Redenção escrita por AnneAngel


Capítulo 30
Uma Conversa Franca e Civilizada


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!!!!
Eu to mega feliz porque recebi recomendação, eu fiquei pulando de felicidade aqui em casa menina: BelUchiha lhe agradeço e espero que continue gostando da fic ❤






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Boas conversas exigem boas palavras. E quem se importa com quem esta falando sabe escolhe-las muito bem.

Sarada P.O.V (Point Off View)

Estava um tanto incomodada: Realmente não sabia oque seria dali para frente. Esperava encontrar seus pais primeiro, porem o destino a colocou frente a frente com Itachi de uma vez. Se aquilo não era um indicativo de que eles tinham que entenderem-se, não sabia oque era.

Mexeu seus pés no chão, um tanto encabulada. Por onde começaria afinal? Olhando o moço a sua frente, alto, de postura elegante e longos cabelos negros sedosos podia ver que ele também estava calculando oque fazer, pois a olhava com cautela e paciência parecendo não querer deixa-la sobrecarregada.

Respirou fundo e encheu seu peito de coragem: As conversas que teve com Boruto e Naruto, respectivamente, ainda aquela manha lhe dando forças para seguir com aquilo da melhor maneira possível. Iria botar tudo pra fora e fosse oque Kami-Sama quisesse...

Encararam-se firmemente, porem de forma pacifica. Afinal aquela conversa nem havia começado ainda e eles não queriam pressionar muito a situação.

Estava um pouco tensa. Havia sido pega de surpresa ao vê-lo só. Olhava-o com afinco tentando se convencer daquilo, como se tentasse acreditar que aquilo era necessário. Se entender com o outro era realmente o certo a fazer, afinal? Considerou as opções: Ficariam na mesma casa por tempo indefinido; Não conseguiria o apreço de seu pai se continuasse a detestar o tal Itachi; E se continuasse a desaprova-lo traria apenas problemas para si e sua família.

Olhando por essa perspectiva: Talvez ela pudesse olhar para a situação toda de forma mais compreensiva. Não é?

‘’Você não precisa fazer isso se não quiser realmente!’’ Ele disse-lhe devagar, como se pudesse ler na expressão dela oque estava acontecendo em seu interior. Maldito homem, que já sabia lê-la tão bem! E o pior: Itachi era tão bom em ler os outros quanto em esconder suas próprias expressões.

Ela ficou observando-o com mais atenção e determinação, se ele parecia tão calmo e convicto ela também não daria pra trás: Já estava na hora de trocarem palavras sinceras. Colocou uma expressão séria estampada no rosto. ‘’Tudo bem, eu quero fazer isso. Só estou pensando por onde quero começar! Acho que devemos tentar nos entender, para o bem dessa família’’ Murmurou convencida.

A expressão do outro Uchiha mudou com as palavras dela: E ainda que ele tentasse parecer indiferente dava para notar sua admiração por ela no olhar que transmitia.

Apesar de ter em mente que deveriam ter uma conversa séria e madura, ele parecia um tanto leve por dentro como se tivesse apreciando estar no mesmo cômodo que a garota sem que ambos explodissem numa briga sem sentido.

Agarota virou um tanto a cabeça de lado, fazendo uma careta ‘’Você me olha com ternura, apesar de tudo!’’ Murmurou, afirmando mais para si mesma. Aquilo a deixara surpreendida: Enquanto tentava conter a raiva  e o ciúme que tinha dele, o outro olhava como se ela fosse algo precioso.

‘’Você é minha sobrinha, filha do meu único irmãozinho. Porque eu não gostaria de você, afinal?’’

Suspirado pra resposta, prosseguiu: ‘’Acredito que esta na hora de termos finalmente uma conversa sincera e honesta depois de tanta coisa entre nós’’.

‘’Sarada. Se quiser conversar, então vamos fazer isso. Mas quero que saiba que o sentimento que tenho por você é diferente porque sei que independente dos rumos dessa conversa sempre vou te amar, mesmo se não houver reciprocidade’’.

Sua raiva floresceu: ‘’Não comesse a falar de amor antes que eu jogue algumas coisas na sua cara!’’ Grunhiu, irritada mais consigo mesma doque com o outro. Sabia que continuar atacando-o com palavras ou coisa parecida não surtiria efeito porque se ele amava-a só por ser sua sobrinha, o máximo que conseguiria fazer seria chateá-lo ou deixa-lo triste. No final ele nunca retribuiria a raiva que empurrava pra ele, oque faria parecer que a menina que era a encrenqueira. E Sarada não queria ser a encrenqueira. O melhor era se entenderem então.

Pigarreou tentando se concentrar no agora: ‘’Melhor nos acomodarmos, essa conversa deverá ser longa, não é?’’ Falou um tanto rígida. E o outro só afirmou com a cabeça.

Sarada se sentou um tanto desconfortável ainda, pois não sabia os rumos que aquela conversa levaria: Jurou para si mesma que seria sincera e explanaria sobre tudo oque estava sentindo, contaria tudo a ele sem reservas, para acabar logo com aquilo. Suspirou: ‘’Olha, vamos esclarecer as coisas. Não quero falar sobre baboseiras históricas! Já disse pra mim tudo sobre como essa cidade nasceu e como a encrenca com os Uchihas se formou desde os primórdios quando estávamos lá na prisão...’’ Informou-o, não querendo voltar a tudo aquilo de novo e logo houve uma mudança na postura elegante do outro, como se ele tivesse ficado mais mole. Ela poderia jurar que ele estava mais calmo em não ter que falar sobre o assunto novamente.

‘’Tudo bem. Então sobre oque quer falar?’’ Estava de pé um tanto apreensivo com o rumo da coisa toda, parecendo temer que houvesse mais discórdia. Corrigiu-se e se aproximou da garota sentando-se frente a ela, observando-a com devotamento e sem fazer movimentos bruscos. Como se não quisesse assusta-la.

Ficou pensativa tentando formular uma frase, mas foi honesta: ‘’Isso tudo ainda é confuso para mim... Eu não entendo muito bem como que um Hokage foi capaz de deixar o massacre acontecer. Isso não é oque eu imaginava de um Kage... Eu também não sei como você teve forças para executar isso...’’ Se perdeu em palavras.

‘’Não peço que entenda. É complicado até para nós que vivemos aquilo, quem dirá para você’’ Tentou ser compreensivo, mas isso só a deixava mais irritada. O clima era um tanto constrangedor e tenso...

Os ombros de Sarada caíram, rendendo-se: ‘’Tudo é muito louco nessa historia’’ Disse-lhe suspirando, um tanto desconsolada. Mas logo manteve o foco: ‘’Essa situação toda tá acabando comigo’’.

‘’Imagino’’

Forçou a boca numa linha fina, não querendo se vitimizar ou vitimizar Itachi naquela historia toda.‘’Esquece oque você imagina’’ Grunhiu. ‘’Olha, vamos ou ponto de uma vez, sem ladainha’’

‘’Certo’’ Falou  meio sem jeito.

Seguiu adiante, convencida a esclarecer tudo de uma vez: ‘’Conversei com meu pai e chagamos a conclusão de que tudo  oque aconteceu no passado lhe atormenta e lhe faz sofrer também. Eu não vivi nada daquilo e apesar de estar angustiada com tudo, sei que meu pai tem razão e não me compete julgar-lhe pelos seus atos’’ Disse isso um tanto aliviada, como se tivesse convencido a si mesma:‘’Eu sinto muito que eu já tenha feito isso algumas vezes! E talvez eu até volte a fazer isso, porque a situação não é fácil... Mas é qu-‘’ Foi cortada.

‘’Vocês conversaram sobre mim?’’ Questionou, um tanto surpreso.

‘’Sim. E não só com ele. Já falei com o Hokage, com o Boruto, com a Chouchou e até com o Mitsuki. E agora, depois de muito pensar e refletir acho que posso ter chegado a uma conclusão’’

‘’Sério?’’ Murmurou, e a garota afirmou com a cabeça. ‘’Penso que essa sua conclusão não é um repudio total a mim, já que está aqui levantando bandeira branca!’’

‘’Tem razão. Eu não mais repudio você. Mas vamos deixar claro que só porque não te odeio, não significa que concordo com oque você fez.  Eu não te considero um herói ou algo assim. Você pode até ter lutado pela paz em Konoha, mas o caminho que você seguiu e a paz que trouxe veio através do sangue e dos ossos dos nossos familiares. Você pode até ter impedido um golpe de estado e eu te respeito por isso, porém não vamos esquecer que isso foi as custas do nosso clã’’.

A expressão do mais velho era totalmente fechada e sombria, como se tivesse lembrando de algo ruim: ‘’Pode ter certeza que eu jamais esquecerei o preço de ter escolhido Konohakure’’ Disse-lhe amargo.

Compreendendo que ele realmente estava falando sério, a menina suspirou: ‘’Pôs bem, eu não quero falar do passado. Não mais, porque já não interessa desde que não podemos mudar oque já foi. Só quero que escute minha inquietação com toda a situação!’’ Sarada sentou-se direito para poder olha-lo nos olhos. ‘’Vou tentar deixar tudo às claras, pra que possamos conviver nessa casa sem mais intrigas. Então quero te explicar porque reagi tão mal a sua chegada’’.

‘’Bem, eu sou todo ouvidos...’’ Falou abertamente, claramente disposto a entender-se com a jovem de uma vez e não mais brigarem.

Olhando-se assim frente a frente a menina demorou para começar, perdendo sua coragem por um momento quando olhava no fundo dos olhos ônix do rapaz, se perdendo ali. Logo desviou o rosto às vezes tentando se concentrar no que queria dizer:  Pigarreou e prosseguiu ‘’Desde que lhe conheci, você me intrigou’’ Murmurou. ‘’Você é mesmo meu tio de verdade?’’ A garota questionou sem jeito.

Itachi parecia estranhar aquela pergunta: ‘’Se você é filha de Sasuke, acredito que sim. Mas pensei que isso era obvio!’’

Encarou-o carrancuda: ‘’Não é isso que quis dizer. Você estava morto, não é? Como isso é possível?’’

O Uchiha entendeu a pergunta, finalmente: ‘’Sim, eu estava! Acredito que o mundo era mais simples quando as pessoas que morriam permaneciam mortas, não é?’’ Lamentou ‘’Mas isso é um mistério até para mim. Aqueles Otsutsukis querem chantagear Sasuke, imagino! Não sei como conseguiram me trazer de volta! Sinto muito ter bagunçado sua vida com meu retorno!’’ Disse francamente.

Os dois se encararam por algum tempo, ambos parecendo refletir sobre algo. Sarada sentada numa poltrona improvisada e Itachi escorado num banco de madeira. Quando ela tornou a falar havia um brilho em seus olhos: ‘’Não se lamente, eu sempre quis encontrar alguém da família. Imaginava que se alguma coisa assim ocorresse eu poderia então finalmente conversar sobre o passado com alguém que não fossem meus pais ou professores de história. Mas como as coisas são estranhas, depois que você apareceu não foi bem oque eu havia imaginado. Acho que isso me deixou um tanto frustrada’’ Admitiu.

Ele encolheu os ombros: ‘’Desculpe não corresponder as expectativas.’’

‘’Todos os outros jovens ninjas que vieram de algum grande clã tem antepassados ainda vivos para lhes contaram coisas, ensinarem sobre técnicas e até mesmo só para servir de apoio mesmo. Mas não eu. Eu sou uma Uchiha, mas cresci sem essas coisas’’.

‘’Não deve ser fácil pra você, né?’’ Murmurou. ‘’Mas isso aconteceu com o Sasuke também, que ficou sem ninguém depois que eu... Bem... Você sabe!’’ Disse tentando se esquivar da palavra massacre. ‘’Ele teve que se tornar forte sozinho, descobrir sobre técnicas sozinho... Sem apoio de familiares ou coisas do tipo...’’ Divagou. ‘’Entretanto ele perseverou e conseguiu, Sarada! E mesmo que você não tenha um clã para te apoiar e guiar, sei que vai ser uma excelente Shinobi um dia!’’.  

A menina torceu a cara: ‘’Bem, eu já me viro muito bem sozinha, obrigada! Descobri com usar o Katon sozinha aos meus 7 anos, descobri como utilizar o Sharingan sem auxilio nenhum também, aprendendo pouco a pouco!’’

‘’Mas...’’ Itachi pareceu incerto ao prosseguir: ‘’Apesar de você não ter um clã inteiro como auxiliadores, você tem Sasuke! Ele não te ensinou nada?’’.

‘’Ah, meu pai... Sabe, desde que você chegou meu pai mudou um pouco, também! E isso também me pegou desprevenida’’ Suspirou. ‘’Ele não vivia muito aqui em Konoha! Sempre em missões longas e demoradas. Acho que para evitar contato direto com esse lugar...’’.

A boca do outro formou uma linha mais fina: ‘’Sasuke deve ter passado por maus momentos. Depois de uma vida como a que tivemos não se supera ou apaga de uma hora para outra, se é que algum dia vai dar para superar’’ Explicou-lhe um tanto cabisbaixo. ‘’ O passado deve ter abalado Sasuke mais do que ele deixa transparecer’’.

‘’Mas agora ele está aqui... Acho que está tentando superar...’’ Afirmou. 

‘’Acho que está tentando superar sim. Mas não tá sendo fácil’’ Rebateu. ‘’Até eu, não me sinto confortável com essa situação também’’ Fez uma pausa tentando escolher bem as palavras. ‘’Porém, estamos tentando fazer isso tudo funcionar. Não está sendo só confuso pra você; sua mãe e seu pai também estão no mesmo barco tentando se adaptar a tudo que está acontecendo. Eu também estou tentando! ’’.

‘’Tá sendo um período de adaptação pra todos nós então...’’ Murmurou.

‘’É, pois é. Mas sinto muito que nossos dramas do passado estejam assolando sua vida também, nunca foi minha intensão prejudica-la de qualquer forma’’.

A garota estalou a língua ao ver que ele estava sendo sincero e sem colocar empecilhos na conversa, resolveu fazer o mesmo: ‘’Não tivemos o melhor começo!’’ Rebateu. ‘’E já que estamos nos desculpando aqui; sinto muito por dificultar as coisas com você...’’

‘’Tudo bem’’ Disse de forma branda, contente pelo rumo da conversa estar sendo mais agradável ‘’Eu já esperava um tanto de hostilidade quando vim novamente para essa vila, cidade, sei lá’’ Ficou confuso sobre como deveria chamar, mas foi ao objetivo: ‘’Eu realmente não estou chateado com você por suas atitudes ou coisa assim, de verdade! Sua reação foi plausível, dado as circunstancias! E sinceramente, eu esperava até coisa pior... Você podia ter total repulsa de mim, mas está aqui tentando concertar as coisas...’’

Sarada assentiu, mas ainda sentia-se no dever de dizer a ele o porquê de não reagir tão bem a sua chegada: ‘’Eu vou lhe explicar. Quero que saiba porque reagi tão mal a seu aparecimento’’.

‘’Eu penso que suas ações foram razoáveis porque tudo oque você descobriu não é fácil de aceitar e nem de lidar. Além disso, eu cheguei de repente tumultuando sua vida, e te todo mundo também. Era de se esperar que se adequar a essas mudanças fossem complicado no começo’’ Deu de ombros: ‘’Mas se faz questão de explicar, ouvirei!’’

Ela suspirou e tomou coragem para dizer-lhe de uma vez: ‘’Bem, ao mesmo tempo em que sempre quiz mais alguém para conversar acerca do meu clã e minha família ao mesmo tempo você simplesmente caiu de paraquedas em nossas vidas com toda essa historia macabra de chacinar o clã.  Eu não sabia nada de você, papai nuca lhe mencionou. Bem, não que ele fosse de falar muito e houvesse situações propicias para isso. Mas você tem que entender que foi justamente por isso que eu fiquei perdida na situação toda’’ Confessou caótica por uma momento, revivendo as memorias: ‘’Eu não esperava você em nossas vidas, você simplesmente apareceu. Em qualquer outra ocasião eu acharia isso bom, mas você apareceu com seus dramas e expos os do meu pai. Depois outros problemas foram aparecendo... Eu só não soube muito bem como levar isso!’’

‘’Eu compreendo. Se a situação já é tão surreal para nós, imagino que deve ser ainda mais estranha para você!’’

‘’Eu não queria que as coisas fossem assim. Mas a vida na maioria das vezes não é como gostaríamos, né?’’ Suspirou resignada. ‘’Eu sempre quis uma família normal, e a minha já não era exatamente tão comum como eu gostaria. Eu amo meus pais, claro. Sei que me amam também, mas sempre senti como se eu não fosse o centro da família. Meus pais trabalham demais. Minha mãe vive naquele hospital e meu pai vive em missões longas e demoradas. Sentia-me só. Achei que com mais alguém na família eu poderia ser menos solitária, mas quando você apareceu só bagunçou mais ainda as coisas!’’

‘’Desculpe’’ Itachi murmurou genuinamente, se compadecendo dela.

‘’Não se desculpe por isso! Você também não tem culpa de ter voltado, não temos o controle do que esta acontecendo. Não é culpa de nenhum de nós. Eu só estou contando como me senti diante todas essas coisas!’’

‘’E é pra isso que estamos aqui conversando, não é? Para esclarecer tudo’’

‘’Sim. Porque eu quero deixar tudo em pratos limpos com você para que possamos conviver bem’’.

‘’Certo. E oque mais quer me dizer?’’

Sarada olhou-o azeda: ‘’Olha, quando você me salvou daquele Otsutsuki e eu soube depois que você era meu tio, isso me deixou feliz. Mas depois, quando voltamos pra cá em Konoha... Eu não esperava que você fosse um assassino nukenin e isso me pegou totalmente desprevenida no começo. Eu não sabia nada da família Uchiha e muito menos de você porque tudo era arquivo confidencial’’ Suspirou. ‘’Vamos resumir: Isso me decepcionou bastante’’

Itachi fez uma careta estranha: ‘’Não há nada de errado em se decepcionar comigo. Eu escolhi meu caminho Sarada, entendo que junto a ele veio consequências’’.

‘’Aquela noite em que minha casa sofreu o atentado, eu nunca esquecerei. Eu ainda era completamente inconsciente da história toda, não fazia ideia de quem você era. Não entendia porque todos na cidade pareciam incomodados com você! Estava assustada com a briga de meu pai com o Hokage e estava confusa e então descubro as noticias que estavam rolando: Que você era um assassino em massa, algo assim. Eu não queria acreditar, mas ainda assim, ficou difícil te dar algum crédito. Minha esperança e felicidade em tê-lo na família esmoreceu naquele dia’’ Ela ponderou. ‘’Destruíram nosso lar por sua culpa, por repudio a você! Eu fiquei com muita raiva, perdemos todas as nossas coisas!’’

‘’Sinto muito por isso!’’

‘’Pare de se desculpar. Isso não vai melhorar nada!’’  A garota grunhiu, um tanto incomodada com isso. Logo voltou ao assunto: ‘’A questão é que suas escolhas, apesar de serem só suas, também influenciam a vida de outros. Influenciou a de meu pai e influenciou a minha...’’

‘’Eu sei-’’

‘’Não, você não sabe!’’ Ela interrompeu-o. ‘’Minha vida já era uma confusão até você chegar.  Apesar de não querer parecer dramática e de entender agora que tenho uma família amorosa, porém ocupada e dedicada ao trabalho, vou te contar isso: Sempre fomos distantes uns dos outros. Eu sempre fiquei me perguntando por que minha família era diferente. Com meus pais em seus afazeres sem tempo para sanar minhas duvidas eu sempre fui curiosa para saber de minhas origens, mas apesar de todos conhecerem os Uchihas e suas habilidades, além de ter uma delegacia com o nosso símbolo e histórias de um clã nobre e honrado, todas as informações sobre como ele se findou eram classificadas e sigilosas’’ Olhou-o ceticamente. ‘’Então você pode imaginar minha surpresa ao descobrir como todos os meus familiares paternos morreram! Eu fiquei desnorteada! Eu não sabia oque fazer! Oque você faria no meu lugar? Não surtaria?’’

O rapaz pigarreou: ‘’Penso que... Tentaria tirar a historia a limpo!’’ Suspirou.  ‘’Sua cabeça deve estar bastante confusa com tudo oque aconteceu. Eu entendo. E você não precisa gostar de mim, nem ser legal. Mesmo que seus pais não gostem muito disso, compreendo que eles têm de entender sua frustração e angustia com minha presença aqui. Então eu vou falar com eles se você quiser... Eles estão um tanto sobrecarregados comigo também, principalmente o Sasuke, ninguém sabe ao certo como isso aqui vai funcionar’’ Se abrandou. ‘’Esperamos ser da melhor maneira possível, mas é compreensível que seja tudo muito estranho e maluco no começo’’

‘’Você não precisa tentar bancar o compreensivo!’’ Olhou-o com raiva. ‘’Isso só faz com que eu me sinta uma encrenqueira com você esse tempo todo!’’ Estava irritada de repente, muito irritada. ‘’Eu falei muitas besteiras para você, lhe confrontei e tudo. Por que você não tem raiva de mim? Por que fica ai parado? Por que me trata com entendimento e humanidade?’’

Ele respondeu com simplicidade: ‘’Porque você é minha sobrinha, já disse!’’

‘’É, já disse...’’ Murmurou irritada com a amabilidade e falta de oposição de Itachi.

De repente aquele olhar intenso e raivoso que ela lançava parecia assombra-lo.

‘’Você lembra-me o Sasuke, com esses olhares de revolta e confusão!’’ Ele parou um pouco. ‘’Às vezes o sentimento de amor que tenho por você se funde com tristeza. Porque eu feri o psicológico de Sasuke e, às vezes, olhando para seus olhos sinto que fiz isso com você também. Vocês tem os mesmos olhos...’’ Estava lastimando, e imediatamente tentando impedir lagrimas traiçoeiras de aparecer em seu olhar. ‘’Jamais quis magoar vocês, apesar de tudo’’

Ela olhou-o atentamente, analisando-o meticulosamente: ‘’No inicio eu duvidei, mas vendo agora, olhando em seus olhos... Meu pai tinha razão, você sofre com tudo isso. Da pra ver que você é verdadeiro sobre isso’’.

Tentando dispersar as lagrimas que tinham surgido, rebateu: ‘’Eu não sei se isso deveria ser bom ou ruim...’’.

‘’Eu sei que você ama meu pai, apesar de tudo que fez com ele. E eu não tenho duvida de que tem certo apreço por mim também. Mas amar-nos não lhe impediu de nos fazer sofrer! Papai viveu uma vida miserável por causa do passado que teve e eu cresci sem um pai de verdade por isso porque ele vivia fora, nem nos meus aniversários aparecia. Era quase como não ter um pai!’’

‘’Perdoe-me!’’ Disse Itachi limpando mais lagrimas traiçoeiras que insistiram em querer correr por seu rosto agora tão cheio de emoções e lamentações. ‘’Escute uma coisa, espero que jamais saiba oque é machucar alguém que você ama. Dói em nós mesmos... Você não sabe o quanto...’’ Lamuriou.

Estranho: Não gostava dele, mas observa-lo desmoronar assim era desolador. Não queria vê-lo assim. Abrandou: ‘’Você disse que os Otsutsukis trouxeram-no, talvez eles quisessem mesmo nos fazer enlouquecer’’ Tentou amaciar a conversa pra deixa-lo se reorganizar novamente. Afinal, como ela poderia gritar e ficar com raiva se ele estava deixando-a compadecida pela dor dele?

O outro Uchiha pareceu perceber oque ela estava fazendo: Sendo condescendente com ele, renunciando sua raiva pra reconforta-lo, pelo menos um pouco.

Ele pareceu se concentrar em ficar neutro novamente, tentando afastar algumas memorias do passado de sua mente, embora não com tanto sucesso: ‘’Talvez esse seja o plano mesmo!’’ Murmurou mais calmo.

‘’Não importa o plano deles...’’ Quando os ânimos se tornaram mansos novamente, Sarada voltou a expressar: ‘’Sabe oque mais me frustrou nisso tudo?’’ Murmurou e Itachi olhou-a com atenção. ‘’Eu percebi que meu pai continua lhe amando também, ainda que esteja ferido com tudo oque você fez. Sei que uma pessoa só pode ter o coração partido e ainda continuar amando quem a magoou se tiver certeza de que a intenção da outra pessoa não foi realmente lhe fazer sofrer...’’

‘’Eu nunca machucaria Sasuke só para vê-lo sofrer’’ Murmurou como se fosse obvio, sua expressão quase que indignada.

‘’Naquele dia quando lhe confrontei, quando eu sumi e vocês todos foram me procurar... Perguntei-lhe porque havia dizimado todo o clã e deixado meu pai vivo... Você disse que não o matou por amor...’’

‘’Eu não seria capaz de... Mata-lo... Nunca!’’ Ele gaguejou. ‘’Já é tão difícil só pensar em colocar o nome dele ao lado da palavra morto... Quem dirá... Eu amo meu otouto!’’

‘’Não o matou, mas preferiu joga-lo numa vida sofrida e amargurada...’’ Soou rude. ‘’Me parece que você foi um tanto egoísta quanto a isso. Se o matasse, o único que sofreria seria você! Meu pai seria apenas mais uma de suas vitimas. Mas isso lhe cortaria o coração, então você deixou-o vivo ainda que ele fosse sofrer’’...

Ele parecia infeliz: ‘’Tem razão. Eu não podia mata-lo... Não conseguiria! Até porque eu fiz uma promessa...’’ Pareceu murchar e magoar-se novamente, desistindo de tentar parar as lagrimas que cismaram em descer novamente. ‘’Jamais esquecerei aquela noite de lua cheia. Ela me assombrará eternamente. Minha katana descendo para abater meus familiares em um só golpe. Meus pais acuados aceitando a morte pelas minhas próprias mãos pedindo-me apenas que cuidasse de meu irmão. E eu prometi cuidar dele e fracassei...’’ Murmurou, sua expressão parecendo atormentada e perdida em pensamentos tortuosos. Era como se ele não tivesse mais ali... Como se tivesse voltado ao passado e tivesse revivendo aquilo.

Sarada não havia vivido aquilo. Mas apenas com aquelas poucas palavras ela sentiu uma fisgada no peito, sua pele se arrepiou. Se já era horrível para ela podia apenas imaginar o quanto ele se amargurava com aquilo: Sentiu-se culpada por fazer aquilo, mas resolveu chegar até o fim, já que tinha começado: ‘’Estranho como posso ver a verdade em suas palavras e olhares agora... Acredito agora que também não matou seu melhor amigo... Esqueci o nome... Aquele que te acusei de ter matado...’’

‘’Shisui... Eu não matei Shisui... Nunca seria capaz de fazer isso...’’ Ele fungou. ‘’Ele se sacrificou... Jogou-se de um penhasco! Meu Mangekyou veio assim...’’.

Sentia responsável por causar aquela tristeza nele e não estava orgulhosa daquilo: ‘’Desculpe por ter te confrontado aquele dia. Mas eu estava tão raivosa e perdida...’’ Sarada queria continuar, mas não era completamente insensível. Dava para ver que Itachi estava transtornado, com os olhos vidrados em algo do passado. Se seu pai visse-o assim ele com certeza iria ficar furioso com ela. ‘’Olha só... Porque agente não para por-‘’

O homem voltou a si rapidamente: ‘’Não!’’ murmurou tentando melhorar sua expressão e esconder suas angustias dela. ‘’Não vamos adiar essa conversa só porque você está sensibilizada comigo...’’ Embora ele tentasse com afinco, ainda dava para ver a dor nos olhos dele e uma leve vermelhidão em sua face. ‘’Não quero adiar mais isso!’’ Informou tentando parecer apático, mas falhando miseravelmente.

Estava agoniada só de olhar pra ele daquele jeito: Sabia oque podia convence-lo ou pelo menos faze-lo mudar de rumo na conversa. Ela começou aquilo e ela podia parar aquilo também: ‘’Tio... Sério... Vamos deixar pra outra hora...’’

De repente ele ficou estático assim como ela supunha que ficaria, toda a outra conversa ficando esquecida momentaneamente. ‘’Você... Você... Me chamou de tio! Você nunca me chamou de tio... Pelo menos não na minha presença’’

‘’É oque você é, não é? Meu tio!’’

‘’Sim. Mas eu não esperava...’’ Ele suspirou pesadamente: ‘’Eu sei que fez de proposito! Para me fazer mais tranquilo’’.

‘’E funcionou!’’ Assegurou-o com confiança e um tanto de arrogância.

O outro suspirou resignado: ‘’Não precisa me adular. Quando me chamar de tio, gostaria que fosse de coração, e não por uma reles tentativa de obter algo’’ Informou. ‘’Além disso, eu mereço me afligir e me agoniar. Eu os matei, nossa família, eu trouxe desgraça para todos eles. A culpa é minha mesmo!’’

‘’Então era tudo verdade’’ Ela piscou entendendo oque seu pai disse. ‘’Você me contou que tudo isso começou bem antes de sonharmos em nascer, você e eu. Uma disputa entre quem ficava com o poder na vila assim que ela foi formada... E  agora você assume todo a culpa pelo ocorrido. Ele tinha razão. Papai me disse que você é rápido pra assumir a culpa e o fardo do que quer que seja... Eu gostaria de poder gritar com você e lhe odiar, faze-lo sofrer, mas vendo-o assim percebi que ele tem toda a razão...’’

‘’Esquece oque seu pai disse. Eu não preciso da sua pena! E nem da dele’’ Disse o moreno, limpando os lagrimas: Não querendo que ela continuasse vendo-o assim tão vulnerável. ‘’Vocês não precisam minorar os meus atos...’’

‘’Pare de besteiras. Tudo já ficou bem claro aqui não importa oque você diga’’ Soou impávida: ‘’Meu pai tem razão sim em dizer que você se culpa demasiadamente por tudo, e a prova está frente a meus olhos... Olha só você ai se desmanchando em culpa pelo que fez no passado’’ Rebateu. ‘’E já que você teve coragem botar isso tudo pra fora na minha frente, vou ser verdadeiramente honesta com você também!’’ Informou.

‘’Pensei que já estivéssemos sendo sinceros...’’ Disse-lhe, tendo a consciência interna deque continuar a esfregar seu rosto pra afastar as lagrimas não estava melhorando a situação e provavelmente só estava deixando tudo ainda mais vermelho.

‘’Não, eu só estava descrevendo tudo oque aconteceu. Mas eu não estava sendo sincera sobre meus sentimentos... A verdade é que desde a conversa com meu pai eu não queria mais me prender aos fatos. Eu escolhi ficar de rancor contra você não porque eu já sabia a historia toda. A realidade era que eu queria lhe culpar pela vida ruim do meu pai, mas ele mesmo me disse não lhe culpa desse modo, porque acredita que é ele que constrói o próprio futuro’’.

‘’Como assim?’’

‘’Eu queria poder dizer que você estragou a vida do meu pai. Que é por isso que ele vivia fora e não socializa direito. Mas quando conversamos percebi que o passado era passado eeu já não poderia mudar, e depois de tudo de ruim que aconteceu meu pai ainda realmente te ama. E depois de tudo oque eu soube sobre você, depois de toda essa historia maluca de assassinar nosso clã o que mais me feriu não foi isso esse lance do massacre. Foi perceber que meu pai lhe adora, ainda que você tenha feito tanta coisa ruim para ele!’’

Ele parecia absorto, tentando processar oque ela lhe dizia: ‘’Espera... Oque disse?’’

A garota podia entender a confusão: ‘’Estranho né?’’ Murmurou ‘’Sentimentos são complicados. Claro que no inicio eu fiquei chocada com a historia do massacre, eu surtei! Mas desde que você voltou meu pai mudou e quando percebi isso, surgiu outro sentimento dentro de mim. Um sentimento que acabou ficando maior que a raiva por você ter assassinado o nosso clã. Eu não sei a quanto tempo estou com ele sem saber denomina-lo... Mas agora eu sei. Ciúme!’’

Ele parecia chocado de repente: ‘’Que?’’ Parecia abismado. ‘’Ciúme de mim? Ficou louca?’’

Não ligou para o espanto dele e prosseguiu: ‘’Meu pai te defendeu tão majestosamente, disse que lhe conhece bem. Disse que você se entrega em benefício de outra pessoa, causa, ou princípios abrindo mão até de sua felicidade e de sua vida. Ele ainda tem magoa pelo oque você fez é claro, mas compreende que você só estava fazendo oque achava mais correto. Ele me disse que lhe perdoou. E depois de ouvir isso da boca dele eu não podia mais continuar afirmando que você fez da vida dele horrível. Ele que trilha o caminho que quer, ele é dono da própria vida’’ Suspirou. ‘’É claro que eu ainda acho essa historia toda da chacina que você cometeu um absurdo. Mas desde que conversei com meu pai, percebi que escolhi continuar a te detestar pra poder justificar a ausência do meu pai na minha vida.’’

‘’Como assim?’’ Olhou-a boquiaberto, ainda tentando processar oque ela estava tentando lhe dizer: ‘’Você está me confundindo!’’

Ela suspirou envergonhada, tentando controlar-se para não parecer uma menina besta e infantil. Afinal, Itachi parecia ter tido uma vida péssima e bem pior que a dela e conseguia fazer o melhor que podia para esconder suas angustias. Então revelou tentando não se vitimar muito: ‘’Meu pai sempre deu prioridade ao trabalho. Minha mãe e eu vivíamos praticamente sozinhas até esses dias. Ele foi embora quando eu tinha 3 anos e depois os anos passaram e eu nem me lembrava mais de como o papai era ou como sua voz soava. Ele não mandava cartas ou ligava, nem em aniversário nem quando eu estava doente. Também não mandava nada pra minha mãe. Eu cheguei a imaginar que eles não eram realmente casados. Só tornei a vê-lo porque parti numa jornada para encontra-lo junto com Chouchou, minha melhor amiga. Eu passei oito anos sem vê-lo e quando encontrei-o eu fiquei muito feliz, mas então ele não me reconheceu de imediato, me atacou...’’

Itachi parecia perplexo: ‘’Ele oque?’’

‘’Enfim...’’ Disse para acalmar o outro que parecia zangado ‘’Eu despertei meu Sharingan nessa situação, ao menos. E depois as coisas melhoraram de qualquer maneira. Eu entendi que ele cuidava de nós de longe, da mamãe e de mim. Mas ainda éramos distantes até pouco tempo...’’

O outro Uchiha parecia pensar em algo: Perdido em pensamentos. ‘’Oito é um numero considerado de sorte para a maioria. Mas essa foi à quantidade de anos que eu passei longe de Sasuke. Foi só a quantidade de anos que eu tive com Shisui. E foi a quantidade de tempo que passei na Akatsuki, no mesmo período que fiquei longe de meu irmão’’ Murmurou ‘’E agora é a mesma quantidade de tempo que você passou sem seu pai. Só não entendo porque esta me contando isso... Como você pode ter ciúmes de mim? Justo de mim dentre todas as pessoas’’.

‘’Você vai entender...’’ Ela lhe disse. ‘’No inicio quando te conheci, achei que seria uma coisa boa. Não há muitas pessoas na família com quem eu possa conversar: Apenas meus pais e meus avos maternos. Então quando você apareceu achei que era uma coisa incrível, principalmente por você ser da família do papai. Sempre fui curiosa e ha muitos mistérios que rondavam a família Uchiha. Achei que eu e você pudéssemos ser amigos, que pudesse me contar como eram as coisas antes de eu nascer, me esclarecer. Acho que todo filho ou filha tem desejo em saber sobre sua descendência, de fazer inúmeras perguntas aos entes familiares para saber mais e mais. E todos os outros clãs tem uma referencia para lhes passar isso, menos eu. Eu nunca tive isso...

...E a minha família nunca foi igual a dos outros. Eu praticamente só tinha minha mãe e meus avos maternos porque o papai vivia em viagens de missão pelo mundo. Posso dizer-lhe que mal o conheço...

... Então quando você apareceu eu achei que minhas duvidas seriam esclarecidas, pensei que poderia lhe fazer inúmeras perguntas e você se disporia a ficar do meu lado. Ia ser legal ter mais um parente. Mas depois descobri que você assassinou o clã uchiha e que você era um dos responsáveis por meu pai ser tão frio e distante. Você marcou ele com aqueles traumas, ai eu senti raiva de você, porque eu sempre me ressenti por não ter uma família normal...

... Mas eu sei agora a historia por trás disso tudo, e apesar disso preferi lhe detestar porque se eu jogasse a culpa toda em você seria mais fácil entender o porque do papai não gostar de ficar em família e viver nessa cidade. Mas agora seria insensível da minha parte não levar seus sentimentos em consideração. Meu pai sofre, mas você também. E apesar disso tudo um novo sentimento surgiu: ciúmes. Eu sinto ciúmes de você Itachi!’’ Finalizou.

‘’Mas por quê? Não faz sentido algum. Eu não tenho nada para que alguém sentisse isso de mim!’’

‘’Há muitos motivos sim, veja: Você é irmão mais velho de meu pai e você o conhece muito bem, já eu não. Você conviveu mais tempo com ele do que eu. E eu sei que apesar de tudo ele ainda te admira muito porque vi isso no olhar dele, quando ele fala de você da para perceber o quanto ele ainda nutre sentimentos por você. Ele próprio falou de como te ama apesar das coisas ruins que fez ele passar. E sinto ainda mais ciúmes porque ele sempre odiou viver em Konoha, sempre ficou longe desse lugar e da mamãe e de mim, mas agora por você e apenas por você, ele decidiu ficar’’.

‘’Não é verdade. El-‘’ Foi cortado.

‘’Não pense em negar! Você é como o sol, desde que você apareceu ele vive em prol de você. É como se ele dependesse de você. A todo momento é itachi isso, itachi aquilo, itachi e tal, não fala do meu irmão pra cá e pra lá!’’ Grunhiu. ‘’Isso me irrita porque eu gostava de acreditar que meu pai era frio e distante, que ele não gostava muito de conviver em sociedade e em família e que era mais reservado porque essa era a personalidade dele. Mas ai você apareceu e agora ele não é mais tão frio nem distante. Ele aceitou um cargo permanente aqui na cidade, esta convivendo com os demais e vivendo em família! E é tudo por você!’’ Rosnou. ‘’E o que você tem de tão especial que eu não tenho?’’ Ela o olhou inquisitivamente, olhando-o de cima a baixo com um certo desprezo que era movido pelo ciúme. ‘’Você o machucou e o fez sofrer mais do que qualquer outra pessoa, você matou o clã, e ele ainda sim adora você. Porque ele te ama mais do que me ama? Porque por voce ele aceita ficar aqui em Konoha e por mim ele nunca fez isso? Eu não entendo e isso me dá tanta raiva! Eu queria a mesma atenção e dedicação que ele te dá’’

‘’Sarada, você fala como se fosse possível realmente ele me amar mais do que te ama!’’

‘’PORQUE É!’’ Ela gritou em fúria, levantando-se e fechando as mãos fortemente. ‘’Por que você acha que ele tá morando em Konoha de novo? Não é por mim! E nem pela mamãe!’’

Tentou acalma-a antes de continuar: ‘’Vai parecer estranho oque vou dizer, mas escute. Não duvido que ele ainda sente algo por mim, nossa relação fraternal costumava ser forte antes de... Você sabe’’ Ele claramente não queria tornar a falar do massacre. ‘’Mas apesar de me amar ele também me odeia’’

‘’Como é?’’ Murmurou. ‘’Agora quem tá ficando doido é você!’’

‘’Sarada, não esta escutando? Você mesma disse que, mesmo sabendo sobre minha historia, sobre eu assassinar nossos familiares, ainda sim, o sentimento que mais lhe dominou não foi o ódio pelo oque eu fiz: Foi o ciúme por temer perder seu pai pra mim. Entende? As pessoas gostam de acreditar que existe razão nas coisas que fazemos e sentimos, mas na realidade é bem possível sentirmos coisas contraditórias e ilógicas. Somos só humanos’’ Ele respirou fundo. ‘’Por isso estou lhe dizendo: Sasuke pode até me amar, pelo oque um dia fomos um para o outro, mas ele também me odeia pelo que fiz a nossa família e para ele. Por isso ele está confuso... Ninguém ama 100% uma pessoa por mais que diga isso. Às vezes, agente detesta aqueles que amamos em algumas situações’’

‘’Oque está querendo dizer?’’

‘’Estou dizendo que amar alguém e ser amado em troca não é como manter favoritismo sobre uma pessoa. É sobre aceitá-la como é independentemente de afinidade. Afinidade é uma parte do amor, aquela que tem a ver com compartilhar os mesmos gostos’’ Ele suspirou. ‘’Oque estou querendo dizer é que, embora seu pai não esteja sempre por perto e embora vocês não compartilhem muitas afinidades, ele ainda te ama. E eu acho que ele não tem razão alguma para odiar-lhe, diferente do meu caso. Não há razão alguma para ter ciúmes de mim!’’

‘’Tá... Mas mesmo que ele me ame como ama você, será que haverá espaço para nos dois na vida dele?! Fala sério, olha em volta, ele tá aqui em Konoha! E ele odeia Konoha! E é tudo por você e só por você!’’

‘’Não é tudo por mim Sarada. Já estava na hora dele buscar sua redenção afinal de contas. E depois amar-nos da mesma forma seria hipocrisia da parte dele. Amará cada um à sua maneira. E agora que ele esta aqui você pode descobrir junto a ele oque vocês tem em comum’’

‘’É oque acha?’’

‘’Claro. Olha só. Eu sempre pensei que Sasuke tinha que vingar o clã Uchiha pelo massacre que eu cometi. Primeiramente por mim, porque eu sentia que merecia a morte depois de tudo oque eu fiz. E segundo porque o ódio dentro de seu pai era tão grande que ele teria que extravasa-lo e eu preferia que aquele ódio recaísse sobre mim.  Eu acreditava que só após sair do caminho do ódio, Sasuke seguiria para um caminho de luz. Se em seu passado sombrio ele foi constantemente atormentado pelo sentimento de vingança, depois que isso se sessou, depois que sua vingança contra mim e contra Konoha perderam o sentido, creio que o seu nascimento Sarada foi o primeiro passo correto para redenção dele’’ Parou para pensar no que mais dizer: ‘’Acho que todos nós estamos reunidos aqui para ajuda-lo na redenção dele. Gosto de acreditar que na antiga escuridão em que meu irmão vivia havia uma pequena chama e ela agora ilumina o futuro dele. Ela ainda é pequena, precisa ser alimentada para se manter forte. Mais com nós dois e também a sua mãe, podemos ajuda-lo juntos!’’

‘’Você está sugerindo que existe uma razão para tudo estar acontecendo? E que temos que estar todos juntos pra ajudar meu pai na redenção dele?’’

‘’Basicamente!’’

Olhou-o estranhamente; Como se tivesse considerando oque ele disse. Mas de repente alguém bateu na porta parando o rumo que aquela conversa estava seguindo.

Ele sorriu pra ela apesar de tudo: ‘’Você deve ter muito oque pensar depois disso tudo oque falamos. Agora que começamos a nos entender, vamos entrar nos trilhos logo, imagino. Então... Desculpe Sarada, eu sei que você queria colocar tudo a limpo comigo, mas podemos continuar falando disso uma outra hora’’ Tocou-lhe a testa com os dedos indicador e médio como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Ela arregalou os olhos surpresa e assustada: ‘’Ei! Esse é o toque especial dos meus pais e eu, só nós fazemos isso! Você não pode usar!’’ Ela parecia estarrecida com ele. ‘’Onde viu isso? Quando?’’ Sua testa formava vincos.

O rapaz sorriu e deu de ombros: ‘’Eu costumava fazer isso com Sasuke quando ele era mais novo...’’

Sua expressão ficou em branco e depois mudou para uma outra em desconfiança: ‘’Espera! Isso já existia? Você que começou com o lance de cutucar?’’ Perguntou com uma careta engraçada. Ele apenas deu de ombros de novo. Uma salva de batidas veio da porta novamente, dessa vez mais forte e irritada. Ela grunhiu temendo sair da conversa e nunca mais voltarem a falar do assunto. ‘’Deixa eu atender...Mas você ainda vai me explicar essa do cutuque! E essa conversa toda ainda devemos falar mais’’ Parou no meio do caminho olhando-o curiosamente. ‘’E que caixa é essa que você esta segurando a conversa inteira?’’

‘’Ah’’ Ele olhou para a pequena coisa em sua mão ‘’Eu nem percebi que estava com isso ainda’’ Murmurou surpreso ‘’Kakashi me deu para entregar a Sasuke, mas ele saiu e eu esqueci.’’

Ela ignorou-o por alguns instante: Abriu a porta e constatou que era a Senju, que entrou rapidamente cumprimentando-os, não querendo ficar do lado de fora por muito tempo.

‘’Bom dia! Vim lhe trazer medicação, você esta melhor, mas não completamente’’ Disse quando a porta se fechou, mas depois olhou de um para o outro suspeitando: ‘’Porque vocês dois estão chorosos? Oque tá acontecendo agora?’’ A mulher loira colocou as mãos na cintura.

‘’Oque? Nada!’’ Sarada desviou o olhar.

Itachi se aproximou: ‘’Nada disso, mulher! Só impressão sua!’’ Mentiu pra loira.

Ela não ligou para oque ele disse: ‘’Tava rolando uma conversa sentimental tio-sobrinha aqui, né?’’

‘’Não’’ Os dois falaram em uníssono. Mas mesmo assim Tsunade sorriu sabendo de tudo.

‘’Eu não queria atrapalhar!’’ A expressão da moça ficou mais suave ‘’Eu posso voltar mais tarde e-‘’

‘’Você não tá atrapalhado nada’’ Sarada disse-lhe interrompendo-a. De repente ela pegou a caixa nas mãos de Itachi rapidamente ‘’Eu tenho que levar isso para meu pai, da licença e até mais ver’’ Saiu correndo ainda com a mente cheia do que havia conversado com o outro Uchiha.

Eles tinham falado de tanta coisa, queria espairecer, poder pensar melhor em tudo oque aconteceu.

Estranho: De manhã cedo estava com raiva daquilo tudo e agora sentia-se mais leve. Mas também era como se tudo estivesse acontecendo muito rápido. Veja bem, de manha estava com Boruto, conversaram, depois com o Hokage, e conversaram também...

E tinha acabado de ter um bom dialogo com Itachi. Quem diria? E ainda eram só 10 da manha.

Olhou para a pequena caixa em suas mãos e seguiu para encontrar seu pai no trabalho dele. Se todas as conversas que teve até aquele momento foram promissoras, talvez não fosse ruim encontra-lo também.

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Itachi P.O.V (Point Off View)

Ainda sentia-se um pouco entorpecido com a conversa que tivera com sua sobrinha. Realmente não estava no clima para mais conversas, queria ficar só, tomar um banho se livrando do cheiro de hospital e voltar a descansar talvez.

Ele suspirou vendo que não seria assim: ‘’Veio falar da medicação?’’ Perguntou educadamente e a mulher assentiu. ‘’Pode me dar um minuto?’’

‘’Claro, vou estar na cozinha’’ Disse, já caminhando pelo local como se fosse sua própria casa.

Ele seguiu para o banheiro a passos largos não querendo deixar a mulher muito tempo sozinha e também querendo terminar logo com aquilo, olhou-se no espelho se sentindo simplório. Sempre teve uma grande habilidade em esconder os traços de eventuais prantos, mas ele realmente devia estar enferrujado. Seus olhos estavam um tanto vermelhos, não muito, mas o suficiente para que alguém pudesse tirar a conclusão de que ele chorara...

Quer dizer, nunca se imaginou como tio e aquilo era uma novidade agradável: A menina com olhos ônix intenso, cabelos negros e lisos era uma autentica Uchiha que o olhava com determinação e tinha uma personalidade forte.

Era estranho como aquela afeição pela menina surgira da maneira mais pura que tinha, não porque ela era Sarada, mas porque era sua sobrinha: filha de seu amado irmão mais novo. Sabia que aquela admiração pela garota cresceria a cada dia. E agora que estavam se entendendo.

Nunca foi de demonstrar emoções, mas sabia que nessa nova fase de sua vida não devia continuar omitindo oque sentia: Ser o mais sincero que podia parecia o certo agora. Ele compreendeu que deveria ser assim com Sarada e com Sasuke, até com Sakura. Eram sua família afinal de contas. Por que deveria esconder deles oque sentia afinal?

Lavou seu rosto o máximo que pode, tentando desfazer a bagunça de emoções traiçoeiras ao mesmo tempo em que tentou absorver toda a conversa com a sobrinha. Aquilo realmente tinha mexido com ele.

Olhou-se novamente no espelho, ajeitou a roupa maior que ele o melhor que pode, seu rosto voltando a estar um tanto vazio; Agora estava mais apresentável. Bufou, já movendo-se de volta para a cozinha.

A mulher esperava-o pacientemente e ele supôs que havia mais ali, ela provavelmente queria algo a mais, não iria até ali só para aquilo, ou iria?

‘’Tenho a sensação de que não veio apenas tratar de remédios comigo’’

Ela estalou a língua, certamente não querendo começar aquela conversa daquele jeito: ‘’Bem, eu queria falar sobre algumas outras coisas... Além dos remédios’’

‘’Certo. sobre oque teria para falar comigo?’’

A outra cruzou os braços: ‘’Vamos por partes, Uchiha!’’ Logo ela estava abrindo uma bolsa com símbolo médico ‘’Sente-se aqui!’’ Pediu e ele fez como o desejado.

‘’Tá vendo aqui’’ Ela apontou. ‘’Esses três são os únicos remédios que precisa tomar’’

‘’Oque são?’’ Pegou as pequenas caixas lendo os nomes estranhos.

Ela pegou as caixas dele e tirou três frascos: ‘’Esse primeiro é um corticoide, é de via oral. O segundo é um imunossupressor, vai precisar de agulha para aplicar, mas a Sakura pode fazer isso por você. E o segundo é só antibiótico, também de via oral. Mas trouxe-lhe vitaminas e suplementos. A melhor hora para fazer uso disso tudo seria de manha’’ Murmurou. ‘’Já podemos fazer isso, inclusive!’’

Ela tirou os dois comprimidos de suas devidas caixas e lhe entregou com um copo d’água que já estava ali estrategicamente, devia ter pego enquanto ele estava no banheiro. Bebeu sem fazer cerimonia. Depois ela lhe aplicou a tal injeção e tudo estava acabado. Vitaminas e suplementos podiam ficar para depois. ‘’E agora?’’ Murmurou.

‘’Você não tomará essas coisas todos os meses. Vamos verifica-lo de tempos em tempos para reduzir ou aumentar doses ou até mesmo retirar alguma medicação’’

O Uchiha estreitou os olhos. ‘’Mas também não veio aqui só para me explicar isso!’’

Suspirou ao ver que teria que falar de uma vez: ‘’Não, não vim. E vou ser bem direta. Você sabe que não foi o único que apareceu de repente. Outros falecidos também retornaram misteriosamente’’

Ele olhou-a ceticamente: ‘’Eu já sei disso!’’

‘’Alguns eram Shinobis conhecidos para nós, como Asuma Sarutobi e outros...’’ Fez uma pausa ‘’Meu irmão Nawaki Senju e também um outro amigo meu, Dan, também voltaram...’’

Itachi olhou-a surpreso: ‘’E eles acordaram?’’

‘’Não!’’ Ela trincou os dentes.

‘’Então porque está me dizendo isso?’’

‘’Eles estavam em suas camas, inconscientes. Em coma’’ Parou novamente ‘’Sustentados em vida apenas pelos equipamentos ligados a eles. Pelo tanto que estavam lá deitados seus corpos se encheram de escaras e seus órgãos estavam morrendo, eles estavam definhando na frente de nossos próprios olhos.  Mas você? Você acordou! E depois que descobrimos sobre os Otsutsukis atrás dessa situação toda, foi decidido em conjunto então que desligaríamos os aparelhos que os mantinham os outros ainda em coma vivos’’

‘’Oque? Mas por quê?’’

‘’Não sabíamos se eles iriam acordar, como você. E nem sequer sabíamos se você era mesmo você! Não estávamos prolongando a vida deles com aqueles aparelhos, estávamos prolongando a morte’’ Ela suspirou ‘’E depois, mesmo que eles viessem a acordar, seria mais um plano para nos manipular. Fizemos uma reunião e chegamos à conclusão de que aqueles não eram nossos entes queridos. Nós enterramos eles no passado e aqueles a nossa frente não poderiam ser eles. Se você ainda estivesse em coma quando isso foi decidido, nada disso aqui estaria acontecendo!’’

‘’Está querendo dizer que... O melhor para mim seria estar morto?’’

‘’Não. Você acordou, você se lembra das coisas. Não seria certo lhe fazer eutanásia agora. Sem contar que seu irmão jamais concordaria’’ Explicou. ‘’Mas eu não sei se isso tudo ficou claro, muitas coisas aconteceram e vocês podem estar perdidos diante tudo. Mas devo lembra-lo: Mesmo que fique aqui, mesmo que depois do julgamento você seja inocentado e mesmo que as coisas deem certo, apesar de tudo, o plano dos Otsutsukis ainda está de pé. Hora ou outra isso poderá vir à tona e oque faremos? Isso tudo é uma manipulação deles. Assim como trouxeram de volta podem tirar’’

‘’Tenho isso em mente!’’

‘’Pois é. O problema todo é que não podemos esquecer que isso ainda é uma armadilha’’ Ela murmurou. ‘’Não vá se iludindo com essa vida. E seria bom que Sasuke, Sarada e Sakura pensassem assim também! Vai ser ruim se eles tiverem que lidar com sua perda novamente’’.

‘’Entendo seu ponto.’’

‘’Ótimo!’’ Olhou-o séria ‘’Não digo isso para lhe aborrecer ou chateá-lo. Não sabe como foi difícil desligar as maquinas que sustentavam as pessoas que eu amava. Mas eu tive que aceitar que aqueles não eram eles, apesar de terem seu rostos. E eles não iriam querer que eu fosse chantageada pelos Otsutsukis assim’’ Fez uma pausa tentado se recuperar de uma ligeira tristeza ‘’Sabe, nunca pensei que os Otsutsukis desceriam tão baixo a ponto de brincar com os sentimentos alheios para conseguirem oque querem...’’

‘’Eu também não’’ Murmurou azedo.

Ela se levantou, parecendo um pouco abalada: ‘’Vou indo!’’ Disse-lhe. ‘’Não precisa abrir a porta. Mas tranque-a assim que eu sair’’

‘’Certo!’’ Murmurou. Vendo a mulher lhe virar as costas e sair rapidamente.

Ficou ali pensando sobre oque ela lhe falou. Realmente havia muito oque pensar: Afinal de contas, oque os Otsutsukis queriam com aquilo tudo?

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Sasuke P.O.V (Point Off View)

Sentia-se mais tenso do que nunca, mas quando entrou no escritório surpreendeu-se ao ver sua filha em sua sala na DIIA sentada na sua cadeira com rodinhas rodopiando: ‘’Oque você esta fazendo aqui?’’ Murmurou áspero. Tinha tanta coisa pra fazer e vê-la ali pegou-o desprevenido ‘’Olha Sarada, temos oque conversar depois do que você fez ontem, mas agora não vai ser possível. Eu estou muito ocupado’’ Grunhiu.

A menina revirou os olhos: ‘’Você tá sempre ocupado quando o assunto sou eu, papai’’ Suspirou. ‘’Mas não vim pra isso. Só queria dizer que eu já estou me entendendo com seu irmão. Nós conversamos hoje e deu tudo certo’’.

Isso também surpreendeu-o, arqueou uma sobrancelha: ‘’Tudo bem então. Nesse caso, esqueço o castigo que estava planejando para a senhorita’’.

‘’Que legal!’’ Ela saltou da cadeira e se aproximou dele. ‘’To com sorte hoje...’’.

‘’Mas se falar comigo naquele tom de novo eu juro que-‘’

‘’Tá bom, tá bom. Eu prometo não fazer mais! Não precisa ficar me ameaçando’’ Interrompeu-o ‘’Vim lhe dizer isso e também lhe dar essa caixa. Kakashi-san mandou te entregar’’.

‘’Oque é isso?’’

Ela deu de ombros: ‘’Sei lá’’

Quando abriu a caixa e se deparou com um celular ele ficou desgostoso: ‘’Olha, pode ficar com isso pra você!’’ Entregou de volta para ela com uma expressão azeda. ‘’Detesto essa aparelhagem da nova geração. Se eu quiser me comunicar com Hatake, mando um falcão com um bilhete, óras!’’.

Os olhos dela brilharam: ‘’Isso tá ficando ainda melhor! Gritar com você e o titio até que não foi tão ruim...’’ Brincou com ele.

O mais velho torceu o cenho. E depois percebeu oque ela disse: ‘’Chamou ele de tio?’’

Deu de ombros: ‘’Deixa isso pra lá. Você não tem trabalho pra fazer?’’ Mudou de assunto ‘’Eu já vou indo, tenho que testar essa coisinha de ultima geração aqui!’’ Disse levantando o celular e saindo animadamente ‘’Vou mostrar pra Chouchou. Até mais tarde, papai! Te vejo em casa!’’

Ele não falou nada quando ela saiu, a fria onda de desespero batendo nele de novo quando a filha saiu levando o bom humor: Agora estava tenso porque mandara exumar o corpo de todos aqueles que haviam morrido e voltam a vida, só para fazer uma verificação. Uma analise minuciosa de corpo a corpo para averiguar. E Quando Itachi ficou no hospital fizeram tudo que é exame pra enfim chegar ao resultado que o pessoal da autopsia lhe deu em papeis que agora temia abrir...

E se aquele Itachi não fosse seu Itachi? E se fosse uma farsa dos Otsutsukis?

Grunhiu e abriu os papeis de uma vez, sem querer ficar mais um minuto naquela agonia. Olhou os as letras sinuosas e difíceis, lendo oque era necessário para o entendimento: Não, Itachi não era algo diferente e criado para engana-lo e apunhala-lo pelas costas no fim das contas. Nem ele nem os demais que voltaram.

Aquele que andava em sua casa estava embutido com alguma espécie de transferência mental: Sua mente biológica original foi totalmente transferida para um substrato artificial, um clone idêntico ao corpo original, mas que mantinha todas as lembranças e tudo mais.

‘’Então... Ele é ele mesmo... Meu Aniki!’’ Murmurou para o nada. Enquanto detivesse a personalidade e memorias ainda era seu irmão querido. Era seu irmão de verdade que estava com ele novamente.

Agora que estava novamente em Konoha com Sakura, Sarada e Itachi: Queria mais que nunca refazer sua vida e seguir em frente superando os traumas do passado junto com sua nova Família, iam ser felizes. Eles todos mereciam isso e que fossem se foder aqueles Otsutsukis!


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Notas finais do capítulo

Depois disso tudo, oque acharam????
Reviews são bem vindos, não se acanhem!!
Tem uma critica negativa, não se preocupe, eu não mordo e nem do piti, pode falar!!