Segunda Chance escrita por Kell Beybe
Eu já estava bem. E já raciocinava.
- Ma….Ma… - O Ricardo gaguejou olhando para mim.
- Mamã?? Não! Sou só tua irmã! – Brinquei com ele.
- Mana! As águas! O bebé! A barriga! O Duarte!
O Ricardo desmaiou. E só quando tentei andar é que reparei que as águas me tinham rebentado, também só nessa altura, é que reparei na dor que sentia e de como era insuportável!!
- AHHHHHH!!!!!!!!!! – Gritei finalmente.
- Que se passa?? - A Sandy não estava a perceber!
Não respondi, simplesmente continuei a gritar. Nessa altura o Duarte agarrou em mim, e levou-me para o hospital
- HossspitAHHHHHHHHHHHlllll NÃO!!! – Gritei. – ESTEEE BEBÉEEEEEHH NAAHHHOOO É HUMAAAAAAAAANO!!
- Não te preocupes. O meu pai é médico! – Tranquilizou-me o Duarte.
Quando dei por mim, estava numa cama com o pai do Duarte a tentar arranjar uma maneira de me fazer o parto.
- Não sei como é que o bebé vai nascer! Nem sei o que é aquilo. Ela pode-se magoar! – Dizia o pai dele.
Comecei a ouvir umas coisas a estalarem dentro de mim. Que raio era aquilo? Apercebi-me! Aquilo, aqueles estalos dentro de mim, eram dentadas! O meu bebé estava a sufocar dentro de mim, e para sair começou a morder.
- ESTÁAAAHHHHH AHHH MORDER!!!! – Gritei-lhes.
- A morder? Isso explica os estalos dentro dela! Duarte, tens que a morder agora! – Ouvi o pai dele ordenar-lhe.
- Não sou capaz!!
- MORDE-ME PORRAHHHHH!!!! - Gritei.
Ele encostou os seus lábios ao meu pescoço, e senti os seus dentes perfurarem-me a garganta.
Quando os tirou, senti o meu corpo muito gelado. Como se tivesse no meio da Antárctida. Depois fiquei quente, senti o meu sangue congelar
O meu coração acelarou como se fosse saltar. Comecei a contorcer-me toda. De um lado estava com dores por causa da dentada. Por outro sentia o meu bebé a sair.
- A SAAANDYYY?? – Berrei para me tentar abstrair.
- Também está a ter o bebé. Respira fundo tem calma. Está tudo bem.
Tentou tranquilizar-me, neste momento nem sabia como respirar.
- Tem calma!! Não entres em pânico! Eu estou aqui! Não vou a lado nenhum! Tem calma! – Dizia-me o Duarte. Olhei para ele, e ele estava prestes a ter um ataque de pânico.
- CALMAAAA!!!!- Gritei-lhe.
Não sei o que aconteceu nesse momento. Perdi todos os meus sentidos. Devo ter desmaiado. A única coisa que me lembro de ouvir foi: “Vem ai!”
Quando acordei, vi o Duarte ao meu lado.
- Acordas-te! Olha, são gémeos. Uma menina e um menino!!
O sorriso do Duarte era mesmo de um pai babado.
Ricardo pov:
No quarto onde estava a minha irmã, as águas de Sandy arrebentaram levaram-nos para outro quarto. O meu avô estava lá, ele também sabia tirar bebés.
- ´Tás bem? – Perguntei desesperado a Sandy.
- SEI LÁ!! DEVO ESTAR!
- Estou a ficar preocupado!! Tu não gritas?
- AHHH!!!
- Finalmente!!!
- Ricardo, este bebé é sobrenatural, a Sandy vai ter que morder alguma coisa para ele poder sair. – Informou-me o meu avô.
Dei o meu braço a Sandy para ela morder à vontade.
- Eu referia-me a uma almofada! – Disse o meu avô quando me olhou.
Depois apercebi-me da dor que sentia no braço. Era a melhor dor que já tinha sentido!!
Não me apercebi muito bem de como lhe estavam a tirar o bebé. Vi o meu avô ao pé dela e mais nada.
Algum tempo depois, vi o meu avô vir com dois bebés nos braços.
- Parabéns!! É um menino e uma menina! – Informou-nos o meu avô.
A Sandy fez um sorriso gigante. Eu não consegui disfarçar e sorri também.
- Como lhes vamos chamar? – Perguntei à Sandy.
- Bom, podemos chamar-lhes…
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