dor de ser enganada passar.

— Peça para o Barry voltar no tempo e tenha uma segunda chance para me contar a verdade, talvez algo mude. 
— Eu já usei minha segunda chance. – meu estômago deu um salto e eu senti que era hora de parar aquela conversa antes que ficasse pior, mas as palavras não saiam da minha boca. – Quando estávamos em Central City eu fiz um teste de DNA para provar que eu estava certo em suspeitar que o Willian era meu filho, você descobriu, foi me confrontar e terminou comigo por isso. Depois o Barry voltou algumas horas no tempo e me alertou sobre a paternidade e o erro que cometi em não te contar sobre meu filho. E pela segunda vez eu segui pelo caminho errado. 
— Porque você está me contando isso agora? – falei com mais raiva do que imaginava sentir. 
— Não quero nenhuma mentira entre a gente. Sei que isso pode te afastar mais de mim, mas é um risco que eu tenho que correr. 
— Saia daqui, Oliver.

Meu peito parecia que ia explodir de tanta raiva, não bastava mentir para mim uma, mas sim duas vezes. Todas as vezes que tive a esperança de vê-lo insistir em não me ver longe caiu por terra, me senti uma idiota por querer algo de alguém que só pensava em si mesmo.

— Eu amo você, Felicity. E vou fazer de tudo para reparar o mal que causei a você, mesmo que para isso eu tenha que me afastar de vez. Só que antes disso eu preciso tentar te provar que só fiz o que fiz para proteger meu filho e não porque eu não confio em você. 
— Você vê meios onde não existe Oliver. Consegue se justificar sobre mentir para mim, mas ao mesmo tempo vê nobreza nisso. Temos pontos de vista muito diferentes e acho que é exatamente por isso que nosso amor nunca vai ser suficiente enquanto eu não aceitar uma mentira ou você contar uma achando que está fazendo um bem maior.

Thea apareceu na porta com cara de poucos amigos, mas isso não o intimidou.

— Eu omiti a existência do Willian, mas menti sobre ir a Central tantas vezes. Não tenho como desfazer o que fiz, só queria que você tentasse se colocar no meu lugar. 
— Essa mulher foi a única que enxergou em você algo que não fosse seus lindos olhos e o corpo sarado. Eu já cansei de ver as mulheres se jogando aos seus pés em busca de status e a Felicity quis estar com você por amor e olha onde ela chegou. - Thea despejou e eu estava grata por ela falar e não deixar o silêncio nos engolir. Oliver escutou tudo ainda olhando para mim. - Está na hora de ir embora, Queen.

Alguns segundos se passaram antes dele se mexer e ir até os pés da cama. Os olhos dele estavam vermelhos e de perto ele parecia ainda mais abatido.

— Isso é seu. - pegando algo no bolso e colocando sobre o baú aos pés da cama.

Olhei para a aliança e o nó em minha garganta apertou ainda mais. Observando minha reação ele saiu, passando pela irmã sem olhar para ela. Escutamos a porta da sala bater e só então ela se aproximou e pegou o anel.

— Ontem eu questionei se ele tinha mais alguma coisa para te contar além da existência do Willian. Então achei que seria melhor ele vir e te dizer tudo de uma vez enquanto ainda vejo futuro para vocês.
— Que futuro Thea? - a cada segundo eu me via mais longe de uma vida com ele.
— Ele não te traiu, o que eu já teria matado ele se o tivesse feito, então tudo é possível. Ele realmente te ama e nunca vi meu irmão tão mal quanto ele está com o rompimento de vocês. 
— Não sei se vou voltar a confiar nele de novo. É tanta coisa de uma vez. - limpei meu rosto, mas as lágrimas continuavam a escorrer.
— Pode ser que demore, mas o amor que vejo nos olhos de vocês é maior do que uma fase ruim. 
— Quando foi que Thea Queen se tornou conselheira amorosa? - sorri, mesmo que o choro não tivesse fim.
— Aprendi com vocês... pelo menos com você porque meu irmão me irrita na maioria das vezes. - sorrindo e sentando do meu lado. - Em uma coisa eu concordo com ele, isso é seu.

Estendi a mão e ela colocou o anel na palma, a joia fria se assemelhava muito com o que eu sentia com a ausência dele. Queria engolir meu orgulho e suplicar que ele voltasse, mas não conseguia afastar aquela sensação de que tudo o que ele dissesse de hoje em diante poderiam ser mentira.

— Dê tempo ao tempo, mas eu ainda tenho esperança de ver esse anel no lugar que ele pertence. - beijando minha cabeça e saindo do quarto.

Fiquei olhando para o anel e fiquei tentada em coloca-lo de novo no dedo. Desisti da ideia e com certo esforço me estiquei até a cômoda e peguei uma correntinha que eu tinha no porta-joias. Passei ela pelo o anel e a coloquei no pescoço. O cordão era grande o suficiente para que não vissem o anel quando eu o colocasse por dentro da roupa.

— Eu preciso superar. Eu preciso acreditar em você de novo Oliver. - apertei o anel contra o peito deixando o choro fazer seu trabalho e aliviar um pouco da tristeza de estar longe do único homem que amei de verdade.


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