In The Neighbourhood escrita por Electra Heart


Capítulo 2
Capítulo 2 - Procura-se


Notas iniciais do capítulo

Hey! Boa leitura! :))



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Clarke Griffin não sabia o que estava acontecendo exatamente, mas ela não podia negar que a paisagem era ótima.

Do outro lado da rua, um de seus vizinhos andava apressado pelo jardim. Nada fora do comum, afinal, todas as casas da rua tinham grandes jardins. O incomum, no entanto, era a falta de roupas do tal vizinho.

O mais velho dos Blake, vestindo apenas uma boxer vinho, andava de um lado para o outro parecendo procurar algo. Sua busca pareceu frustrada, já que pouco depois o mesmo voltava para casa de mãos vazias.

— Ok, me diz de novo o porquê de você não ter me apresentado o seu vizinho? — Raven apareceu do seu lado, fazendo com que Clarke desse um pequeno pulo de susto.

— Eu só conheço ele de vista, Raven. — Ela respondeu, revirando os olhos. A amiga havia acabado de acordar, tendo dormido na casa de Clarke para que as duas terminassem seus respectivos trabalhos de faculdade. Os tais trabalhos não tinham nada em comum(com Clarke cursando Artes Visuais e Raven cursando Mecânica), porém ter a companhia uma da outra deixava os dois mais toleráveis.

— E que vista. — Raven disse sorrindo e arqueando as sobrancelhas, recebendo um empurrão de Clarke em retorno. Por algum motivo todas as janelas do primeiro andar da casa dos Blake estavam sem cortinas, e assim ainda era possível ver Blake(Clarke não sabia seu primeiro nome) só com a roupa de baixo.

— Ok, já chega de olhar pela janela. — Ela disse puxando Raven consigo. — Não é legal ficar espiando os outros desse jeito.

— Você não tem graça nenhuma, Griffin. — Raven reclamou, mas deixou Clarke puxá-la para longe da janela.

Respirando fundo, Bellamy se pôs a pensar. Eram seis horas da manhã, e ele precisava fazer algo o quanto antes. Quanto mais o tempo passasse, mais carros estariam circulando pelo bairro, e Francis estaria cada vez mais exposto aos perigos da rua. A primeira coisa que ele fez foi ligar para o trabalho enquanto se vestia, dizendo que, por problemas pessoais, ele não

poderia ir trabalhar naquele dia. Só tendo faltado uma vez antes, quando Maya havia parado no hospital, ele conseguiu o dia livre sem maiores problemas.

Em pouco tempo ele estava de volta ao jardim. Procurando Francis mais uma vez pelo lugar e não tendo sucesso, Bellamy resolveu dar uma volta no quarteirão. O cachorro poderia estar em algum outro jardim. Assim, andando calmamente para poder ter tempo de observar todas as casas, Bellamy logo se viu no final do quarteirão, sem nenhuma pista de onde Francis estava. Olhando para o relógio, ele logo percebeu que mais de quarenta minutos haviam se passado, e aos poucos alguns vizinhos saíam de casa para trabalhar.

Fazendo o caminho de volta, Bellamy avistou Kane em seu SUV(provavelmente indo para a prefeitura, sendo o vice-prefeito de Arkadia) e Anya praticando seus exercícios matinais em seu jardim. Ele cumprimentou os dois com um aceno e, chegando em casa, procurou Francis mais uma vez pelos arredores.

Nenhum sinal do diabinho.

Ele precisava chamar reforços.

Tirando seu telefone do bolso, Bellamy discou o número de Monty.

— Eu espero que você tenha um motivo muito importante pra estar ligando às sete da manhã. — Jasper, ainda grogue de sono, atendeu o telefone de Monty.

Jasper? Atendendo o telefone? Aquele era um ótimo sinal. Bellamy não queria admitir, mas uma de suas preocupações era a situação do amigo. Os últimos dois meses haviam sido os melhores para ele desde a morte de Maya, ao menos até o dia anterior. Bellamy esperava que todo o progresso feito para que Jasper voltasse a viver sua vida não fosse jogado no lixo.

— Francis sumiu. — Bellamy disse de uma vez só. A ligação ficou muda por alguns segundos. — Jasper?

— Você está muito morto, cara. — Ele respondeu, sua voz já estando mais alerta. — Muito, muito morto.

— E é por isso que eu preciso que vocês me ajudem à encontrá-lo. — Bellamy retrucou. — Porquê quando eu tiver que contar o que me fez ficar distraído o suficiente para não trancar a porta, eu não vou ser o único. — A ligação ficou muda mais uma vez. Claro, Jasper tinha razão suficiente para ter feito o que fez, mas os dois sabiam que Octavia não os daria tempo para explicações completas.

— Nos dê 15 minutos. — Jasper disse, antes de desligar a chamada.

O medo que Jasper e Monty tinham de sua irmã(e de Lincoln) era o suficiente para trazê-los do outro lado da cidade para a casa de Bellamy em incríveis 12 minutos. Bellamy não sabia como eles haviam conseguido chamar um táxi tão rapido(e convencer o motorista à burlar alguns limites de velocidade, levando em conta que Bellamy normalmente levava cerca de 20 minutos de uma casa para a outra), já que Jasper ainda tinha que buscar seu carro no bar que havia deixado naquela madrugada.

Assim que todos estavam na sala, com cafés em mãos(afinal, nenhum dos três havia dormido muito), Bellamy voltou a falar sobre a situação.

— Eu ja o procurei por todo o quarteirão. — Ele disse. — Não há nenhum sinal dele em lugar nenhum.

— O quê você quer que a gente faça? — Monty perguntou.

Em pouco tempo, o plano havia sido traçado. Monty ficaria na casa, dando voltas periódicas pelas redondezas no caso de Francis voltar ao lugar. Enquanto isso, Bellamy e Jasper andariam no carro do primeiro pelos quarteirões adjacentes, para assim cobrir uma área maior mais rapidamente.

Na casa, Monty resolveu montar e imprimir alguns cartazes com a foto de Francis, para caso a busca pelo cão se mostrasse infrutífera. Terminando a tarefa, foi dar uma volta na rua.

Enquanto isso, Bellamy e Jasper paravam em um semáforo.

— Então, quanto tempo a gente tem para achar o cachorro? — Jasper perguntou.

— Octavia volta em uma semana, mas no final da tarde ela deve ligar perguntando como está tudo por aqui. — Bellamy respondeu. Caso eles não achassem Francis antes disso, ele teria que mentir para a irmã.

— Não tem como você não atender a ligação? Dizer que foi dormir mais cedo, sei lá?

— Se eu não atender, ela vai ligar pra você. — Bellamy retrucou. — E se você não atender, ela vai ligar pro Monty, e se ele não atender, ela vai ligar pro Miller. E se nós conseguirmos fazer com que o Miller não atenda, Octavia e Lincoln devem aparecer por aqui amanhã de manhã.

— Então é melhor acharmos o pestinha logo. — Jasper disse. — Porquê se você mentir e ela descobrir... — Jasper passou seu polegar pelo pescoço, claramente indicando que os dois seriam degolados pela Blake mais nova.

Bellamy estava feliz por constatar que o senso de humor de Jasper continuava como nas semanas anteriores à sua recaída. Não tão feliz pelo fato de que ele provavelmente estava certo.

Três horas depois, os dois voltavam para casa sem Francis.

Às duas horas da tarde, metade do bairro podia contemplar os cartazes com a foto que Octavia havia tirado com o cão. Às três e meia, Jasper, Monty e Bellamy estavam sentados no sofá da sala, encarando o celular do dono da casa, que estava parado na mesinha de centro.

— Nós temos cerca de duas horas antes que Octavia ligue. — Bellamy disse.

— Você vai ter que mentir. — Jasper respondeu.

— Talvez alguém encontre Francis e veja o cartaz antes disso, aí ninguém vai ter que mentir. — Monty disse. Ele era o único dos três que parecia otimista.

— É, talvez. — Bellamy murmurou, levando suas mãos ao rosto. E se ele não encontrasse Francis? Aquela era uma cidade pequena, mas não tão pequena assim. Alguém poderia ter pego o cão para si, ou talvez ele estivesse longe o suficiente para que ninguém visse os cartazes caso o encontrassem. E se–

I'm waking up, to ash and dust I wipe my brow and I sweat my rust I'm breathing in the chemicals

Seus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular.

— Ferrou. — Jasper sussurrou, de olhos arregalados.

 


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Notas finais do capítulo

Oi! Obrigada por ler até aqui! :) (E obrigada à BibiBennett por comentar no capítulo anterior, sua linda! Como vocês podem ver, o Jasper está bem menos irritante do que ele está agora na série(eu espero). Ainda vamos descobrir o que aconteceu com a Maya, mas já se passou um ano e acho que nenhuma circunstância seria tão traumatizante quanto o que aconteceu com ela na série, e com o apoio dos amigos, ele já está em uma fase melhor, por mais que não totalmente recuperado do luto. Além de que todos já são alguns poucos anos mais velhos(E um pouco mais maduros? Quem sabe.), com a Clarke no último ano de faculdade, por exemplo. Nesse capítulo também tivemos um pouquinho de foco na casa dos Griffin, e no próximo teremos mais Clarke, prometo!